Escolas sustentáveis melhoram o desempenho dos alunos – comprova estudo

01/06/2020 por Redação SustentArqui

Novo estudo do World Green Building Council mostra impacto positivo da sustentabilidade em escolas no desempenho dos alunos.

Atingir níveis de excelência em edifícios escolares na qualidade do ar, iluminação, temperatura e acústica, por meio de melhorias sustentáveis, pode ajudar alunos alcançarem todo o seu potencial, segundo relatório do estudo.

O ambiente de um edifício escolar tem um grande impacto na maneira como o aluno aprende.

Parece óbvio que, se um aluno não puder ouvir o professor ou estiver com muito calor para se concentrar, seu desempenho sofrerá, mas muitos não percebem que fatores como níveis de CO2 e tipos de iluminação também podem gerar um grande impacto em como os alunos se saem academicamente.

Ao projetar escolas que sejam eficientes em termos energéticos, com baixo carbono e que privilegiem a saúde e o bem-estar, podemos garantir que os alunos passem alguns dos dias mais importantes de suas vidas aprendendo em escolas verdadeiramente sustentáveis.

O relatório, compilado pelo World Green Building Council, resume as pesquisas globais nas últimas duas décadas e identifica iluminação, qualidade do ar interno, conforto térmico e acústica como áreas-chave nas quais melhorias ​​podem afetar positivamente os alunos.

As principais conclusões do estudo que avalia o desempenho dos alunos por cada item analisado foram:

– Iluminação:

Os estudantes nos EUA mostraram um aumento de 36% na fluência da leitura oral quando expostos à luz de alta intensidade, enquanto aqueles em condições de iluminação padrão aumentaram apenas 16% [1]

iluminação nas escolas

Uma escola verdadeiramente sustentável tem uma boa iluminação e baixa emissão de carbono, através de:

  • Uso de luz natural, o que reduz a necessidade de iluminação artificial, reduzindo assim o uso global de energia e emissões de carbono. O ganho/perda de calor através das janelas deve ser gerenciado.
  • O uso de LEDs, especialmente aqueles sintonizados com ritmos circadianos, para iluminação artificial. Estas luzes utilizam significativamente menos energia do que as tecnologias mais antigas, reduzindo assim o consumo
    de energia dos edifícios.

– Qualidade do ar interno:

O aumento de 100 partes por milhão (ppm) de CO2 foi associado a uma redução de aproximadamente meio dia por ano na frequência escolar no Reino Unido [2]

qualidade do ar nas escolas

Uma escola verdadeiramente sustentável tem uma boa qualidade do ar interno e baixas emissões de carbono, através de:

  • Ventilação natural, quando possível, pode refrescar o ar interno sem aumentar o consumo de energia, mas isso requer
    uma boa qualidade do ar externo.
  • Ventilação híbrida ou mecânica, quando necessária, com sistemas de filtragem apropriados, que podem ser alimentados usando energia
    renovável no local e/ou fora do local para reduzir as emissões globais de carbono.
  • Acabamentos, materiais e produtos de limpeza de baixo ou sem COV contribuem para uma boa Qualidade do Ar Interno (QAI).

Conforto térmico:

Os alunos que citam a sala de aula como ‘confortável’ obtiveram respostas 4% mais corretas em um teste de matemática em comparação com aqueles que estavam com calor, de acordo com uma pesquisa com mais de 4.000 estudantes finlandeses [3]

impacto do conforto térmico no desempenho dos alunos

Uma escola verdadeiramente sustentável tem um bom conforto térmico e baixas emissões de carbono, através de:

  • Definir set points de temperatura para atender às necessidades das crianças, em climas mais frios, isto reduziria os custos de energia
    associados ao aquecimento, pois as crianças preferem temperaturas mais baixas.
  • Ventilação natural a partir de janelas se apropriado para o clima e qualidade do ar externo pode moderar a temperatura e reduzir a energia necessária para o arrefecimento e as emissões de carbono
    associadas.
  • Se necessário, ventilação mecânica energeticamente eficiente e alimentada por energias renováveis podem prover o edifício de níveis confortáveis de temperatura e umidade.

Acústica:

Para cada aumento de 10 decibéis no ruído, as notas de língua e matemática dos estudantes franceses diminuíram 5,5 pontos [4]

impacto da acústica no desempenho dos alunos nas escolas

Uma escola verdadeiramente sustentável tem uma boa acústica e baixas emissões de carbono, através de:

  • Localização de novas escolas longe de fontes permanentes de ruído externo, o que pode melhorar a acústica e aumentar a opção de
    utilização de ventilação natural, onde o clima permitir.
  • Otimizar o isolamento acústico nas escolas, o que pode reduzir os ruídos externos e ruídos internos fora da sala de aula, e reduzir o custo de energia.

A otimização da iluminação, da qualidade do ar interno, do conforto térmico e da acústica podem não apenas ajudar a melhorar os resultados de aprendizagem dos alunos, mas, dependendo da estratégia usada, podem reduzir o uso de energia e reduzir as emissões de carbono nas escolas.

Por exemplo, janelas amplas e iluminação LED com eficiência energética podem reduzir emissões e criar um ambiente escolar produtivo e saudável.

As empresas estão colocando em prática os princípios de projeto de escolas sustentáveis.

Em parceria com a Associated Architects e a Speller Metcalfe, a Saint-Gobain concluiu recentemente a construção de um novo salão multiuso da King’s School, em Worcester, Reino Unido, que incluiu especial atenção para as quatro áreas principais citadas anteriormente: conforto térmico, conforto visual, conforto acústico e conforto do ar interno.

Pesquisas realizadas reforçam o problema de ambientes de baixa qualidade nas escolas. Conduzido pelo DLR Group em parceria com 11 escolas no Distrito Escolar de Barrington, perto de Chicago, Illinois, o estudo examinou elementos chamados de “Conforto do Usuário”, incluindo satisfação acústica, conforto térmico, qualidade do ar interno e conforto visual.

Essas informações, coletadas através do envolvimento dos alunos com o equipamento de registro de dados, armaram o Distrito a tomar decisões baseadas em dados.

Entre outras coisas, foi constatado que os níveis de CO2 atingiram até 2.500 partes por milhão em alguns casos, o que está muito além dos níveis recomendados para ambientes internos (em torno de 800 ppm).

E mais da metade dos ocupantes do prédio, 65%, relatou estar insatisfeita com a temperatura dentro das escolas.

De acordo com o US Green Building Council, o graduado médio do ensino médio passou mais de 1,5 anos de vida, 14.000 horas, dentro de um prédio escolar.

E, de acordo com um estudo, uma em cada cinco escolas americanas tem baixa qualidade ambiental interna, incluindo altas temperaturas e umidade, qualidade do ar com altas concentrações de vários poluentes, exposição a fontes de ruído alto e iluminação inadequada, as quais demonstraram afetar negativamente saúde e comportamento das crianças e, por sua vez, seu desempenho acadêmico.

O relatório é divulgado no projeto global Better Places for People, do WorldGBC, que examinou os benefícios de saúde, bem-estar e produtividade de edifícios verdes e, especificamente, escritórios e edifícios de varejo.

Fonte: Gbc Brasil – onde se pode baixar o estudo completo

Crédito das imagens ESTUDO_WORLD GBC ESCOLAS_SUSTENTÁVEIS

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