Para que os moradores de uma cidade no Canadá aproveitassem de todos esses benefícios, os arquitetos do estúdio gh3 desenharam uma deslumbrante área de banho, totalmente natural e aberta ao público.
A Piscina natural fica no Parque Borden na cidade de Edmonton, Alberta, e substituiu uma piscina existente no local desde a década de 1950.
Na nova área de banho foram incorporados vários processos de filtragem naturais inovadores que usam uma combinação de filtros de pedra, cascalho, areia e botânica para manter as águas limpas e imaculadas.
Evitar completamente o uso de produtos químicos foi um desafio, mas a equipe trabalhou com vários especialistas para criar um ecossistema equilibrado, onde materiais vegetais, microrganismos e nutrientes se reúnem para criar um sistema de “água viva”.
Para criar a piscina sem produtos químicos que fosse segura para os nadadores, os projetistas tiveram que trabalhar dentro dos regulamentos estritos do Canadá para piscinas públicas.
A água da piscina é filtrada de duas maneiras: usando um sistema biológico-mecânico ou pelo filtro de pântano e cascalho construído e in situ, com zooplâncton.
Esses sistemas permitem um sistema de filtragem livre de produtos químicos e desinfetantes, no qual a água é completamente limpa através de um processo natural à medida que circula.
O sistema envolve um longo processo de circulação onde a água flui primeiro através de um lago de areia e pedra, depois em um lago hidro botânico.
Adjacente a essas lagoas, uma unidade de adsorção de filtro granular PO4 cercada pelas paredes do gabião em contínuo com o edifício, que percorre toda a extensão da piscina, permitindo que a água circule de uma extremidade à outra.
Todo o sistema permite um processo de limpeza natural e livre de produtos químicos que é totalmente ecológico e seguro para os nadadores.
O complexo é composto por um pavilhão sazonal e a área de piscina que acomoda até 400 nadadores. Além da principal área de natação, há também uma piscina infantil.
Ao lado da área externa, um grande edifício contemporâneo abriga os vestiários universais, além de chuveiros e banheiros.
Há também uma praia de areia e área para piquenique, além de uma quadra de vôlei e espaço para exposições.
Veja nos desenhos abaixo os detalhes da piscina sem produtos químicos:
Um edifício reformado no sul de Amsterdã recriou elementos de uma floresta no interior e foi considerado o mais sustentável da Holanda, alcançando o BREEAM Outstanding, a certificação de construções sustentáveis mais antiga do mundo.
Anteriormente um complexo de escritórios negligenciado, o prédio vazio foi transformado nas mãos do escritório de arquitetura holandês Benthem Crouwel Architects e agora serve como o escritório da Goede Doelen Loterijen (loteria holandesa de caridade).
Um dos principais objetivos do novo escritório da Goede Doelen Loterijen era reunir os aproximadamente 600 funcionários da empresa – que estavam distribuídos em diferentes agências por anos – em um único local.
Como a sustentabilidade é um valor essencial da Goede Doelen Loterijen, o edifício reformado também precisava ser altamente sustentável e tornar visíveis as ambições sociais da empresa.
Portanto, o design do edifício enfatiza a acessibilidade e a transparência, comunicando a mensagem de que atende aos funcionários e ao bairro. Além de escritórios, o edifício inclui um restaurante público, um auditório e um estúdio de TV.
Espírito de colaboração
“Os funcionários da Charity Lottery estiveram envolvidos no projeto desde o início”, explicaram os arquitetos. “Todos foram convidados a compartilhar seus pensamentos e, por meio desse processo único de co-criação, surgiu um edifício que se encaixa como uma luva na atmosfera única e na prática de trabalho dessa organização.
O prédio de escritórios se tornou um espaço de trabalho de primeira classe para todos os funcionários, mas também é um prédio que se abre para o bairro.
O prédio interage com o entorno. Por trás da fachada de vidro, é possível ver pessoas trabalhando, e a praça com jardins na entrada e o restaurante público recebe os moradores locais.
O prédio também abriga um estúdio de TV para os populares programas diários, e um auditório que pode ser usado pelas escolas locais.
Era o desejo dos funcionários trazer o verde do parque dos seus antigos locais para o novo escritório. Para cumprir esse desejo, foram criados vários elementos de floresta para dentro do escritório.
Reprodução de elementos de floresta
Quase 7.000 folhas de alumínio polido cobrem o teto, apoiadas em colunas delgadas em forma de árvore.
O novo teto inspirado na floresta brilha e muda a aparência dependendo da hora do dia e é facilmente reconhecível e visível de longe.
Características sustentáveis do edifício reformado
Além das brilhantes folhas de prata, o teto também contém 949 painéis solares e um sistema de coleta de água da chuva para irrigação dos jardins por sistemas de aspersão e também para fornecer água para descarga.
Alguns materiais das partes demolidas do antigo prédio foram reutilizados, e todos os novos materiais foram testados quanto à sustentabilidade e podem ser reaproveitados no futuro, em caso de demolição.
Ao optar por renovar e expandir um edifício existente, em vez de projetar um novo, usando as técnicas de sustentabilidade mais recentes e avançadas, o novo escritório do Goede Doelen Loterijen tornou-se não apenas neutro em termos energéticos, mas positivo, gerando mais energia que consome.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU são metas que estabelecem um desafio para a humanidade dissociar o crescimento econômico das mudanças climáticas, da pobreza e da desigualdade. E como construções sustentáveis podem ajudar a a atingir essas metas?
Tais metas entraram em vigor no dia primeiro de janeiro de 2016 com a concordância de vários líderes mundiais , e foi um marco importante nos esforços coletivos para “promover a prosperidade enquanto protegemos o planeta”.
Enquanto muitos vêem um edifício como apenas uma estrutura inanimada, nós olhamos para os prédios e vemos a fisicalidade e o processo pelo qual eles são criados – uma oportunidade de não apenas economizar energia, água e emissões de carbono, mas educar, criar empregos, fortalecer comunidades, melhorar a saúde e o bem-estar e muito, muito mais.
A construção sustentável é um verdadeiro catalisador para abordar alguns dos problemas mais prementes do mundo.
Embora os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam amplos, desde acabar com a fome até promover sociedades pacíficas e inclusivas, cada uma com metas detalhadas a serem alcançadas nos próximos 15 anos, há várias metas nas quais os edifícios sustentáveis podem contribuir – e na verdade já contribuem – de forma significativa.
Vejamos então como construções sustentáveis podem contribuir para alcançar a maioria dos objetivos de desenvolvimento Sustentável da ONU:
– Objetivo 3: BOA SAÚDE E BEM-ESTAR – Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
Hoje temos provas contundentes que sugerem que a maneira como um edifício é projetado pode afetar a saúde e o bem-estar de seus ocupantes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as doenças pulmonares e respiratórias associadas à baixa qualidade do ambiente interno são três das cinco principais causas de morte.
Mas as características de um edifício sustentável, como iluminação aprimorada, melhor qualidade do ar e vegetação, têm provado impactar positivamente a saúde e o bem-estar, e essa agenda ganhou impulso crescente nos últimos anos.
O projeto global Better Places for People do World Green Building Council está focado na criação de um mundo em que os edifícios não sejam apenas bons para o meio ambiente, mas também ofereçam uma vida mais saudável, mais feliz e mais produtiva.
E a redução das emissões dos edifícios – particularmente nas cidades – pode reduzir a poluição e melhorar a qualidade do ar, beneficiando a saúde dos habitantes das cidades.
-Objetivo 7: ENERGIA ACESSÍVEL E LIMPA – Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos
A energia mais barata é a energia que não usamos, e a economia de energia de edifícios sustentáveis e eficientes – sejam prédios de escritórios comerciais ou residências – costuma ser um dos benefícios mais comentados.
Os edifícios verdes também usam energia renovável, que pode ser mais barata que as alternativas de combustíveis fósseis. Por exemplo, a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) sugere que os sistemas solares domésticos na África podem fornecer eletricidade aos domicílios por apenas US $ 56 por ano – muito mais barato que a energia do diesel ou do querosene.
