Ponte Friedrich Bayer em SP recebe prêmio de design na Ásia

Inaugurada em 2013 a ponte Friedrich Bayer, exclusiva para pedestres e ciclistas, acaba de receber o prêmio IAI Design AWard, organizado pela Asia Pacific Designers Federation, considerado o mais importante da Ásia.

 

Localizada em frente a sede paulistana da multinacional alemã Bayer, a ponte situa-se na confluência do rio Pinheiros com o canal extravasor da represa de Guarapiranga. Ao ligar as duas margens, amplia-se a ciclovia paralela ao rio e aproxima cidadãos, trabalhadores da empresa e comunidade à estação de metrô Santo Amaro.

“A obra beneficia mais de 15 mil pessoas diariamente e ajuda a reduzir a emissão de CO2 na atmosfera paulistana em 300 toneladas por ano”, diz o arquiteto paulistano Roberto Loeb, autor do projeto da ponte Friedrich Bayer.

Design inspirado na natureza

Inspirada na forma de uma vitória-régia, a ponte foi concebida com um mecanismo móvel que permite a passagem de embarcações.

O projeto assinado pelo escritório Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo já havia sido premiado antes: em 2015 recebeu o 59º prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na categoria “Projeto Urbano”.

Com 87,5 m de extensão total, e coberta, a ponte tem estrutura de vigas metálicas e é apoiada sobre tubulões de concreto.

Duas “ilhas” cobertas com vegetação tornam-se espaços de parada e contemplação em meio ao fluxo.

O projeto de paisagismo da Cardim Arquitetura Paisagística incluiu um grande número de espécies fornecedoras de recursos para a fauna, que se adaptou ao espaço mesmo com a poluição da água. Com registros botânicos do começo do século XX, foram propostas Florestas de Bolso bordeadas por vegetação nativa rasteira.

Para manter a navegabilidade do canal, o vão central é móvel: rotacionam-se as metades dessa estrutura linear central por meio de motores elétricos.

Fonte: Mobilize Fotos: LoebCapote

Já tínhamos falado sobre a ponte Friedrich Bayer no artigo 10 pontes para ciclistas e pedestres ao redor do mundo, Confira!

 

A onda das bicicletas compartilhadas sem estações chega ao Brasil

Dois novos sistemas de bicicletas compartilhadas devem operar em São Paulo a partir de junho. A novidade é boa, mas exige cautela e muito mais e melhores ciclovias.

Duas empresas de bicicletas compartilhadas sem estações (dockless) anunciam sua entrada no mercado brasileiro. Ambas pretendem começar por São Paulo, entre junho e julho próximos. A ideia, em princípio, é muito boa, pois oferece mais liberdade ao usuário em seus deslocamentos, especialmente para fazer conexões entre os demais sistemas de transportes.

A Yellow se apresenta como uma empresa brasileira criada por meio de investimentos do app 99 e de ex-sócios da Caloi. Planejam começar as atividades em julho próximo, com 20 mil bicicletas, inicialmente no centro expandido da cidade. O sistema de liberação, controle e monitoramento estará na própria bicicleta, com acionamento via app.

Outra empresa, a gigante chinesa Mobike, anunciou que estará na capital paulista a partir de junho, com 2 mil bikes e planos de chegar até 100 mil. Chris Martin, vice-presidente da Mobike, explica que a tecnologia é a receita da empresa para enfrentar os problemas de roubos e vandalismo.

As duas iniciativas – que tendem a replicar-se para outras cidades do Brasil – poderiam ser recebidas com absoluto otimismo, não fosse o histórico recente dos sistemas de compartilhamento sem estações em outros localidades do mundo, como Paris, onde o sistema dockless não teve sucesso. Na China, existem vários operadoras e mais de 20 milhões de bicicletas circulando nas cidades. Mas, há também as famosas fotos com milhares delas destruídas e abandonadas em grandes depósitos.

 

“Bagunça urbana”

Zé Lobo, diretor da Transporte Ativo, avalia que em princípio, “quanto mais bicicletas melhor”. Mas ele sugere atenção para a “bagunça urbana” que elas podem causar: “Será que apenas a demarcação das áreas para estacionar vão solucionar o problema de bicicletas por todos os lados, atrapalhando pedestres, como tem acontecido mundo afora?”, questiona Zé Lobo.

Lembra também o problema do vandalismo e dos roubos: “Num país onde se roubam materiais como alumínio, aço, fios de cobre e outros para revenda a peso, as bicicletas dockless podem ser um prato feito. Roubos têm sido problema em outros países, inclusive na China…por que aqui seria diferente?”.

O interessante, acrescenta Zé Lobo, é que há mais de dez anos atrás, o sistema alemão de bicicletas compartilhadas Call a Bike, da empresa de trens DB, sofria exatamente por ser dockless. “As calçadas ficavam cheias de bicicletas distribuídas de forma desorganizada, atrapalhando a circulação dos pedestres, problema que acabou por ser solucionado com sistemas dotados de estações”, lembra o diretor da TA.

