Projeto brasileiro contra ilhas de calor é premiado em concurso internacional

03/11/2020 por Redação SustentArqui

Projeto brasileiro do Estúdio Leonardo Zanatta foi premiado com menção honrosa no concurso internacional “Cool Abu Dhabi

O concurso foi um convite do Departamento de Municípios e Transporte de Abu Dhabi aberto a designers, arquitetos, paisagistas, engenheiros, fabricantes de materiais, educadores, pesquisadores, estudantes, artistas e equipes interdisciplinares, para projetar ideias criativas para enfrentar as mudanças climáticas e fornecer soluções para o efeito da ilha de calor urbana na cidade.

Projeto brasileiro contra ilhas de calor

A proposta de Leonardo intitulada Abu Dhabi Skins – (Bio)Reactive Urbanscape, foi uma das 20 escolhidas, e a única das Américas.



Além disso o projeto também recebeu menção honrosa do corpo docente do Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha no 8º AAC e venceu o Radical Design Award do portal Arcdeck.

Nesta investigação foi proposto um dispositivo urbano, que pode reproduzir sinteticamente os benefícios da vegetação com consumo zero de água doce, aumentando as discussões em torno da biônica e como as interações entre organismos vivos e tecnologia podem resolver os principais problemas ambientais nas cidades contemporâneas.

O experimento Urban Skin cria um ambiente termicamente confortável para as pessoas circularem sem carros, mitigando o efeito de ilha de calor urbana, absorvendo CO2 e reduzindo os níveis de energia usados em resfriamento mecânico por períodos mais longos do ano.

O projeto teve como ponto de partida o conceito de biônica, em que mecanismos naturais e artificiais são utilizados de maneira integrada.

Neste caso, as estruturas foram feitas para receberem uma fina camada de água do mar, que serve como cultura para algas do gênero Spirulina e Noctilluca.

Desta forma, o sistema dissolve a camada de poluição que prende o calor
sobre a cidade, enquanto as estruturas sombreiam superfícies de baixo albedo.

A água, por sua vez, arrefece o ambiente através de resfriamento radiante e evaporativo, em uma composição que, ao ter modelos térmicos ensaiados, demonstrou ser capaz de diminuir a temperatura local de centros urbanos em biomas desértico em até 10ºC (variando de acordo com níveis de umidade).

Quando usado em conjunto com biorreatores, microalgas são até 400 vezes mais eficientes do que uma árvore na remoção de CO2 da atmosfera e um kg de algas requer cerca de 1,8 kg de dióxido de carbono, que é convertido em biomassa e oxigênio e consequentemente, recurso financeiro.

Aproveitando as propriedades de absorção e transmissão da água, que se aproximam às do vidro low-E, a camada de água atua bloqueando a radiação ultravioleta e infravermelha, protegendo a superfície do tanque de absorver o calor.

A água resfriada geotermicamente se aproxima de uma temperatura de bulbo úmido de 15 ° C (uma superfície de asfalto típica atinge 60-100 ° C).

A temperatura ambiente é de aproximadamente 50% do calor radiante da radiação superficial e 50% da temperatura do ar, o que significa que sob grandes composições do sistema com a temperatura do ar de 35 ° C, uma temperatura radiante média da estrutura e do ar de 25 ° C é alcançada



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