A energia renovável também tem o benefício adicional de não produzir emissões de carbono, limitando o impacto no planeta. A eficiência energética associada a fontes renováveis locais também contribuem para a segurança energética.
-Objetivo 8: EMPREGO DIGNO E CRESCIMENTO ECONÔMICO – Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos
À medida que a demanda por construções sustentáveis cresce globalmente, o mesmo acontece com a força de trabalho necessária para entregá-las, e esse é outro objetivo que a construção sustentável pode contribuir significativamente.
Além disso, o ciclo de vida de um edifício sustentável – desde sua concepção até a construção, operação e sua eventual reforma – impacta uma grande variedade de pessoas, proporcionando mais oportunidades de emprego inclusivo.
E alguns GBCs, como da África do Sul, desenvolveram formas de integrar questões socioeconômicas mais complexas, como desemprego ou falta de habilidades, em sistemas de certificação de empreendimentos sustentáveis – criando incentivos adicionais para as empresas considerarem esses critérios em seus desenvolvimentos.
-Objetivo 9: INDÚSTRIA, INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA – Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação
Os edifícios sustentáveis não tratam apenas do aqui e agora. Eles devem ser projetados para garantir sua resiliência e adaptabilidade em face das mudanças climáticas globais.
Isto é extremamente importante nos países em desenvolvimento, muitos dos quais serão particularmente suscetíveis aos efeitos das mudanças climáticas. Mas não se trata apenas de edifícios à prova do futuro, mas dos espaços intermediários – a infra-estrutura que deve ser igualmente sustentável e resiliente a riscos futuros.
Um relatório recente do New Climate Economy descobriu que US $ 90 trilhões de investimentos em todo o mundo são necessários nos próximos 15 anos no setor de infra-estrutura para alcançar um futuro próspero de emissões zero.
E a busca por edifícios que ampliem as fronteiras da sustentabilidade, como os prédios com emissões zero, também é um grande motivador para inovação e tecnologia.
-Objetivo 11: CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS – Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis
Quase 60% da população mundial viverá em áreas urbanas até 2030 e, portanto, garantir sua sustentabilidade é de suma importância.
Os edifícios são as fundações de uma cidade, e os edifícios sustentáveis são, portanto, fundamentais para sua sustentabilidade a longo prazo. Quer se trate de casas, escritórios, escolas, lojas ou espaços verdes – o ambiente construído contribui para a composição das comunidades, que deve ser sustentável para garantir uma alta qualidade de vida para todos.
De fato, em muitos países, os Green Building Councils foram além da certificação de edifícios verdes únicos e desenvolveram ferramentas que facilitam a formação de bairros e distritos verdes. Outros, como o GBC das Filipinas, ajudaram cidades como Mandaue a desenvolver e implementar políticas que promovam práticas sustentáveis de construção em cidades inteiras.
-Objetivo 12: CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
Rumo a práticas sustentáveis, este objetivo foca na promoção de recursos e eficiência energética, infraestrutura sustentável e acesso a serviços básicos e empregos “verdes”.
A indústria da construção civil tem um papel importante a desempenhar na prevenção de resíduos através da redução, reciclagem e reutilização – princípios de “economia circular”, onde os recursos não são desperdiçados.
Nosso movimento inclui os principais fabricantes de produtos, como a Shaw Contract, membro do GBC Brasil, que desenvolveram maneiras de gerar produtos – neste caso, carpetes – do que antes era considerado como resíduo, conhecido como abordagem “do berço ao berço”. Isso não só reduz a quantidade de resíduos que vão para o aterro, mas também reduz a quantidade de matérias-primas que estão sendo extraídas da terra. Desde 2006, a Shaw recuperou e reciclou mais de 400 milhões de quilos de carpetes pós-consumo.
Objetivo 13: COMBATE ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS – Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos
Os edifícios são responsáveis por mais de 30% das emissões globais de gases de efeito estufa e, portanto, são um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas.
Mas, da mesma forma, os edifícios verdes têm um enorme potencial para combatê-las, oferecendo uma das maneiras mais econômicas de fazê-lo, por meio de medidas como a eficiência energética. Por exemplo, os edifícios certificados pela Green Star na África do Sul economizam 336 milhões de quilos de emissões de carbono por ano – o mesmo que tirar 84.000 carros das ruas – ajudando a limitar os efeitos da mudança climática.
Objetivo 15: VIDA SOB A TERRA – Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade
Os materiais que compõem um edifício são fundamentais para determinar sua sustentabilidade. E assim, a indústria da construção e suas cadeias de suprimentos têm um papel importante a desempenhar no uso de materiais de origem responsável, como a madeira.
As ferramentas de certificação de construção ecológica também reconhecem a necessidade de reduzir o uso da água e o valor da biodiversidade e a importância de garantir sua proteção e incorporá-la ao espaço que constroem durante e após a construção – minimizando danos e projetando formas de melhorar a biodiversidade , como paisagismo com flora local.
-Objetivo 17: PARCERIAS EM PROL DAS METAS – Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável
Historicamente, a indústria da construção civil careceu de uma voz coletiva no cenário mundial nas principais conferências sobre mudanças climáticas e muitas vezes não foi reconhecida pelas enormes oportunidades que apresenta.
Em 2015, um marco significativo foi alcançado quando o WorldGBC, o PNUMA, o governo francês e várias outras organizações se reuniram para sediar o primeiro “Dia dos Edifícios” como parte da agenda oficial da COP21 e para lançar a Aliança Global para Construção e Construção. Um ano e meio depois, e nosso movimento já está vendo os benefícios de ter um assento na mesa.
Fortes novas parcerias, como as do World Resources Institute e do Global Environmental Facility, estão garantidas, aumentando nossa capacidade de gerar mudanças e garantindo que estamos construindo as forças um do outro, em vez de reinventar a roda.
As barreiras para um ambiente construído sustentável não são soluções técnicas, mas sim como colaboramos efetivamente, garantindo que nossos esforços coletivos estejam realmente alinhados para alcançar um impacto muito maior.
Quando se trata dos ODS restantes, os links diretos entre eles e como construções sustentáveis podem ajudar podem ser menos explícitos, mas isso não quer dizer que eles não existam.
Por exemplo, existem várias oportunidades educacionais criadas através do processo de criação de edifícios sustentáveis – a formação de profissionais em questões de sustentabilidade ou técnicas de construção sustentável – e pelos nossos GBCs através dos seus próprios programas educacionais.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconheceu esta oportunidade através da parceria com os Green Building Councils, por exemplo na Zâmbia, para fornecer programas locais de empregos verdes.
E as empresas e organizações responsáveis que trabalham dentro e ao redor da indústria da construção civil estão ajudando a quebrar o sexismo e promover a igualdade de gênero no local de trabalho do prédio sustentável.
Quase 50% dos GBCs Estabelecidos são liderados por mulheres, e a iniciativa Women4Climate também destaca o papel que as mulheres estão desempenhando na ação climática.
Na Austrália, com a revisão do Green Star, o Green Building Council da Austrália está procurando auxiliar incorporadores e proprietários a reportar critérios específicos contra 16 dos 17 SDGs – demonstrando o quão relevantes eles são para o nosso setor.
Por todas estas razões, acreditamos que o movimento de construção sustentável significará um progresso significativo na dissociação do crescimento econômico das mudanças climáticas, pobreza e desigualdade, ajudando a alcançar as metas e criando um mundo mais verde que todos podemos nos orgulhar de chamar de lar.
Por Dominika Czerwinska, diretora do WorldGBC, originalmente publicado em worldgbc.org – Via GBC Brasil
Primeiro hub de empreendedorismo de Curitiba, o CRIA – Campus Rebouças de Inovação e Aceleração, reunirá startups de inovação na construção em um edificação sustentável, implantada em uma área de 16 mil metros quadrados, no Vale do Pinhão.
O CRIA vai reunir empresas que atuam nas verticais de soluções para cidades inteligentes, construções sustentáveis e energias renováveis. O projeto é um dos primeiros do país nesse formato.
