CASACOR SP na favela: projeto inédito leva a mostra de decoração ao Jardim Colombo

CASACOR SP na favela pela primeira vez, em um projeto permanente assinado pela arquiteta Ester Carro no Jardim Colombo, zona oeste de São Paulo. A morada repaginada ganhou novos ares para abrigar o entregador de delivery Wallece Gonzaga de Souza.

A parceria entre a principal mostra de decoração do país e Ester já acontece há alguns anos. Em 2023 a arquiteta projetou um ambiente cheio de sustentabilidade a ancestralidade, nomeado “MOTIRÕ. Um estúdio de 34 m², onde apresentou no evento como é possível planejar uma casa digna e sustentável para famílias de baixa renda.

CASACOR SP na favela do Jardim Colombo

CASA COR NA FAVELA - CASA WALACE

Dessa vez a arquiteta Ester Carro, ativista e presidente do Instituto Fazendinhando, está à frente da ação inédita da CASACOR São Paulo 2024. Pela primeira vez, a mostra tem um espaço permanente, uma casa de verdade, na favela do Jardim Colombo, parte do Complexo de Paraisópolis, zona oeste de São Paulo, onde o Fazendinhando já realizou a reforma de mais de 280 ambientes da comunidade.

“De presente, o agora”, é o tema deste ano, e Ester, decidiu evidenciar as realidades das pessoas que moram na comunidade. Pois, nada mais ancestral do que fazer uma análise sociológica de um passado desigual para a compreensão das mazelas contemporâneas. Mas, agora, a arquiteta reverte a história ao empoderar e protagonizar as potências existentes no Jardim Colombo.

Ester fez o projeto de reforma da casa do Wallece Gonzaga de Souza, um entregador de delivery, de 33 anos, que mora em uma área de 7,3 m2 e tem como instrumento de trabalho uma bicicleta.

Sendo entregador de delivery, Ester quis evidenciar a realidade dos trabalhadores que sempre estão servindo outras pessoas e não são humanizados nesta cadeia. Antes da repaginação, a casa do Wallece não tinha cozinha, lavanderia, nem o essencial: um banheiro.

No passado, ele também já foi morador de rua, e se refugiava no Parque Fazendinha, quando ainda era um lixão. A área onde mora foi comprada com o auxílio de sua mãe, Maura, que é diarista, e pediu para a sua empregadora um empréstimo para comprar o espaço, anteriormente, um barzinho.

“É uma ação inédita, por ser a primeira vez que o espaço é feito para uma pessoa
real, em uma favela e que ficará em pé após a exibição da mostra, deixando um
legado real e concreto. Os parceiros e fornecedores abraçaram a novidade e toparam
continuar com o fornecimento permanente dos materiais, o apoio deles foi essencial
para que Wallece recebesse uma casa reformada e definitiva”, explica Ester Carro.

Como presidente do Fazendinhando, Ester teve no apoio da reforma a participação das Fazendeiras, mulheres que receberam capacitação na construção civil, e atuaram na parte da pintura. A casa ganhou uma ampliação vertical de 1,2 m de altura, para abrigar o novo mobiliário.

“Fizemos uma cama elevada para ganhar um mezanino e permitir mais espaço. Na parte de baixo, Wallece recebeu um guarda-roupa e um armário de cozinha e, além disso, ganhou uma bancada, uma geladeira, um cooktop, microondas e também um banheiro do outro lado da casa, espaço essencial para dignificar a moradia”, destaca a arquiteta.

“Fiquei muito feliz. Recebi uma reforma dentro da minha casa, e eu não tinha banheiro. E uma pessoa sem banheiro fica sem dignidade, né? Tem que ter no mínimo esse ambiente para atender as ecessidades primordiais”, celebra Wallece.

A iluminação e a ventilação também foram modificadas, pois não estavam adequadas ao espaço, e novos revestimentos foram aplicados.

Wallece também ganhou um grafite de Juninho, artista da região, recebendo uma morada remodelada para ter acesso a um maior conforto e dignidade no seu lar. Na parte externa, o layout ainda apresenta uma pequena horta vertical e o destaque da cor azul.


Para Dario Nascimento, proprietário da Rennove, empresa de gerenciamento e execução de obras que está atuando em parceria com CASACOR São Paulo, alinhar o projeto de arquitetura e engenharia foi um desafio devido ao espaço. “Não compatibilizamos nada para ser o melhor possível”, afirma ele, complementando que uma moradia digna proporciona elevação da autoestima, condições estas que todos deveriam ter.


A ação da Ester Carro também protagoniza todos os moradores da comunidade, inserindo-os em todos os processos: desde a reforma, a intervenção artística e as fotografias oficiais do ambiente 70o da mostra.

A inauguração da Casa do Wallece acontece no dia 11 de julho, mas para quem estiver passando pelo Conjunto Nacional, na avenida Paulista, poderá conhecer o projeto por meio de uma instalação inserida na saída do trajeto da CASACOR.

A residência dele estará disponível para visitação e visitas guiadas durante o período da CASACOR São Paulo a partir do dia 12 de julho.

Os fornecedores e parceiros aliados no processo foram Tintas Coral, Portinari, Deca, Eternit, Elettromec, Sleep Solutions, Lyor, Papelão Joia e Duratex.

A vidraçaria foi feita por Vitraltec Vidraçaria e Esquadrias, a marcenaria pelo Estúdio Buriti, a marmoraria por JL Mármores e Granitos e a execução de obras pela Rennove Obras e Reformas.

CASACOR apoia o Fazendinhando desde 2020 e agora abraça o desejo de materializar de maneira permanente a arquitetura social defendida por Ester Carro na edição de 2024.

SERVIÇO — CASACOR São Paulo 2024
Onde: Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2073
Quando: de 21 de maio a 28 de julho de 2024


Sobre Ester Carro — @ster.carro

Destaque Forbes Under 30 (2023) na categoria design (arquitetura e urbanismo), doutoranda no programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie (PPGAU-FAU Mack), mestra em projeto, produção e gestão do espaço urbano (2019) com ênfase em planejamento urbano pela Fiam-Faam, especialista em Urbanismo Social (2021) pelo Insper e em Habitação e Cidade (2021) pela Escola da Cidade.

Desde 2017 é presidente do Fazendinhando, instituto de transformação territorial, socioambiental e cultural que atua em favelas, em especial no lugar em que nasceu e cresceu, o Jardim Colombo, premiado em 2021 pelo IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil — São Paulo) na categoria de urbanismo, planejamento e cidades e em 2023 com o Prêmio de Responsabilidade Socioambiental da Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo. É também colunista na plataforma Caos Planejado.

Sobre o Fazendinhando@fazendinhando

O Fazendinhando surgiu no final de 2017 com a missão de transformar um lixão em parque, já que a comunidade não possuía nenhuma área verde comum, dando início à construção do Parque Fazendinha. O parque, ainda em obras, proporciona, além da área de convivência, atividades aos moradores.

Com a chegada da pandemia, as obras e atividades tiveram que parar respeitando o isolamento social e o movimento deu início às ações de suporte às famílias diante da situação de vulnerabilidade de muitas delas.

Foi também em meio a tantos desafios impostos pela pandemia que novos projetos surgiram, como o Fazendeiras, que capacita as mulheres do Jardim Colombo e de outras comunidades para atuação na gastronomia, artesanato e construção civil.

Ainda nessa época, o Fazendolar, que realiza reformas em moradias precárias situadas em territórios periféricos desde 2017, também ganhou força nas reformas, inclusive utilizando a própria casa das Fazendeiras como o aprendizado prático em suas capacitações.

As ações acontecem de forma coletiva, com apoio da sociedade civil, iniciativas privadas e estudantes de diferentes áreas que contribuem efetivamente nos mutirões e/ou doações de materiais de construção civil.

Dessa forma, o movimento Fazendinhando se fortalece e passa a ter três projetos fundamentais: Fazendinha, Fazendeiras e Fazendolar.
https://www.fazendinhando.org/

Programa Cidades Verdes Resilientes promete planejamento aliado à sustentabilidade

Diante de catástrofes climáticas recentes, como secas na Amazônia, aumento da aridez no Nordeste, ondas de calor no Sudeste e Centro-Oeste, e inundações no Rio Grande do Sul, há uma demanda urgente por respostas do poder público. O Programa Cidades Verdes Resilientes buscará apoiar cidades na prevenção desses eventos e na reformulação de políticas públicas para um planejamento urbano mais resiliente.

O que é o Programa Cidades Verdes Resilientes?

O Programa Cidades Verdes Resilientes visa aumentar a capacidade de enfrentamento das cidades brasileiras diante dos impactos da mudança do clima.

A iniciativa envolve ações conjuntas dos Ministérios das Cidades, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e da Ciência, Tecnologia e Inovação. A estratégia federal pretende potencializar a atuação dos três órgãos e mobilizar entes subnacionais para cumprir os compromissos da agenda climática e do desenvolvimento urbano sustentável.

A ação interministerial tem por objetivo a construção de uma estratégia federal, bem como mobilizar os entes subnacionais diante dos compromissos da agenda climática e do desenvolvimento urbano aliado à sustentabilidade.

O programa adotará uma estratégia de governança compartilhada, com revezamento de coordenação entre os três ministérios por meio de um Comitê Gestor interinstitucional. O colegiado será instituído por meio de Portaria Interministerial e incluirá representantes de estados e municípios.

programa cidades verdes resilientes

Objetivo

Atualmente, mais da metade da população mundial habita setores urbanos (ONU, 2015), e, no Brasil, esse número aumenta cada vez mais. Somente em 2023, o Brasil apresentou um recorde em desastres naturais hidrológicos e geológicos, com mais de 1.000 ocorrências e um impacto direto na vida de mais de 500 mil habitantes (MCTI, 2024).

Com isso, torna-se fundamental a ênfase do programa na própria população das cidades brasileiras, em especial nas regiões periféricas, com ação direta voltada à redução das desigualdades considerando sua grande diversidade e relações em termos de gênero, raça, idade, deficiência, renda e geolocalização, além do trabalho direto na diversidade dos recortes territoriais com atuação específica para cidades metropolitanas, médias cidades amazônicas e cidades com alta vulnerabilidade climática.

Ação do Programa Cidades Verdes Resilientes

O programa conta com a estruturação de abordagens temáticas territoriais prioritárias para articulação nos municípios:

  • Áreas verdes urbanas e cobertura vegetal;
  • Uso e ocupação sustentável do solo;
  • Infraestrutura verde e Soluções Baseadas na Natureza (SbN);
  • Eficiência energética e tecnologias de baixo carbono;
  • Mobilidade sustentável;

Onde, para cada abordagem, serão definidas ações dentro das 5 linhas estratégicas: Articulação Institucional, Orientações Técnicas e Normativas (através da construção participativa de um marco normativo), Capacitação, Educação Urbano-Ambiental e Informação, Fomento de projetos e Financiamentos, no intuito de aprimorar a implementação do programa de forma que aumente o engajamento institucional e promova a participação coletiva.

Participação ativa

A elaboração da versão final do PCVR conta com a participação ativa e direta de representantes federais, municipais e da sociedade civil em oficinas e fóruns temáticos que visam a construção de conhecimento conjunta a partir das linhas estratégicas.

As ações previstas incluem articulação institucional, capacitações, orientações e normativos, captação de recursos e fomento a projetos de intervenções municipais, com foco em temas como qualidade ambiental urbana, resiliência climática, redução de desigualdades socioambientais e prevenção de desastres climáticos. Os recursos para o programa virão de diversas fontes, incluindo internacionais, e do Orçamento Geral da União (OGU), conforme definido pelo plano de ação do Comitê Gestor.

cerimônia dia do meio ambiente
Cerimônia realizada no Palácio do Planalto em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente marcou o lançamento do Decreto que altera o Programa Cidades Verdes Resilientes. A cerimônia aconteceu nesta quarta-feira (5) e contou com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Jader Filho, das Cidades, e Marina Silva, do Meio Ambiente, entre outras autoridades.