Cabe lembrar também as imagens de bicicletas sendo resgatadas do fundo do rio Yarra, em Melbourne, Austrália. E também os relatos de bicicletas “privatizadas” por alguns usuários na Europa e Estados Unidos.

bicicletas compartilhadas
Bicicletas compartilhadas sem estações amontoadas: cena comum na China

 

Zé Lobo avalia que a manutenção adequada é um desafio e que poderá ser o diferencial: “Com diversos sistemas espalhados pelas ruas, aqueles com melhor manutenção e confiabilidade serão os que irão sobreviver. Torcemos pra que São Paulo e o Brasil adotem e protejam essas bicicletas. Em Washington (EUA) há quatro sistemas: Ofo, Mobike, Lime Bike e Capital Bike Share; e estão se saindo bem. Vamos ver como será por aqui”, completa Lobo.

 

Ciclovias

No entanto, na visão do Mobilize Brasil, para que as bicicletas e seus usuários possam circular com segurança e conforto, cabe à prefeitura paulistana (e à maioria das prefeituras do país), fazer a manutenção das ciclovias existente, hoje abandonadas, sujas, repletas de buracos, irregularidades e falhas de sinalização. Seduzidos pelo asfalto, prefeitos continuam a ignorar as leis em relação aos sistemas cicloviários, calçadas e toda a infraestrutura voltada à mobilidade ativa. Talvez esteja aqui o maior desafio para a mobilidade sustentável

 

Fonte: Mobilize

Niterói regulamenta a instalação de parklets na cidade

A prefeitura da cidade de Niterói (RJ) regulamentou recentemente a instalação de parklets na cidade. A lei municipal nº 2.624 é de 2008, mas só agora foi regulamentada.

A lei servirá para ordenar a implantação dos parklets. A falta de regulamentação impossibilitava sua execução. Agora, a Secretaria de Urbanismo e Mobilidade de Niterói passa a viabilizar oficialmente a expansão do passeio público, ocupando áreas de estacionamento, para que comerciantes e até pessoas físicas usufruam delas.

As pequenas áreas que, anteriormente, só serviam como vagas de estacionamento de veículos, agora poderão ser destinadas à convivência pública. Os parklets são recantos estruturados com bancos, mesas e até jardins e floreiras instaladas na área próxima à via.

Relacionado: Saiba mais sobre os Parklets

O secretário de Urbanismo e Mobilidade, Renato Barandier, explica que, apesar de a estrutura ser implementada e mantida por iniciativa particular, a área será sempre de uso público. Ou seja, não será permitida a sua utilização exclusiva por proprietários de uma loja ou residência. Todos os projetos precisarão ter uma placa informando tratar-se de um recinto coletivo, onde ninguém precisa ser convidado ou consumir algo para ali permanecer.

“A regulamentação faz parte de uma política de valorização dos espaços públicos da cidade, o que é fundamental em tempos de insegurança. Ocupando as ruas nós estamos estimulando que as pessoas saiam de suas casas. É uma forma de valorizar e fomentar o comércio. Nós temos que pensar formas alternativas de ocupar os espaços, e um carro parado o dia inteiro em uma vaga é uma forma improdutiva de preencher essa área. No parklet, mais pessoas farão uso dessa vaga”, argumenta Barandier.

 

Limites do espaço

Segundo as regras da lei, os parklets terão, no máximo, área de 2,20 m de largura e 11 m de altura. As estruturas serão instaladas somente em ruas que tenham espaço destinado a vagas de estacionamento. Há também um limite do número de vagas suprimidas: no máximo 15% de todas as disponíveis em cada rua. Não será permitido bloquear espaços de drenagem como bocas de lobos e bueiros, tampouco interromper a manutenção de serviços públicos. Em caso de necessidade, as estruturas precisarão ser montadas e desmontadas num período mínimo de 24 horas.

Os parklets já funcionam em diversas capitais do Brasil. No Rio, são conhecidos como Paradas Cariocas e comuns, desde 2015, em bairros como o Leblon. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Niterói (Sindilojas), Charbel Tauil, a regulamentação é recebida de maneira positiva.

“É uma ótima iniciativa. Nós precisamos dessa estrutura há muito tempo, principalmente no Centro. Vai dar uma cara nova a alguns espaços. O parklet humaniza o ambiente e estimula as pessoas a ficarem à vontade nessas áreas, o que as aproxima do comércio. Mas é importante haver segurança. Num momento de relaxamento, que é a proposta dos parklets, as pessoas estão mais vulneráveis. Por isso, a segurança é fundamental”, declarou Tauil.

O presidente do Sindilojas acredita que a diminuição de vagas de estacionamento não será prejudicial: “Sempre lutamos por mais vagas, mas, como há um limite para o que será suprimido, a iniciativa valerá a pena. Fazer as pessoas saírem mais às ruas é muito benéfico. Perdemos estacionamento, mas ganhamos pessoas”, finaliza.

 

Fonte: Mobilize Via: O Globo – Autora: Daniela Kalicheski

Movido pela Mente: livro sobre superação e mobilidade sustentável será lançado em São Paulo

Movido pela Mente é um livro sobre superação e mobilidade sustentável, será lançado em São Paulo dia 4 de dezembro e busca financiamento através de uma campanha de crowdfunding.

Imagine um jovem de 28 anos, amante de esportes e aventuras, viajante do mundo, recebendo o diagnóstico de uma doença degenerativa avassaladora, que o condena à morte. O Livro Movido pela Mente conta a história de Ricky Ribeiro, sua forte relação com o tema da mobilidade urbana e sua luta contra a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença que lhe roubou os movimentos.

