Nasa Sustainability Base na Califórnia é LEED Platinum

05/07/2016 por Redação SustentArqui

O Nasa Sustainability Base é modelo de sustentabilidade e de como devemos pensar sobre os edifícios do futuro.

A NASA já mapeou o espaço e levou homens à Lua. Agora está também empurrando a Humanidade à frente sem sair da Terra. Em Abril de 2012, foi inaugurado o Sustainability Base, novo edifício da NASA em Moffet Field, Mountain View, no chamado Vale do Silício, próximo a São Francisco, certificado LEED Platinum e já classificado como um dos mais sustentáveis edifícios públicos dos EUA.

Projetado por William McDonough + Partners (autor, dentre outros, do conceito e do livro Cradle to Cradle), com design e engenharia integrados por parte da AECOM, respeitável firma de engenharia global com sede em Londres, o empreendimento, com 50.000 m2 de área construída, foi pensando para se fundir com o meio ambiente e aproveitar ao máximo a luz natural disponível, a ventilação natural e sombreamento.

NASA Sustainability Base
Foto: © William McDonough + Partners

O Nasa Sustainability Base, que custou 25 milhões de dólares, apresenta uma fachada frontal que faz referência ao projeto da Estação Espacial Internacional.

William McDonough explicou que sua equipe buscou projetar um edifício que era “nativo do lugar” – o que significa que foi cuidadosamente projetado para se integrar ao site e ao mesmo tempo maximizar a eficiência e realmente criar um impacto positivo para o meio ambiente.

O edifício possui uma extensa rede de sensores sem fio que permitem a construção reagir automaticamente a mudanças de temperatura, índices de radiação, vento, clima e ocupação para proporcionar ambientes confortáveis e eficientes.

NASA Sustainability Base
Foto:© William McDonough + Partners

O edifício, que abriga escritórios e um centro de pesquisas, gera toda a energia que consome usando um conjunto de painéis fotovoltaicos com 85 kW de potência, uma turbina eólica de pequeno porte e células de combustível.

Seu sistema de reciclagem de águas cinzas é super eficiente (projetado para a Estação Espacial Internacional) e capaz de reduzir o consumo de água em 90 % em relação a um edifício tradicional.

O edifício é relativamente estreito, com largura de 54 pés (18 m.), o que permite à luz natural entrar no meio de cada piso, e é todo envolto em um exoesqueleto que proporciona sombra, permitindo que a luz e o ar flua para dentro do edifício.

Este exoesqueleto também fornece grande estabilidade sísmica e permite que o interior possa ter planta livre, sem pilares.

NASA Sustainability Base
© William McDonough + Partners

O programa se estende ainda para o site do empreendimento, onde o paisagismo prevê a desenvolvimento de vegetação nativa da Califórnia e espécies tolerantes a secas.

Um sistema geotérmico com uma série de 99 poços de calor em um campo próximo ajudam a regular a temperatura do edifício.

A água subterrânea tem temperatura relativamente estável de 58o F (15o C), e é bombeada através de uma série de painéis na construção para refrigeração passiva no verão e aquecimento no inverno.

A NASA é conhecida por suas tecnologias de ponta, e sua base de Sustentabilidade é uma nova plataforma de teste e campo de provas para alguns dos seus sistemas mais impressionantes.

O complexo dispõe de uma incrivelmente eficiente sistema de reciclagem de água por osmose com base em um projeto criado para a Estação Espacial Internacional.

Este sistema armazena todas as águas cinzas utilizadas na construção e as processa em uma estação de tratamento no local, reduzindo o consumo de água potável em 90% em relação a um edifício tradicional.

NASA Sustainability Base
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O prédio também é alimentado por um enorme sistema Sunpower de painéis fotovoltaicos que podem produzir 85 kW durante o horário de pico, um sistema de células de combustível livre de emissões Bloom Energy, e uma turbina eólica de pequeno porte.

energia solar LEED Platinum
Crédito da foto: Inhabitat

O interior do edifício é equipado exclusivamente com materiais reciclados não tóxicos e recicláveis. O piso de carvalho branco no nível do solo foi recuperado a partir de um túnel de vento antigo que remonta a 1953, e todo o mobiliário interno, fornecido pela Steelcase, é certificado Cradle to Cradle, o que significa que foi projetado para ser facilmente desmontado e reciclado totalmente, após a vida útil.

iluminação natural
Imagem: McDonough + Partners

Uma grande quantidade de claraboias estão dispostas na cobertura, permitindo que tanta luz natural que o edifício só precisará de iluminação artificial diurna por cerca de 40 dias por ano.

Janelas manualmente operáveis ​​são fixadas logo abaixo de um conjunto de janelas controladas por computador que automaticamente abrem e fecham para regular a temperatura e a troca de ar do interior do edifício, naturalmente.

Nas palavras do próprio William McDonough, o edifício foi projetado e construído incorporar o princípio do “more good”, ao invés da visão tradicional da sustentabilidade pelo uso de estratégias “less bad”. Segundo Steve Zornetzer, Diretor do NASA Ames Research Center, “Este é um protótipo de um edifício para o séc. XXI. Esta é a maneira como devemos pensar sobre os edifícios do futuro”.

Artigo enviado por Antonio Macedo – LEED AP / Consultor DGNB- Diretor da EcoBuilding e  Coordenador do MBA  INBEC / UNICID



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