Restauração sustentável de rio em Seul
Com um plano viário de ponta e incentivo à população para deixar o carro em casa, a restauração sustentável do rio foi um sucesso, trazendo novamente a vida às suas margens, para os nativos e turistas.
Com o crescimento desordenado da cidade e a tentativa de aliviar o trânsito naquela região, em 1967, foram construídas vias expressas de alta velocidade, canalizando o rio que cruzava a cidade, onde 50 anos atrás crianças nadavam e mulheres lavavam roupas.
Depois de mais de três décadas, a ideia de trazer o rio de volta àquela zona surgiu de uma conversa de dois professores da Universidade de Yonsei, relembrando os velhos tempos de criança quando ainda nadavam nas águas.
O então prefeito de Seul, Lee Myung-bak engajou o projeto para sua candidatura a presidente da Coréia do Sul, fazendo da restauração sustentável do rio Cheonggyecheon sua plataforma eleitoral, mesmo sendo ele um dos que ajudaram a construir a via Cheonggye Expressway.
Foi realizado um plano viário para a demolição daquelas vias, onde passavam 150mil carro por dia (em São Paulo são 80mil no Elevado Costa e Silva – Minhocão). Os automóveis foram desviados para longe do canteiro de obras, o sistema de transporte coletivo foi ampliado; os ônibus ganharam faixas exclusivas nas avenidas; o metrô estendeu os horários de funcionamento; os preços de estacionamentos operados pelo governo foram aumentados; tudo para incentivar as pessoas a deixarem o carro em casa.
Mas tudo isso não foi tão simples assim, pois a prefeitura enfrentou a resistência, dos comerciantes, que foram realocados, diversas reuniões foram realizadas para explicar exatamente o que seria feito no local.
Em 2005 o novo rio despoluído foi inaugurado, junto com um museu para deixar gravado toda história do processo de restauração sustentável, e para que as futuras gerações tivessem consciência da importância daquela trajetória.
O medo de o tráfego insuportável voltar àquela região não se materializou, pois as pessoas se acostumaram a usar o transporte coletivo e a sair sem carro, o que significou uma redução no número de veículos nos arredores da restauração e em toda Seul.
A interferência urbana e as obras de melhoria ambiental fizeram a temperatura na área do rio cair em média 3,5°C em relação a outras regiões da cidade, criando espaços que trouxeram a população de volta aos quase 6km de suas margens.
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