Arena Castelão é a primeira da América do Sul a receber a certificação LEED
Arena Castelão, em Fortaleza (CE), foi o primeiro estádio a ser concluído para a Copa do Mundo, também o primeiro da América do Sul a receber a Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), desenvolvida pelo Conselho Americano de Edifícios Verdes (Green Building Council–USGBC).
Durante a obra, a Arena seguiu critérios de sustentabilidade e eficiência energética, com adoção de medidas e equipamentos que promoveram redução de impactos ambientais, como o reaproveitamento de estruturas já existentes.
Após inauguração, o espaço continua investindo na área, com a utilização de louças com menor consumo de água e descargas a vácuo, que contribuem para a redução do consumo de água potável.
Na obra da Arena Castelão, a busca pela sustentabilidade foi estabelecida desde definições de projetos, fase construtiva até o legado. Prova disso, foi a otimização do uso de materiais e recursos, durante a execução dos serviços.
Foram usados, na nova arena, materiais de acabamento com índice de VOC (Compostos Orgânicos Voláteis) baixo, equipamentos e sistemas elétricos com baixo consumo energético, sistemas de iluminação de alto rendimento, sistema hidráulico eficiente proporcionando uma economia considerável no consumo de água.
As ações começaram no canteiro de obras. A Galvão Engenharia, com consultoria da OTEC, instalou um Sistema de Gestão Ambiental que buscou o uso racional dos recursos naturais e a preservação da biodiversidade com uma melhor administração dos resíduos sólidos produzidos.
Exemplo disso foi a instalação de uma usina de reciclagem montada dentro do canteiro de obra, onde todo o entulho gerado na demolição foi reciclado para ser usado na pavimentação do novo estacionamento.
O respeito ao meio ambiente foi tão presente no dia-a-dia da obra que foi implantado um “lava-rodas” de veículos, para evitar sujeira nas vias públicas. Houve também treinamento com os colaboradores mostrando a importância da sustentabilidade na obra.
Disseminadas em todo o ciclo de vida da obra, as ações ganharam continuidade com as equipes de projetistas. Desde a compra de materiais até os projetos de arquitetura, hidráulico, elétrico, luminotécnico e de automação. Cada detalhe foi pensado minunciosamente para assegurar a sustentabilidade no estádio.
Hidráulico – A Arena Castelão conta com sistema eficiente de reaproveitamento da água da chuva para a irrigação do campo. Além disso, foram utilizados metais e louças com menor consumo de água, dentre eles: descargas Dual Flush e torneiras com fechamentos automáticos. Também foi utilizado um sistema de esgoto a vácuo que resulta numa economia expressiva no consumo de água, serão gastos apenas 10% da água que seria necessária para o esgoto convencional.
Elétrico, Luminotécnico e Automação – Todos os aparelhos de ar condicionado, motores elétricos, lâmpadas e reatores são de modelos mais eficientes e econômicos. Além disso, há sensores de presença para iluminação, tudo pensado a fim de evitar desperdícios.
Especificação de materiais – Foi usado na obra portas com selo 100% FSC, selo internacional e aprovado pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal que garante que a madeira extraída vem de florestas de manejo. O cuidado chega ainda no uso de tintas, colas e selantes entre outros materiais usados no dia-a-dia da obra. Tudo analisado para garantir uma melhoria na qualidade do ar, tanto para os colaboradores quanto para quem irá utilizar os novos ambientes.
Arquitetura – A coberta do estádio é translúcida para evitar o efeito “ilha de calor“. Outra novidade diz respeito às reservas de vagas solidárias. O estádio conta com espaços reservados para carona solidária; veículos de baixa emissão de poluentes e bicicletários para funcionários, estimulando o uso de transportes menos poluentes.
Certificação LEED
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações. A pontuação para os empreendimentos inscritos no nível “Certificado” fica entre 40 e 49 pontos. A Arena Castelão conseguiu atingir a marca de 46 pontos.
Itens sustentáveis da Arena Castelão:
1. Sítios Sustentáveis
Ações de prevenção da poluição causada pela obra
Proteção das bocas de lobo para reter os detritos e não obstruir a tubulação da rede pluvial;
Bacias de decantação (caixa de coleta) retendo os efluentes da água da chuva por um período de tempo mais alargado, permitindo a homogeneização da fase líquida e a remoção de alguns compostos por decantação;
Localizado na saída da obra, o lava-rodas evitava que os sedimentos presos nas rodas dos veículos sujassem as vias públicas;
Tapumes bem fixados no solo contribuíram para manter os sedimentos dentro do perímetro da obra;
Aspersão de água com carros pipa ajudaram a diminuir a poeira em suspensão na obra, melhorando a qualidade do ar;
Lava-bicas, local para a lavagem dos caminhões betoneiras a fim de evitar contaminação do solo pela água resultante da lavagem desses veículos.