A publicação está sendo viabilizada em modo cooperativo pela plataforma Benfeitoria e o lançamento acontece dia 4 de dezembro, no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo.
Imagine este jovem deixando de andar, comer, falar, até ficar praticamente imóvel em uma cama, ligado a aparelhos, respirando somente por meio de ventilação mecânica. Agora, pense numa mente brilhante por trás disso, uma mente viva, ativa, que não apenas quer viver, mas também transformar o mundo em um lugar melhor e mais acessível, com cidades sustentáveis e projetadas para as pessoas. Pensou?
Então saiba que uma mente ilimitada dentro de um corpo limitado pode tudo. No livro Movido pela Mente, acompanhamos a fascinante história do empreendedor social Ricky Ribeiro, que, mesmo imobilizado, criou o Mobilize Brasil.

Desde as suas primeiras quedas por fraqueza muscular até o fatídico diagnóstico, acompanhamos sua trajetória e a travessia de cada limite imposto pela doença.

Movido pela Mente livro
Onde ele encontrará forças para ir além dos obstáculos que, a cada momento, insistem em impedir o fluxo de sua vida? Esta é uma incrível jornada de superação de limites, em que o amor incondicional de uma família e dos amigos, somado à força de uma mente visionária, pode ultrapassar qualquer obstáculo, até mesmo uma sentença de morte.
Narrado em primeira pessoa por Ricky, em parceria com a escritora Gisele Mirabai, o livro revela sua trajetória desde os tempos em que viajava, praticava esportes e pedalava pelas ruas do mundo. Lugares insólitos, como Japaratinga (AL), Paramaribo (Suriname), Corfu (Grécia), ou cidades bem conhecidas, como Paris, Toronto, Amsterdã, Veneza, Barcelona, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife e São Paulo.

É também um livro sobre mobilidade urbana sustentável e as experiências de seu autor com trens, ônibus, metrôs, barcos, motocicletas, automóveis, teleféricos, bondes, bicicletas e muitos passeios a pé.

A publicação está sendo viabilizada de modo cooperativo por meio da plataforma Benfeitoria. Para saber mais e colaborar, acesse a página do projeto e participe da campanha de crowdfunding.
Informações em benfeitoria.com/movidopelamente

A renda das vendas do livro será revertida para o Mobilize Brasil, organização sem fins lucrativos que atua com mobilidade urbana, urbanismo e cultura.

Serviço:
Lançamento do livro “Movido pela Mente”

Autores: Ricky Ribeiro e Gisele Mirabai
Páginas: 344
Edição: Mobilize Brasil
Evento de lançamento:
Dia 4 de dezembro, a partir das 18h
Museu da Casa Brasileira Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.705
São Paulo

Como fazer uma calçada acessível para todos na prática – por Mara Gabrilli

O texto escrito por Mara Gabrilli para o Mobilize ensina o passo-a-passo de como fazer uma calçada acessível para todos – na prática. Confira:

A calçada é a porta de entrada da nossa casa. É ali que a gente dá boas vindas aos nossos convidados, onde compartilhamos espaço com os vizinhos e também é nesse pequeno local que podemos demonstrar como respeitamos os pedestres, os outros e até nós mesmos.

Pensando na democratização da cidade, e na liberdade de ir e vir de todos cidadãos, foram criadas normas (definidas pela NBR 9050 – 2015) para que os passeios públicos pudessem cumprir fielmente o seu papel: possibilitar o livre trânsito das pessoas – tenham elas alguma deficiência, mobilidade reduzida ou não.

Dimensões

Se a sua calçada tiver até dois metros de largura, você terá de dividi-la em duas faixas paralelas. Se o seu passeio público tiver mais do que dois metros, então é preciso que tenha três faixas, seguindo as seguintes especificações:

como fazer uma calçada para todos

Faixa de serviço: esse espaço, que precisa ter, no mínimo, 0,70 de correio e lixeiras.

como fazer uma calçada para todos

Faixa livre: essa é a faixa mais importante, pois é aqui que garantiremos a circulação de todos os pedestres. Ela deve ter, no mínimo, 1,20 m de largura, não apresentar nenhum degrau, nem mesmo um pequeno desnível entre lotes, obstáculo de qualquer natureza ou vegetação. Essa faixa tem de ter superfície regular, firme, contínua e antiderrapante sob qualquer condição, ou seja, não pode ter qualquer faixa de serviço min. 0,70 m faixa de serviço min. 0,70 m faixa de acesso piso tátil direcional faixa de acesso faixa livre.

Quando o nível da rua é menor que o do prédio temos um PROBLEMA, pois o cadeirante tem que fazer um esforço enorme para atravessar uma calçada com inclinação maior que 2% piso tátil direcional

Faixa de acesso: essa terceira faixa é dispensável em calçadas com menos de 2 m. Essa área é aquela em frente ao seu imóvel ou terreno, e pode receber vegetação, toldos, propaganda e mobiliário móvel como mesas de bar e floreiras, desde que não impeçam o acesso aos imóveis. Serve ainda para acomodar a rampa de acesso aos lotes lindeiros sob autorização do município para edificações já construídas.

acessibilidade para cadeirante

E se a minha calçada tiver menos que dois metros? O que fazer?

O ideal é que a calçada tenha essa medida. Se não, é preciso que a Prefeitura faça uma avaliação técnica e adeque o passeio dentro das normas. Temos sempre de pensar que o importante é ter a faixa livre, que é a de circulação, dentro dos padrões definidos. Várias propostas podem existir, dentre elas está a ampliação da calçada com a faixa verde. Mas ela deve ter segregadores: piso antiderrapante, e inclinação transversal de no máximo 3%.

