Cariocas transformam lixo plástico em material para design e arquitetura

A UmMundo é uma empresa carioca baseada nos princípios da Economia Circular que atua na transformação de plástico pós consumo em matéria prima para Arte, Design e Arquitetura.

Eles trabalham no laboratório localizado na Cooperativa Popular Amigos do Meio Ambiente – Coopama, Cooperativa de catadores de material reciclado com mais de 17 anos de experiência na gestão de resíduos na cidade do Rio de janeiro, onde desenvolvem e implementam tecnologias de reinserção dos resíduos plásticos na cadeia produtiva.

A missão da empresa é ressignificar o modo como nossa sociedade lida com os resíduos sólidos. Onde muito veem lixo, eles enxergam riqueza.

Pla.Ca – Plástico dos Catadores

A Pla.Ca – Plástico dos Catadores – é um material 100% reciclado, desenvolvido a partir de embalagens plásticas pós-consumo coletadas, triadas, trituradas e limpas por cooperativas de reciclagem do Rio de Janeiro.

Ela pode substituir diferentes materiais, como pedras, madeiras, cerâmicas, entre outros em uma grande diversidade de aplicações. São resistentes a umidade, não mofam e podem ser facilmente trabalhadas com técnicas tradicionais de marcenaria.

As Pla.Cas se mostram uma solução viável para evitar a destinação inadequada das embalagens plásticas e suas consequências ambientais, como poluição das águas, impacto na fauna, entre tantos outros danos a natureza decorrentes de nosso modelo linear de produção e consumo.

Nelas, embalagens de uso único são transformadas em bens duráveis compatíveis com o tempo de vida dos plásticos de séculos durabilidade.

As Pla.Cas possuem as dimensões de 90cm de comprimento e 70cm de largura (0,63 m²), e podem ser produzidas com diferentes espessuras, a depender de sua aplicação, possuindo cinco espessuras padrão: 4mm, 6mm, 9mm, 12mm e 16mm. Apresentam textura lisa e podem ser produzidas em diferentes cores e superfícies.

Os testes de resistência, realizados no Instituo Nacional de Tecnologia (INT), demonstram que as Placas possuem resistência similar à maioria dos aglomerados de madeira convencionais, sendo indicada a escolha da espessura de acordo com a aplicação desejada.

Permacultura e arquitetura sustentável: qual a relação?

O que é Permacultura?

A princípio a palavra permacultura veio da expressão “permanent agriculture“ (agricultura permanente), e foi criada por Bill Mollison e David Holmgren, nos anos 70. 

No entanto, atualmente o conceito foi ampliado para permanent culture (cultura permanente).

Em resumo, é um processo de desenho criativo que nos guia para imitar os padrões e relacionamentos que podemos encontrar na natureza.

Pode ser aplicado a todos os aspectos da habitação humana, da agricultura à construção sustentável, da tecnologia apropriada à educação e até à economia.

Princípios da Permacultura:

O conceito está dividido em três princípios éticos e doze princípios de desenho e planejamento, contudo sempre baseados na observação da ecologia e da forma sustentável de interação com a natureza,.

permacultura principios

Os Princípios Éticos:

  1. Cuidar da terra
  2. Cuidas das pessoas
  3. Compartilhar excedentes

Os Princípios de Desenho e Planejamento:

1 -Primeiramente, observe e interaja

2 – Capte e armazene energia

3- Obtenha rendimento

4 – Pratique auto-regulação e aceite retornos

5 – Utilize e valorize recursos e serviços renováveis

6 – Evite o desperdício

7- Projete dos padrões aos detalhes

8 – Integrar ao invés de segregar

9 – Utilize soluções pequenas e lentas

10 – Utilize e valorize a diversidade

11 – Utilize bordas e valorize elementos marginais

12- Por fim, utilize e responda criativamente às mudanças

A flor da permacultura:

A Flor é a representação das áreas em que a Permacultura é aplicada para formar uma cultura sustentável.

As pétalas representam as áreas do nosso mundo que precisam desses designs e princípios éticos. E finalmente em torno das pétalas encontramos os elementos, formas ou estratégias que deverão ser utilizadas para seguir os princípios da Permacultura.