Por Ministério das Cidades e Andus

Imagem da capa – Redus

Livro Animais arquitetos, de Juhani Pallasmaa

O ser humano não é o único arquiteto animal. Praticamente em todo o reino animal, pode-se encontrar, em certo grau, hábitos de construção, e as espécies com maior capacidade construtora estão distribuídas em todos os filos, desde os protozoários até os primatas. Assombrado desde criança pelo trabalho arquitetônico de outros animais, Juhani Pallasmaa repassa no livro Animais arquitetos a atividade construtora de inúmeras espécies, com foco nas funções desempenhadas por estas arquiteturas e em seus métodos construtivos.

O texto nos convida a rever o trabalho arquitetônico do ser humano à luz das criações do resto dos seres vivos e a mergulhar na essência de uma atividade animal em que a invenção e o perfeccionismo são regidos pelas mais básicas necessidades vitais.

LIVRO animais_arquitetos

Muitas descobertas sobre as estruturas e funções das construções animais constituem maravilhosos exemplos de causalidade e perfeição. Após milhões de anos de evolução e adaptação, a luta implacável pela sobrevivência fez com que as construções animais correspondessem perfeitamente às condições de vida. De acordo com as rigorosas leis de economia e eficiência que regem essas estruturas, o trabalho e os materiais nelas empregados são reduzidos ao mínimo.”

As construções animais são estruturalmente seguras, e tanto suas formas como o uso dos materiais foram aos poucos sendo otimizados pela lei da seleção natural. A estrutura dos favos verticais das abelhas, por exemplo, é constituída por duas camadas de alvéolos unidas pela parte de trás, nas quais a posição dos compartimentos é deslocada em meio alvéolo, o que dá origem a uma estrutura tridimensional corrugada e continua, formada por unidades piramidais na superfície de união.”

“Nós consideramos as construções animais como curiosidades; os livros infantis costumam representar os animais vivendo em miniaturas de casas humanas, com móveis e objetos em tamanho reduzido. No entanto, até mesmo estudos superficiais revelam complexidades e engenhosidades inusitadas nos padrões de vida de espécies animais inferiores, inclusive. Atualmente, acredita-se que as construções humanas mais antigas tenham cerca de 1,8 milhão de anos (as estimativas variam muito), ao passo que foram encontradas aranhas com órgãos fiadores preservadas em âmbar por 300 milhões de anos.

Essa é uma enorme vantagem evolutiva para a aranha e, de fato, a teia de aranha tem uma resistência à tração significativamente maior que a do aço, nosso material de construção mais resistente. Enquanto escrevia este prefácio, li a notícia de que a Aalto University, em Helsinque, está produzindo seda de aranha sinteticamente com base em sua sequência de DNA (Helsingin Sanomat, 13 fev. 2023).


Esse é um exemplo da verdadeira “arquitetura orgânica”. A combinação da seda de aranha sintética com a celulose produz um material extraordinariamente forte, que não existe na natureza. A fronteira antes clara entre o natural e o artificial está começando a desaparecer, mas essa fronteira já foi atenuada ao longo de toda a história e no mundo todo em muitas culturas indígenas ecologicamente sensíveis, como a dos povos americanos nativos.”

“Essa condição autoproclamada tem sido cada vez mais questionada, entretanto, pelas descobertas científicas das últimas décadas. O próprio Universo está se expandindo a uma velocidade vertiginosa e, hoje em dia, os cosmólogos falam até em Multiverso. O conhecimento humano continua a crescer, mas, ao mesmo tempo, o alcance e a necessidade de conhecimento crescem mais depressa. Um conceituado astrônomo admitiu recentemente que, quando ele iniciou seus estudos na astronomia, estimava-se que quase a metade do Universo fosse conhecida. Hoje, quarenta anos depois, acredita-se que menos de um por cento seja conhecido. À medida que aprendemos mais coisas sobre a vastidão do Universo, nós, seres humanos, vamos encolhendo cada vez mais em nossa importância relativa.”

Juhani Pallasmaa, em Animais arquitetos

Sobre o autor do livro Animais arquitetos:

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Um dos grandes pensadores contemporâneos da arquitetura, o arquiteto finlandês Juhani Pallasmaa (1936) foi diretor do Museu de Arquitetura da Finlândia e lecionou na Universidade Politécnica de Helsinque, além de ter sido professor convidado em escolas de arquitetura por todo o mundo. Autor de livros e artigos – além de uma série de exposições, com a que deu origem a este livro –, com uma visão cultural, filosófica e multidisciplinar, tornou-se autor obrigatório para os interessados na teoria da arquitetura e em temas afins.

Ilustrações: W. F. Keyl e E. Smith
Tradução: Maria Luisa de Abreu Lima Paz

Editora Olhares

Veja também: Livro Paisagismo sustentável para o Brasil

Tendências da arquitetura sustentável para 2024

Conheça as tendências da arquitetura sustentável para os próximos anos que devem traçar o futuro da sustentabilidade na construção.

10 Tendências da arquitetura sustentável:

1- Descarbonização da construção civil

Sem dúvida a descarbonização é uma das grandes tendências da arquitetura sustentável. Descarbonizar significa diminuir a emissão de CO2 de uma atividade até a sua eliminação completa.

Na construção engloba a redução tanto do carbono incorporado (emitido por de cada material e mobiliário ao longo do ciclo de vida de um edifício) como do carbono operacional (referente ao carbono emitido durante a fase de utilização). Nesse sentido o conceito de edifícios de zero energia (NZEBs, sigla em inglês para Net-Zero Energy Buildings) e de zero carbono ganham cada vez mais força.

Considerando que a construção civil é um dos principais responsáveis pelos impactos no meio ambiente e responsável por 30 a 40% das emissões de CO2 no mundo, a descarbonização do setor é essencial para o alcance da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Sendo assim, escutaremos muito este termo nos próximos anos.

2- Uso de biomateriais

Para a redução do carbono incorporado às construções é fundamental pensar em materiais de origens biológicas, como terra, madeira, pedra, palha, bambu, cortiça, cânhamo, algas, entre outros.

Segundo um relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente devemos reduzir a proporção de concreto na construção global à metade entre 2020 e 2060. Além disso, os dois terços do concreto restante deveriam ser “circulares”, ou seja, provenientes da reciclagem, reutilização, ou compostos por cimentos de baixo carbono.

Até meados do século XX, os materiais tinham origem, principalmente, nas fontes renováveis e biológicas. Trata-se de iniciar uma espécie de revolução de volta ao passado no uso de biomateriais aliado à novas tecnologias.

3- Biofilia e biomimética

Voltar a olhar para a natureza também é uma tendência que permanecerá. O Design biofílico propõe esse resgate da natureza para o desenho de forma consciente, incluindo sistemas e processos naturais em edifícios e paisagens construídas. Dessa forma, inconscientemente conectamos o espaço construído com o mundo natural. Nesse conceito também entra a a biomimética, que é a imitação dos processos da natureza e sua aplicação ao design.

Veja aqui alguns exemplos de design biofílico

4- Inteligência Artificial é uma das principais tendências da arquitetura sustentável

Desde o aparecimento e incrível ascenção do ChatGPT , é impossível terminar 2023 sem citar o crescimento explosivo da inteligência artificial. Dessa forma, é inegável que a IA possa desempenhar um papel significativo na promoção da sustentabilidade das construções de várias maneiras. Desde otimizar o planejamento e gerenciamento de projetos, prever falhas, aprimorar a eficiência energética, realizar simulações avançadas do desempenho energético, até melhorar o gerenciamento de obras, entre outras coisas.

O Google, por exemplo lançou dentro do novo conjunto de APIs ambientais do Google Maps, O API Solar, onde é possível mapear o local ideal para a instalação de painéis solares utilizando Inteligência Artificial. E sem dúvida veremos muita novidade nesse sentido para o setor da construção em 2024.

5- Construção industrializada e Pré Fabricada

A construção industrializada e pré-fabricada não apenas acelera os prazos de entrega, mas também pode proporcionar uma alternativa mais sustentável, graças à redução significativa no desperdício de materiais e na emissão de poluentes na obra.

Nesse sentido vale destacar o crescimento do uso de madeira engenheirada (CLT) pelo mundo, o sistema construtivo pré fabricado, tem a vantagem de usar um material biológico, aliado à tecnologia e a industrialização.

Outro sistema industrializado que veremos crescer será a impressão 3D , apesar de o material não ser pré fabricado, e sim construído no local, todo o planejamento e a tecnologia avançada garantem uma construção rápida e sem desperdícios. A tendência é aliar esta inovação à biomateriais, como a terra, por exemplo.

Veja o exemplo de uma casa de terra impressa em 3D que alia tecnologia à bioconstrução

Além disso, a construção off site de casas ou edifícios inteiros fabricados fora e montados rapidamente no canteiro de obras serão cada vez mais frequentes.

6- Reutilizar e reformar (incentivo ao design circular)

A reutilização de materiais e a reforma de edifícios existentes emergem como pilares fundamentais na transição para uma construção mais sustentável e de baixo carbono.

Ao reutilizar materiais, a construção obtém benefícios significativos de uma abordagem mais circular, o que, por sua vez, resulta na minimização da necessidade de extrair novos recursos e na redução de resíduos.

Por outro lado, a reforma de edifícios existentes desempenha um papel crucial na descarbonização do setor. Optar por renovar estruturas já existentes, em vez de demolir e reconstruir, pode ser uma alternativa mais eficiente em termos de economia de energia e recursos. Além disso, a preservação do patrimônio arquitetônico e cultural é incentivada, contribuindo para a sustentabilidade cultural e histórica das comunidades.

7- Saúde e bem-estar das pessoas em foco

O foco não estará só na eficiência energética e redução de emissões, mas também na preocupação com a saúde e o bem-estar dos usuários e trabalhadores. Essa é uma tendência que está crescendo cada vez mais ao longo dos anos e ganhou destaque após a pandemia.

Uma prova disso é a ascensão e o surgimentos de novas certificações nesse sentido, como a WELL e a Fitwel, ambas criadas nos EUA e embasadas em pesquisas no campo da neuroarquitetura. O Brasil também aponta para essa tendência de construção saudável com um selo nacional com conceitos semelhantes, chamado Healthy Building Certificate.

8- O verde seguirá em alta!

Desde a conclusão do famoso Bosque Vertical em Milão há 10 anos, vemos crescer a tendência de integrar vegetação na arquitetura. Jardins verticais, florestas urbanas e telhados verdes estão cada vez mais presentes nas construções. Os benefícios são inúmeros, incluindo a melhor absorção de água da chuva, isolamento térmico, redução do efeito de ilha de calor, aumento da biodiversidade urbana e melhoria da qualidade do ar.

Além disso, atende à necessidade psicológica do ser humano de conexão com a natureza, que dificilmente encontramos nas grandes cidades.

9- Edifícios resilientes

Edifícios resilientes são definidos como estruturas projetadas, construídas e operadas para enfrentar condições climáticas futuras. Recentemente diversos países aderiram à parceria Buildings Breakthrough na COP 28, comprometendo-se com a visão de que edifícios resilientes serão o “novo normal” até 2030.

Além do óbvio de salvar vidas, investir em infraestrutura mais resiliente pode economizar US$ 4,2 trilhões, considerando os danos causados pelas mudanças climáticas, de acordo com o Banco Mundial.

Leia o Guia para construções resilientes ao clima do PNUMA

10 – Novas fonte de geração de energias renováveis in loco

A tendência consiste em conceber edificações que não apenas instalem painéis solares, mas que sejam projetadas pensando na integração de forma harmoniosa de múltiplas modalidades de geração de energia no local.

Além dos populares painéis fotovoltaicos, o uso de persianas solares, telhas solares, turbinas eólicas, biomassa, sistemas de captação de energia cinética, entre outras novas inovações.