“Trata-se do primeiro empreendimento privado que traz a cultura da inovação e da tecnologia para o centro da reestruturação urbana, com o potencial de fazer o bairro Rebouças e toda a cidade se desenvolverem”, diz Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento, órgão da prefeitura que coordena todas as ações do ecossistema de inovação conhecido como Vale do Pinhão.
Edificação sustentável
Assinado pelo arquiteto Gonzalo Serra, o projeto contemplou a completa reestruturação do prédio original, que abrigou no passado a fábrica das Ceras Canário. Foram mantidas apenas as paredes externas e as características interiores – como instalações aparentes e piso em concreto aparente – que dão aparência fabril ao barracão.
A nova edificação sustentável está buscando a certificação LEED Platinum e promete ser referência em sustentabilidade.
Ela faz uso de células solares para geração de energia e de sensores inteligentes que identificam a iluminação natural e regulam o consumo interno para a necessidade do usuário (evitando o desperdício de eletricidade).
As águas dos vasos sanitários e torneiras dos lavatórios provêm de estações de captação e tratamento de esgoto e águas pluviais existentes no local, que também farão a irrigação de uma horta de orgânica para abastecer o setor de gastronomia.
“Todas estas soluções sustentáveis aplicadas no local são provenientes de projetos e tecnologias desenvolvidas por empresas inovadoras que estarão presentes no espaço. A ideia do CRIA é demonstrar na prática a viabilidade técnica e econômica destas soluções ao grande público”, explica o engenheiro Carlos German, da RAC Engenharia, empresa responsável pela execução da obra.
Estruturado para colaboração
O endereço de intensa memória afetiva, à Rua Engenheiros Rebouças, 1255, oferece 3 mil metros quadrados de área construída, que vão abrigar 150 estações de trabalho, uma área de fablab, espaço comum para convivência e eventos, setor gastronômico aberto ao público e amplo estacionamento.
A estrutura do campus foi projetada para oferecer um amplo espaço de colaboração, aceleração, experiências entre empresas, laboratórios e ensino.
O empreendimento é uma iniciativa de empresários da cidade de Curitiba e nasce com a parceria de empresas conectadas com a proposta. “Criamos um ambiente para promover intensa colaboração entre empresas, empreendedores, mercado e a sociedade.
A troca de informações e a convivência vão trazer desde oportunidades de investimento e colaboração, a troca de ideias e o networking orientado a negócios, até o caminho para a aceleração de projetos”, explica Ricardo Cansian, um dos empreendedores do CRIA.
Parceiros alinhados
O CRIA dá a largada com a presença do iCities, empresa especializada em soluções inteligentes para cidades, que trouxe para o Brasil o Smart City Expo, evento da FIRA Barcelona que terá sua terceira edição brasileira em março de 2020, no Expo Barigüi.
Também passa a abrigar a nova sede da Jupter, plataforma de aceleração de novos negócios, e um polo de disseminação de conceitos e práticas sustentáveis do Green Building Council (GBC), responsável pela chancela do Selo LEED no Brasil e no mundo.
Já estão embarcadas no projeto as empresas WSI – We Shape Innovation Engineering, criada para lançar novas tecnologias de construção, e a Enjoy Smart Buildings, startup da área de infra-estruturas inteligentes e construções sustentáveis. O CRIA também já conta com o Instituto Governança & Nova Economia e o Good-z, fundo de participações dedicado a investimento em startups.
O Cria será inaugurado hoje, dia 12 de setembro, em pleno Rebouças, bairro que é referência para o ecossistema de inovação inserido no Vale do Pinhão em Curitiba.
Parceria entre o Paranacidade, o Green Building Council Brasil e a Fomento Paraná implantará um programa de eficiência energética que vai transformar as escolas municipais de todo o Estado do Paraná em geradoras de energia elétrica fotovoltaica e qualificá-las para alcançar a condição de consumo zero de energia de origem externa.
O objetivo é levar o programa de eficiência energética as cerca de 4 mil escolas existentes nos 399 municípios paranaenses.
Na primeira fase serão 180 unidades escolares de seis municípios. Nesta etapa, para viabilizar as mudanças, as prefeituras terão R$ 30 milhões do Sistema de Financiamento dos Municípios (SFM), disponibilizados pela Fomento Paraná, e deverão oferecer contrapartida para implantar os projetos.
INTEGRAÇÃO
O secretário Ortega destacou a integração dos diferentes órgãos do Governo do Estado para viabilizar a iniciativa. “O Governo deve unir esforços, atuar em conjunto com a sociedade e, assim, inovar e promover as melhorias na vida da população”, enfatizou.
O diretor de Operações do Setor Público da Fomento Paraná, Wellington Dalmaz, destacou a importância social da iniciativa. Para ele, começar a mudança pelas escolas colocará as crianças não apenas em contato com novas tecnologias, mas principalmente com conceitos da importância de economizar energia e também da sustentabilidade.
“As crianças conhecerão os ‘edifícios verdes’, verão os benefícios na prática e atuarão como multiplicadoras. Primeiro, ao levar para as suas famílias a cultura de que o mundo sustentável é possível. Depois, quando adultas, já tomarão as suas decisões dentro desse critério”, disse Dalmaz.
IMPLANTAÇÃO
O processo terá início com a Copel que, pelo do seu Programa de Eficiência Energética, vai viabilizar a análise das necessidades de energia de cada unidade e a substituição dos elementos atuais por alternativas mais econômicas, como lâmpadas LED, ou promover adequações nos sistemas de ar-condicionado.
Após o consumo mínimo ser alcançado, começará a elaboração do Projeto para a Geração de Energia Fotovoltaica, pelo Green Building Council Brasil, sob encomenda das prefeituras. Com o projeto, o poder municipal encaminhará, via Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas, a solicitação de recursos à Fomento Paraná.
Caberá ao Paranacidade o encaminhamento, apoio técnico e fiscalização de todo o processo. Ao final, o GBC BR fará a certificação da economia alcançada. “A evolução tecnológica nos permite prever a possibilidade de alcançarmos o índice de energia zero”, disse o diretor executivo do CBC BR, Felipe Faria.
De acordo com dados da COPEL, o potencial de geração de energia fotovoltaica no Paraná é de 18 GW, enquanto a Usina Hidrelétrica de Itaipu produz 14 GW, o que indica o tamanho do mercado no segmento e o impacto que a sua implantação poderá em favor do meio ambiente.
“A transformação das 180 escolas iniciais colocará o Paraná na segunda posição em todo o mundo nesse tipo de intervenção. Apenas na Califórnia, nos Estados Unidos, há um número maior de escolas nesse conceito”, disse Faria. O programa implantado no estado norte-americano começou no ano de 2010.
A Tesla anunciou que está lançando uma nova opção para proprietários de imóveis para alugar painéis solares e todo o sistema de instalação por apenas US $ 50 por mês, sem custos iniciais ou contrato de longo prazo.
Também existe a possibilidade de cancelar pagamentos mensais de aluguel a qualquer momento. No entanto, a empresa cobrará uma taxa de US $ 1.500 para remover o sistema do seu telhado e devolvê-lo à sua condição original.
Se os clientes venderem suas casas, a Tesla oferece uma opção conveniente de transferência de contrato que pode ser passado para o novo proprietário da casa.
Especialistas dizem que a medida pode ajudar a aumentar a adoção de painéis solares nos Estados Unidos, principalmente entre os proprietários que anteriormente se recusavam a pagar pelos sistemas solares.
Atualmente, o programa de aluguel de painéis solares está disponível para locação em seis estados: Arizona, Califórnia, Connecticut, Massachusetts, Nova Jersey e Novo México.
Os painéis da Tesla vêm em três tamanhos, começando em um pequeno painel solar de 3,8 quilowatts a US $ 50 por mês, o que gera uma média de 10 a 14 quilowatts-hora de energia por dia; uma média de 7,6 kWh por US $ 100 por mês, gera entre 19 e 28 kWh por dia; ou a grande opção de 11,4 kWh por US $ 150 por mês, produzindo 29 a 41 kWh por dia.
Uma família dos EUA usa em média cerca de 28 quilowatts-hora de eletricidade por dia
Enquanto a Tesla espera que o negócio de alugar painéis solares seja um grande sucesso, especialistas em energia dizem que é uma forma de impulsionar seus negócios solares em dificuldades.