As 7 pétalas da flor do desenho permacultural:

  • Manejo da terra e da Natureza
  • Espaço construído
  • Ferramentas e tecnologias
  • Cultura e educação
  • Saúde e Bem-estar espiritual
  • Economia e finanças
  • Posse da terra e comunidade
flor da permacultura

Então, qual a relação da Permacultura com a Arquitetura Sustentável?

Agora que já conhecemos os princípios do design permacultural e analisando a flor da permacultura, sem dúvida conseguimos perceber as diversas semelhanças com os princípios da arquitetura sustentável.

Em todas as pétalas encontramos indicações de como ter construções mais sustentáveis. Mas é na pétala Espaço Construído que podemos ver exemplos mais práticos, por exemplo o uso de estratégias bioclimáticas, como a ventilação natural, assim como a construção com terra e outros materiais naturais. Sendo assim detalhadas:

  • Planejamento solar passivo
    Sombreamento e iluminação orientados pelo sol, massa térmica, ventilação passiva.
  • Construção com material natural
    Terra, palha, reboco com esterco, toras de madeiras, pedras.
  • Coleta e Reuso da Água
    Tanques de água (cisternas), banheiros compostáveis e filtros biológicos.
  • Bioarquitetura
    A manipulação da forma das árvores crescerem para criar estruturas e construções.
  • Construções de abrigos na terra
    “Casas-nave” e outros projetos construídos para dentro do solo.
  • Construções resistentes a desastres naturais
    Queimadas, ventos, inundações, terremotos.
  • Construção pelo proprietário
    Empoderamento e autonomia financeira dos moradores e comunidades na construção de suas próprias casas usando tecnologias e materiais acessíveis.
  • Linguagem dos Padrões
    Teoria e ferramentas de planejamento orgânico de Christopher Alexander.

Outra pétala que aparece vários exemplos práticos para construções é a Ferramentas e Tecnologias, como o reuso de materiais de forma artesanal, o uso de biodigestores e outras formas de gerar energia renovável no local.

Mas como dito anteriormente, em todos os princípios da permacultura é possível obter lições para realizar uma arquitetura mais sustentável e saudável.

Exemplos de construções sustentáveis com design permacultural:

– Eco-vila, Aldina Arts – Austrália

A eco-vila, Aldina Arts, próximo de Adelaide no Sul da Austrália, tem alguns exemplos excelentes do desenho de permacultural.

As casas utilizam estratégias passivas, como um muro “trombe”, que armazena calor durante os meses mais frios.

Outro exemplo deste princípio é a captação e o armazenamento de água de chuva do teto da casa em um tanque.

O jardim armazena energia em forma de alimento, que pode ser consumidos imediatamente ou conservados para o futuro.

IPEC, Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado – Goiás, Brasil

exemplo de permacultura no brasil

O IPEC é um centro de referência em sustentabilidade em Goiás, projetado com base nos princípios da Permacultura, como construções naturais, saneamento ecológico, agricultura orgânica, energias renováveis, cuidados com resíduos e entre outros.

O terreno era um antigo pasto que foi transformado em um ecocentro que vale muito a pena visitar!

Leia também: Arquitetura bioclimática e permacultura em uma comunidade no Maranhão

Conhece mais exemplos de design permacultural?! Conte-nos nos comentários.

Fontes: permacultureprinciples.com

Primeira casa de terra impressa em 3D na Espanha alia tecnologia à bioconstrução

TOVA é a primeira casa de terra impressa em 3D na Espanha, ​​feita com um Crane WASP, a impressora 3D arquitetônica, trata-se de um protótipo localizado nas instalações de Valldaura Labs, Barcelona.

A impressão 3D é apontada como uma nova tendência na construção civil,. Já a terra é um dos materiais construtivos mais antigos do mundo. Um grupo de pós-graduados decidiu aliar essas duas técnicas em um protótipo que se beneficia da rapidez da tecnologia 3D, com as inúmeras vantagens da construção com terra.