O que você acrescentaria nessa lista de tendências da arquitetura sustentável?

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Fontes:

– United Nations Environment Programme, & Yale Center for Ecosystems + Architecture (2023). Building Materials and the Climate: Constructing a New Future. https://wedocs.unep.org/20.500.11822/43293.

Breakthrough Agenda

Guia Prático para Edifícios e Comunidades Resilientes ao Clima

Árvore Pau-Brasil é o elemento central dessa construção comunitária

Construído no vibrante tecido urbano de São Paulo, o projeto dos Studios Pau-Brasil emerge como um exemplar de arquitetura sustentável e comunitária.

O elemento central e inspirador do design é a árvore Pau-Brasil, plantada pelo cliente na infância, agora um símbolo vivo da história e identidade do local. A presença desta árvore não apenas inspirou a configuração arquitetônica do complexo, mas também se tornou um ponto focal em torno do qual a vida comunitária se desenrola.



O complexo foi concebido como um espaço que promove interação comunitária, ao mesmo tempo que respeita e realça seu contexto ambiental. A forma do edifício foi desenvolvida como um invólucro da árvore Pau-Brasil, criando um microcosmo verde no meio da metrópole.

Localizado próximo ao campus principal da Universidade de São Paulo, o complexo é um núcleo para a comunidade acadêmica, oferecendo uma opção residencial que equilibra estudo e interação social.

O layout do complexo se desdobra em três níveis distintos. O térreo abriga garagem e áreas de serviço, enquanto o segundo nível é dedicado a estúdios individuais. O design culmina em um terraço comum, que oferece vistas amplas da cidade, criando uma área de uso coletivo e conexão com o ambiente urbano.

A fachada, uma combinação de blocos de concreto robustos e de baixa manutenção, encapsula os espaços privados, criando um refúgio tranquilo no meio da agitação da cidade.

O exterior contrasta com o pátio interno, construído com tijolos ecológico de solocimento, que é acessado por uma rampa lateral, que serve também como um espaço de circulação para interações entre os residentes.

Materiais em prol da sustentabilidade

Os materiais empregados refletem um compromisso com a sustentabilidade e a eficiência. A maioria dos componentes estruturais foram pré-fabricados, reduzindo o tempo e o impacto ambiental da construção.

Detalhes como painéis de bambu artesanais, cobogós e marcenaria personalizada nas portas e janelas infundem o espaço com técnicas de bioconstrução, enquanto proporcionam privacidade e controle de iluminação natural nos estúdios.

Estas divisórias também facilitam a ventilação cruzada, mantendo um ambiente confortável e arejado. Além disso, o projeto incorpora coletores solares para aquecimento de água, assegurando conforto com eficiência energética. 

Dentro dos estúdios, com aproximadamente 24m² cada, as cozinhas voltadas para o pátio promovem a entrada de luz e ventilação natural.

As portas-janelas, projetadas para abrir de forma flexível, permitem que os residentes modifiquem seu engajamento com o ambiente externo, oferecendo uma transição suave entre os espaços internos e externos.

Os Studios Pau-Brasil representam uma nova forma de viver urbano, com sistemas que são parte integrante da narrativa de sustentabilidade do projeto, ressoando com os valores dos ocupantes, que buscam um equilíbrio entre conforto e responsabilidade ambiental.

Este projeto não é apenas um espaço residencial, mas um manifesto de vida sustentável e comunitária, refletindo as aspirações contemporâneas de uma arquitetura que conecta pessoas, natureza e a cidade.

Ficha técnica Projeto Studios Pau-Brasil:

  • Escritório: Encaixe Soluções Alternativas
  • Ano de conclusão do projeto: 2023
  • Área bruta construída: 325m²
  • Localização do projeto: Butantã – São Paulo
  • Programa: Residencial
  • Arquiteto Líder: Brianna Bussinger
  • Colaboradores: Suzane Cunha, Guilherme Machado Giglio, Rafael Alves
  • Fornecedores: Tijoleco, Tijolaje, Shiguenao Bambu, Marcenaria JF, R7 Vidros, Engemix, Master 2 Projetos, Bloco JEF Comércio, Manufatti, TKK Blocos de Concreto



Texto e imagens enviados pelos arquitetos

Espaço gastronômico sustentável em SC recebe a certificação LEED O+M

A cada dia, a necessidade da mudança de hábitos em prol da sustentabilidade e da redução dos impactos da crise climática se fazem indispensáveis na sociedade. Mas engana-se quem pensa que estas medidas são muito distantes de alguns segmentos ou exclusivas de grandes empresas.



Às vésperas de completar três anos de funcionamento, o PZ Ecomall, primeiro espaço gastronômico sustentável do sul do Brasil, acaba de conquistar a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) na versão 4.1, tornando-se o primeiro mall sustentável com esta certificação O+M – Operação e Manutenção.

Inaugurado em 2020, o PZ Ecomall também foi o primeiro no município a receber o Selo Turismo Qualificado – Sustentabilidade. Com 12 operações gastronômicas e com um público anual de 500 mil pessoas, o espaço aposta também nas medidas sustentáveis no dia a dia para incentivar as melhores práticas e influenciar positivamente o mercado

Localizado em um dos municípios mais conhecidos e disputados do litoral catarinense, Balneário Camboriú, o PZ Ecomall foi pensado não apenas para ser mais uma opção gastronômica na cidade, mas sim construir um legado e influenciar os frequentadores com pequenos hábitos sustentáveis de poder transformador.

O selo internacional LEED para Operação e Manutenção (O+M) é concedido para edifícios já em uso e que buscam o alto desempenho em sustentabilidade.

Algo que o PZ Ecomall adotou desde a inauguração e tem colecionado números inspiradores, que podem ser percebidos pelas mais de 500 mil pessoas que passam, em média, anualmente pelo local.

Estratégias sustentáveis do Espaço gastronômico

Com uma arquitetura bioclimática, o projeto do espaço gastronômico sustentável possibilita uma maior incidência de luz natural, reduzindo assim o consumo de energia elétrica, e perfeitamente integrada com a criação de espaços verdes em meio à cidade, já que foi responsável pelo replantio de mais de 10 árvores no entorno e internamente no espaço.

A adoção da co, da coleta seletiva e o reuso da água da chuva para limpeza e uso na descarga dos banheiros são outras medidas adotadas no espaço gastronômico e que já resultaram na economia de 750 mil litros de água, entre 2021 e 2023; e 60 toneladas de resíduo orgânico foram transformadas em adubo, no mesmo período.



Proibição ao uso de pedra artificial na Austrália em prol da saúde dos trabalhadores

A Austrália surpreendeu o mundo ao tomar uma medida histórica, proibindo a pedra artificial, tornando-se o primeiro país a adotar tal postura. A decisão foi tomada após um alarmante aumento nos casos de doenças entre os trabalhadores que lidam com esse material.

O que é a pedra artificial?

A pedra artificial, conhecida também como pedra sintéticas de quartzo, é um material industrializado considerado uma alternativa à mármores e granitos para bancadas de cozinha e banheiros.

Por quê a proibição?

A proibição é o resultado de uma campanha de anos, conduzida por médicos, sindicatos e trabalhadores envolvidos no seu corte e manuseamento.

Em uma reunião intensa entre ministros federais e estaduais do local de trabalho da Austrália, ocorrida recentemente, ficou acordado que a proibição entrará em vigor em todo o país a partir de 1º de julho de 2024.

O perigo associado à pedra artificial foi destaca-se pelos crescentes casos de silicose, uma doença pulmonar fatal, entre os trabalhadores que manipulam esse material, devido a poeira produzida durante o polimento, lixamento e moagem.

Apelidado de ‘o amianto da década de 2020’, esse produto perigoso agora será banido de todos os locais de trabalho na Austrália, conforme afirmou a ministra de relações industriais de Queensland, Grace Grace, em um comunicado apaixonado após a reunião.

Leia também: O uso do amianto está proibido em todo Brasil desde 2017

O governo federal também sinalizou uma proibição alfandegária à pedra artificial, proibindo efetivamente a importação do produto.

Esta proibição crucial vem como resposta a um relatório que não encontrou nenhum nível seguro de sílica na pedra artificial. A silicose, causada pela inalação de partículas de sílica, é uma condição devastadora que afeta a qualidade de vida, manifestando-se em sintomas como falta de ar, tosse e fraqueza.

Embora a sílica também seja encontrada em pedras naturais, como mármore e granito, ela está em quantidades menores do que em pedras artificiais feitas com quartzo, que podem conter até 97% de sílica, de acordo com o Safe Work Australia.

A decisão de proibir totalmente a pedra artificial reflete a urgência de proteger os trabalhadores de futuras gerações contra os riscos associados a esse material. Empresas como Caesarstone, embora discordem da decisão, estão comprometidas em fornecer alternativas seguras aos consumidores australianos.

Essa ação ressoa como um passo significativo na busca pela segurança e bem-estar dos trabalhadores, reforçando o compromisso da Austrália em priorizar a saúde de sua força de trabalho.

Os detalhes finais da proibição serão delineados em uma próxima reunião em março de 2024, sinalizando um comprometimento contínuo com a segurança e o cuidado com aqueles que constroem o futuro do país.”

Os ministros irão considerar numa outra reunião em março de 2024 se será necessário haver um período de transição para pedras artificiais encomendadas antes de quarta-feira. Mas, entretanto, instaram as empresas e os consumidores a não celebrarem quaisquer novos contratos.

Quem tem a pedra artificial em casa precisa se preocupar?

Não existe nenhum estudo que as pedras artificiais causem danos à saúdes, quando já instaladas. O perigo detectado é na manipulação constante do material. Sugere-se muito cuidado na hora de removê-las ou reformá-las.

Mais informações neste link

Buildings Breakthrough na COP 28 -Compromisso para edifícios resilientes

Mais de duas dezenas de países aderiram à parceria Buildings Breakthrough lançada dia 06 de dezembro na COP 28, comprometendo-se com a visão de que edifícios resilientes com emissões zero serão o “novo normal” até 2030.

O setor da construção é uma parte importante das negociações internacionais na COP 28, devido ao seu grande impacto ambiental.

Num evento de lançamento realizado no Dubai, os líderes globais afirmam que a campanha, liderada pela França e Marrocos, destacou com crescente atenção que o sector da construção deverá receber as conversações internacionais na cimeira climática COP 28.

“O objetivo é realmente simples: emissões líquidas zero e edifícios resilientes até 2030”, disse Inger Andersen, subsecretário-geral das Nações Unidas e diretor executivo do Programa Ambiental das Nações Unidas, que coordena o programa. “Temos códigos de incêndio em todos os países sobre a forma como construímos os nossos edifícios. Por que, ah, por que não temos códigos de eficiência e zero líquido?”

Na sua essência, o Buildings Breakthrough é um compromisso entre países para estabelecer zero emissões líquidas e metas de resiliência para edifícios, ao mesmo tempo que tomam medidas concretas para atingir as metas.

A iniciativa abre tanto novas construções quanto grandes projetos de reforma. Define edifícios com emissões quase nulas como altamente eficientes em termos energéticos e com baixas emissões de carbono quando contabilizados nas emissões do ciclo de vida completo, incluindo materiais de construção.

Edifícios resilientes são definidos como estruturas projetadas, construídas e operadas para enfrentar condições climáticas futuras.

Entre as iniciativas para apoiar o Buildings Breakthrough está o programa Building Capacity for Sustainable and Resilient Buildings da ICC, que apela aos signatários do governo para que se comprometam a adotar códigos de energia de construção que estejam alinhados com as metas climáticas globais e novos edifícios com emissões zero até 2030.

Os 27 países que se comprometeram com o Buildings Breakthrough são: Arménia, Áustria, Canadá, China, Costa do Marfim, Egipto, Etiópia, Finlândia, França, Alemanha, Guiné-Bissau, Japão, Jordânia, Quénia, Libéria, Mauritânia, Mongólia, Marrocos, Países Baixos, Noruega, Senegal, Suécia, Tunísia, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos da América e Zâmbia.