No início deste ano, a empresa cortou seus preços de painéis solares e também permitiu que os clientes comprassem sistemas residenciais em incrementos.
A primeira telha fotovoltaica com tecnologia desenvolvida no Brasil e aprovada pelo Inmetro, que capta energia solar para a produção de energia elétrica foi apresentada pela empresa Eternit.
Acompanhando as tendências mundiais de lançamentos de produtos aliados à tecnologia e à sustentabilidade, a empresa investiu em sua área interna de inovação para projetar e desenvolver o modelo inédito no país.
É a primeira geração de telhas fotovoltaicas a passar nos testes de certificação do Inmetro, A empresa trabalhou nesse projeto ao longo de um ano para apresentar ao mercado de construção civil o primeiro modelo aprovado feito em concreto, com várias opções de cores e de acabamentos, e células fotovoltaicas integradas no material.
Existe também outra linha, essa em fase final de desenvolvimento para futura homologação, utilizando telhas de fibrocimento. Em breve, os produtos estarão disponíveis para os consumidores.
Na apresentação do produto, a empresa disse que a nova telha fotovoltaica tem enorme potencial por ser um produto disruptivo, de alto valor agregado, de fácil instalação, seguro e mais barato do que as soluções atuais.
Cada telha produz 9,16 watts e tem dimensão de 365 x 475 mm. A capacidade de produção média mensal de uma única telha é de 1,15 Kilowatts hora por mês (kwh/mês).
A estimativa da empresa é que essa tecnologia seja vantajosa para o consumidor ao permitir entre 10% e 20% de economia no valor total da compra e da instalação das telhas fotovoltaicas, em relação aos painéis solares montados em cima de telhados comuns. A previsão de retorno sobre o investimento ocorre dentro de um período relativamente curto, de 3 a 5 anos, dependendo do sistema.
De acordo com a empresa, o número de telhas fotovoltaicas necessário para uma residência vai depender da quantidade de energia que se deseja produzir, da localização do imóvel, inclinação e orientação com relação ao sol, entre outros fatores.
Uma residência pequena pode ter em torno de 100 a 150 telhas fotovoltaicas de concreto. Casas de médio e alto padrão, de 300 a 600 unidades ou mais. O restante do telhado é feito com telhas comuns, complementadas com acabamentos como cumeeiras, laterais, espigão do mesmo modelo, com mesmo material e encaixes perfeitos.
Trata-se de um mercado promissor, de acordo com a Aneel, em 2018, foram instalados em domicílios brasileiros e conectados à rede 35 mil sistemas fotovoltaicos. Nesse ano, o número já chegou a 32 mil apenas no primeiro semestre.
Segundo a Absolar, o segmento de energia solar está em plena expansão em todo o mundo e é uma das matrizes energéticas que mais recebe investimentos no Brasil – cerca de R$ 9 bilhões em 2018.
Os modelos de telha fotovoltaica em concreto têm duas opções de acabamento e cinco cores: cinza grafite, cinza pérola, marfim palha, bege colonial e vermelha.
As primeiras telhas fotovoltaicas, fabricadas na unidade da empresa em Atibaia-SP, serão disponibilizadas nos próximos meses para instalação de projetos-piloto com clientes selecionados. Posteriormente, a escala de produção será ampliada para que o produto seja comercializado em todo o país.
A empresa escolheu a telha de concreto como produto inicial por questões técnicas. Em paralelo, está na fase final de desenvolvimento da versão fotovoltaica do produto tradicional da empresa, a telha de fibrocimento. Por ser o tipo de telha de maior utilização nos domicílios do país e com o custo mais acessível.
A telha solar será intercambiável com a telha tradicional da marca, podendo ser substituída nos pontos necessários sem precisar mudar a estrutura inteira da cobertura.
Estão abertas as inscrições para o 7º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável, a maior premiação de arquitetura sustentável do país. Este ano tem premiação em ouro!
O principal objetivo da premiação é promover o conforto, a inovação e a sustentabilidade das edificações no Brasil. Considerando esses critérios, para este ano, foram criados dois “Destaques”: conforto acústico e térmico.
Ao todo, 26 projetos divididos nas categorias profissional e acadêmica e destaques serão escolhidos por um júri especializado. Na categoria Profissional/Modalidades Projeto e Edificação, poderão ser inscritos projetos residenciais, comerciais ou institucionais. Já a categoria Acadêmica recebe inscrição individual ou de equipes.
Para participar é preciso ser graduando do último semestre de arquitetura ou recém-formado (no ano de 2018 ou no primeiro semestre de 2019). Serão aceitos trabalhos de conclusão de curso, projetos desenvolvidos durante a graduação ou especialmente para o Prêmio, desde que estejam de acordo com o regulamento.
“O 7° Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura: Habitat Sustentável reconhece e premia projetos de arquitetura que se destacaram em soluções para o conforto do ambiente, além de mobilizar profissionais e estudantes que acreditam que a construção civil exerce significativa contribuição para a sustentabilidade do setor e o bem-estar dos usuários”, afirma Thierry Fournier, CEO da Saint-Gobain para o Brasil e a América Latina.
Nesta edição serão oferecidos cerca de R$ 280 mil para os vencedores, com prêmios que vão de certificados de ouro a uma viagem internacional para o melhor projeto.
O Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura já contemplou mais de 200 projetos desde sua 1a edição, em 2013
A cerimônia de premiação acontece no primeiro semestre de 2020, em São Paulo.
7º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável :
O Green Villa é um projeto de edifício de uso misto do famoso escritório de arquitetura MVRDV, que se destaca por ter vasos de plantas na fachada, contribuindo com o aumento da biodiversidade e o sequestro de carbono.
Localizado no extremo sul da vila holandesa de Sint-Michielsgestel, em um terreno de esquina próximo ao Rio Dommel, o edifício de quatro andares adota a forma urbana dos prédios vizinhos, enquanto uma variedade de plantas cobre todo o exterior do edifício, integrando à paisagem bucólica dos campos, árvores e do rio próximo.
O projeto em colaboração com Van Boven Architecten, possui 1.400 metros quadrados e abrigará um novo espaço de escritório no térreo para o promotor imobiliário e cliente, Stein, assim como cinco apartamentos nos três andares acima, e estacionamento subterrâneo.
A fachada será composta de um “rack” de prateleiras de diferentes profundidades para suportar um “arboreto tridimensional”, e cada planta terá sua própria placa de identificação com informações adicionais.
As espécies das plantas foram selecionadas de acordo com a orientação da fachada, suas funções e necessidades, proporcionando privacidade, sombra ou permitindo a vista.
Os vasos de plantas na fachada serão regados o ano todo com um sistema de irrigação controlado por um sensor que usa água da chuva.
“Este projeto é uma continuação da nossa pesquisa em edifícios sem fachada e ecologia radical”, explicou Winy Maas, sócio-fundador do MVRDV.
Segundo ele, “Precisamos de um ‘mergulho verde radical’. Devemos cobrir telhados e fachadas com vegetação. Plantas e árvores podem nos ajudar a compensar as emissões de CO2, esfriar nossas cidades e promover a biodiversidade. ”
Foi aprovada nesta quarta-feira (14) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) uma autorização para que municípios reduzam o valor do IPTU cobrado de contribuintes que adotam ações ambientalmente sustentáveis em seus imóveis
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 13/2019 insere, entre as possibilidades de alíquotas diferenciadas do IPTU, o reaproveitamento de águas pluviais, o reúso da água servida, o grau de permeabilização do solo e a utilização de energia renovável no imóvel. Livra também da incidência do imposto a parcela do imóvel coberta por vegetação nativa.
Atualmente a CF admite a aplicação de alíquotas distintas do IPTU em função da localização e do uso do imóvel. O objetivo da PEC 13/2019, segundo explicou o autor, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), é inserir critérios de responsabilidade ambiental para diferenciar a cobrança aplicada ao contribuinte que tenha esse compromisso.
Por seu caráter essencialmente autorizativo, as alterações feitas só serão adotadas pelas municipalidades na medida das suas capacidades financeiras, destacou Plínio.