Na verdade, não é a primeira vez que se usa argila na impressão 3D, essa inovação foi testada pelo estúdio de arquitetura italiano Mario Cucinella em 2021, no protótipo da casa TECLA, que esteve entre as 17 construções mais sustentáveis do mundo em destaque na COP26,

A construção da casa de terra impressa pode ser concluída em semanas usando 100% de materiais locais e mão de obra local, desperdício zero e uma pegada de emissão de carbono praticamente nula.

O projeto foi desenvolvido pela equipe de estudantes e pesquisadores do programa de pós-graduação em Arquitetura de Impressão 3D (3dPA) do Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha (IAAC). O objetivo deste curso é formar jovens arquitetos e académicos para o futuro da construção e explorar as possibilidades da impressão 3D neste setor.

‘TOVA’ é o início de um projeto maior em colaboração com a WASP no qual é projetada uma casa completa feita com tecnologia de impressão 3D.

Este sistema de fabricação pode ser usado em qualquer lugar do mundo e pode ajudar em emergências habitacionais.

Destaca-se por ser uma das formas de construção mais sustentáveis ​​e amigas do ambiente que podem ser aplicadas atualmente. A construção levou 7 semanas para ser concluída, um Crane WASP, a impressora 3D arquitetônica e materiais km zero.

Durante todo o processo de construção, foi gerado zero desperdício, pois os materiais foram adquiridos em um raio de 50 metros. A estrutura é feita de terra local, misturada com aditivos e enzimas, para garantir a integridade estrutural e a elasticidade do material necessárias para a impressão 3D otimizada da casa.

A fundação é feita de geopolímero e o telhado, de construção em madeira. Para garantir a longevidade do material em resistência às intempéries, é adicionado um revestimento impermeável usando matérias-primas naturais, como aloe e clara de ovo.

O desenho do edifício leva em consideração as condições climáticas do Mediterrâneo: o volume é compacto para proteger do frio no inverno, mas expansível durante as outras três estações do ano, permitindo o uso do entorno externo imediato.

As paredes são compostas por uma rede de cavidades que contêm o fluxo de ar e permitem um ótimo isolamento para evitar perdas de calor no inverno e proteger da radiação solar no verão.

É um projeto de emissões próximas de zero: a sua casca e a utilização de um material totalmente local permitem a redução de resíduos, tornando-se um exemplo pioneiro de construção de baixo carbono, uma vez que os atuais métodos construtivos são responsáveis ​​por 36% das emissões de CO2.

As aplicações possíveis deste modelo de construção são infinitas; desde casas, a espaços públicos, interiores e exteriores. Em combinação com outros sistemas construtivos, pode acomodar edifícios complexos e inovadores que reduziriam o atual impacto ambiental da construção civil.

O projeto foi concebido como um protótipo de habitação sustentável que poderia ser construída em qualquer lugar do mundo. Esta técnica promissora abre as portas para resolver rapidamente os problemas de acesso à habitação em áreas vulneráveis ​​ou assentamentos temporários, oferecendo novas soluções para a criação de espaços mais sustentáveis ​​e acessíveis.

A impressão 3D é um exemplo de construção km zero, pois a obra pode ser feita 100% com materiais e mão de obra locais.

Além disso, o sistema de impressão permite casas altamente personalizáveis ​​para diferentes casos de uso; como comunidades de residências e serviços que podem ser criados rapidamente usando essa tecnologia em qualquer lugar.

A IAAC responde com este e outros projetos a emergências climáticas e migratórias cada vez mais graves, fornecendo novas soluções que contribuem positivamente para o problema global de emergência habitacional que terá que ser enfrentado no futuro devido a grandes migrações ou desastres naturais.

exemplos de impressão 3d
Exemplo de casa de terra impressa – projeto IAAC e WASP


Créditos do projeto:

Equipe IAAC

Edouard Cabay, Alexandre Dubor, Lili Tayefi, Vincent Huyghe, Ashkan Foroughi, Eduardo Chamorro Martin, Elisabetta Carnevale, Guillem Baraut, Gloria Font basté, Nikol Kirova, Francesco Polvi, Bruno Ganem Coutinho, Marielena Papandreou and David Skaroupka.