Juntas, estas nações representam cerca de 34 por cento da população mundial, são responsáveis ​​por cerca de 51 por cento das emissões globais de gases com efeito de estufa e contribuem para aproximadamente 64 por cento do produto interno bruto global. Além disso, a Comissão Europeia e 18 iniciativas internacionais anunciaram o seu apoio.

A nova iniciativa visa reforçar a colaboração internacional para descarbonizar o setor da construção e tornar as tecnologias limpas e as soluções sustentáveis ​​a opção mais económica, acessível e atraente em todas as regiões até 2030.

Encontro – Jardins de chuva nas cidades: teoria e visita técnica

Uma imersão sobre a implantação de jardins de chuva nas cidades brasileiras em programas que integram drenagem e planejamento urbano, vai acontecer em um encontro com grandes especialistas.

O evento contará uma mesa redonda no dia 01/12, gratuita e aberta ao público. E em março acontecerá um workshop com técnicos e projetistas e visitas técnicas guiadas a três jardins de chuva da cidade.

Leia também: Programa Gentileza Urbana troca o cinza pelo verde em Sampa

No primeiro dia (01/12) a mesa redonda ampliará o diálogo sobre a implantação de jardins de chuva nas cidades brasileiras. Os palestrantes compartilharão suas experiências e irão convidar o público a fazer uma reflexão de como podemos integrar drenagem ao planejamento urbano de nossas cidades.

Essa noite também contará com o lançamento do “Guia Prático de Jardins de Chuva nas Cidades”, uma produção da S.O.S Mata Atlântica e Instituto Nova Água.

Em março, será realizado um workshop na parte da manhã onde os participantes irão se aprofundar na teoria e prática de como projetar um jardim de chuva, com o apoio de profissionais com experiências diversas, e que apoiarão a assimilação do conteúdo com uma dinâmica em grupo para aplicar o conhecimento adquirido durante o curso.

No período da tarde o workshop terá continuidade por uma visita técnica guiada à 3 jardins de chuva implantados na cidade, acompanhado pelos projetistas e responsáveis pela implantação dos jardins.

Para participar do Workshop e visita técnica no dia é necessário fazer a inscrição do curso. Lembrando que o traslado da visita técnica está incluso ao custo do ingresso.

LINK PARA INSCRIÇÕES : https://www.sympla.com.br/jardins-de-chuva-nas-cidades-teoria-visita-e-reflexoes__2245354

jardins de chuva nas cidades ATUALIZAÇÃO

O evento será presencial, oferecido em português, e contará com a participação online de palestrantes internacionais.

Data: 01 de dezembro de 2023 e 24 de Março de 2024

Local: Escola da Cidade – Rua General Jardim, 65 – Vila Buarque – São Paulo

Confira a programação a seguir:

DIA 01/12/2023 – MESA REDONDA E LANÇAMENTO – Evento aberto ao público

18:00 – 18:10 – Boas-vindas com Thais Pimenta (mediadora) – Arquiteta Paisagista e Urbanista, Fluxus Design Ecológico

Bloco 1: Apresentações

18:10 – 18:30 – Lançamento: Guia Prático de Jardins de Chuva nas Cidades – César Pegoraro (SOS Mata Atlântica).

18:30 – 18:50 – Isaac Henriques de Medeiros – Diretor de Análise de Licenciamentos Urbanísticos Especiais Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

18:50 – 19:10 – Lígia Pinheiro – Diretora de Estudos Ambientais e Planejamento Territorial SVMA Prefeitura Municipal de São Paulo.

19:10 – 19:30 – Luiz Fernando Orsini Yazaki – Consultor Ministério das Cidades.

Bloco 2: Mesa redonda – “Jardins de chuva nas cidades brasileiras – de experiências locais à planos integrados”.

19:30 – 20:15 – Mesa redonda com palestrantes e participantes

20:15 – 20:30 – Encerramento

DIA 24/03/2024 – WORKSHOP E VISITA TÉCNICA – Participação mediante inscrição, com custo de transporte da visita técnica já incluso

09:00 – 09:15 – Boas-vindas – Thais Pimenta – Arquiteta Paisagista e Urbanista, Fluxus Design Ecológico

09:15 – 09:45 – Guilherme Castagna – Diretor Executivo, Fluxus Design Ecológico (Brasil/Portugal)

09:45 – 10:15 – Cintia Dotto – Líder em Manejo Integrado das Águas, Prefeitura de Melbourne (Austrália)

10:15 – 10:45 – Fernando Sassioto – Arquiteto e Urbanista, Fluxus / OS3 Arquitetura – Nik Sabey – Ambientalista, Novas Árvores

10:45 – 11:00 – Coffee Break

11:00 – 11:45 – Dinâmica prática em grupo

11:45 – 12:15 – Encerramento com apresentações dos grupos

12:15 – 13:45 – Almoço

13:45 – 17:00 – Visita técnica de 3 jardins de chuva com a condução dos projetistas responsáveis, Fernando Sassioto e Nik Sabey, e suporte de Thais Pimenta.

17:00 – Happy hour (Local a decidir)

Esse evento é uma produção da Fluxus Design Ecológico em parceira com OS3 Arquitetura, Novas Árvores por aí, Plataforma Arquitetura e Biosfera da Escola da Cidade e SOS Mata Atlântica.

Crédito: Fluxus Design Ecológico

Bio-Block : Tijolos inovadores com base em algas

Introduzindo uma abordagem inovadora na construção sustentável, o estúdio de arquitetura SOM apresenta os revolucionários Bio-Block ™. Assim enfatizando o seu empenho em transformar a indústria da construção em uma força positiva contra as mudanças climáticas.

Em parceria com a Prometheus Materials, uma startup originada da Universidade do Colorado Boulder, desenvolveram os tijolos, que podem ser uma alternativa eco-friendly aos tradicionais blocos de cimento.

Instalação tradicional de tijolos
Dave Burk © SOM

O que é o Bio-Block™?

O Bio-Block™ é um bioconcreto, um material biológico inovador desenvolvidos com base em microalgas.

Incorporando mecanismos naturais, como a fotossíntese e a mineralização de carbonatos, para absorver e armazenar CO2 durante seu crescimento e cura.

Esses tijolos não apenas oferecem maior resistência do que o cimento convencional, mas também contribuem para uma arquitetura de carbono negativo.

Urban Sequoia: Transformando Edifícios em “Árvores” de Carbono

Aplicando essa abordagem ao conceito Urban Sequoia do SOM, onde os edifícios mimetizam árvores em um ciclo de carbono ao longo de suas vidas, o Bio-Block™ captura CO2, purifica o ar e regenera o meio ambiente.

Logo o carbono capturado pode ser utilizado em diversas indústrias, formando a base de uma nova economia de eliminação de carbono.

Segundo os arquitetos, este procedimento, em processo de patente, tem o potencial de reduzir as emissões globais de carbono em uns impressionantes 8%, se for aplicado em grande escala

Explorando o Futuro: Bio-Block Spiral na Bienal de Arquitetura de Chicago

Bio-Block tijolo feito de algas
Dave Burk © SOM

Esses blocos, criados com métodos patenteados de produção, estão em exibição na quinta edição da Bienal de Arquitetura de Chicago. Onde proporciona uma experiência sensorial aos visitantes, permitindo que observem e toquem os Bio-Blocks.

Importante ressaltar que a instalação foi montada utilizando técnicas convencionais de alvenaria, comprovando ainda mais a viabilidade do material na construção.

Ao apresentar essa inovação na , o SOM destaca não apenas as características únicas do material, mas também seu compromisso em moldar o futuro da construção sustentável.

destaca sua adaptabilidade estrutural e potencial para uma indústria de construção carbono neutra.

Em conclusão, Yasemin Kologlu, diretor de design da SOM, destaca a importância de explorar as fortalezas e qualidades únicas desse novo material para uma abordagem mais consciente e sustentável na arquitetura moderna.

Curitiba ganha o título de Cidade Mais Inteligente do Mundo 2023

O título de Cidade Mais Inteligente do Mundo de 2023, concedido pela Fira Barcelona, durante o Smart City World Expo Congress, que ocorre na Espanha foi concedido a Curitiba, nesta quarta-feira (8/11).

As inovações que garantiram à capital paranaense o reconhecimento internacional como smart city fazem parte do dia a dia da população, com a Prefeitura incentivando o desenvolvimento socioeconômico da cidade com políticas públicas e programas em todos os setores que promovem a melhora da qualidade de vida dos curitibanos.


Curitiba é, historicamente, referência em inovação e, a partir de 2017, com a criação do Vale do Pinhão, estendemos o pensamento inovador para a transformação tecnológica dos serviços públicos e nos tornarmos também referência em cidade inteligente. Para nós, o fomento à sustentabilidade, ao empreendedorismo e ao bem-estar é prioridade dentro de um processo social”, destaca o prefeito Rafael Greca.

Conheça as iniciativas que garantiram a Curitiba o título de Cidade Mais Inteligente do Mundo de 2023


Vale do Pinhão

Criado em 2017 pelo prefeito Rafael Greca, o Vale do Pinhão é o movimento que integrou o ecossistema de inovação curitibano. Entre as ações da Prefeitura e da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação no Vale do Pinhão estão:

  • O programa Cidade das Startups contribui para o desenvolvimento de suas 604 startups, sendo três delas (Ebanx, Olist e MadeiraMadeira) unicórnios, companhias com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão.
  • Entre os incentivos ao empreendedorismo, estão as capacitações constantes e gratuitas oferecidas pelos programas Bom Negócio e Curitiba Empreendedora e Empreendedora Curitibana.
  • Os nove Espaços Empreendedor realizam 991 atendimentos diários aos 210 mil Microempreendedores Individuais (MEIs) formalizados de Curitiba.
  • Os programas 1º Empregotech e o Empregotech 40+ oferecem formação para o mercado de trabalho em Tecnologia da Informação (TI).


Pirâmide Solar

A Pirâmide Solar de Curitiba é a primeira usina fotovoltaica instalada sobre um aterro desativado da América Latina. Em seis meses de operação, a Pirâmide Solar de Curitiba, no bairro Caximba, gerou 2.048,985 MWh (megawatts/hora), resultando em uma economia de R$1,17 milhão aos cofres públicos municipais.

Revolução Digital

Promovendo a inclusão digital dos curitibanos, o Wi-fi Curitiba oferece internet pública gratuita em 310 pontos da cidade. Também fazem parte dos recursos digitais em favor do cidadão:

  • Com o e-Cidadão, base de dados da Prefeitura que, o curitibano tem acesso a 36 aplicações para solicitar serviços digitais da Prefeitura de Curitiba, de forma segura e simples;
  • Pelo novo site da Prefeitura, o cidadão pode fazer emissão de notas fiscais; consulta e emissão de boletos do IPTU e Dívida Ativa, entre outros;
  • Pela Agenda Online é outra ferramenta que facilita a vida do curitibano, em que é possível ter hora marcada para serviços presenciais de diversos serviços municipais.


Cidade na palma da mão

Também foram lançados pela Prefeitura, a partir de 2017, aplicativos que vêm levando serviços e informações do município para a palma da mão dos curitibanos, como Saúde Já, Curitiba App, 156 e Nota Curitibana.

No trânsito, o EstaR agora é eletrônico, com a compra de crédito por aplicativo.