Incentivo à sustentabilidade
A iniciativa do chamado IPTU verde ou ecológico, que reduz a taxação do contribuinte que adota ações ambientalmente sustentáveis em seu imóvel, já vem sendo aplicada em alguns municípios, mas não conta com autorização expressa da Constituição.
Para o autor da proposta, a inserção do benefício na CF fará com que mais municípios adotem esse tipo de estímulo à conservação dos recursos naturais.
“Vários municípios brasileiros já instituíram o IPTU verde ou ecológico, pelo qual os contribuintes do tributo recebem descontos em virtude da observância de práticas ambientalmente amigáveis. A inserção do regramento no texto da Constituição servirá para chamar a atenção para o tema e estimular as municipalidades no sentido da implementação da medida, sempre dentro das suas possibilidades financeiras”, explicou Plínio na justificação da proposta.
O relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), recomendou a aprovação da PEC 13/2019. Sua expectativa é de que a iniciativa oriente o legislador municipal na elaboração do IPTU verde e dê segurança jurídica na concessão do incentivo.
“Trata-se de medida de caráter extrafiscal com grande potencial para provocar mudanças no comportamento dos contribuintes. Muito embora alguns municípios brasileiros já tenham instituído benefícios aplicáveis a contribuintes que observem práticas ambientalmente saudáveis, é inegável que a alteração constitucional que se pretende contribuirá para chamar a atenção para o tema, encorajando os que ainda não adotaram as boas práticas a implementar medidas dessa natureza”, reconheceu Anastasia no parecer.
A proposta segue para dois turnos de discussão e votação no Plenário do Senado.
Essa casa passiva em Nova Iorque, localizada na aldeia de Accord, é uma residência contemporânea, mas sensível ao meio ambiente, assim como a cultura e a história local.
Os arquitetos inspiraram-se nos prédios de fazendas rurais para o fazer o projeto de uma casa triangular, semelhante a um celeiro, que enfatiza a conexão com o exterior e os espaços flexíveis que podem acomodar as necessidades de mudança dos proprietários de residências.
Como nos edifícios agrícolas tradicionais, os materiais de construção dessa casa passiva em Nova Iorque foram selecionados para longevidade, durabilidade e propriedades de baixa manutenção.
O revestimento de aço corrugado galvanizado envolve o exterior, enquanto uma laje de concreto com acabamento espatulado é usada para o piso interno. O entorno da casa é um pátio de cascalho, que não requer irrigação (jardim xeriscape).
“Os materiais de acabamento interno e externo foram escolhidos por sua reutilização adaptativa e propriedades de baixa extração de recursos, incluindo o uso de madeira usada na construção para acabamentos, ripas de carvalho branco recuperadas e cortiça”, acrescentou a empresa. “A cortiça foi usada por dentro e por fora pela sua colheita sustentável e ampla utilidade para a acústica, resistência à água e valor de isolamento.”
Coberta com uma matriz fotovoltaica de 9kW, a impressionante configuração de energia net-zero também foi criada para mostrar como o design da Passive House pode ser bonito, resiliente e confortável sem incorrer em custos altíssimos.
A empresa disse que alcançou “um preço competitivo por metro quadrado em relação aos custos regionais para esse nicho de mercado”.
Durante a construção, os arquitetos organizaram eventos de aprendizados abertos para promover o compartilhamento de métodos e soluções de design com eficiência energética com o comunidade local.
Também treinaram empreiteiros sem experiência anterior na Passive House para atingir com sucesso os altos padrões de estanqueidade, isolamento e qualidade de construção que a certificação exige.
Segundo os arquitetos, os objetivos dos clientes foram alcançado nesse projeto de casa passiva em Nova Iorque. Além da garantia de menor uso de energia, talvez de igual importância para eles foram outras metas, ter uma casa saudável, confortável e de baixa manutenção.
Essa incrível casa de hiperadobe está situada na costa de Cacau, sul da Bahia em uma região com Mata Atlântica preservada. O projeto da arquiteta Irina Bilestka foi pensado para preservar o máximo possível o entorno e não derrubar nenhuma árvore, nem no terreno, nem na construção da casa.
O tecido social da vila está integrando a população local com várias famílias que mudam dos grandes centros urbanos para áreas rurais, inverso êxodo rural, em busca de qualidade de vida com forte foco nas práticas cotidianas sustentáveis.
A condição projetual foi integrar as comodidades da vida contemporânea com princípios de permacultura e criar um lar para uma família com 2 filhas e 2 cachorros.
Os princípios que guiaram o projeto dessa casa de hiperadobe foram a não derrubada de árvores na sua implementação, nem com a compra de madeira fornecida localmente e tão pouco de fornecedores da Amazônia.
Bioconstrução
O sistema construtivo escolhido para casa foi paredes de hiperadobe, com estrutura do telhado em bambu e madeira de demolição para piso e aberturas.
Por conta do declive do terreno o desenho da casa foi alinhado com as curvas de nível no seu eixo maior, para movimentar um menor volume de terra e aproveitar a vista para o pôr do sol e para o Parque Estadual.
Depois da terraplanagem apareceu um material abundante, a terra do próprio barranco. Tem uma frase de Permacultura que fala: “Problema é a solução”. Nesse caso, a terra da terraplanagem foi reacomodada e compactada dentro dos sacos para formar as paredes autoportantes da casa.
A terra para formar as paredes foi do próprio local, é material abundante e muito barato ou grátis, como nesse caso. Para essa casa foram utilizados 2500 metros lineares de saco, então o valor do material de paredes de toda a casa foi de R 2.500,00.
Uma das vantagens de construir uma casa de hiperadobe, é a rapidez da execução. Nesse caso todas as paredes portantes da casa foram feitas em 24 dias de obra, incluindo instalação de vergas de madeira de demolição e aduelas das aberturas.
Para acabamentos foram escolhidos reboco e pintura de terra. Como elemento não processado e industrializado, sem COVs (Compostos orgânicos voláteis) e toxinas.
Esse reboco tem sua propriedade intrínseca de evitar fungos e umidade excessiva do ar.
Além do uso de paredes portantes de terra, para evitar o uso de madeira na estrutura do telhado, foi escolhido o bambu, especie Guadua.
O bambu é uma grama gigante que em poucos anos após a plantação se torna uma madeira sustentável. Este tem excelentes propriedades de tenção e compressão, integrando no desenho sua força e elegância.
No telhado foram duplicadas e triplicadas as vigas para cobrir os vãos maiores. Como material extremamente leve, o uso de bambu facilita o processo de construção, porém exige a mão de obra especializada.
Arquitetura Orgânica
Para o desenho da casa foi utilizado a metodologia de arquitetura orgânica, uma corrente internacional desenvolvida no início do século XX por nomes como Frank Lloyd Wright, Rudolf Steiner, Antoni Gaudi, Hugo Haering, Alvar Aalto, Hans Scharoun, entre outros.
Segundo Irina, na arquitetura orgânica, todo edifício é visto como um organismo vivo. Cada parte deve refletir e expressar sua função específica, que emerge naturalmente no contexto em que está inserida: lugar, ambiente social, cultura e época. Por isso, ao desenvolver um projeto, seu objetivo é criar espaços capazes de transmitir o pulsar da existência e refletir a individualidade humana.
O design orgânico considera não apenas as necessidades físicas dos usuários, mas também aspectos psíquicos e espirituais. O processo criativo inclui estudos sobre a personalidade do cliente, a qualidade do local a ser construído e as perspectivas de desenvolvimento do ser humano que habitará o edifício em questão. O resultado disso é o bem-estar pleno de cada pessoa que mora, convive ou trabalha ali.
Nesse caso, o desenho foi concebido para que todos os espaços fossem conectados e fluidos, seguindo ao mesmo tempo o pedido do cliente de receber a luz da manhã nos quartos e ter área social, sala de estar, sala de jantar e cozinha privilegiada com vista do pôr do sol. O lado norte conta com exposição maior do sol, desta forma posicionamos banheiros secos com câmeras de termocompostagem.