Outra solução está na instalação de parklets em pontos de estrangulamento, entre demais projetos de aumento de calçadas, especialmente nas esquinas para redução do percurso da travessia – e sempre com rebaixamento de calçada para que todos possam atravessar! Podemos usar, ainda, faixa de travessia elevada. É muito confortável e uma ótima solução para calçadas estreitas, como são as calçadas do Patrimônio Histórico, feito em Salvador, no Pelourinho.

O que é preciso privilegiar nas três faixas?

Uma informação é muito importante: a faixa livre não deve ter inclinação superior a 3%. Isso mesmo, ali, onde circulam as pessoas, e os cadeirantes em especial, é imprescindível que o piso seja quase totalmente horizontal.

É comum acontecer de as pessoas, para adequar a entrada dos carros, fazerem uma forte inclinação para que o carro entre na garagem sem nenhum problema. Assim, a calçada – que deveria servir para o pedestre – acaba virando uma rampa de veículo. Imagine algum cadeirante tentando passar por ali? Impossível. Afinal, essa calçada virou passeio para carro, não passeio público.

Se a casa é na esquina. O que fazer?

Além das especificações anteriores, as esquinas têm um item a mais: os rebaixamentos de calçada para a travessia de pedestres. Além, claro, de serem pontos de intensa circulação, por isso devem estar livres de obstáculos. Observe as seguintes especificações:

corte calçada

Os rebaixamentos de calçada para travessia devem ter inclinação constante e não superior a 8,33%, ou seja, para uma guia de 15 cm de altura o comprimento da rampa central será de no mínimo 1,80 m e também devem ter esta inclinação nas abas laterais (8,33%). A largura mínima do rebaixamento é de 1,50 m.

O rebaixamento não pode diminuir a faixa livre de circulação, de no mínimo 1,20m. Dois itens importantes: não pode ter desnível no final do rebaixamento para o leito carroçável e a sarjeta não pode ficar muito inclinada formando uma cunha, que vai prender as rodinhas da cadeira de rodas e carrinhos de bebê!

Como fazer uma calçada acessível para todos


O mobiliário de grande porte, como bancas de jornais, tem de ficar a 15 metros das esquinas e os mobiliários de médio e pequeno porte – como telefones, lixeiras, entre outros, precisam ficar a 5 metros.

Bom, mas o que fazer com a entrada de carro?

Na entrada de veículos pode-se inclinar transversalmente a faixa de serviço com até 20% de inclinação e ainda ter um pequeno desnível de 5 cm que o carro sobe. Caso seja ladeira, pode comodar na faixa de acesso com autorização da Prefeitura, mas a faixa livre tem de ser observada com cuidado e seguir a inclinação transversal de até 3% e a longitudinal deve seguir a mesma inclinação do leito carroçável.

Como fazer uma calçada acessível para todos

Para mais informações de como fazer uma calçada para todos, baixe a cartilha do Mobilize.

Fonte e imagens: Mobilize

Cyclobus: pedalando e aprendendo a usar as ruas de uma cidade da França

As crianças da Escola Anatole France, em Rouen (Ruão), norte da França, pedalam todos os dias para ir à escola. Algumas já o faziam naturalmente, com os pais e alguns coleguinhas, mas agora elas contam com o Cyclobus.

O Cyclobus é uma divertida criação de dois jovens empreendedores locais; um ônibus dotado de 10 selins, movido a pedaladas, com uma suave assistência elétrica.

O conjunto é conduzido por um adulto, que é responsável por levar o “ônibus” à porta de cada um dos estudantes . “Foi ela quem pediu para usar esse ônibus”, explica Hélène, mãe da pequena Lou, de sete anos. “Eu deixei de levá-la à escola e ganhei 45 minutos cada manhã antes de ir para o trabalho”, completa a mãe.

O projeto seduz crianças, pais e educadores porque reúne uma série de vantagens: é ecológico, estimula a prática esportiva entre as crianças, melhora o convívio e funciona como um exercício de trabalho em equipe.

 

Segurança

“Para nós, a segurança é o imperativo número um”, afirma Vincent Guezou, de 23 anos, um dos fundadores da empresa que faz e opera o Cyclobus.

“As crianças precisam ter consciência dos riscos do trânsito e do comportamento mais adequado a adotar em cada situação. Mesmo quando os pedestres que encontramos nos dão sinal de passagem, nós paramos o veículo porque eles sempre devem ter prioridade”, explica Vincent.

O quadriciclo circula à velocidade de 15 km/h e tem prioridade para circular pelas pistas cicláveis e também pelas ruas de pedestres da cidade. Com largura de 1,20 m o veículo transita com facilidade pelas ruas históricas, sem causar danos, o que abre a possibilidade de ser utilizado em passeios turísticos. Materiais escolares e outros objetos são colocados em um bagageiro localizado na parte da frente, permitindo que as crianças tenham total liberdade para pedalar.

A ideia do ônibus a pedal veio de Aalten, na Holanda, perto da fronteira com a Alemanha. A invenção é atribuída a Thomas Tolkamp, um apaixonado por bicicletas, que inicialmente fez um quadriciclo para famílias. A ideia foi levada à França por Amaury Piquiot, um estudante de comércio que fez um estágio na Holanda.