Parceiros do projeto

Colette, WASP, UN-Habitat, BAC Engineering, LaSalle, SmartCitizen, Scuares e Living Prototypes Research Innovation

Pesquisadores

Adel Alatassi, Aslinur Taskin, Charles Musyoki, Deena El-Mahdy, Eugene Marais, Hendrik Benz, Juliana Rodriguez Torres, Leonardo Bin, Mariam Arwa, Al-Hachami, Marwa Abdelrahim, Mehdi Harrak, Michelle Bezik,

Mais informações: Pós graduação de Arquitetura de impressão 3D – IAAC

Imagens via Gregori Civera

Rio de janeiro lança Distrito de Baixa Emissão no Centro para melhorar a qualidade de vida da população

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, lançou, nesta quarta-feira (29/6), o Distrito de Baixa Emissão, no Centro da cidade, uma área delimitada com o objetivo de implementar ações para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), com o objetivo de seguir rumo ao compromisso de desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade do ar e a saúde dos cariocas.

Atualmente, mais de 30 cidades no mundo assinaram esse compromisso e, no Brasil, o Rio de Janeiro foi a primeira. O lançamento marca o Mês do Meio Ambiente, programado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, com a realização de intervenções temporárias para que pedestres e ciclistas usufruam dos benefícios das vias.

– Criar esse distrito de baixa emissão de gases é mais um desafio que a Prefeitura tem nesses próximos anos. É um trabalho muito complexo, mas acreditamos que, até 2024, já tenhamos concluído a primeira fase do Distrito – afirmou o prefeito em exercício e secretário municipal de Meio Ambiente, Nilton Caldeira.

No Distrito serão priorizadas soluções para impulsionar o desenvolvimento sustentável e o cumprimento da agenda climática, ajudando a construir uma cidade ambientalmente responsável.

Distrito de Baixa Emissão no Centro do Rio de Janeiro

– Lançamos hoje a pedra fundamental do distrito neutro. É um projeto grande, que vai até 2030, e em que são mobilizados diferentes órgãos da Prefeitura para trabalhar nesta redução de gases de efeito estufa na região central da cidade – disse o subsecretário de Planejamento e Acompanhamento de Resultados da Secretaria de Fazenda e Planejamento, Jean Caris.

De acordo com o decreto, a regulamentação do Distrito está alinhada ao Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática da Cidade do Rio de Janeiro (PDS).

A iniciativa também integra o Programa Reviver Centro, que tem como objetivos a melhoria dos espaços públicos e a promoção do uso residencial.

Com 2,3 Km², o Distrito, delimitado por este programa, fica localizado entre a Avenida Beira Mar e a Avenida Marechal Floriano, e entre o Campo de Santana e a Orla Conde. A implantação do Distrito de Baixa Emissão no Centro será feita em fases até 2030.

A primeira fase, iniciada agora, consiste na requalificação de 35 mil metros quadrados de área pública no Centro, no início do monitoramento da qualidade do ar e de GEE, e será finalizada em 2024.

Além disso, estão sendo desenvolvidas outras ações, como:

  • implantação de ciclovias,
  • elaboração do plano de mobilidade limpa,
  • aumento de áreas verdes,
  • projetos educativos para engajamento da população
  • início da circulação de caminhões elétricos de coleta de resíduos.

Esta iniciativa também está alinhada com a campanha global Cidades Pedaláveis, do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), da qual o município do Rio participa como uma das cidades líderes.

O objetivo da campanha é ampliar e unificar importantes iniciativas ligadas à mobilidade por bicicleta, para garantir que esta se consolide como opção de transporte seguro, acessível e com emissão zero.

Para isto, as cidades líderes devem se empenhar em projetar e instalar infraestrutura, adotar políticas e destinar recursos para que as pessoas vivam perto de estruturas cicloviárias. Ao final do evento, um grupo de pessoas participou de uma bicicletada, num circuito de dois quilômetros pela área do Distrito.

A ideia é ter uma cidade mais cooperativa, moderna e preparada para a liderança no enfrentamento às desigualdades, à mudança do clima e outros grandes desafios atuais.