Outros sistemas sustentáveis utilizados na casa de hiperadobe
Foram adotados sistemas sustentáveis para a captação de água pluvial, saneamento ecológico e aquecimento solar. Tudo isso aliado aos princípios da arquitetura bioclimática, com ênfase na iluminação e ventilação natural.
Para finalizar um fogão Rocket foi intuitivamente projetado por Santiago Lopez e executado com alto grau de improvisação. Só assim essas curvas podem ser alcançadas.
Foram utilizados tijolos refratários e maciços para o interior (zona quente), uma camada isolante de material leve, e uma segunda camada de tijolos.
O local para abastecimento da lenha é superior e diagonal para facilitar o auto carregamento e gerar uma chama próxima à base da torre (chaminé interna). O cinzeiro facilita a limpeza e a entrada de oxigênio, que em combinação com as altas temperaturas queimam os gases.
A chama passa pela placa e vai para o forno por baixo dele mesmo, aquecendo o piso. Ela entra pelo fundo e sai pela frente, por cima da porta, onde há uma serpentina para obter água quente. Finos detalhes de ferraria e terminações de terra completam o trabalho.
Assim, a combinação entre arquitetura orgânica e bioconstrução, aliada à tecnologia, resultou nessa casa de hiperadobe, não só na redução do impacto ambiental, mas na criação de ambientes mais originais, saudáveis e inspiradores.
O Hiperadobe é uma técnica de bioconstrução, onde sacos raschel são preenchidos com terra e através de compactação manual, as camadas se estabilizam em um material portante e seguro. Por isso são pesadas e necessitam de um bom nivelamento do solo.
Vantagens do Hiperadobe
Esta técnica de construção de terra ensacada gera vários benefícios, proporcionando microclima muito agradável e saudável dentro da casa.
-Saúde:
As parede de terra “respiram”, isso significa que elas podem absorver e reter com segurança o vapor de umidade dentro de sua estrutura molecular quando os níveis de umidade relativa são altos, e então liberam-o de volta à atmosfera quando os níveis de umidade relativa caem. Sendo assim, mantêm a umidade relativa do ar entre 40% e 60%, que é o nível mais saudável para o ser humano.
O valor dos materiais da construção com terra ensacada geralmente é mais baixo que uma construção convencional. A terra, se obtida no local do terreno, pode sair de graça. Já os sacos utilizados na sua confecção custam aproximadamente 1 real por metro linear. Inicialmente esses sacos eram produzidos para embalagens de hortifrutis, citricos, etc. Mas atualmente empresas também fornecem sacos contínuos de 500 ou 1000 metros lineares, já adaptados para fim de construção.
Já o valor de mão de obra de terra ensacada é maior em comparação com outras técnicas. Como é um trabalho pesado, exige a presença de pelo menos 4 pessoas para paredes baixas, e subindo a altura das paredes, é necessário adicionar mais pessoas para ajudar no levantamento do material.
-Rapidez:
É também alta a velocidade da construção da parte “grossa” . Uma equipe de 4 pessoas consegue fazer perto de 80 a 100 metros lineares de parede por dia. A altura de cada camada é de 10 cm, assim é possível fazer de 8 a 10 m2 por dia de paredes baixas sem acabamentos. T
-Eficiência energética:
A espessura da parede junto com o reboco fica com 40 cm, isso deixa uma inércia térmica muito grande que permite manter a constância da sua temperatura interna.
-Flexibilidade de formas:
Uma outra propriedade interessante da parede de hiperadobe é a maior liberdade de forma em planta. Faz sentido fazer paredes portantes curvas para atingir ainda mais estabilidade estrutural através da própria geometria.
Foto: Casa ecológica na Bahia – Irina Biletska
Cuidados a serem tomados com hiperadobe:
Como em outras técnicas de construção com terra, é essencial fazer alta e impermeabilizada base e grande beiral para evitar o contato com umidade constante.
Isso também afeta a lógica de produção de obra. No momento de erguer as paredes é necessário proteger elas da chuva, porque o telhado vai se apoiar nas paredes já prontas. Por isso, é recomendável executar a obra na época seca do ano e fazer uma camada de argila de proteção de paredes, que depois serve como base para o reboco.
História do Hiperadode
Abrigos de sacos de terra têm sido usados há décadas, principalmente para estruturas de refúgio para tempos de guerra. Ainda antes da Primeira Guerra Mundial soldados usaram sacos cheios de areia ou terra do próprio local para criar bunkers e barreiras para proteção.
No século passado, outros prédios de sacos de terra passaram por uma extensa pesquisa, ganhando reconhecimento global como solução para habitação de baixo impacto.
Quem popularizou a construção com terra ensacada foi Nader Khalili, arquiteto nascido no Irã. Inicialmente em 1984, em resposta a uma convocação feita pela NASA de projetos habitacionais para futuros assentamentos humanos na Lua e em Marte, ele propôs criar cúpulas utilizando o solo da lua para encher os tubos de sacos de plástico.
Nader Khalili e seu superadobe – Foto: Aga Khan
Ele chegou a denominar sua técnica particular de construção de sacos de terra “superadobe”. Em 1995, 15 refúgios em forma de cúpula foram construídos no Irã, como parte de Programa das Nações Unidas em resposta aos refugiados da Guerra do Golfo Pérsico.
Desde então, o método superadobe foi colocado em uso no Canadá, México, Brasil, Belize, Costa Rica, Chile, Irã, Índia, Rússia, Mali e Tailândia, bem como nos EUA.
Então uma evolução desta técnica foi proposta pelo engenheiro brasileiro Fernando Pacheco, chamada hiperadobe, com principal diferença o uso do saco Raschel invés de saco de polipropileno.
Através de uma malha aberta, o tubo de malha raschel dispensa a necessidade de arame farpado entre as fiadas, uma vez que a terra atravessa o saco criando uma união entre cada linha. Isso também ajuda na aplicação e adesão do reboco de terra.
O hiperadobe é uma técnica bastante apropriada no Brasil, por suas diversas vantagens e com a indústria produzindo sacos raschel para construção, facilita a sua execução.
“A casa mais sustentável do Brasil” recebeu esse título ao conquistar a mais alta pontuação da certificação GBC Brasil Casa, o Nível Platina.
A Residência M&L fica em Curitiba, foi projetada pelo arquiteto Eloi Bastos, com interiores de Gabriela Casagrande e consultoria em sustentabilidade da empresa Forte Soluções Ambientais,
Considerada uma edificação de alto padrão, custou apenas de 1% a 3% a mais do que sairia uma casa sem características sustentáveis.
Mas esse valor é rapidamente compensado na diminuição dos custos de manutenção.
A casa possui um microgerador de energia eólica e painéis fotovoltaicos e produz muito mais energia do que consome, ‘zerando’ a conta de luz — os moradores pagam apenas a taxa mínima estabelecida pela concessionária de abastecimento.
Segundo Matheus Forte, engenheiro ambiental responsável pela consultoria em sustentabilidade, a certificação obtida foi resultado de uma integração de fatores. Tudo foi pensado para aumentar a eficiência energética da casa, reduzindo ao máximo o uso da eletricidade.
Estratégias Passivas
A iluminação natural foi priorizada de forma que a casa não precisa de luzes acesas até às 17 horas em qualquer estação do ano. Para isso, não é só prever o espaço, mas pensar no tamanho das janelas e nos vidros utilizados de forma que não entre claridade de menos nem demais — o que dificultaria o uso da televisão, por exemplo.
Outra redução drástica na conta de energia elétrica veio da ventilação cruzada, um artifício da arquitetura da casa que resfria os ambientes utilizando a ventilação natural em detrimento do uso do ar condicionado.
Energias Renováveis
Para os tempos frios, optou-se por instalar um aquecedor por biomassa, sistema que queima combustíveis renováveis sem deixar fumaça. Todo o ar externo que entra na casa passa pelo fogo, que aumenta a temperatura de forma natural e sem deixar o ar seco.
Energia solar e eólica geram R$ 350 por mês.
O orçamento original previa R$ 38 mil para o ar condicionado, que foram reinvestidos na geração de energia pela própria residência. O telhado da casa tem cerca de 30 m² de painéis fotovoltaicos, que geram o equivalente a R$ 300 em energia elétrica por mês.