Uma nova empresa em 2 horas

Curitiba reduziu, nos últimos anos, o tempo de abertura de uma nova empresa para, em média, duas horas, resultado da integração digital de serviços. Veja outras ações inovadoras que facilitam a vida de quem empreende:

  • Curitiba foi a primeira cidade do país a oferecer um coworking público, com as três unidades do Worktiba, que já abrigou 266 empresas em estágio inicial.
  • A Prefeitura ampliou para 606 atividades inclusas na Lei de Liberdade Econômica, que têm dispensa de alvarás;
  • A retomada do Tecnoparque reduz o repasse do ISS (Imposto Sobre Serviço) de 5% para 2% para empresas de base tecnológica instaladas em Curitiba para realizarem projetos de inovação;
  • O Fundo de Aval Garantidor de Curitiba já alavancou R$ 20,2 milhões em empréstimos;
  • O Invest Curitiba abre portas de oportunidades de investimentos nacionais e internacionais a empresas curitibanas.


Gestão moderna e participativa

Com a inédita Parceria Público-Privada (PPP) para a modernização da iluminação pública, Curitiba inovou com a adoção de um novo modelo de gestão que vai renovar os 160 mil pontos de iluminação da cidade.

A cidade também inovou com a criação do Programa Fala Curitiba, que integra a população nas decisões do que é prioridade dos investimentos municipais. O cidadão participa via internet, nas reuniões nos bairros ou nos pontos móveis.

Pioneirismo no 5G

Curitiba é a cidade com maior uso do 5G no país e uma das primeiras capitais do país a receber, em 2022, o sinal da nova tecnologia de transmissão de dados via internet.

Isso porque Curitiba se antecipou em modernizar as leis que regulamentam a instalação de antenas de telefonia celular na cidade, ainda em 2019.

Bairro Novo da Caximba

O projeto do Bairro Novo da Caximba, que está trocando palafitas irregulares por um bairro inteligente para 1.693 famílias em uma Área de Preservação Ambiental, é um dos exemplos do comprometimento da Prefeitura em projetos que visam a recuperação do ambiente urbano, a redução de emissões de gases e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Cidade Educadora

Desde 2017, a Prefeitura está expandindo o acesso ao ensino em tempo integral. Atualmente, são 153 unidades de ensino com essa opção, chegando a 100% das unidades até o final. A cidade também é parte do grupo das Cidades Educadoras.

A Educação também inova no cadastro online para o ingresso de novas crianças na rede municipal de ensino.

Eletromobilidade

O transporte público de Curitiba está na fase dos testes dos ônibus elétricos, que vão operar a partir de 2024. A cidade já tem eletromobilidade na frota da Guarda Municipal e em táxis.

A cidade oferta o uso de 500 bicicletas compartilhadas, mecânicas e elétricas, é ativado a partir de aplicativo;

O Projeto Inter 2 aponta para a evolução do transporte público de Curitiba ao requalificar mais de 38 km de percurso do Inter 2 e do Interbairros II, com impacto em 28 bairros da capital com obras de infraestrutura viária e as novas estações, os prismas solares, serão polos inteligentes e de integração do sistema de transporte multimodal de Curitiba (ônibus, bicicleta, patinetes, táxis, transporte por aplicativo).

Com o programa Caminhar Melhor, projeto de requalificação de calçadas, a Prefeitura reafirma a prioridade dada ao pedestre. 100 km de calçadas acessíveis, além de investimento em 400 km em estrutura cicloviária.

Cultura maker

Nos últimos seis anos, a Prefeitura criou e multiplicou locais que incentivam o pensamento inovador e a cultura maker (do “faça você mesmo”).

  • O Fab Lab do Cajuru é o espaço maker aberto à população para o desenvolvimento de projetos criativos e que já colaborou em 224 projetos.
  • Curitiba tem outras 33 oficinas de criatividade abertas a estudantes, profissionais da rede municipal de ensino e à comunidade para projetos “mãos na massa”, nos 32 Faróis do Saber e Inovação Laboratório Pedagógico de Inovação.
  • Os curitibinhas dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), contam com os Faróis Móveis, oficinas maker em um carrinho em forma de farol.


Alimentação saudável e para todos

Desde 2017 Curitiba se destaca por seu compromisso com a segurança alimentar:

  • São 35 unidades de Armazéns da Família, que beneficiam 360 mil famílias com a comercialização de alimentos em média 30% mais baratos;
  • 11 Sacolões da Família, com frutas, verduras e legumes com preço de referência a R$ 3,69 o quilo.
  • 5 Restaurantes Populares, que oferecem 4,7 mil refeições diárias a R$3.
  • A Fazenda Urbana do Cajuru é exemplo de cultivo e uso integral dos alimentos, desde o plantio à compostagem. No ano que vem será inaugurada a Fazenda Urbana da CIC.
  • 150 hortas urbanas, locais em que 17,9 mil pessoas cultivam 1.576 toneladas/ano de alimentos frescos e sem agrotóxicos.
  • 5 unidades do programa Mesa Solidária que servem 1,1 mil refeições diárias gratuitas para pessoas em situação de vulnerabilidade.
  • 1 mil toneladas de produtos arrecadados pelo Banco de Alimentos de Curitiba em 3 anos, repassados a 70 instituições.


Referência em Smart City

Desde 2018, Curitiba é palco da versão brasileira Smart City Expo, maior evento mundial sobre cidades inteligentes. Em sua quarta edição, em março deste ano, contou com 15 mil participantes. A próxima edição do Smart City Expo Curitiba será entre 20 e 22 de março de 2024.

Saúde 4.1

Curitiba, primeira capital do Brasil a oferecer videoconsulta para a covid-19, já havia sido pioneira ao ser a primeira do país a ter prontuário eletrônico integrado, nos anos 1990.

Hoje o SUS Curitibano é vanguarda em serviços que usam a tecnologia em favor do indivíduo, dentro do modelo da Saúde 4.1, como o Aplicativo Saúde Já e a Central Saúde Já, em que o usuário faz teleatendimento ou videochamada, sem sair de casa.

Capital da sustentabilidade

No cuidado ao meio ambiente, Curitiba segue também tem ações pioneiras e modelares como:

  • O Curitiba Mais Energia populariza o uso de energia renovável com Pirâmide Solar, a instalação dos painéis fotovoltaicos em diversos pontos da cidade e a miniusina hidrelétrica CGH Nicolau Kluppel.
  • Os programas 100 mil árvores e o Amigo dos Rios contribuem para tornar a capital uma cidade neutra em emissões até 2050.
  • Os 90 pontos dos Jardins de Mel incentivam a preservação das abelhas nativas sem ferrão, responsáveis por 90% da polinização
  • A Família Folhas é um dos projetos de Educação Ambiental para a população, que também conta com ações pioneiras de coleta consciente, Lixo que Não é Lixo, Câmbio Verde e Ecocidadão, e 103 pontos de troca do Câmbio Verde beneficiam 5 mil pessoas com 55 toneladas/mês de hortifrútis trocados por material reciclável.

Urbanismo Digital

Hoje, quase 100% dos serviços do Urbanismo em Curitiba são online, como solicitação de alvarás, certidões e licenças para obras e reformas, potencial construtivo, instalação de publicidades, correção e atualização de dados cadastrais; licenças para food truck.

Criada com a mesma tecnologia da Nasa, a plataforma GeoCuritiba agrega aplicativos, painéis, mapas e dados geográficos utilizados na gestão territorial da cidade.

Curitiba está desenvolvendo o Hipervisor, plataforma que vai atuar como “cérebro inteligente da cidade” e vai permitir a convergência de dados para monitoramento, análise e prevenção de ocorrências de diferentes áreas na cidade.

Muralha Digital

Na área de segurança, a Muralha Digital, programa da Prefeitura é destaque em inovação, ao aliar alia policiamento e tecnologia da informação com a Central de Controle Operacional (CCO) conectada a cerca de 1,9 mil câmeras instaladas em locais estratégicos com fluxo de pessoas, que já reduziram em 40% a criminalidade onde estão dispostas.

Cultura e esporte

O Portal curitiba em Movimento simplificou a matrícula em atividades físicas, de esporte e esporte e lazer ofertadas pelo município.

Na Cultura, a capital paranaense foi a primeira a lançar os editais da Lei Paulo Gustavo, com R$14,7 milhões em recursos.

Destino Turístico Inteligente (DTI)

A cidade se destaca como Destino Turístico Inteligente (DTI) e com uma ação inovadora da Prefeitura, Curitiba passou a receber os principais shows internacionais, como Coldplay, Metallica, Paul McCartney. Em 2017, por determinação do prefeito Greca, o Imposto Sobre Serviços (ISS) foi reduzido para eventos, consolidando a cidade na rota de grandes apresentações artísticas.

Já conhece a Cidade Mais Inteligente do Mundo? Vale a visita 😉

Fonte: Prefeitura de Curitiba

Tudo sobre jardim vertical natural

Jardins verticais naturais estão se tornando uma tendência cada vez mais popular para quem busca uma maneira inovadora e atraente de trazer a natureza para dentro de casa ou transformar espaços externos.

À medida que mais pessoas se voltam para essa abordagem criativa de jardinagem, surge a pergunta fundamental: por que escolher um jardim vertical natural em vez de alternativas artificiais? Como fazer esse jardim? E cuidar?

Neste artigo, exploraremos os muitos benefícios desses jardins vivos, desde o design até a seleção das plantas ideais, passando pelos materiais e estruturas mais adequados.

Além disso, forneceremos um guia prático com cinco passos para criar o seu próprio jardim vertical natural.

Venha saber mais!

Design Inteligente para um Jardim Vertical Natural

Como fazer um jardim vertical - passo a passo

O design de um jardim vertical natural é um fator crucial para o sucesso desse projeto. Começa pela escolha estratégica do local e da estrutura de suporte, considerando a quantidade de luz solar disponível e o espaço disponível.

Essa abordagem garante que as plantas recebam a luz e a água necessárias para prosperar.

Além disso, a seleção das plantas desempenha um papel significativo no design inteligente de um jardim vertical. É essencial escolher espécies que se adaptem às condições verticais, incluindo umidade e temperatura.

Ao combinar plantas com diferentes texturas, cores e tamanhos, é possível criar um visual visualmente atrativo. 

O arranjo das plantas no suporte vertical deve ser pensado para aproveitar ao máximo o espaço e criar uma composição harmoniosa.

Em resumo, um design bem planejado para um jardim vertical natural leva em conta todos esses aspectos, resultando em um espaço verde atraente, funcional e saudável para as plantas.

Materiais e Estruturas: Escolhendo o Suporte Perfeito

Montar um jardim vertical bem-sucedido requer a escolha cuidadosa das plantas e estruturas que serão utilizados.

Neste guia com cinco etapas de dicas importantíssimas, você aprenderá como selecionar o suporte ideal para o seu jardim vertical na montagem e continuação:

Passo 1: Avalie o Espaço e as Necessidades das Plantas

Antes de escolher qualquer material ou estrutura, avalie o espaço disponível para o seu jardim vertical e as necessidades específicas das plantas que você pretende cultivar.

Considere fatores como a quantidade de luz, espaço vertical, uso de ar condicionado e a quantidade de água necessária. Assim como, a viabilidade da fixação na parede.

Passo 2: Escolha o Tipo de Estrutura

Existem diversas opções de estruturas para jardins verticais, como treliças, painéis de grade, prateleiras, bolsas verticais, vasos suspensos e até hidroponia. No entanto, uma das melhores opções é a do esquema acima feita com feltros, desenvolvido pelo famoso botânico Patrick Blanc.

Evite usar materiais sintéticos como plástico, mesmo que sejam reciclados.

Avalie a durabilidade, resistência às intempéries e o peso dos materiais, levando em conta o ambiente onde o jardim vertical será montado.

Passo 3: Preparação e Instalação

É fundamental fazer uma análise na carga da parede que será implementada o jardim.

Após isso, prepare a estrutura de acordo com as especificações do fabricante, ou veja esse passo a passo para fazer você mesmo. Mas sempre certifique-se de que esteja devidamente segura.

Passo 4: Plantio

Após a instalação da estrutura, escolha um bom substrato e plante suas plantas cuidadosamente. Logo regue-as conforme as necessidades individuais de cada espécie.

