Geobiologia: a medicina da casa

25/10/2017 por Gabriela Brandão

Quem é que nunca entrou em uma casa ou em uma sala e se sentiu bem por estar ali sem saber direito o motivo? Provavelmente aquele é um ambiente saudável. Saudável de modo integral, nos aspectos físicos e também nos energéticos.

A Geobiologia, ciência também chamada de Biologia da Construção, estuda as relações e influências entre o espaço construído e a saúde e o bem-estar de seus usuários,trabalhando justamente para manter e restabelecer a saúde dos ambientes em que vivemos – e, assim, como consequência, a saúde de quem ali vive.

Por esse motivo, a Geobiologia é conhecida como medicina da casa, ou medicina do habitat.

Os espaços interagem com seus usuários, e suas características influenciam
diretamente na qualidade de vida de quem os habita. É uma percepção integral e integrada
das interações do ambiente com seus usuários.

Podemos entender a Geobiologia como o estudo do impacto das construções sobre
a saúde humana e a aplicação destes conhecimentos para construir ou modificar lares,
locais de trabalho e quaisquer ambientes.

geobiologia

História da Geobiologia

As origens da Geobiologia remontam a conhecimentos ancestrais, de culturas antigas e tradicionais, que foram associados a novas técnicas de análise dos espaços. Na história humana há muitos registros, em diversas sociedades, a respeito da relação entre saúde e ambiente habitado.

Os profissionais responsáveis pela saúde das pessoas frequentemente eram os mesmos que praticavam harmonização dos ambientes ou que escolhiam os locais para que a comunidade se estabelecesse. Essa característica está presente, por exemplo, na história dos povos indígenas, celtas, chineses, indianos, egípcios.

No início do século XIX, a Geobiologia passou a ser reconhecida como ciência. A partir da
década de 1980, a Organização Mundial de Saúde – OMS, estabeleceu o conceito de
Habitação Saudável, considerando a importante influência dos espaços sobre seus
usuários.

Na avaliação geobiológica dos ambientes, os principais fatores são:

– luminosidade,

– temperatura,

– som,

– características do entorno,

– qualidade interna do ar,

– umidade,

– materiais utilizados,

– malhas energéticas da Terra,

– perturbações geológicas,

– radioatividade e ondas eletromagnéticas (naturais e artificiais – as artificiais provém de
equipamentos bastante comuns hoje em dia: celular, TV, computador, micro-ondas,
antenas de telefonia celular…).

A Geobiologia auxilia no desenvolvimento de projetos arquitetônicos, desde a avaliação do terreno e implantação da casa, até nortear o posicionamento e distribuição dos cômodos, considerando os fatores de influência citados.

Em um espaço já construído, já habitado ou não, podem ser realizadas consultorias para avaliação da saúde daquele ambiente, com objetivo de apontar medidas para harmonizar, equilibrar e potencializar pontos positivos.

A saúde da casa é fundamental para que ela seja sustentável. Portanto, a Geobiologia traz em si a questão da sustentabilidade, do cuidado com nosso planeta e com
os seres que nele habitam.

Artigo enviado por Gabriela Gazola Brandão – Arquiteta urbanista graduada pela UFMG, mestre pela UFF e doutoranda na mesma instituição

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