Três meses mais tarde, já de volta a Rouen, a pedido de um professor de logística, Amaury começou a trabalhar em um projeto de transporte ecológico e quase imediatamente pensou na possibilidade de utilizar veículos a pedal com a possibilidade de usá-los no transporte escolar.

Um dos objetivos era reduzir aquela conhecida fila de carros diária na entrada e saída das escolas, muito comum aqui no Brasil. Terminado o curso, ele se juntou ao amigo Vincent Guezou e juntos conseguiram reunir recursos para iniciar a empreitada, inicialmente com duas escolas, uma pública, a Anatole France, e outra privada, a Saint Marie.

Agora os dois sócios estão buscando um financiamento do fundo europeu Ulule para ampliar a operação dos Cyclobus.

Veja o vídeo da francetv éducation sobre o Cyclobus:

 

Fonte: Mobilize – via: NormandyActivities | Autor: Marcos de Sousa / Tradução e Adaptação

Semáforos inteligentes priorizam ciclistas holandeses até debaixo de chuva

Os holandeses estão cada dia mais fortalecendo a cultura da bicicleta como meio de transporte, mas eles continuam lutando para tornar essa experiência cada vez melhor! Em Roterdã está em teste semáforos inteligentes com sensores em ciclovias que medem temperatura, detectam chuva, antecipam sinal de luz verde e até reduzem a espera dos ciclistas

A prefeitura desta cidade holandesa fez um teste com esses dispositivos — chamados de thermican —, que detectam o grau de calor derivado do número de bicicletas que se aproximam,  com o objetivo de descongestionar e favorecer o tráfego não poluente.

Relacionado: Moradores da cidade de Roterdã se uniram para construindo uma ponte para pedestres via crowdfunding.

Quando há muitos ciclistas,  o tempo de espera reduz e o semáforo fica verde antes do programado: cerca de 67 segundos em média, em vez de dois minutos, às vezes três, marcados em áreas de muito tráfego. A mudança ocorre sem colocar ninguém em perigo, porque os semáforos para os motoristas estão programados para se adaptar automaticamente.

Semáforos inteligentes
Foto: Divulgação

O sucesso do teste, que começou em setembro do ano passado e está sendo avaliado agora na cidade portuária, levou a prefeitura a instalar esses semáforos inteligentes nos cruzamentos mais movimentados.

 

Luz verde para a bicicleta
Há uma década, a prefeitura estimou que cerca de 40.000 pessoas usavam bicicleta diariamente em Roterdã. Agora, já são mais de 70.000, em uma cidade de 600.000 habitantes. Para poder se tornar a Cidade da Bicicleta em 2018, data prevista pelo município, é preciso incentivar e facilitar sua utilização.

semaforos inteligentes para bicicletas
Foto: Rotterdam City Blog

 

Como a alta concentração de grandes escritórios e escolas no centro da cidade leva a congestionamentos na hora do rush, se os ciclistas tiverem certa prioridade é mais fácil aliviar o tráfego. Por isso, o primeiro local escolhido para testar a eficácia do novo semáforo foi Churchillplein, uma praça do centro que homenageia o ex-primeiro-ministro britânico.

Lotada na hora do rush devido ao elevado número de escritórios e escolas, quando a ciclovia com o novo semáforo tem mais de dez ciclistas esperando, fica verde: podem passar. Se há fila, permanece aberto por um tempo mais longo para dar tempo para a maioria.

Como resultado, durante o dia normalmente a espera é de cerca de 67 segundos para retomar a marcha; à noite, o tempo é ainda menor. Os motoristas, que têm maior margem para cruzar em circunstâncias normais, esperam apenas “dois ou três segundos mais “, de acordo com a prefeitura.

O sucesso superou as previsões, e já estão sendo identificados outros pontos importantes na cidade para a instalação dos semáforos inteligentes .

Semáforos inteligentes
Foto: Divulgação

 

“Não sabemos quantos. Primeiro é preciso calcular quais são os cruzamentos mais problemáticos,” acrescentam os porta-vozes municipais. Mas os semáforos, projetados pelo engenheiro britânico John Peake Knight para a rede ferroviária nacional, e instalados pela primeira vez nas ruas de Londres em 1868, têm muitas utilidades. A própria Roterdã testou outros sensores durante dois anos para detectar chuva, neve e granizo, e reduzir a umidade para os ciclistas.

Veja também: Ponte Exclusiva para Bicicletas na Holanda

“Queremos mais bicicletas”
A cidade de Groningen, no norte do país, também testou o semáforo. Assim como os de temperatura, ficam verdes antes e já estão instalados em duas ruas da cidade portuária. Neste caso, não se trata de aliviar o tráfego, e sim favorecer o uso de bicicletas apesar do mau tempo. Por isso, não estão em áreas de grande congestionamento. “Queremos mais bicicletas”, já se tornou o lema vital de Pex Langenderg, vereador para mobilidade e chefe da operação “chuva e temperatura” ciclista.

 

Fonte: Mobilize – via El Pais

Por que caminhar em Paris é uma delícia?

Por que caminhar em Paris é uma delícia? Iniciativa pública ajuda a explicar a razão disso.

Os países e as cidades que querem promover e desenvolver o uso da bicicleta precisam fazer uso de instrumentos de gestão, economia, política e infraestrutura para tal. Para que se consiga dar prioridade aos deslocamentos feitos a pé, é necessária a construção de infraestrutura para otimizar o caminhamento e torná-lo seguro, agradável e o mais curto possível.

