Fruta pode tornar painéis solares mais baratos e ecológicos

08/05/2017 por Redação SustentArqui

Pesquisadores do Instituto Indiano de Tecnologia (IIT) descobriram que um pigmento encontrado no jamun absorve grandes quantidades de luz solar, e acreditam que usá-lo para produção em massa pode tornar os painéis solares mais baratos e eficientes.

O nome científico da pequena fruta preta oriunda do sul da Ásia é Syzygium cumini. Apelidada por eles como ‘Fruto dos Deuses’ e conhecida aqui no Brasil por jamelão, possui alta concentração da antocianina, um corante natural que também é encontrado em outras frutas similares, como as framboesas, cerejas, açaí, entre outras.

O estudo de Soumitra Satapathi e seu assistente Roorkee foi publicado recentemente no periódico científico IEEE Journal of Photovoltaics. Satapathi explicou que a cor escura da fruta e a abundância de árvores do tipo no campus da IIT, inspirou a ideia.

 

Fruta pode tornar painéis solares mais baratos e eficientes
Foto: Rajesh Dang/Wikimedia Commons – CC BY-SA 3.0

 

Os cientistas extraíram o pigmento usando etanol e descobriram que a antocianina era um grande absorvedor termo-solar, então usaram a substância como um sensibilizador em células solares sensibilizadas por corantes (“Dye-Sensitized Solar Cells” ou  DSSCs, em inglês).

Segundo o estudo, a utilização do pigmento poderia deixar os painéis solares mais baratos, diminuindo o custo em até 40%.

Apesar do resultado do estudo ser animador, ainda há um longo caminho a percorrer. A eficiência do corante natural é de apenas 0,5% em comparação com a as células solares tradicionais que proporcionam mais de 15% de eficiência. Mas os pesquisadores acreditam que, com mais desenvolvimento, seria possível aumentar muito a sua eficiência.

A maioria das células solares hoje são feitas de silício monocristalino ou silício policristalino. Embora o silício seja abundante na Terra, a produção de células de silício ainda é bastante cara.

Além de baratear o processo, as antocianinas são moléculas biodegradáveis ​​e não tóxicas, podendo fornecer uma alternativa mais ecológica para a produção de células solares sensibilizadas.

O uso dessas células pode ser muito benéfico para Índia, considerando a abundância da fruta, a constantemente falta de energia que enfrentam, e pelo fato do país ter a meta de alcançar 40% de seu abastecimento energético proveniente de fontes renováveis até 2030.

 

Se a pesquisa for um sucesso, será que podemos usar a inovação com o nosso açaí?

 

Fonte: Quartz 

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