Além disso, a casa também é equipada com o microgerador de energia eólica.
“A casa fica em uma região alta da cidade, com muito vento, e a gente tinha que explorar isso. Então por que não ter energia eólica?”, conta Forte. “[O gerador é] Esteticamente discreto, abastece duas baterias que dá uma autonomia de dois dias sem luz na casa“.
A energia excedente devolvida à rede gera um crédito aos moradores, que estão há quatro meses sem consumir mais energia do que é produzido.
Ao atingir a marca de um ano, “a casa mais sustentável do Brasil” vai obter outro selo sustentável: o Zero Energy, que atesta sua autossustentabilidade.
Projeto paisagístico foi prioridade, pensado para ser visto de qualquer janela da casa, integrando os moradores à natureza. Foto: divulgação
Eficiência Hídrica
O reaproveitamento da água da chuva é outro pilar sustentável do projeto. A residência é equipada com um sistema de filtragem ultravioleta que permite o reaproveitamento em bacias sanitárias, irrigação, máquina de lavar roupas, louças e torneiras externas.
Dessa maneira, a água encanada é necessária apenas na pia da cozinha e nos chuveiros.
Esse sistema garante uma redução de 60% no consumo da água.
Outras características sustentáveis
Os critérios de pontuação do selo GBC Brasil também incluem todo o processo de obra. Por isso a integração entre todas as equipes de projeto desde o início foi fundamental para reduzir erros e evitar desperdícios.
Além disso, conta que 96% dos resíduos gerados durante os 18 meses de construção da casa foram para reciclagem.
Ao assinar a Declaração de Ruas Livres de Combustíveis Fósseis da C40, o Rio se compromete a adquirir apenas ônibus de zero emissões nos contratos e concessões assinados a partir de 1º de janeiro de 2025; e a garantir que uma importante área da cidade seja transformada em uma zona de zero emissões até 2030.
O prefeito assumiu compromisso de implementar uma série de medidas para transformar o Rio de Janeiro em uma cidade mais verde, mais saudável e mais próspera.
Essas políticas foram criadas com o propósito de combater a poluição atmosférica, melhorar a qualidade de vida para todos os cidadãos e ter ações direcionadas ao combate de mudanças climáticas.
Poluição do ar
O transporte no Rio de Janeiro representa 33% de todas as emissões de gases do efeito estufa e libera mais de 75% de poluentes atmosféricos altamente perigosos que causam doenças respiratórias e cardíacas, mortes precoces e internamentos em hospitais.
Se todas as cidades-membro da C40 Cities atingirem os compromissos da Declaração de Ruas Livres de Combustíveis Fósseis da C40 e incentivarem os seus cidadãos a utilizarem métodos mais limpos de transporte, isso preveniria mais de 45 mil mortes precoces por ano.
A cidade do Rio de Janeiro se juntou a Londres (Inglaterra), Paris (França), Los Angeles (EUA), Copenhagen (Dinamarca), Barcelona (Espanha), Roma (Itália), Quito (Equador), Vancouver (Canadá), Cidade do México (México), Milão (Itália), Seattle (EUA), Auckland (Nova Zelândia) e Cidade do Cabo (África do Sul) e se tornou a 28ª cidade a assinar essa declaração.
“Por sermos uma das cidades mais movimentadas e populosas do mundo, estamos adotando medidas vitais para melhorar a qualidade do sistema de transporte da cidade do Rio de Janeiro de modo a reduzir a poluição atmosférica, fazer com que as ruas sejam mais seguras e oferecer transporte público eficiente e de alta qualidade para nossos cidadãos”, disse Crivella.
O prefeito assinou um decreto para substituir toda a frota de ônibus do sistema de transporte municipal por veículos de zero emissões (os veículos com emissões no tubo de escape serão substituídos, principalmente, por veículos movidos por células de combustível a hidrogênio e veículos com propulsão à bateria elétrica).
Relatório
A cidade redigirá um relatório inicial sobre a atual situação do sistema de transporte municipal. Nesse relatório, tanto a frota municipal dos ônibus de transporte público quanto os demais veículos do transporte público municipal, como vans e carros, serão considerados. Esse documento oferecerá um panorama com embasamento técnico para que a cidade possa criar estratégias para substituir os veículos movidos a combustíveis fósseis por veículos de zero emissões.
Da mesma forma, os dados do relatório permitirão que se determine qual é a infraestrutura necessária para realizar essa mudança sem que o desempenho do sistema de transporte público municipal seja prejudicado.
A cada dois anos, as cidades reportarão à C40 os progressos alcançados no tocante à implementação das metas contidas na declaração supracitada.
A Fundição Progresso, tradicional centro cultural localizado em um dos bairros mais boêmios do Rio de Janeiro, inicia um processo para torna-se cada vez mais sustentável.
O processo faz parte de uma nova filosofia de gestão sustentável e pretende mudar a cara da Lapa, deixando-a mais verde, bonita e integrada.
O marco inicial desta nova etapa do centro cultural aconteceu no domingo passado (7), chamado o Dia da QuebrAção. Uma calçada na frente do espaço começou a ser removida para dar espaço a um Jardim de Chuva.
Perfeito Fortuna (esq) participa da Quebração da calçada da Fundição. Em seu lugar, surgirá uma área verde de 200 metros quadrados – Divulgação
O evento reuniu arquitetos, urbanistas, agroecologistas, paisagistas e os artistas do Céu na Terra, que abençoaram o momento simbólico com uma apresentação de Bumba Meu Boi.
Jardins de Chuva são sistemas de biorretenção de águas pluviais, que ajudam a minimizar o impacto das chuvas fortes e serão de grande ajuda para evitar os recorrentes alagamentos na região da Lapa. E também funcionam como regulador térmico, ajudando a suportar ondas de calor.
No lugar do cinza do concreto, até setembro surgirá um espaço verde de 200 metros quadrados. A fachada leste da Fundição ganhará uma grade-escultura de ferro de 93 metros, feita artesanalmente na serralheria da Fundição, que deixará à mostra para a cidade os efeitos práticos desta mudança radical a favor da sustentabilidade.
“A Fundição não é só uma casa de shows. A gente fomenta alegria, capacita as pessoas. Mas sempre cuidamos do lado de dentro da Fundição. Agora, vamos cuidar também do lado de fora com uma obra de fachada, mas cheia de conteúdo. Vamos fazer essa mudança e comunicá-la, com cursos, oficinas, para que a cidade também possa se transformar“, explicou o ator e produtor cultural Perfeito Fortuna, que este ano completa duas décadas à frente da Fundição.
Para Cecilia Herzog, paisagista urbana, mestre em Urbanismo e especialista em Preservação Ambiental das Cidades, a construção do Jardim de Chuva da Fundição é um marco. “A partir de agora, aqui existirá um exemplo de alternativa para a cidade. O paradigma do século 21 e trazer de volta a natureza para o convívio urbano, e humildemente aprender com ela”, disse Cecília.
“Com o Jardim de Chuva, a Fundição Progresso cuida de todo o entorno. É pra gente, pros passarinhos, pros polinizadores. Utilizamos a tecnologia da natureza a serviço da cidade”, contou Daniel Gabrielli, do coletivo Organicidade, coletivo idealizador do novo espaço.
O arquiteto Pierre André Martin, que ministrou uma oficina colaborativa ao lado de Cecília Herzog para definir o modelo do Jardim de Chuva, faz coro. “Este é um gesto muito nobre. Vamos trazer vida de volta onde não tinha. O homem comeu a floresta para trazer a cidade, e agora traz de volta a floresta para comer a cidade”, brincou.
Fabiana Carvalho, arquiteta responsável pela obra, ressaltou seu caráter colaborativo e educativo. “Estamos acostumados a trabalhar com a cultura da barreira. Aqui, escolhemos trabalhar com a cultura do permeável, é um laboratório vivo construído a muitas mãos, de diversas áreas”, disse.
Uma empresa de tecnologia de Nova York acaba de lançar um prático Carregador Solar de Janela projetado para permitir que os moradores de apartamentos gerem sua própria energia para alimentar seus dispositivos, através de seus próprios painéis solares.