As ruas, por si só, no contexto motorizado do século XXI, perderam sua função inicial: circulação de veículos, cargas e pessoas. Para que essa lógica seja reconstruída, é preciso que os diversos atores sociais ajam e conquistem o disputado e conflituoso espaço das cidades grandes.

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Espaço à beira do Rio Sena para ser usado pelas pessoas

Cada cidade, para construir sua política de prioridade aos pedestres, deve se conhecer bem e compreender suas limitações políticas, sociais, econômicas e também territoriais.

Paris, que possui não mais que 11km de raio, é uma cidade que um cidadão consegue cruzá-la com não mais que duas horas de caminhada. Esse fator geográfico da cidade, somado aos investimentos na estrutura para pedestres, faz com que a cidade alcance índices de quase 80% dos deslocamentos de casa para se fazer compras sejam feitos a pé. Na média, as pessoas que caminham em Paris correspondem a mais de 60% dos deslocamentos feitos na cidade.

Caminhar em Paris é uma delícia - Divisão modal de Paris

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Caminhar pela cidade é uma forma de contribuir para a melhoria da mobilidade urbana e a prefeitura de Paris tem valorizado isso, através da promoção de ações normativas (produção de leis), urbanísticas (planejamento da estrutura urbana) e sociais (realização de concursos, quizz, campanhas de incentivo ao caminhamento).

Nesse ínterim, a prefeitura criou a “Paris Pieton Iniciative”, que tem a por objetivo promover junto aos departamentos de estradas e transportes, normalmente ligados à promoção de viagens motorizadas, uma visão sobre as questões relacionadas aos pedestres. Para tal, a abordagem é interdisciplinar e a participação dos cidadãos é encorajada para que as pessoas compreendam aquele espaço (as ruas, calçadas e espaços públicos) e se empoderem dele.

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Travessia de pedestre diferenciada e menos normativa

O processo:

Num primeiro momento, a prefeitura identificou quais as áreas ela gostaria de tratar. Logo em seguida, convidou vários atores locais (lojistas, comerciantes, moradores e outros) para mostrar a eles estes novos conceitos, especialmente o de Zone de Reencontre, e como esta mudança na forma de enxergar o bem (espaço) público poderia trazer melhorias para a qualidade de vida do local.

Associações e cidadãos organizaram atividades lúdicas, jogos e caminhadas pelos locais e mostram o valor do espaço público às pessoas. Foram realizados workshops junto com estes atores para eles planejarem, com a colaboração de técnicos, o que queriam para as ruas da cidade. Processos educacionais foram fundamentais para fazerem os motoristas entenderem que relação com aquele espaço teria de mudar e que ele perderia a prioridade que, antes, tinha.

Por fim, com diversos outros atores envolvidos (arquitetos, urbanistas, pessoas da área da cultura, etc) foi o momento de colocar a mão na massa: remoção de vagas para carros, plantação de sementes, colocação de banheiros públicos, aumento das calçadas e implantação de ciclovias.

As possibilidades de se recriar o espaço urbano através da ação coletiva e colaborativa são imensuráveis e os gestores públicos, técnicos, coletivos e organizações sociais e a população parisiense sabem disso.

Um dos produtos dessa iniciativa foi a expansão das novas Zonas 30 na cidade que, em 2013, representavam ⅓ das ruas da cidade. As proximidades de todas as escolas da cidade tiveram esse tratamento implementado.

As Zona 20, ou Zones de Recontre, foram criadas com objetivo de, ao invés de somente garantir a segurança do pedestre, dar a ele a prioridade naquela rua. Ainda que nelas hajam calçadas, o pedestre poderá trafegar ‘no meio da rua’. A própria pintura da representação da Zona 20 é elucidativa para mostrar a lógica desta retomada das ruas. Nela, o pedestre possui o maior tamanho. Em seguida está o ciclista. E o menor desenho é o do carro.

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Placa de uma Zone de Rencontre indicando a prioridade ao pedestre

Após anos de acúmulo no investimento em calçadas e processos de incentivo ao caminhar, Paris se destaca como uma cidade, além de linda, deliciosa para ser percorrida a pé.

A Cidade Luz está longe de ser perfeita e ainda possui inúmeras ruas e calçadas chatas para se caminhar e zero por cento acessíveis (e tampouco que tenham um desenho universal), mas o esforço (pequeno) da atual prefeitura em continuar incentivando o caminhar merece destaque, mas com uma ressalva: até fevereiro de 2015, a cidade contava com uma profissional para lidar com o planejamento urbano para o caminhar.

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Abertura das ruas às pessoas, ainda que com horário limitado.

 

Matéria Original por Guilherme Tampieri – Mobilize 

Startup busca financiamento para carro elétrico de uso compartilhado

Empresa brasileira busca financiamento coletivo para viabilizar produção de carro elétrico para compartilhamento. O projeto chamado Podcycle, lançou uma campanha no Catarse com meta inicial de R$ 68 mil, aberta até dia 22 de novembro.

O PodCycle, veículo urbano inteligente projetado para duas pessoas e exclusivo para sistemas de uso compartilhado, foi desenvolvido por uma startup catarinense incubada no Inaitec (Instituto de Apoio à Inovação, Incubação e Tecnologia), no município de Palhoça. O projeto prevê um futuro de mobilidade urbana elétrica, intermodal, sustentável, compartilhada e inteligente.