Estímulo ao transporte mais sustentável
5% do total de vagas do empreendimento demarcadas como vagas preferenciais para prática da carona solidária que diminui emissão de poluentes, estimulando pessoas que fariam o mesmo trajeto separadamente a usar um único veículo;
5% do total de vagas do empreendimento demarcadas como vagas preferenciais para veículos de baixa emissão de poluentes;
Instalação de bicicletário para os funcionários do Estádio e da Secretaria de Esportes para estimular o uso de transportes não poluentes;
Diminuição do efeito ilha de calor
Especificações de coberturas e pisos claros para evitar o efeito ilha de calor, reduzindo o impacto no micro clima, melhorando o conforto humano e para a vida selvagem da vizinhança.
2. Consumo eficiente de água
Preservação dos mananciais de água potável
Na Secretaria de Esporte foram instaladas descargas de duplo acionamento (com a opção de descarga de 3 e 6l no mesmo componente) que gera uma redução no consumo de água;
Uso de torneiras com fechamento automático, diminui o tempo de abertura das torneiras, evitando o desperdício por esquecimentos ou ações propositais, contribuindo para o uso racional da água potável no estádio;
Instalação de um sistema de esgoto à vácuo ocasionando a diminuição do consumo de água e preservação dos mananciais, bem como redução do volume de esgoto gerado.
3. Energia e Atmosfera
Melhor desempenho energético
Os sistemas de ar-condicionado (chillers que utilizam água gelada e splits mais eficientes) projetados para o Estádio e Secretaria de Esportes equipamentos altamente eficientes e, ao demandar menos da nossa matriz energética, possibilita a preservação das reservas ecológicas;
A iluminação é feita com lâmpadas eficientes tanto no Estádio quanto na Secretaria de Esportes que além de menor consumo energético possuem maior vida útil. Quanto maior a durabilidade, menor é a necessidade de produtos de reposição ou de manutenção, menor será a quantidade de resíduos;
Automação para desligamento programado de ar-condicionado e iluminação de algumas áreas;
Todos os sistemas de instalações foram comissionados com o objetivo de determinar os padrões eficientes e garantir sua correta montagem e uso.
4. Materiais e Recursos
Preocupação com o ciclo de vida dos materiais usados
Os materiais permanentes de madeira no projeto possuem o selo 100% FSC. Esse é um selo internacional e aprovado pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal que garante a origem de florestas de manejo;
Os resíduos foram separados e acondicionados de forma correta desde sua geração e destinados a locais que reutilizaram ou reciclaram esses resíduos. Que nos garantiu a meta de desviar de aterros sanitários ou industriais 95% dos resíduos gerados na obra;
Reciclagem do material da demolição de parte do estádio foi feito dentro na própria obra com uma recicladora de concreto. O material foi usado como sub-base do estacionamento;
Preocupação com o ciclo de vida dos materiais usados foi realizado um tratamento da água proveniente da lavagem dos pincéis a fim de diminuir a quantidade de resíduo perigoso.
5. Qualidade do Ar Interno
Gerenciamento do ar interno durante a construção
Proteção dos dutos durante a construção da obra para evitar o acúmulo de poeira que seria jogado no ambiente após seu acionamento;
Uso de lixadeiras com aspirador diminuindo a quantidade de partículas suspensas na construção.
Renovação do ar dos ambientes ocupados
Renovação de ar do ambiente é maximizada. Todos os projetos atendiam às taxas de vazão de ar externo seguindo a norma americana ASHRAE 62.1 e da brasileira ANVISA;
Uso de materiais de baixa emissão;
Uso tintas, colas, selantes e pisos com baixo teor de VOC(compostos orgânicos voláteis), garantindo a qualidade do ar nos ambientes durante sua aplicação e ocupação futura;
Controle dos sistemas por parte dos usuários
Em escritórios, como é o caso da Secretaria de Esportes, a produtividade dos ocupantes é melhorada quando o projeto provê controles de iluminação para pelo menos 90% dos ocupantes ou em cada ambiente multi-usuário;
Em escritórios, como é o caso da Secretaria de Esportes, pelo projeto 50% dos ocupantes têm controle individual sobre o conforto térmico de seus espaços, podendo ajustar temperatura, velocidade do ar ou umidade.
Fonte: Portal Brasil e Maxpress (notícia original)
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