Passo 4: Manutenção do jardim vertical natural

Mantenha uma rotina de manutenção adequada, incluindo poda, fertilização e monitoramento de pragas. Esses cuidados também podem ser automatizados.

Seguindo esses cinco passos, você estará bem encaminhado para escolher e montar um jardim vertical que seja tanto funcional quanto esteticamente agradável. Mas o ideal é sempre contar com o apoio de um paisagista especializado.

Quais são as plantas que se adaptam melhor a esse tipo de jardim vertical natural? 

A escolha da espécie é fundamental para o sucesso do jardim, importante saber que não há fórmula pronta, tudo depende das condições do local, da parede e da estrutura escolhida.

No entanto, algumas observações são importantes:

  • Especifique plantas com folhagem perenes e de rápido recobrimento.
  • Na parte debaixo do jardim coloque plantas de sombra, mesmo que esteja posicionado em uma parede com muita luz natural, as plantas de cima farão sombra nas debaixo
  • Dê preferência a plantas nativas ou adaptadas a sua região. Citamos 3 famílias de plantas indicadas pelo paisagista Ricardo Cardim, no seu livro Paisagismo Sustentável para o Brasil.

1- Araceae

plantas para jardim vertical natural filodendros
Filodendros da família Araceae – Ideal para ambientes com luz difusa – Cuidado com crianças e animais

2-  Bromeliaceaea:

planta para jardins verticais bromelias
Bromélias da família Bromeliaceaea – Ideal para ambientes com luz natural abundante

3- Iridaceaea: 

plantas familia Iridaceaea

Cuidando do Seu Jardim Vertical Natural

Cuidar do seu jardim vertical natural é essencial para manter suas plantas saudáveis e vibrantes. Aqui estão quatro dicas imprescindíveis de cuidados:

Rega Adequada:

A rega é crucial para o sucesso do seu jardim vertical. Monitore as necessidades hídricas das suas plantas e regue conforme o necessário. Certifique-se de que o solo não fique encharcado, mas também evite que ele seque completamente.

Fertilização Regular:

Forneça nutrientes essenciais às suas plantas por meio da fertilização regular. Utilize um fertilizante equilibrado ou específico para o tipo de plantas que você está cultivando. Siga as instruções de dosagem e frequência recomendadas.

Poda e Manutenção:

Faça a poda regularmente para remover folhas mortas, galhos danificados ou qualquer crescimento indesejado. Isso promove o crescimento saudável e a estética do seu jardim vertical.

Fique atento a sinais de pragas e doenças e tome medidas imediatas, se necessário.

Monitoramento das Condições:

Esteja atento às condições ambientais, como a exposição à luz solar e a umidade. Ajuste a localização das plantas conforme as necessidades individuais de cada espécie.

Considere automatizar esses cuidados.

O Impacto do Jardim Vertical Natural: Benefícios Ambientais e Estéticos

Então, por que escolher um jardim vertical natural em vez de alternativas artificiais?

Apesar dos jardins de plantas preservadas ou artificiais também serem esteticamente agradáveis, e terem uma manutenção mais fácil, as plantas naturais desempenham um papel vital na melhoria da qualidade de vida e do conforto técnico, entre outras vantagens.

A estética cria ambientes mais agradáveis e relaxantes, de acordo com o design biofílico, contribuindo para a redução do estresse e promovendo uma sensação de conexão com a natureza em meio a ambientes urbanos muitas vezes impessoais.

Mas além disso, a capacidade das plantas naturais de filtrar poluentes atmosféricos e liberar oxigênio beneficia não apenas o bem-estar das pessoas, mas também a saúde do planeta.

Do ponto de vista ambiental, os jardins verticais naturais têm um impacto positivo significativo. Eles atuam como “pulmões verdes” em áreas urbanas onde não é mais possível fazer jardins permeáveis, ajudando a purificar o ar ao absorver poluentes e, ao mesmo tempo, reduzem o efeito ilha de calor ao moderar as temperaturas. E ainda aumentam a biodiversidade.

Essa combinação de benefícios estéticos e ambientais torna os jardins verticais naturais uma escolha valiosa para espaços urbanos sustentáveis e saudáveis.

Por fim, os jardins verticais naturais não apenas embelezam nossas paisagens urbanas e interiores, mas também oferecem uma gama impressionante de benefícios ambientais, para a saúde e estéticos.

Eles proporcionam ambientes mais agradáveis, reduzem o estresse e promovem uma conexão renovada com a natureza em meio a ambientes urbanos frequentemente agitados.

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Edifício ecológico

Nos últimos anos, a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade tem se tornado uma prioridade global. Um campo em rápido crescimento nesse contexto é o da construção ecológica, que visa criar edifícios que não apenas atendam às necessidades humanas, mas também minimizem seu impacto negativo no planeta. 

Os edifícios ecológicos são projetados com um foco na eficiência energética, na redução do impacto ambiental, na qualidade do ar interno, na gestão sustentável da água, entre outras coisas. Além disso, eles frequentemente buscam certificações ecológicas reconhecidas para validar seu compromisso com a sustentabilidade.

Neste artigo, exploraremos os principais aspectos dos edifícios ecológicos, destacando os benefícios que eles oferecem para o meio ambiente, para os habitantes e até mesmo para o bolso dos proprietários. 

Vamos lá!

Eficiência Energética no Edifício

A eficiência energética em edifícios ecológicos é alcançada através de um projeto bioclimático e na implementação de tecnologias de economia de energia, como sistemas de iluminação LED, isolamento térmico avançado e janelas eficientes em termos energéticos. 

Dicas de eficiência energética:

  • Iluminação LED.
  • Isolamento Térmico Avançado.
  • Sistemas de aquecimento e resfriamento eficientes
  • Janelas de Alto Desempenho Energético.
  • Sensores de Presença para Controle de Iluminação.

O uso de energias renováveis, como painéis solares e turbinas eólicas, também desempenha um papel importante na redução do impacto ambiental. Isso não apenas beneficia o meio ambiente, mas também resulta em economias significativas nas contas de energia.

Ecológico: Impacto Ambiental Reduzido

Edifícios ecológicos priorizam o uso de materiais de construção sustentáveis, como madeira certificada pelo FSC e concreto com baixo teor de carbono. Mais ainda, com as inovações interligadas ao avanço das tecnologias, geraram muitas possibilidades.

Práticas de construção que minimizem os resíduos, como a reciclagem do lixo do prédio, jardim verticais, tetos verdes, contribuem para a redução do impacto ambiental. A conservação da biodiversidade no local é alcançada por meio do planejamento paisagístico e da criação de áreas verdes

Qualidade do Ar Interno

Para melhorar a qualidade do ar interno, edifícios ecológicos incorporam sistemas de ventilação e filtragem avançados, como o uso de materiais de baixa emissão, como tintas sem VOC (Compostos Orgânicos Voláteis), janelas planejadas, contribuem para um ambiente mais saudável. 

Dicas para melhorar o ar em um edifício ecológico:

  1. Aproveite a ventilação natural
  2. Escolha materiais de baixa emissão.
  3. Integre plantas de interior.
  4. Evite produtos químicos agressivos.
  5. Monitore regularmente a qualidade do ar.

A qualidade do ar interno em edifícios ecológicos pode levar a uma redução nas doenças respiratórias e alergias entre os ocupantes (Fonte: Environmental Protection Agency – “Indoor Air Quality in Green Buildings”), entre outras condições como calor, mau cheiro… 

Consumo de água Sustentável

Nós da Sustentarqui acreditamos que uma gestão sustentável da água em edifícios ecológicos inclui o reuso da água, o uso eficiente da água por meio de dispositivos de baixo fluxo e a instalação de sistemas de captação de água da chuva. Essas medidas não apenas reduzem o consumo de água potável, mas também aliviam a pressão sobre os recursos hídricos locais.

Por fim, os edifícios ecológicos não são apenas uma tendência, mas uma necessidade crescente em nossa sociedade. Com foco na eficiência energética, na gestão responsável da água, na qualidade do ar interno e no uso de materiais sustentáveis, eles oferecem uma abordagem holística para a construção, criando espaços melhores para viver e trabalhar, ao mesmo tempo em que protegem nosso planeta.

O futuro da construção ecológica parece promissor, com contínuas inovações e um compromisso cada vez maior com a sustentabilidade. À medida que abraçamos essa mudança, podemos esperar um ambiente construído mais saudável e mais ecológico para as gerações futuras.

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API Solar – ferramenta do Google para mapear o potencial da energia solar em edifícios

Em 2015 o Google lançou o Projeto Sunroof, com o objetivo de incentivar o uso da energia solar. Recentemente, com a mesma finalidade, desenvolveram um nova ferramenta – a Google API Solar.

Um serviço, dentro do novo conjunto de APIs ambientais do Google Maps, onde é possível mapear o local ideal para a instalação de painéis solares utilizando Inteligência Artificial.

A nova API oferece dados sobre mais de 320 milhões de edifícios em 40 países, incluindo EUA, França, Itália, Espanha e Japão. Ainda não está disponível no Brasil.

ferramena google  para mapear energia solar

Como funciona a API Solar?

Para desenvolver o API Solar, treinaram um modelo de IA (inteligência artificial) para extrair diretamente informações 3D sobre a geometria dos telhados, juntamente com detalhes sobre árvores e sombra, a partir de imagens aéreas.

A API Solar também considera fatores como padrões meteorológicos históricos, custos de energia e outros dados de cada região.

Agora, empresas (como as que instalam os painéis) podem saber a incidência de luz solar nos edifícios e o potencial de redução no consumo de energia, antes mesmo de visitar a área.

A tecnologia também permite que moradores instalem os painéis de forma mais rápida e simples, contribuindo para deixar a rede de energia mais sustentável.

api solar simulação
Crédito: Google

Recursos da ferramenta

A API oferece vários recursos que beneficiam o mercado solar, sendo dois endpoints distintos, o buildingInsights e dataLayers.

O endpoint Building Insights fornece detalhes sobre a localização, dimensões e potencial solar de um edifício.

Ele contém informações como o tamanho e a inclinação do telhado e a produção de energia modelada de um conjunto de telhados.

Esta informação pode ser usada para avaliar os benefícios potenciais da instalação de energia solar. Deste modo os profissionais podem ajudar os proprietários de casas e edifícios a explorar e comparar diferentes configurações, até encontrar a mais adequada.

O endpoint dataLayers (camadas de dados) retorna detalhes mais granulares em relação às informações solares brutas para uma área ao redor de um local.

Os detalhes incluem sombreamento que pode afetar o desempenho do sistema e um modelo de superfície digital do telhado, que pode facilitar o posicionamento e layout detalhado do sistema.

Essas informações podem ser usadas por instaladores para criar propostas personalizadas. Ou por desenvolvedores de SaaS para automatizar o projeto de conjuntos de painéis mais eficientes.

Além da Solar API, o Google lançou mais duas novas APIs da plataforma Google Maps – a API de Qualidade do Ar e a API Pólen.

As três oferecem às empresas acesso a informações ambientais abrangentes e atualizadas, que permitem desenvolver produtos para sustentabilidade e ajudar as pessoas a se adaptar aos efeitos das mudanças climáticas.

Ferramenta analisa a relação custo-benefício dos telhados verdes

Uma equipe internacional de pesquisadores criou um modelo – que pode ser aplicado a qualquer cidade do mundo – capaz de mensurar a relação custo-benefício dos telhados verdes como estruturas capazes de contribuir com os sistemas de alimentos, água e energia.

Conduzido por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Beijing Normal University (China), Wuhan University (China), Xiamen University (China) e Yale University (Estados Unidos), o trabalho foi apoiado pela FAPESP no âmbito da chamada “Nexo Urbano de Alimentos, Água e Energia”, lançada em parceria com o Belmont Forum e o JPI Urban Europe no âmbito da Sustainable Urbanisation Global Initiative.