Segundo Brener Martins, graduando em Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e um dos responsáveis pelo início do projeto, o objetivo da campanha é levantar recursos para a finalização da construção do veículo, já em andamento na cidade Pedra Branca, em Palhoça. Além disso, estes fundos permitirão a realização de um tour com a primeira unidade construída pelas principais cidades brasileiras, sendo que os apoiadores do projeto poderão inclusive dirigir o veículo.

O co-autor do projeto é Rodrigo Magri, formado em Engenharia Mecânica pela UFSC. Para ele, mais do que divulgar o PodCycle, a ação servirá também para pulverizar o conceito do uso compartilhado de automóveis. “Além disso, o tour servirá à prospecção de oportunidades, na busca por investidores e parceiros, e de conversa com representantes do poder público”. A intenção é demonstrar a viabilidade da adoção massiva de veículos elétricos no Brasil para auxiliar na resolução de problemas de mobilidade, explicou.

Para apoiar a ideia, basta entrar no site do projeto (catarse.me/evpodcycle) e optar por um valor de contribuição. Cada cota, que varia de R$ 15 a R$ 900, tem uma recompensa – que vai desde a gravação a laser do nome do apoiador no chassi do automóvel a uma miniatura 3D do veículo, acompanhado de uma carta de agradecimento assinado a mão pelos membros da equipe responsável pelo projeto. A campanha tem duração de 60 dias.

Sobre o PodCycle:

O projeto foi concebido depois de anos de trabalho na e3, uma das equipes de competição do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina. Ganhou força após a participação de alguns de seus idealizadores no I Fórum de Mobilidade Elétrica Brasil-Ingolstadt realizada em Joinville, em 2013, e foi se consolidando nos últimos anos. O PodCycle foi vencedor do Desafio Sebrae-SC de Plano de Negócios de 2012, recebeu, em 2014, o Prêmio Sinapse da Inovação promovido pelo Estado de Santa Catarina, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), Sebrae-SC, com realização pela Fundação CERTI.

Atualmente, a equipe envolvida no projeto é diversa e internacional, formada por cerca de 20 integrantes – entre eles designers, artistas 3D, especialistas em impressão 3D, engenheiros, cientistas da computação, empreendedores visionários e jornalistas. Oriundos de equipes universitárias de competições como Baja, Formula e SEMA, os profissionais envolvidos foram convidados a palestrar no Open Hardware Summit 2013, realizado no Masachussets Institute of Technology (MIT), participaram do premiado documentário Road to Houston, e fizeram pesquisas em respeitados institutos e empresas do segmento.

 

Fonte: Mobilize

Avenida Paulista ganha novo bicicletário

Depois da recente inauguração da ciclovia, a avenida Paulista acaba de ganhar um novo bicicletário, aberto 24 horas todos os dias da semana.

A instalação foi feita na praça Marechal Cordeiro de Farias, popularmente conhecida como praça dos Arcos, após o cruzamento da Paulista com a rua da Consolação, que em breve também terá ciclofaixas. No local, além do bicicletário, há também um conteiner que serve refeições, banheiros químicos e mesas para que as pessoas desfrutem a simpática pracinha.

avenida Paulista acaba de ganhar um novo bicicletário

Para deixar a bike, basta chegar, cadastrar-se com um documento e entregar a magrela aos atendentes, todos muito solícitos. Eles fotografam as bicicletas e as penduram nos ganchos, uma bela ajuda para pessoas mais compactas. O usuário leva a chave. O serviço é gratuito e permite a guarda de bicicletas por até 72 horas consecutivas. Passado esse tempo, a bike pode ser recolhida aos depósitos da empresa.

avenida Paulista acaba de ganhar um novo bicicletário

 

Confira mais informações sobre o novo bicicletário da Paulista:

– Serviço gratuito;
-Permitida utilização do bicicletário somente por pessoas previamente cadastradas;
– Somente poderão se cadastrar para utilizar o bicicletário pessoas físicas maiores de 16 anos;
– Para efetuar o cadastro é necessária apresentação de documento de identificação original válido e com foto e CPF;
– No momento do cadastro, será tirada foto da bicicleta por meio da webcam instalada no balcão de atendimento;
– Cada usuário poderá guardar até 3 bicicletas simultaneamente no bicicletário;
– Não há vaga fixa ou pré-determinada. A bicicleta poderá ser estacionada, pelo atendente do bicicletário, em qualquer vaga vertical;
– O processo de guarda e retirada, assim como o travamento das bicicletas nas vagas sempre será realizado pelo atendente do bicicletário, não tendo o usuário acesso ao espaço em que as bicicletas ficam guardadas;
– Para retirada da bicicleta é imprescindível à apresentação da chave do cadeado entregue pelo atendente do bicicletário no momento da guarda da bicicleta. Em caso de perda ou extravio da chave do cadeado, a bicicleta só poderá ser retirada após a identificação do usuário, a ser feita através de documento de identidade original com foto e comparação dos dados junto à ficha de cadastro;
– As chaves reserva dos cadeados não se encontram no bicicletário. Em caso de perda ou extravio, – usuário deverá aguardar a chegada da chave reserva;
– As bicicletas que permanecerem no bicicletário por mais de 72 horas consecutivas serão remanejadas para outro local, informado pelo atendente, onde ficarão disponíveis por 30 dias para serem retiradas pelo usuário. Caso o usuário não retire sua bicicleta, ao final do prazo de 30 dias, ela poderá ser encaminhada à doação.