Para que o Distrito fosse criado, foram estudados casos de outros locais no mundo, como Londres e Medellín, também desenvolvidos em áreas centrais da cidade.

A implementação do Distrito será coordenada pelo Escritório de Planejamento da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, tendo como órgãos centrais parceiros as secretarias de Planejamento Urbano, de Transporte, de Infraestrutura, de Meio Ambiente e o Instituto Pereira Passos. Além disso, outros órgãos também participarão das ações, como a CET-Rio e a Comlurb. O projeto também conta com o apoio de instituições externas.

Confira algumas ações da 1ª fase

Secretaria de Fazenda e Planejamento: Lançamento do decreto de regulamentação do DBE-Centro e licitação para locação de 30 carros elétricos e 10 de representação para frota municipal.

Secretarias de Planejamento Urbano e de Infraestrutura: áreas de requalificação urbana da primeira fase.

CET-Rio: Diversas ciclovias serão implantadas de 2022 a 2024. Existiam 3,2 km na área correspondente ao distrito e, neste ano, foram feitos mais 2,3 km, totalizando 5,5 km. Outros 1,9 km serão implementados até 2024.

Secretaria de Transporte: Plano de mobilidade limpa, que contempla, por exemplo, eixos estratégicos como políticas de gestão da circulação e estacionamento, transporte público zero emissões e mobilidade não-motorizada (pedestres e ciclistas).

Secretaria de Meio Ambiente e Fundação Parques e Jardins: Plano de monitoramento da qualidade do ar, aumento de vegetação e ações de educação ambiental.

Comlurb: Coleta de baixa emissão de resíduos através do uso de veículos elétricos.

Instituto Pereira Passos e Secretaria de Meio Ambiente: Plano de Monitoramento de GEE.

Rio tem papel fundamental na agenda sustentável nos últimos anos. A cidade do Rio ganhou um protagonismo na agenda climática nas últimas décadas recebendo eventos como a Cúpula da Terra, em 1992; e a Rio+20, em 2021, um evento que marcou a agenda da economia verde e do desenvolvimento sustentável.

Em março deste ano, foi realizado o evento de lançamento Rio+30 Cidades, conferência focada em discutir o futuro das cidades, que será realizada em outubro. O evento marcará os 30 anos da realização da Rio 92, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, um marco nas discussões globais ambientais.

O Distrito de Baixa Emissão será um dos projetos apresentados na Rio+30 Cidades.

O Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática da Prefeitura foi baseado na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – ONU Habitat, incluindo os seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

É resultado de um processo participativo, que contou com o engajamento de cariocas que querem um futuro melhor para a cidade e entendem que as responsabilidades são compartilhadas.

Fonte: Alexandre Macieira/ Prefeitura do Rio

Edifício verde em Paris traz bem-estar aos seus usuários e à cidade

O escritório de arquitetura franco-brasileiro Triptyque projetou um edifício verde em Paris, França, inspirado na biodiversidade da floresta amazônica.

Idealizado pelo Grupo Pasteur Mutualité, reúne uma equipe criativa composta por Philippe Starck, diretor artístico e decorador, a Triptyque, responsável pela arquitetura do projeto, e Coloco, atelier de paisagismo contemporâneo, pelo projeto paisagístico

Edifício verde em Paris é inspirado na floresta amazônica

A Villa M é um complexo de uso misto localizado no Boulevard Pasteur, no bairro parisiense de Montparnasse.

Concebida como uma grande infraestrutura e paisagem habitável, abriga um hotel, uma casa de saúde, uma área de check-up, mas também quartos de estudantes, um restaurante, um bar e uma área de conferências.

Além disso, há um espaço de co-working e um showroom para start-ups no setor da saúde, para contribuir com a inovação e proporcionar um intercâmbio e ajuda mútua entre diferentes especialidades e diferentes gerações de profissionais de saúde

O programa inovador da Villa M catalisa a ideia de abrir os cuidados de saúde à cidade e a cidade aos cuidados de saúde. Os cuidados de saúde ultrapassaram os muros da edificação, espalhando-se pela cidade.