Telhados verdes têm sido apontados como uma das possíveis soluções para o combate às mudanças climáticas nas cidades. Isso porque, além de permitirem a captação de água da chuva e a produção de hortaliças no alto dos edifícios, eles também são capazes de gerar microclima, reduzindo a temperatura local e o gasto energético com refrigeração, por exemplo.

Leia também: Telhados verdes em Nova Iorque fazem parte do aprendizado de escolas

Muito se fala sobre o impacto dos telhados verdes na sustentabilidade das cidades, mas qual é o real efeito dessas estruturas sobre recursos importantes, como água, alimentos e energia? Nesse estudo criamos um modelo para auxiliar os tomadores de decisão na análise de custos e benefícios dessas estruturas verdes urbanas. Verificamos de onde vêm os recursos de água, energia e alimentos de cada cidade e como a implementação de uma série de tetos verdes poderia beneficiar esses três sistemas. Para finalizar, testamos o modelo em cidades com características tão distintas quanto São José dos Campos, no Brasil, e Johanesburgo, na África do Sul”, afirma Rodrigo Bellezoni, pesquisador da FGV e um dos autores do artigo publicado na revista NPJ Urban Sustainability.

No trabalho, as vantagens dos telhados verdes são calculadas a partir de uma abordagem ampla, que leva em consideração a produção e o consumo de água, energia e alimentos, bem como as emissões de dióxido de carbono (CO2) associadas.

“Esse é um estudo teórico que visa uma aplicação prática. No mundo todo existe uma demanda crescente por água, alimento e energia. São três componentes que estão conectados e têm forte influência sobre as emissões dos gases de efeito estufa, justamente porque a demanda por esses recursos pode gerar pressão em questões conhecidas como pegada de carbono e pegada hídrica, por exemplo. E os telhados verdes afetam a relação alimentos-água-energia em cidades e têm o potencial de contribuir para a sustentabilidade”, explicou José Puppim, professor da FGV e coautor do artigo.

Fatores locais interferem na relação custo-benefício dos telhados verdes

A comparação entre as duas cidades mostrou que a implantação de telhados verdes precisa levar em conta uma série de fatores.

Bellezoni explica que, para infraestruturas como telhados verdes e outras soluções baseadas na natureza, é preciso levar em conta especificidades locais.

Nesse quesito, entram questões elementares, como se há produção local dessas estruturas verdes (ou se elas precisariam ser importadas), e até uma compreensão mais aprofundada sobre o que os pesquisadores chamam de trade-offs – por exemplo, se a energia utilizada na produção de componentes desses telhados verdes e no cultivo de hortaliças sobre essas estruturas compensaria o gasto energético envolvido no transporte de alimentos para a cidade.

“Na simulação, mostramos que nas duas cidades avaliadas os telhados verdes são neutros em carbono. No entanto, encontramos maiores benefícios para a implantação dessas estruturas em São José dos Campos do que em Johanesburgo”, diz.

Enquanto em São José dos Campos os modelos mostraram que a água da chuva captada pelos telhados verdes seria suficiente para compensar a irrigação local para a produção de alimentos, o mesmo não aconteceria em Johanesburgo. Na cidade africana, de acordo com os modelos, a demanda por água continuaria maior do que a capacidade de captação dos telhados verdes.

“Os resultados mostram que a implantação de um conjunto de telhados verdes em São José dos Campos reduziria significativamente o uso de água tratada para a irrigação, pois a tecnologia substituiria boa parte da demanda com a água coletada no teto verde.

Em Johanesburgo, no entanto, sobretudo por questões de clima, os telhados verdes não eliminariam por completo a necessidade de irrigação de água de torneira, mas, é claro, diminuiriam essa demanda.

Portanto, o resultado da análise de custo-benefício não é o mesmo para as duas cidades”, explica Bellezoni.

Outro ponto analisado foi a diferença entre o fornecimento de matéria-prima para a implantação das estruturas. “Como o Brasil é um país mais desenvolvido que a África do Sul, temos algumas indústrias locais que produzem esses equipamentos.

Quanto mais próximo algo é produzido, menor o consumo de energia para transporte, por exemplo. Já no caso da África do Sul, boa parte da matéria-prima precisa vir de outros países. Gasta-se muito mais unidades de energia para cada unidade de produto final.”

No estudo, os pesquisadores utilizaram técnicas de sensoriamento remoto para mapear por imagem de satélite todas as superfícies da cidade que pudessem contar com um telhado verde. Depois, classificaram os edifícios entre residencial, comercial e industrial.

“Criamos algumas premissas para estipular quais superfícies poderiam receber a infraestrutura para se tornar um telhado verde. Isso porque nem toda edificação pode receber um peso de algumas toneladas, por exemplo, para aceitar esse tipo de instalação. Portanto, limitamos a só um terço do que potencialmente poderia ser aproveitado como telhado verde”, explica Bellezoni.

O grupo também criou possíveis cenários de expansão dos telhados verdes. “Com isso pudemos estudar o impacto do ciclo de vida da infraestrutura.

Quanto de água, energia e emissões gastamos para produzir cada um dos elementos que compõem um teto verde. São estruturas compostas por vários materiais, que precisam ser contabilizados.

Numa segunda etapa, incluímos os custos de manutenção e vida útil e traçamos o perfil para um teto verde em São José dos Campos e em Johanesburgo”, conta.

Para finalizar a análise, os pesquisadores também calcularam quanto de água ou de energia seria consumido em uma produção hipotética de tomates, visando criar ou aumentar a oferta local do produto atualmente produzido fora das cidades.

O artigo The food-water-energy nexus and green roofs in Sao Jose dos Campos, Brazil, and Johannesburg, South Africa pode ser lido em: www.nature.com/articles/s42949-023-00091-3#Abs1.

Por: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Incrível loja impressa em 3D com materiais biodegradáveis em SP

Essa incrível loja impressa em 3D em São Paulo, projetada pelo arquiteto Guto Requena, inova por sua arquitetura paramétrica com materiais biodegradáveis.

Atualmente a flagship da Dolce & Gusto NEO encontra-se, de forma temporária, na praça Alexandre Gusmão, próxima do MASP, uma localização democrática e de fácil acesso.

Esse empreendimento acompanha o lançamento da nova linha Dolce Gusto Neo, que igualmente busca ser mais sustentável, utilizando plástico reciclado retirado dos oceanos para suas máquinas e materiais biodegradáveis em suas cápsulas.

Destacando-se como a primeira construção na América Latina a ser concebida por algoritmos e construída com o auxílio da impressão 3D utilizando materiais biodegradáveis.

Um belo exemplo de arquitetura sustentável com estrutura em madeira engenheirada, que ocasionalmente pode ser biodegradada, a partir da trituração de suas paredes (que podem virar adubo para o agronegócio).

Sustentabilidade foi premissa na loja impressa em 3D

Essa arquitetura inovadora utiliza uma estrutura pré-fabricada em Madeira Laminada Colada (MLC) de pinus, madeira de reflorestamento. Envolta por uma casca construída a partir de moldes usinados em impressão 3D, dessa forma garante-se a leveza plástica da obra e o uso de vigas mais esbeltas.

Para a equipe de projeto tão importante quanto a construção da Flagship foi o planejamento da logística reversa.

Principalmente foram utilizados dois materiais na sua construção: a madeira e o gesso.

Posteriormente a desmontagem da loja, em aproximadamente dois anos, a madeira será reciclada, o gesso será triturado e utilizado como adubo agrícola, fornecendo nutrientes como cálcio e enxofre para o solo.

Foram quase 2 anos de projeto e pesquisa para que a flagship se tornasse realidade!

ARQUITETURA REGENERATIVA GUTO REQUENHA

Design Biofílico – Forma inspirada na natureza:

Inspirada na flor de cinco pétalas do café, a loja conceito possui uma cúpula igualmente composta por cinco eixos, cada um realçado por um pórtico de vidro.

Essa abordagem permite um edifício sem frente ou fundo, como resultado há uma interligação fluida com o ambiente verde circundante, proporcionando vistas de qualidade aos usuários.

Enquanto isso a disposição interna aproveita essa estrutura, organizando o layout da loja e fornecendo suporte para os produtos em exposição. Semelhantemente 5 painéis de LED curvos evidenciam os eixos e complementam a integração visual, proporcionando também um eixo circular de conteúdos digitais.

Além disso, uma abertura de vidro zenital traz a iluminação natural do teto para o interior, criando uma atmosfera quase sagrada, inspirada na forma orgânica da natureza.

Em resumo, mais do que uma estrutura impressionante, essa loja impressa em 3D com biomateriais convida a reflexão sobre as soluções necessárias para enfrentar a emergência climática atual, proporcionando alternativas essenciais para a construção civil, que buscam substituir materiais não renováveis e poluentes.

Em contrapartida o café, ainda acreditamos que a forma mais sustentável é sem cápsulas. Qual a sua opinião?

Ficha Técnica:
  • Direção Criativa: Guto Requena e Rodolfo Torres
  • Direção de Operações: Ludovica Leone
  • Coordenação de Projeto: Camila Gonçalves
  • Coordenação de Comunicação: Thalissa Bechelli
  • Arquitetura: Henrique Stabile, Rodolfo Torres, Mateus Fraga e Priscila Almeida
  • Design de Mobiliário: Rodolfo Torres e Orion Campos
  • Ano do Projeto: 2023
  • Fotografia: Leonardo Finotti
  • Realização: Nestlé
  • Construtora: 4Constru
  • Gerenciadora: CTE
  • Luminotécnico: Foco Luz & Desenho
  • Projeto Paisagístico: Juliana Freitas Paisagismo
  • Instalações: RGK
  • Automação: Bettoni Automação e Segurança
  • Consultoria Acessibilidade: Elisa Prado
  • Consultoria Bombeiro: Engepoint
  • Consultoria Sustentabilidade Edificação: CTE Sustentabilidade
  • Consultoria Sustentabilidade Etapa Conceito: MateriaLAB
  • Produção Comunicação Visual: BFerraz

Banho de floresta nativa no Casa Cor SP 2023

O paisagismo sustentável é destaque em dois ambientes no Casa Cor SP 2023, na entrada e no espaço 54, com o “Banho de Floresta”.

O CASACOR SP é a maior mostra de arquitetura, paisagismo, arte e design de interiores das Américas, e sem dúvidas dita as tendências do setor. A cada ano que passa o evento se aproxima mais dos conceitos sustentáveis.

Para 2023 os curadores amparados em pesquisas, definiram o conceito sintetizados no tema Corpo & Morada. Para representar o corpo natureza da mostra, os convidados foram a arquiteta Alessandra Cardim e o paisagista Ricardo Cardim.

Ricardo Cardim autor do livro Paisagismo sustentável para o Brasil, é mestre em Botânica pela Universidade de São Paulo, criou a técnica “Floresta de Bolso”, aplicada em áreas públicas e privadas com a participação da comunidade em mutirão e apoiada por empresas e poder público.

Alessandra Caiado é LEED AP, acreditada Cradle to Cradle Accredited Assessor, Mestre em Tecnologia da Arquitetura pela FAU-USP, desenvolveu uma dissertação sobre rotulagem de produtos e criou a Tabela Ambiental®, entre outras coisas, atualmente é sócia diretora da Cardim Arquitetura Paisagística, junto com Ricardo.

Um dos destaques da mostra é o Banho de Floresta, onde a arquiteta e o paisagista e botânico selecionaram exclusivamente plantas nativas.

Entre as espécies nativas, podemos citar: a bromélia alcantarea odorata; o guaimbê (Philodendron bipinnatifidum); o capim-azul (Lagenocarpus velutinus); a pitanguinha (Eugenia mattosii), que produz frutos bastante apreciados pelos pássaros e pelas crianças; e a rara palmeira guriri (Allagoptera arenaria).

