3 Casas brasileiras sustentáveis
Casas brasileiras sustentáveis de diferentes estilos e em diferentes regiões:
1 – Casa Folha – Angra dos Reis – RJ
Projeto: Mareines + Patalano Arquitetura [Ivo Mareines, Paula Costa, Flávia Lima, Rafael Pretti e Rafael Patalano]
Soluções Sustentáveis: Materiais Naturais e Renováveis, Resfriamento passivo, Iluminação e Ventilação Natural.
A primeira casa sustentável está localizada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O projeto que tem cobertura em forma de folhas, buscou inspiração em arquiteturas brasileiras indígenas, fruto de climas quentes e úmidos.
A cobertura é o destaque do projeto que protege do sol todos os cômodos da casa, assim como os espaços livres, que são os mais utilizados pelos frequentadores da casa.
Com um pé direito muito alto, permite que o vento dominante de sudeste venha frontalmente do mar em direção e através da casa, provendo a todas as áreas da casa, abertas ou fechadas ventilação e resfriamento passivo.
Ecoeficiência low-tech, onde ela tem o maior poder de ação num prédio, o conceito do projeto arquitetônico.
Toda a estrutura da cobertura foi feita em madeira laminada de eucalipto e o telhado com pequenas peças de madeira (pinús). As duas espécies de madeira são plantadas para reflorestamento e usadas como matéria-prima consideradas renováveis.
Todas as superfícies de acabamento da casa, exceção feita ao vidro e ao cobre patinado, são naturais: Ardósia ferrugem em tiras, madeira natural, madeira de cruzeta de poste no piso do térreo, e tramas de bambu.
2- Casa Sustentável em Contêiner – Cotia – SP
Projeto: Arquiteto Danilo Corbas
Soluções Sustentáveis: Energia Solar, Reaproveitamento de água da chuva, Reaproveitamento de Materiais, Eficiência Energética, Paisagismo Sustentável, Iluminação e Ventilação Natural.
A segunda casa sustentável está em São Paulo. Um projeto diferente e ousado que usa quatro contêineres restaurados de 12,2 metros de comprimento, 2,44 de largura e 2,90 de altura, que receberam isolamento de lã de PET e telhas tipo sanduíche de poliuretano para garantir o conforto térmico. Telhados verdes foram instalados sobre os contêineres do térreo, mais um recurso para controlar a temperatura da casa.
As portas e janelas foram posicionadas de modo a aproveitar os ventos da região, para garantir ventilação cruzada e evitar o uso de refrigeração artificial. As vigas de aço foram garimpadas em ferros-velhos.
E, para arrematar, acabamentos ambientalmente corretos. Como exemplo, a pintura com tintas a base d’água com baixos índices de COV (compostos orgânicos voláteis) das paredes internas de drywall, e o microcimento que reveste a parede de stell frame do fundo da sala e os degraus da escada, em camadas de 1 a 2 mm de espessura.
O projeto luminotécnico utiliza em 95% das instalações lâmpadas de LED e os eletrodomésticos foram escolhidos buscando os que tinham a melhor eficiência energética do mercado brasileiro.
Para aquecimento da água, usa-se um sistema misto de energia solar mais aquecedor elétrico, que só entra em ação em caso de necessidade. Há ainda sistema de reúso da água da chuva, captada pelo telhado, armazenada e filtrada.
O paisagismo preservou as árvores originais do terreno. Apenas 15% dos 860 m2 de área foram impermeabilizados, o que facilita o escoamento das águas das chuvas e evita a formação de ilha de calor.
A preocupação em se aproveitar ao máximo os recursos (dos materiais de construção à energia necessária no dia a dia) e a baixa produção de resíduos, são os destaques do projeto. “Foram apenas duas caçambas de material jogado fora”, de acordo com o arquiteto. A obra de uma casa convencional, de alvenaria, segundo ele, costuma resultar em cerca de 30 a 100 caçambas de lixo.
3- Residência Sustentável – Brasília – DF
Projeto: Zárya Arquitetura & Engenharia
Soluções Sustentáveis: Energia Solar, Reaproveitamento de água da chuva, Sistema Integrado de Reaproveitamento de Água e Esgoto, Telhado Verde, Eficiência Energética, Selo Procel, Paisagismo Sustentável e Iluminação Natural.
O terceiro projeto sustentável foi escolhido para participar do Referencial Casa GBC Brasil. A preocupação com a sustentabilidade iniciou com a escolha do terreno, localizado num condomínio licenciado pelos órgãos ambientais, que mantém mais da metade de sua área com vegetação nativa em reserva particular.
Desde o início, a meta do proprietário, Lamberto Ricarte, era a construção de uma casa que dispensasse o uso de ar-condicionado. Ele pensou em instalar um telhado verde, mas depois de pesquisar optou por uma solução que integra essa cobertura a um sistema de tratamento de esgoto e armazenamento de água.
Com isso se resolve também outra questão relacionada ao clima de Brasília: a falta de água para irrigação e lavagem externa no período de seca prolongada, que ocorre anualmente de maio a setembro.
Além de armazenar cerca de 35 mil litros de água da chuva no telhado, o sistema integrado fará o tratamento de 100% do esgoto da residência com o uso de um vermifiltro “Isso significa cerca de mil litros de água tratada por dia, que poderá ser utilizada na irrigação do jardim, lavagem das áreas externas e nos vasos sanitários” conta Ricarte.
O paisagismo conciliou a utilização de espécies do cerrado com uma proposta estética e de baixo consumo de água.
Haverá poucas áreas de gramado, que, assim como os arbustos, terão irrigação por gotejamento, por meio de tubulação enterrada, para evitar o desperdício de água por evaporação. As árvores serão irrigadas por borbulhamento nas áreas próximas aos troncos.
Em locais específicos haverá aspersores escamoteáveis direcionais e microsprays. Um sensor evitará que o sistema seja ligado em períodos chuvosos.
O projeto arquitetônico da casa já indicava o aço estrutural leve (light steel frame) como técnica construtiva mais adequada. Nesse sistema, a estrutura com perfis de aço galvanizado é montada sobre laje de concreto armado, chamada radier, na qual são estruturados os cômodos e pavimentos.
Para o fechamento das paredes optou‑se por placa cimentícia com lã de rocha para o isolamento térmico. Por dentro, o acabamento delas será dado por painéis de gesso acartonado.
“Além de ter um tempo de execução extremamente reduzido, em relação ao método tradicional, este sistema não gera desperdício nem resíduos, já que dispensa quebrar as paredes para a passagem das instalações. E também colabora para uma envoltória eficiente do ponto de vista térmico e acústico”, acrescenta Ricarte.
A energia elétrica será proveniente do sistema de microgeração por usina solar fotovoltaica, interligada ao sistema de distribuição da concessionária.
O aquecimento de água do chuveiro e piscina será por placas solares em circuito fechado, com o uso de trocadores de calor. Atendendo às recomendações do GBC, os principais eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos da casa serão trocados por produtos com o selo A do Procel.
Fontes: Vitruvius, Casa & Cia e ArcoWeb
Veja mais exemplos de Casas brasileiras sustentáveis aqui.
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