O projeto pretende trazer a natureza de volta à cidade e oferecer aos usuários uma nova experiência do que significa viver em uma “cidade-natureza”.

É um manifesto arquitetônico naturalista, um edifício de uma nova era, trazendo o homem em harmonia com a natureza.

fachada verde paris triptyque

Sustentabilidade

O grande destaque do edifício é sua fachada viva cuja geometria é formada por vigas de estrutura metálica, concebida como um exoesqueleto, composta por peças pré-fabricadas, como em um jogo de construção, proporcionando uma obra mais limpa e rápida.

O exterior do edifício possui jardins verticais que cobrem toda a superfície da fachada frontal, onde abrigam plantas medicinais, árvores frutíferas e espécies perenes de médio a grande porte.

Relacionado: Paredes vivas podem reduzir a perda de calor dos edifícios em mais de 30%

Além de trazer bem-estar aos seus usuários e à cidade, a fachada verde ajuda a reduzir as necessidades de aquecimento e refrigeração, pois colabora com o conforto térmico e, portanto, com a eficiência energética do edifício. Isso evita o desperdício de energia e carbono e é uma opção de baixa tecnologia para fazer um edifício mais sustentável e bonito.

A responsabilidade ambiental também está presente nas escolhas de materiais duráveis e orgânicos.


Além disso, a Villa M foi projetada para que os visitantes se sintam confortáveis ​​e em casa, quer permaneçam por um curto período ou mais.

O último andar tem vista para a Torre Eiffel com o telhado plantado com árvores frutíferas, muitas plantas e uma área de estar para relaxar.

Edifício verde em Paris é inspirado na floresta amazônica
telhado verde edificio paris
vista interna greenbuilding

Esse edifício verde em Paris é uma criação orgânica, um suporte à biodiversidade urbana, cumprindo assim os objetivos do plano de ecologia 2014-2020 da cidade luz.

FACHADA VIVA VILLA M
corte greenbuilding
perspectiva edifício sustentável em paris

Fotos e imagens via Triptyque

Ebook Arquitetura e Construção com Terra no Brasil

Foi lançado o ebook, Arquitetura e Construção com Terra no Brasil, editado por Célia Neves, Obede Borges Faria, Milena Fernandes Maranho e Natália Lelis.

Estes procuraram apresentar um panorama, o mais amplo possível, do ponto de vista de 37 renomados autores, acadêmicos e profissionais liberais que atuam com a ACT em seu cotidiano.

Esta aparente dicotomia representa um importante e valioso diálogo entre a academia e a comunidade.

O Ebook Arquitetura e Construção com Terra no Brasil está dividido em 24 capítulos, agrupados em três grandes temas:

1) Arquitetura e Patrimônio;

2) Arquitetura na Contemporaneidade; e,

3) Ensino, Pesquisa, Inovação e Transferência Tecnológica.

Em função da experiência e atuação pessoal dos autores, alguns capítulos resultam de pesquisas científicas, enquanto outros se baseiam nas percepções de vivências da prática profissional relativa à arquitetura e construção com terra.

Assim, alguns capítulos tratam o país como um todo, de forma ampla e genérica, outros referem a determinada região (dentre as cinco grandes regiões brasileiras) e outros tratam de diferentes Estados (independentes de regiões).

Os pequenos mapas do Brasil inseridos junto aos títulos dos capítulos proporcionam a identificação das eventuais lacunas na abordagem dos assuntos.

Para viabilização do livro, contou-se com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGARQ), da FAAC/UNESP, cujo Conselho aprovou sua publicação como um Volume Especial Temático, da Série PPGARQ, pela Editora ANAP.

Optou-se pela divulgação gratuita com disponibilização na seção publicações do site Rede Terra além de ouros sites dedicados à arquitetura e construção com terra e na página da Editora.

Seguramente, este livro não responde a todos os questionamentos sobre o conhecimento da tecnologia da arquitetura e construção terra, mas representa um significativo avanço nesta área, especialmente no âmbito brasileiro, ousadamente juntando aspectos acadêmicos e técnicos que contribuem para quebrar barreiras e unificar esta tecnologia, iniciada tecnicamente com a prática dos ancestrais, pelo saber-fazer da população, porém considerada, investigada e desenvolvida no ambiente científico.