 

Fonte: Mobilize Brasil | Autor: Marcos de Sousa

Crédito das fotos: Regina Rocha



6 razões para o comércio ser amigo do ciclista e apoiar vias cicláveis

Razões para o comércio ser amigo do ciclista:

1. Ciclistas fazem mais paradas não programadas

Enquanto estamos dirigindo é pouco provável, ao vermos um comércio novo, um ponto que não conhecíamos, que paremos o carro só para conhecê-lo. As dificuldades são várias: desde o tempo necessário para achar uma vaga para estacionar o carro, até pagar pelo estacionamento para simplesmente conhecer um novo local. Quase nunca paramos em locais não programados durante o trajeto de um ponto A a um ponto B enquanto estamos na direção de um automóvel.

Assim, comércios que dependem de expor seus produtos e promoções em vitrines, como lojas de roupas, calçados, restaurantes e cafés, perdem potenciais consumidores caso eles não estejam localizados em ruas agradáveis para pedestres e ciclistas. Afinal, é muito mais fácil entrar em qualquer loja enquanto estamos caminhando ou pedalando – quando basta amarrar a bicicleta em qualquer lugar, do que quando estamos dirigindo.

Até mesmo comparando com pedestres, o ciclista é um melhor consumidor em potencial. Isso porque, além de percorrer caminhos mais longos e portanto mais variados no que se refere aos pontos de consumo, a bicicleta possibilita carregar mais coisas.

2. Turistas estão pedalando e gastando mais em locais que são confortáveis para pedalar

Já se foram os dias em que alugar um carro para conhecer uma cidade desconhecida era a primeira coisa a ser feita por um turista recém-chegado às grandes cidades. As bicicletas de aluguel estão cada vez mais comuns. E além dos sistemas públicos de aluguel, muitos hotéis, hostels e lojas possuem bicicletas disponíveis para alugar.

Os locais agradáveis para pedalar acabam sendo os destinos destes turistas que não conhecem a cidade e, muitas vezes, nem têm tanta experiência de pedalar nas ruas.

3. Ciclistas pedalam mais longe para conhecer locais desconhecidos

Pedalar, por si só, é divertido e agradável. Pedalar distâncias maiores apenas para conhecer um novo ponto de comércio pode valer a pena apenas pelo caminho. É improvável que alguém vá caminhar longas distâncias ou pegar o transporte público só para conhecer uma nova loja que, afinal, pode não ser lá essas coisas. Mas, pedalando, o caminho já vale o esforço e tempo. É um estímulo a mais.

4. Infraestrutura para bicicleta atrai mais pessoas do que as construídas para o automóvel

Uma vaga de estacionamento para o carro acomoda apenas um automóvel de cada vez, muitas vezes com somente uma pessoa: o motorista. No mesmo espaço, é possível a seis pessoas estacionarem suas bicicletas com tranquilidade. Se o motorista tem mais facilidade para transportar suas compras, a maior quantidade de clientes de bicicleta pode proporcionar ao estabelecimento mais compras.

Um estudo da Universidade de Melbourne constatou que um motorista gasta mais em uma hora do que um ciclista ($27 contra $16,70, respectivamente). As seis bicicletas, que cabem na mesma vaga do automóvel, tem um potencial de compra de $97,20 no mesmo período.

Amigo do ciclista
Infografico da Universdade de Melbourn.

Outro estudo recente mostra que vias cicláveis e bicicletários agem como catalisadores para a economia local ao aumentar a capacidade das ruas. Se as ruas são seguras apenas para os motoristas, então os potenciais consumidores são aqueles que conseguem estacionar seus carros. Ruas confortáveis para pedalar e locais para estacionar as bicicletas proporcionam que mais pessoas utilizem o mesmo espaço, expandindo o número de potenciais clientes.

5. Ciclistas fazem compras com mais frequência

Todos nós fazemos isso. Vamos comprar uma coisa simples na loja mas, enquanto estamos procurando o produto desejado ou aguardando na fila para pagar, acabamos comprando outras coisas que não programamos. Isto é uma regra do mercado e as lojas são pensadas de maneira a nos levar a comprar mais do que precisamos.

Um estudo na Alemanha analisou padrões de consumo em três grandes supermercados e lojas de departamentos. Eles determinaram que ciclistas frequentam mais os estabelecimentos do que os motoristas (11 vezes por mês contra 7, respectivamente). Assim, as pessoas de bicicletas ficam mais expostas às compras não programadas do que aquelas que vão de carro.

Junte-se a isso o fato mencionado no item 1, que ciclistas param mais que os motoristas e carregam mais coisas do que pedestres.

6. Ciclistas gastam mais dinheiro; simples assim

Diversos estudos realizados em várias cidades (norte-americanas, suíças e neozelandesas) chegaram às mesmas conclusões: ciclistas gastam mais dinheiro. Em muitos casos, ciclistas gastam a mesma quantidade por viagem do que os motoristas, mas, em todos eles, ciclistas gastam mais, no geral, porque realizam mais viagens.

Entre pessoas que moram nos mesmos locais e possuem rendas parecidas, os ciclistas não têm gastos com a compra de automóveis, seguro e estacionamentos. Assim, é mais dinheiro disponível para gastar no comércio.

O texto acima  foi baseado no ‘Why Businesses Want Bike Riding Customers’, de Hilary Angus, publicado na Momentum Mag,  traduzido e adaptado por Yuriê César via Mobilize

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