O lixo nosso de cada dia

06/08/2014 por Wendy Andrade

A Lei de Resíduos Sólidos que acaba com os lixões, não fez a população diminuir a produção de resíduos. Segundo o relatório da Associação de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe), de 2012 para 2013, o Brasil teve o maior crescimento de resíduos por dia da última década. Em 2012 foram geradas 201.058 toneladas diárias, já em 2013, o aumento foi de 4,1% a mais, chegando à cifra de 209.208 toneladas de lixo por dia.

Esse índice é um alerta: o país está consumindo e descartando numa progressão muito acentuada, alcançando o maior número de resíduos dos últimos dez anos. O brasileiro joga quase a metade do seu lixo fora (41,7%), que infelizmente vai parar nos lixões que ainda sem controle são fontes de poluição e doenças.

De acordo com a Lei Federal 12.305/2010, os lixões precisam ser trocados por aterros sanitários e as prefeituras ficam sujeitas a multas por crime ambiental. O prazo para a mudança expirou no dia 2 de agosto e os lixões a céu aberto não deixaram de existir. A maior dificuldade em cumprir a Política Nacional de Resíduos está no Nordeste, que apesar de possuir 453 aterros sanitários licenciados, ainda conta 837 lixões a céu aberto. Segundo Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe, “Dos 5.570 municípios brasileiros, 1.569 ainda fazem uso de lixão. E, desses, mais da metade está no Nordeste. O aumento na geração de resíduos de 2012 para 2013 não encontrou um sistema de tratamento adequado. Mais de três mil municípios não têm condições de fazer aterros sanitários”.

Lixo nosso de cada dia
Foto: Reprodução

Já na região Sudeste, a mais rica do país, o problema é com a quantidade de lixo produzido. Mais de 50% de todo lixo coletado em território brasileiro vem dessa região. E, 90% deste lixo não é coletado, ou seja, cerca de 20 mil toneladas desde material ficam abandonadas por dia em locais impróprios, podendo parar em copos d’água.

Lixo nosso de cada dia
Foto: Reprodução

“Os dados mostram que a situação permanece praticamente inalterada desde 2010 e que apesar dos termos da lei, os municípios efetivamente não conseguiram se adequar à PNRS”, lamenta Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe.

Embora o país apresente dificuldades na coleta de lixo, outros esforços coletivos se fazem necessário para que a nova legislação funcione. Apesar de muitos municípios não oferecerem esse tipo de serviço, a coleta seletiva e a separação residencial de resíduos são boas alternativas. Por que além dos lixos das residências, temos outros tipos de lixos que ainda não foram debatidos, como os da construção civil, que são descartados em vias públicas sem nenhuma fiscalização ou alternativa.

COMPARTILHE

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *