Uma casa de bambu em Parque Estadual de Niterói
Esta casa localizada no Parque Estadual da Serra da Tiririca, em Niterói – RJ, foi construída em bambu, como o principal material construtivo.
O projeto é assinado pela a arquiteta Celina Llerena, diretora da Ebiobambu (Escola de Bioarquitetura e Centro de Pesquisa e Tecnologia Experimental em Bambu), que escolheu o bambu por ser um material ecologicamente correto.
Após três anos de vida, o material permite em média dois cortes anuais e possui um dos mais rápidos crescimentos no reino vegetal.
“O bambu é autorrenovável e autossustentável, quanto mais se corta, mais fortalece a moita, que cresce sem parar, sem esquecer os critérios de corte e manejo” diz a arquiteta.
Além de ser sustentável, o projeto é versátil e de baixo custo.
A fundação da casa foi feita com manilhas, preenchidas com concreto ciclópico (ou fundo de pedra amassada) e vigas pré-moldadas, que sustentam a laje de piso. Utilizou, ainda, outros materiais, como as pedras para revestimento de uma das fachadas laterais, e o eucalipto para a rampa de acesso – material especificado por ser mais resistente a intempéries.
O bambu utilizado nesse projeto foi o Phyllostachys pubecens, diferente da madeira, essa planta não possui cerne, por isso em bambus usam-se parafusos, e não pregos.
É preciso deixar a base do bambu de 40 cm a 50 cm acima do nível do solo, evitando o contato com a umidade que sobe por capilaridade, além de evitar a incidência direta de sol e chuva com estrutura como beirais.
As estruturas com bambus são leves e resistentes, possuem feixes fibrovasculares mais concentrados que formam uma fração fibrosa, conferindo à planta elevada resistência mecânica como tração, compressão e flexão dependendo da espécie e idade do tipo de caule, chamados de colmos.
A casa com 255 m² possui estrutura que segue um princípio básico de pilares e soleiras. São dois tipos de pilares: os de fechamento que são os suportes para a sustentação das paredes, portas e janelas; e os pilares estruturais, que vão até o telhado, criando uma espécie de esqueleto da casa, tudo de bambu.
As paredes receberam quadros de madeira grampeados com chapas de ferro laminado, nas quais foram aplicadas argamassa com simples desempenadeiras. O resultado é uma parede comum, sem o uso de tijolos.
Para o telhado jardim foram instaladas na cobertura, as mesmas chapas de ferro, aparafusadas no próprio bambu, com uma camada de argamassa de 4 cm.
O material foi coberto com uma manta com geotêxtil que, por sua vez, foi sobreposta com uma camada de 6 cm a 7 cm de terra. Já com a terra, foram colocados os rolos de gramas e arranjos com bromélias e outras flores de raízes rasas.
Fonte: AU – Arquitetura e Urbanismo, Editora PINI
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