Lançado recentemente no Kickstarter, o Window Solar Charger foi concebido a partir da ideia de que todos deveriam ser capazes de gerar sua própria energia limpa.
Embora os proprietários de imóveis tenham muito mais controle sobre suas fontes de energia, os locatários e as pessoas em trânsito geralmente têm poucas opções para viver um estilo de vida realmente sustentável.
Depois de anos frustrado com a dificuldade de adaptar a energia solar em seu próprio apartamento em Nova York, o fundador e designer de produtos da Grouphug, Krystal Persaud, decidiu inventar um carregador pessoal movido a energia solar voltado para os moradores de apartamentos que querem ser mais sustentáveis.
Essencialmente, o carregador solar de janela é um quadro de bambu com quatro painéis solares finos. O carregador pode ser pendurado em qualquer janela para absorver a luz solar direta, a bateria fica embutida no quadro.
Depois de aproximadamente oito a dez horas de luz solar, os telefones e outros dispositivos pequenos podem ser conectados diretamente à porta USB do quadro.
Os dispositivos podem ser carregados de dia ou de noite e, em média, uma bateria cheia pode carregar duas vezes aparelhos iPhones e uma vez e meia telefones Android.
Você sabe quais são os impactos ambientais da construção civil?
Sabia que o setor é um dos principais responsáveis pelos impactos no meio ambiente no mundo?
Desde a destruição de áreas verdes para abrir espaço para as edificações, o movimento de terra no local , passando pela produção de materiais até o consumo de água e energia elétrica durante a fase de operação, em todas as fases as construções geram muitos impactos.
Pensando na fase da construção, o uso de recursos naturais para a fabricação de materiais atinge números alarmantes.
A mineração de bens da construção civil, como a argila, brita, e principalmente a areia causam grandes danos ao meio ambiente.
O cimento, material considerado grande vilão do meio ambiente, é amplamente usado no setor. Seu processo produtivo gera muito gás carbônico, um dos principais causadores do efeito estufa. Para cada tonelada de clinquer produzido, mais de 600 kg de CO2 são gerados.
Sem contar com os impactos da produção de ferro e aço, do uso de madeira ilegal, dos materiais tóxicos, como algumas tintas e solventes, entre outros.
Além disso, temos que considerar o impacto dos transportes de todos esses materiais, desde o seu local de origem até a obra.
Durante a fase de operação a maior preocupação é o alto consumo de energia e água.
Foto:Paul Brennan
Principais Impactos Ambientais da Construção:
-As construções consomem de 50% a 75% dos recursos naturais do mundo, considerando todo o seu ciclo de vida.
–Estima-se que 40% da energia mundial é consumida pelos edifícios.
-Aproximadamente 15% dos recursos hídricos são consumidos por construções.
-O setor é responsável por 30 a 40% das emissões de CO2.
-É a indústria que mais gera resíduos do planeta.
-Além disso tudo, a poluição atmosférica e sonora dos canteiros de obras afetam a qualidade de vida dos seres vivos e do meio ambiente.
Quando aplicamos os princípios da arquitetura sustentável nos projetos, as construções geram muito menos impactos ao meio ambiente pois são pensadas desde o começo para consumirem menos recursos hídricos e energéticos.
Além de pensar na diminuição da geração de resíduos e na escolha de materiais menos poluentes, entre outros benefícios.
Ou seja, diminuir os impactos ambientais da construção civil é possível, depende de planejamento e consciência!
Iniciou hoje (27), em Nairóbi, a Primeira Assembleia ONU-Habitat, uma reunião mundial em que as decisões mais importantes tomadas e resoluções sobre a agenda global sobre assentamentos humanos e urbanização será aprovado, analisando tendências, normas e padrões globais na urbanização sustentável para desenhar um roteiro global em questões urbanas.
O objetivo é criar cidades mais sustentáveis, seguras, igualitárias e resistentes.
O tema do encontro é “Inovação para a melhoria da qualidade de vida nas cidades e comunidades”. O encontro do principal órgão deliberativo da organização terá a participação de 3 mil delegados, quatro chefes de Estado, mais de 40 ministros e representantes de 116 países.
O evento terá duração de cinco dias e será concluído com a publicação de uma declaração ministerial, na sexta-feira (31). Além de representantes de governos nacionais e locais, o encontro terá a participação de representantes da sociedade civil, organizações não governamentais, empresas, academia e outras agências do Sistema ONU.
Criada por meio de uma resolução aprovada em dezembro de 2018 pela Assembleia Geral da ONU, a Assembleia do ONU-HABITAT se reunirá a cada quatro anos com o objetivo de fortalecer seu mandato.
Formada por representantes dos 193 Estados-membros das Nações Unidas que se encontrarão em Nairóbi para elaborar uma agenda global de urbanização, aprovar resoluções e fornecer orientação estratégica para o trabalho do ONU-HABITAT.
Vista aérea de Nairóbi, capital do Quênia. Foto: Wikimedia Commons
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, fará a abertura oficial do evento. Ele retornará na quarta-feira (29) para participar do Diálogo Estratégico de Alto Nível com outros chefes de Estado e de governo, incluindo o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, e os primeiros-ministros de Fiji, Frank Bainimarama, e do Iêmen, Ahmed ben Dagher.
Haverá também uma mesa-redonda ministerial sobre mobilização de compromissos para a Cúpula sobre Ação Climática do secretário-geral das Nações Unidas de 2019, uma Conferência de Doadores e Parcerias em apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Nova Agenda Urbana, um Fórum dos Governos Locais e Regionais e um café da manhã sobre gênero.
Outros 50 eventos ocorrerão paralelamente, abordando temas como habitação social, economia azul, cidades somalis habitáveis, cidades seguras para meninas e mulheres, ação climática e tecnologia de ponta, bem como eventos de imprensa sobre deslocamento urbano.
Serão realizados diálogos com jovens, treinamento de mídia sobre realidade virtual, um “hackathon”, recepções e shows. A Assembleia ONU-HABITAT também contará com uma exposição especial sobre o 10º Fórum Urbano Mundial do ano que vem em Abu Dhabi.
“A Assembleia ONU-HABITAT oferece uma oportunidade fantástica para que todos nós possamos inspirar uns aos outros com novas ideias e exemplos de como temos usado a inovação para maximizar as oportunidades oferecidas pela urbanização e superar os desafios”, disse a diretora-executiva do ONU-HABITAT, Maimunah Mohd Sharif.
O ONU-HABITAT (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos) é a agência das Nações Unidas para urbanização sustentável e assentamentos humanos, tendo sua sede em Nairóbi e programas em cerca de 90 países.
A partir do próximo dia 8 de julho, o Transport for London (TfL), órgão do governo inglês responsável pela administração do transporte público, começará a rastrear os passageiros do metrô de Londres.
Para quem conhece o metrô da cidade de São Paulo, nenhuma novidade. A Companhia do Metropolitano aqui já realiza, há muitos anos, diversas pesquisas com usuários, como a reconhecida pesquisa de Origem-Destino.
A diferença do metrô de Londres é que lá o rastreamento será feito a partir dos pontos de Wi-Fi nas estações, o que permitirá à TfL identificar os trajetos feitos pelos usuários enquanto estes estiverem logados na rede. O rastreamento será feito em 260 estações do metrô.
No caso da capital britânica, a proposta é entender as tendências de deslocamentos dos que circulam pelo metrô de Londres para assim poder oferecer informações em tempo real sobre as lotações nas diferentes estações da cidade.
Os dados dos passageiros também poderão ser utilizados para que apps como o Google Maps possam adaptar suas recomendações de trajetos para evitar trens congestionados. O Maps poderá oferecer, por exemplo, vias alternativas caso uma linha específica do metrô esteja muito cheia.
Questionada sobre a privacidade dos dados de seus usuários, a TfL afirma que trabalha em conjunto com um grupo de privacidade de dados do Reino Unido, o Information Commissioner’s Office (ICO). Eles garantem que não haverá análise de dados pessoais coletados, mas que serão utilizados apenas os registros de trajeto das pessoas.