Arquitetura bioclimática e permacultura em uma comunidade no Maranhão
Projeto do Estudio Flume incorporou os princípios da arquitetura bioclimática e da permacultura em uma comunidade produtora de castanhas de caju em Nova Vida – MA .
A proposta de reforma e ampliação de uma pequena casa para se tornar a nova sede da cooperativa foi desenvolvida com a comunidade, e considerada técnicas e materiais tradicionais de construção.
Sementes Vida Nova é um empreendimento constituído por mulheres e, a possibilidade de adquirir uma sede própria significou uma conquista, não apenas de um local de trabalho, mas também a oportunidade de um espaço projetado especificamente para suas necessidades.
Baseado em princípios da arquitetura bioclimática, o projeto incorpora conceitos de conforto térmico, e atende à demanda por um espaço com baixos custos de manutenção, num clima tropical semi-úmido.
O orçamento apertado e os prazos de construção estimularam a reutilização do máximo possível da estrutura do edifício existente, e a introduzir uma paleta limitada de materiais. Daí o uso dos tijolos cerâmicos e das técnicas tradicionais de alvenaria.
A confecção de elementos vazados, aproveitando os próprios blocos cerâmicos de 8 furos, assentados horizontalmente, garantem a constante ventilação natural dos ambientes, assim como iluminação e vistas para o exterior.
A construção, além do espaço de produção, destina-se a gerar um ponto de encontro e convívio dos vizinhos. A falta de espaços públicos na cidade motivou a introdução de instalações como a marquise e o banco de concreto na fachada para convidar a comunidade a se encontrar.
Os princípios de permacultura foram incorporados ao projeto por ele está inserido em uma região que não possui sistema de esgoto ou fornecimento constante de água potável.
Dessa maneira também garante-se uma construção com o menor impacto possível ao meio ambiente.
A coleta de água da chuva, possibilita às produtoras, gerenciar seus recursos hídricos durante a estação seca.
A fossa séptica biodigestora, no tratamento de esgoto e o círculo de bananeiras, na filtragem das águas cinzas, garantem o saneamento básico.
Esses sistemas requerem manutenção, incentivando a conscientização da comunidade sobre os recursos disponíveis. O contato direto com essas técnicas econômicas também permite que elas sejam disseminadas e recicladas na comunidade.
Esse projeto faz parte de um plano mais amplo de obras de renovação para pequenas cooperativas e associações nos estados do interior do Maranhão e Pará, no norte e nordeste do Brasil.
Em um país com enorme diversidade continental e riqueza cultural, este projeto representa a oportunidade de defender algum senso de justiça social, garantir segurança no emprego, conforto na rotina de um grupo de mulheres.
Esperamos ver em breve projetos como esse! E você? 😉
Fonte e fotos: Estudio Flume
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