O projeto contou com o sólido conhecimento em sustentabilidade da arquiteta sócia-diretora Alessandra. Que selecionou móveis do designer Paulo Alves, feitos com madeira certificada, com sua cor natural, sem pigmento.


O espaço recebeu o prêmio de melhor paisagismo na Casa Cor São Paulo 2023, pela Veja SP.

Foto capa: Denilson Machado, do MCA Estúdio/CASACOR

Tijolos feitos de roupas velhas – conheça a FabBRICK

A FabBRICK é uma empresa francesa que fabrica tijolos feitos de roupas velhas, fundada pela então estudante de arquitetura Clarisse Merlet.

Clarisse ficou chocada ao descobrir a enorme quantidade de resíduos têxteis globais. Somente na França, os resíduos têxteis são estimados em cerca de 4 milhões de toneladas, porém, menos de um terço disso é coletado para reaproveitamento ou reciclagem no país.

Além disso, conhecendo também os impactos ambientais da construção civil, isso a fez pensar; e se pudéssemos usar os mesmos recursos que já foram extraídos para a construir?

Assim em 2017 nasceu a FabBRICK, uma empresa que desenvolve tijolos decorativos e isolantes a partir de roupas velhas.

No entanto em abril de 2019, a empresa recebeu apoio fechando uma rodada de crowdfunding de € 10.000 que foi usada para desenvolver uma máquina de tijolos para industrializar o processo produtivo.

Como é a produção dos tijolos feitos de roupas velhas:

  • Passo 1: A empresa recebe as roupas descartadas em seu estúdio em Paris, separadas por cores.
  • Passo 2: Para cada projeto, o cliente escolhe o formato (desenvolvem cerca de 10 tamanhos diferentes) e a cor. Os tijolos não são tingidos, a cor é obtida pelo tecido descartado.
  • Passo 3: Trituram o tecido para obter as fibras. Podendo obter 3 formas diferentes de fibras. 7mm, 20mm e 40mm, dependendo do projeto.
  • Passo 4: Produção do aglutinante. A cola é 100% feita de ingredientes ecológicos, não usam nenhum produto químico para isso.
  • Passo 5: Misturam a cola e as fibras. Logo pesam a mistura para garantir que cada tijolo tenha a mesma densidade.
  • Passo 6: Incorporam a mistura na máquina patenteada.
  • Passo 7: Acione a máquina para compactar a mistura dentro do molde. Demora 30 minutos para moldar a mistura em um tijolo.
  • Passo 8: O tijolo seca ao ar ambiente entre 10/15 dias.

De acordo com Clarisse, ser estudante de arquitetura a fez buscar maneiras de construir de forma diferente. Então foi possível fazer vários protótipos com diferentes colas ecológicas.

Foram várias tentativas de colocar o tecido no molde para comprimi-lo, até que chegou a um protótipo que resistiu bem ao fogo e também resiste à umidade.

Conforme afirma a empresa, os tijolos são excelentes isolantes térmicos e acústicos, o que significa que servem para divisórias de ambientes, paredes decorativas em lojas de varejo e também podem ser usados ​​para fazer móveis como luminárias, mesas, banquetas e mais.

Embora ainda não possam ser usados ​​na construção, Merlet já está trabalhando em pesquisa para que o bloco tenha fins estruturais.


A empresa também desenvolveu um protótipo de tijolo feito de máscaras cirúrgicas trituradas que poderia ajudar a combater o desperdício relacionado à pandemia. Mas ainda não sabem se vão vendê-lo, porque tem de passar por vários testes de laboratório.

Já falamos por aqui das diversas vantagens dos tijolos ecológicos tradicionais; feitos com uma mistura de solo, cimento e água, mas várias iniciativas criativas; como os tijolos feitos de roupas velhas; estão sendo desenvolvidas ao redor do mundo. Conheça algumas neste link.

Regra 3/30/300 para criar cidades mais saudáveis

A regra 3/30/300 proposta pelo silvicultor urbano Cecil Konijnendijk, tem sido amplamente promovida por muitos planejadores urbanos.

Os desafios globais atuais, como a mudança climática e a pandemia do COVID-19 resultaram em uma maior conscientização sobre a importância dos espaços verdes.

O Institute for Global Health (ISGlobal) publicou um estudo, realizado em Barcelona, ​​que mostra que morar perto de árvores e áreas verdes está correlacionado com melhor saúde mental e menor uso de drogas.

A regra 3/30/300 para criar cidades mais saudáveis ​​inclui três pontos:

1- Ter 3 árvores decentes visíveis de cada casa

. Pesquisas recentes comprovam a importância do verde visível para o bem-estar e a saúde mental.

2- Morar em um bairro com pelo menos 30% de cobertura verde

. A pesquisa mostra uma conexão entre a cobertura da copa das árvores e, por exemplo, o resfriamento do ambiente, um melhor ambiente de ar e saúde mental e física. Ao tornar mais verdes os bairros, também incentivamos os residentes a passar mais tempo fora de casa. O que também promove a coesão social.

3- Estar a menos de 300 metros de um parque ou espaço verde

. As pessoas devem ter acesso, com uma caminhada segura de 5 a 10 minutos, a um espaço verde de alta qualidade. Isso é a recomendação do Escritório Regional Europeu da Organização Mundial da Saúde.

Leia também: Benefícios das árvores para as cidades e pessoas

Playgrounds, ciclovias e parques acessíveis, por exemplo, garantem que as pessoas se encontrem, se movimentem e relaxem mais. Um ambiente de vida saudável também é um ambiente de vida atraente.

A vegetação na cidade não só tem um efeito positivo na saúde, mas também contribui para um clima de vida e negócios atraente. Além disso, oferece oportunidades para reduzir o estresse térmico e as inundações.

BarcelonaParc_de_la_Ciutadella
BarcelonaParc_de_la_Ciutadella

O estudo feito em Barcelona

A pesquisa liderada pelo ISGlobal baseou-se em uma amostra de 3.145 habitantes de Barcelona com idades entre 15 e 97 anos, recrutados aleatoriamente.

O estado de saúde mental foi avaliado com o Questionário de Saúde Geral de 12 itens (GHQ-12). Dezoito por cento dos participantes relataram problemas de saúde mental e 8,3% relataram ter visitado um psicólogo no ano anterior. Além disso, 9,4% relataram uso de tranquilizantes ou sedativos e 8,1% relataram ter usado antidepressivos nos últimos dois dias.

“O estudo descobriu que há relativamente pouco espaço verde em Barcelona e que a regra 3/30/300 satisfaz apenas uma pequena porcentagem de pessoas, apesar de seus efeitos benéficos para a saúde mental”, explicou o diretor da ISGlobal e principal autora do estudo.

“Dada a estrutura urbana de Barcelona e sua densidade populacional (16.000 habitantes por quilômetro quadrado), há pouco espaço disponível para parques e espaços abertos. Assim, os espaços passíveis de alteração são as ruas e as coberturas dos edifícios”

“A questão é até que ponto 30% de cobertura de copa das árvores é viável, especialmente em cidades compactas?”, concluíram os pesquisadores.

Segundo a equipe de pesquisa, estudos semelhantes devem ser realizados em cidades com mais cobertura arbórea do que Barcelona. Já que a falta de espaço verde da cidade, limita a capacidade de avaliar o aspecto da regra 3/30/300.

Para baixar o estudo completo, acesse esse link.

Moradia Semente Eco Sustentável da ONG TETO é entregue em SP

A ONG TETO Brasil, organização com atuação em comunidades precárias, em parceria com as empresas Fuplastic, Amanco Wavin e a ONG Biosaneamento, entrega a primeira Moradia Semente Eco Sustentável.

Com a retirada de duas toneladas de lixo da natureza, a casa feita de blocos de plástico reciclado foi erguida em 15 horas.

A construção atende a uma família da comunidade Porto de Areia, em Carapicuíba (SP), local fundado por catadores de lixo reciclável, onde a ONG TETO atua há mais de 7 anos. Esta é a primeira de 1000 moradias que os parceiros querem construir no país.

casa sustentável ONG TETO

Essa moradia é o projeto piloto na versão mais sustentável da Moradia Semente, projeto premiado da TETO Brasil lançado no início deste ano.

As Moradias Sementes Eco Sustentável são projetadas para atender famílias em situação de hipervulnerabilidade, substituindo barracos feitos de lona e madeirite por um abrigo de 27 m², que, além de portas e janelas – em parceria com Esquadrisul – , oferece espaço para três cômodos, incluindo banheiro, instalação hidráulica e instalação elétrica.

Os blocos de plástico dos quais é feita a Moradia Semente Eco Sustentável foram desenvolvidos pela Fuplastic.

O telhado também é feito de material 100% reciclável, que, neste caso, são caixinhas de leite, de suco e de creme dental.

Leia também: Embalagens de suco se transformam em telhas recicladas que serão doadas para ONG

moradia semente eco TETO

Já a entrega contou ainda com uma solução de captação de água da chuva, placas de energia solar e materiais da marca Amanco Wavin que foram utilizados em toda instalação hidráulica (esgoto e água fria), nas calhas de captação de águas pluviais e em toda a linha de eletrodutos rígidos e seus complementares para instalação elétrica.

A ONG Biosaneamento atuou com o fornecimento e instalação de um sistema para tratamento dos esgotos. O sistema é composto de um biodigestor e uma vala de infiltração do efluente.

Proporcionar uma moradia sustentável que assegure conforto e segurança às pessoas em situação de vulnerabilidade é uma iniciativa que temos orgulho de apoiar. Este trabalho se conecta com os pilares do nosso propósito para melhor saneamento e higiene, contribuindo para a construção de cidades mais resilientes ao clima, a partir de soluções eficientes e inovadoras”. Afirma Glaucia Faria, Gerente de Sustentabilidade da Amanco Wavin.

A construção leva mais segurança e dignidade às famílias de moradores da comunidade. Como é o caso da Rejane Alves de Souza, de 45 anos. Mãe de 9 filhos e avó de 12 netos, que, por conta de uma artrose na lombar, perdeu seu emprego e se viu na necessidade de ir morar em Porto de Areia.

Ela ajudou a construir sua nova moradia junto com a TETO, em busca de mais estabilidade para cuidar da família.

“A Moradia Semente Eco Sustentável é o projeto mais completo e robusto da TETO Brasil. Isso porque, além do impacto social que uma moradia, mesmo que emergencial, sempre tem na vida das pessoas que estão em situação de hipervulnerabilidade, é um projeto com um significativo impacto ambiental. Especialmente importante porque as favelas são os locais mais atingidos pelos efeitos da crise climática, como as inundações e as fortes chuvas”, explica Lucas Borges, gestor da TETO Brasil em São Paulo.

Ao apoiar o projeto da Moradia Semente Eco Sustentável, voluntários, doadores e parceiros, como a Amanco Wavin, Biosaneamento e a Fuplastic, também ajudam no alcance de 11 dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) pautados pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Parceria

A parceria entre a TETO Brasil e Amanco Wavin é consolidada e já beneficiou centenas de famílias por meio do fornecimento de produtos em construções e com a realização de dois voluntariados corporativos presenciais nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Incluindo a construção de 21 sistemas de tratamentos em São Paulo, com aproximadamente 60 pessoas impactadas, de captadores de águas de chuva em comunidade com aproximadamente 850 famílias em Nova Esperança, no Paraná, e a construção de oito banheiros para cinco famílias em Goiânia, além da expansão de rede de distribuição de água com um impacto de mais de 350 pessoas no estado de Minas Gerais, na comunidade de Candeeiro e Vila Esperança.

Sobre a TETO Brasil

Trabalha pela construção de um país justo. Em associação com a organização internacional TECHO, presente em 18 países da América Latina, atua há 15 anos no Brasil, mobilizando voluntários e voluntárias para trabalhar lado a lado de moradores em comunidades precárias de diferentes Estados. O resultado são soluções concretas e emergenciais que proporcionam melhorias nas condições de moradia e habitat destes territórios.