Arquiteta explica as vantagens da certificação BREEAM
A arquiteta Viviane Cunha, pioneira na implantação da certificação inglesa na América Latina, explica as vantagens da certificação BREEAM e alguns dos fundamentos da construção civil verde que podem beneficiar não somente grandes edifícios corporativos, mas também construções de interesse social.
A certificação Breeam (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) foi criada na Inglaterra em 1992, como o primeiro método de avaliação de edifícios sustentáveis do mundo e já certificou mais de 430 mil construções.
Entre suas vantagens está a fácil adaptação para diversas zonas climáticas e o acúmulo de pontos por meio de certificações locais, como a brasileira Procel de eficiência energética. No Reino Unido também há benefícios fiscais para quem adotar a certificação.
Outro fator interessante para programas de habitação é o custo progressivamente menor do selo.
“O Breeam é interessante para habitações sociais porque torna-se mais barato na medida em que o conjunto de construções aumenta – explica a arquiteta. Para obter uma certificação Breeam, o mínimo de taxas a se pagar equivale a £ 1.100, o que dá um pouco menos de R$ 5 mil. Mas, se você tem até 100 edificações, o custo da certificação é £ 20 por casa, o que dá menos de R$ 100 por unidade. Para até mil casas, o custo cai para £ 8 por unidade. A ideia do Breeam é justamente estimular a construção de lotes maiores”.
Atualmente são 430 mil construções Breeam no mundo, com critérios diferentes para diferentes zonas climáticas, além de ser adaptável a certificações locais, como o selo Procel de eficiência energética, por exemplo.
Relacionado: Saiba quais são os principais Selos para Construção Sustentável
A certificação já faz parte da legislação inglesa, e um maior número de pontos propiciam vantagens para o proprietário do imóvel.
“Acredito que isso deve se tornar uma prática global, porque não há futuro sem a construção sustentável. É importante aplicar essas técnicas, mesmo sem o interesse de certificá-las oficialmente”.
Viviane também chama atenção para a necessidade de trazer os clientes para as práticas sustentáveis, reforçando os benefícios do payback, ou seja, o retorno do valor de compra ao longo do tempo, devido à economia de recursos como água e energia elétrica.
“Todo dia ouço que opções sustentáveis são mais caras, mas muitas vezes não são mais caras, mas agregam tecnologia e inovação e envolvem economia que só aparece numa conta que inclui os gastos com uso e manutenção. É como aconteceu com as lâmpadas de led. Elas são bem mais caras, mas então começamos a entender que elas oferecem economia na conta e em sua vida útil. Ainda temos a redução de preço pela oferta da demanda. No caso das leds, as pessoas passaram a comprar e o preço baixou. Outras vezes, reclamam do custo do produto sustentável e acabam optando por algo mais caro, porém mais a seu gosto. É preciso sensibilizar o cliente mostrando os ganhos e também os produtos realmente com características sustentáveis corretos porque, por outro lado, por exemplo, uma telha ‘sustentável’ com componentes reciclados que dura seis meses, não é realmente sustentável. Por isso, também é importante saber com quem a consultoria está sendo feita. Como esse é um assunto popular, agora, surgem muitos consultores que não sabem realmente o que estão fazendo”.
A arquiteta Viviane Cunha é diretora executiva da empresa VCA Sustentabilidade e participa do conselho consultivo da Expo Arquitetura Sustentável – Feira Internacional de Construção,
Posts relacionados
Posts mais vistos
Comentários