Eficiência energética de residências é investimento para economizar na conta de luz
Eficiência energética de residências é investimento que se paga rápido. Em Florianópolis, morador já nota queda de 50% no consumo após consultoria.
Com o recente aumento na tarifa de energia – média de 28,7% na região Sul –, os consumidores têm recorrido a diferentes alternativas para tentar driblar o gasto a mais: tirar os aparelhos eletrônicos das tomadas, só abrir a geladeira quando já tiver escolhido o que vai pegar, reduzir o tempo no banho…
As dicas são várias, e válidas, porém mais do que remediar é necessário planejar bem antes mesmo de construir uma casa ou apartamento, recomendam especialistas em eficiência energética.
Rafael Benedet, de Florianópolis, resolveu aproveitar a mudança para um apartamento novo e buscou a ajuda dos consultores do OI3E – Organismo de Inspeção em Eficiência Energética de Edificações, da Fundação CERTI, para saber o nível de eficiência do apartamento e como economizar na conta de energia.
Após a avaliação, a consultoria calculou o nível de eficiência da envoltória (materiais de paredes, vidros e orientação solar) e chegou à conclusão de que o apartamento apresenta bom conforto térmico para o verão e um bom desempenho para aquecimento no inverno. A equipe contratada ainda orientou Rafael na escolha de equipamentos como aquecedor a gás, lâmpadas, geladeira, torneiras e condicionadores de ar.
Nos três primeiros meses no novo apartamento, Rafael já nota uma queda de 50% no consumo em comparação com o mesmo período no apartamento antigo.
O próximo passo, agora, é confirmar o nível de eficiência do apartamento através da emissão da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE, que está em processo de finalização.
Juliana Sangoi, especialista do OI3E, explica que no caso do apartamento de Rafael, como as intervenções foram feitas com a obra já praticamente finalizada, pode ser que a edificação não atinja o nível máximo na classificação geral da etiqueta. “O ideal é sempre fazer a avaliação do projeto da obra, de forma que a construtora ou o futuro morador possa fazer as alterações recomendadas”.
Etiqueta de Edificações
A ENCE, de maneira semelhante ao que fazem as conhecidas etiquetas concedidas a eletrodomésticos, classifica as edificações avaliadas no espectro de “A” (mais eficiente) a “E” (menos eficiente).
A etiqueta faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e foi desenvolvida através de uma parceria entre o Inmetro e a Eletrobras/PROCEL Edifica. Para o proprietário, a etiqueta não só indica o nível de eficiência e a consequente economia na conta de luz, como valoriza o imóvel no mercado.
Enquanto no Brasil poucas construtoras e pessoas enxergam a avaliação e a etiquetagem da eficiência energética de edificações como um investimento, em muitos países da Europa, como Alemanha, Portugal e França, a classificação é obrigatória. Nesses países, as casas e apartamentos à venda ou para alugar devem ter a indicação de seu nível de eficiência energética.
Essa cultura aos poucos vem mudando no Brasil, e em meados de 2014 o governo federal passou a exigir a etiquetagem de edifícios públicos federais. Desde junho, portanto, os projetos de prédios novos devem ser desenvolvidos ou contratados visando, obrigatoriamente, à obtenção da ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) de projeto classe A. Após a obtenção da etiqueta de projeto, a construção deve ser executada de forma a garantir a etiqueta A de edificação construída.
“Para quem está buscando comprar um imóvel, recomendo ficar de olho se a construtora se preocupou com o nível de eficiência energética da edificação, comprovando através da Etiqueta o nível alcançado. No fim das contas, é um investimento que se paga rapidamente”, opina Juliana.
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