Tratamento de esgoto desenvolvido por biólogo, utiliza energia solar

26/07/2016 por Redação SustentArqui

A situação do Brasil não é nada agradável, quando o assunto é coleta e tratamento de esgotamento sanitário. O despejo sem tratamento nos rios, lagos e mares está afetando a qualidade das águas brasileiras e têm se tornado um problema ambiental, social e de saúde pública.

A falta de saneamento básico ambiental, no que se refere à rede de tratamento de esgoto, faz com que a população fique mais exposta a várias doenças, desde aquelas que já estão banalizadas, como diarreia, até o agravamento de epidemias. O desleixo com o saneamento pode contribuir inclusive para a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito que transmite doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika virus.

Há quatro anos o biólogo Rodrigo Berté, PhD em Educação e Ciências Ambientais e diretor da Escola Superior de Saúde, Meio Ambiente, Sustentabilidade e Humanidades do Uninter começou a pensar em uma alternativa para criar um sistema de tratamento de esgoto movido a energia solar. “Uma solução que demanda pouca manutenção e contribui para que o lançamento do esgoto nos rios não resulte em contaminação e consequentemente na morte de vários peixes”, diz Berté.

Tratamento de esgoto

 

A estrutura é simples e não utiliza produtos químicos. Com o apoio técnico de um engenheiro e um profissional da área de ciências agrícolas, o projeto sustentável foi realizado em uma miniunidade de conservação particular, composta por um módulo formado a partir de tubos a base de plástico (PEAD ou PP), no estilo colmeia, uma cópia do que a própria natureza produz.

“Na prática, são duas colmeias que ficam girando para manter o tratamento biológico e a formação de bactérias que degradarão o material sólido e melhorarão a qualidade para o lançamento em rios, parques e florestas”, explica o biólogo.

Segundo Berté, trata-se de tecnologia inédita na busca de uma solução para diminuir os impactos provocados pela ação humana. “Pode beneficiar muitas regiões, pois uma pequena estrutura como esta pode atender até quatro casas em um condomínio”, diz.

Além de colocar em prática os princípios da sustentabilidade, a iniciativa instalada no Uninter de São Francisco do Sul (SC) é uma atividade de aprendizagem que promove a ampliação dos horizontes de sensibilização ambiental e recebe a visita de centenas de alunos todos os anos.

“É apenas uma das soluções possíveis para o problema crônico de saneamento que temos no país. A questão não é uma realidade distante, afinal, 43% da população, quase a metade, vive em cidades sem rede de tratamento de esgoto”, finaliza o biólogo.

Fonte e Imagens: Eco Brasília



COMPARTILHE

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *