COP 27: Emissões de CO2 na construção civil atingem novo recorde
Já sabemos que o setor é um dos principais responsáveis pelos impactos no meio ambiente no mundo, mas um novo relatório lançado na COP27 indica que as emissões de CO2 na construção civil atingiram novo recorde. Em 2021 foi responsável por 37% das emissões de CO2 relacionadas a energia e processos.
Apesar do aumento de 16% nos investimentos em eficiência energética de edifícios, o crescimento das atividades superou os esforços, deixando o setor fora do caminho para descarbonização até 2050; em 2021.
Lançado na última rodada de negociações climáticas no Egito, na COP27, o Relatório de Status Global de Edificação e Construção de 2022 conclui que o setor foi responsável por mais de 34% da demanda de energia e cerca de 37% das emissões de CO2 relacionadas a energia e processos em 2021.
O aumento global da construção civil elevou as emissões de CO2 para uma alta histórica de 10 gigatoneladas. Assim, o setor está fora do caminho para cumprir as promessas de descarbonização até 2050, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.
Segundo o documento, apesar do aumento em 16% no investimento em eficiência energética, o consumo de energia e as emissões de CO2 do setor de construção civil se recuperaram da pandemia de Covid-19 para um recorde histórico.
Em 2021, as emissões de CO2 na construção civil foram 5% maiores do que em 2020 e 2% a mais do que o pico pré-pandemia em 2019.
A demanda por aquecimento, refrigeração, iluminação e equipamentos em edifícios aumentou cerca de 4% em relação a 2020 e 3% em relação a 2019, indicando que a lacuna entre o desempenho climático do setor e a necessidade de descarbonização até 2050 está aumentando, de acordo com o Pnuma, em 2021,
A diretora executiva da agência, Inger Andersen, disse que anos de alertas sobre os impactos das mudanças climáticas se tornaram uma realidade. Para ela, “se não cortarmos rapidamente as emissões, conforme o Acordo de Paris, teremos problemas ainda maiores.”
Crescimento na África
O Pnuma observou que o uso dos recursos brutos na África deve dobrar até 2060. Estima-se que 70% do parque imobiliário africano previsto para 2040 ainda não foi construído.
Essa estimativa está de acordo com o crescimento da população da África, que deve chegar a 2,4 bilhões até 2050, 80% vivendo em cidades. Esta é uma razão pela qual o continente poderia usar suas fontes de energia renovável para alimentar seus edifícios de forma sustentável.
Materiais de construção já representam cerca de 9% das emissões de CO2 derivadas da energia no continente. Aço, concreto e cimento são os principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa, de acordo com a agência.
Saiba o que é e como escolher um material sustentável
Atividade europeia
Na Europa, o setor de construção representa 40% das necessidades totais de energia no continente. Cerca de 80% vêm de combustíveis fósseis.
Para reduzir as emissões gerais, a agência da ONU explicou que o setor de construção pode ajudar melhorando o desempenho energético dos edifícios, diminuindo a pegada de carbono dos materiais de construção, e multiplicando os compromissos políticos, além de incentivos ao investimento em eficiência energética.
As principais tendências globais identificadas pelo Pnuma indicaram que o aumento do espaço construído entre 2015 e 2021 foi equivalente à área total coberta por edifícios na Alemanha, França, Itália e Holanda.
Descarbonizar o setor da construção até 2050 é fundamental diminuir essas emissões – e para enfrentar a crise planetária mais ampla, a mudança climática, natureza, perda de biodiversidade, poluição e desperdício.
Fonte: ONU – Foto capa: Shutterstock
Posts relacionados
Posts mais vistos
Comentários