Escola na Nigéria usa design passivo para combater o calor

Essa escola na Nigéria aproveitou ao máximo a ventilação natural passiva em um projeto de telhado exclusivo para manter os alunos frescos, apesar da crise de energia do país e do clima quente.

A Article 25, uma empresa de arquitetura humanitária que se concentra na criação de soluções para comunidades carentes, está por trás do redesenho do Collège Amadou Hampaté Bâ.

Escola de terra na Nigéria - telhado ventilado
escola na nigéria de terra

A escola oferece educação subsidiada para crianças do ensino médio de famílias de baixa renda.

O objetivo de expandir a escola é oferecer a mesma experiência educacional para crianças do ensino fundamental ao ensino médio em um modelo de “liceu” que estende os anos de escolaridade completos das crianças na escola.

A intenção também era construir uma instalação de alta qualidade que servisse de modelo para outras escolas que quisessem seguir um modelo semelhante na Nigéria.


Além disso, a proposta incluiu a reforma das salas de aula existentes. Há a adição de cinco novos blocos de salas de aula (totalizando 20 salas de aula), juntamente com novos edifícios administrativos, uma sala de reuniões, biblioteca e edifícios de latrinas.

Os serviços de água e eletricidade foram atualizados para melhorar a autossuficiência da escola devido a problemas intermitentes com o abastecimento municipal.

Como resultado, os prédios escolares usam materiais locais. Há uma adaptação das técnicas vernáculas para responder às condições climáticas quentes e desafiadoras.

Relacionado: Arquitetura vernacular é aplicada em escola de Bangladesh

A escola teve como objetivo criar “espaços bonitos e confortáveis ​​propícios ao aprendizado”, segundo os arquitetos.

O principal material de construção usado foi a laterita, um tipo de solo extraído localmente, em uma pedreira a 10 km do local, um material de construção subutilizado local do Níger.

O material fornece massa térmica para retardar a liberação de calor durante o dia e é um material mais respirável do que os blocos de cimento que são onipresentes na construção moderna em Niamey.


Além disso, a construção dos prédios da escola na Nigéria deu à comunidade a oportunidade de treinar pedreiros locais em técnicas de construção com os materiais regionais.

Espera-se que as habilidades se traduzam em futuros projetos na região.


As janelas dos edifícios são venezianas ventiladas. Acima de cada edifício, os arcos permitem o fluxo de ar para dentro e para fora do edifício.

Um dos destaques do projetos é a cobertura dupla, que permite o fluxo de ar. Um telhado metálico foi instalado bem acima dos edifícios, protegendo -os do sol e permitindo a ventilação.

É um design único criado exclusivamente para o clima desta região.

Quando a temperatura é de 40 graus fora, os interiores dos edifícios podem permanecer 8 graus menos, sem ar condicionado.

Fotos Toby Pear (exceto quando indicado)

Livro Paisagismo sustentável para o Brasil

Livro Paisagismo sustentável para o Brasil, de Ricardo Cardim, traça revisão histórica e propõe novas práticas para a atividade, entre elas o uso prioritário de espécies nativas.

Cardim foi o idealizador das Florestas de Bolso da Mata Atlântica, plantadas por mutirões voluntários em áreas públicas de São Paulo. Do ativismo ao paisagismo, ele vislumbra uma cidade verde no século 21, que possibilite a harmonia entre a extraordinária natureza nativa herdada pelos brasileiros e a vida humana moderna. O livro evidencia a urgência dessa causa e os muitos desafios a enfrentar.

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Por responder pela criação de áreas verdes que fazem parte do nosso cotidiano, nas cidades ou fora delas, o paisagismo é hoje um assunto de importância vital para a sociedade. Nunca a existência humana causou tanto impacto na natureza como nesse começo de milênio, mas se temos capacidade destrutiva, também está ao nosso alcance, por novos conhecimentos, tecnologias e práticas disponíveis, seu uso adequado e sua restauração.

As escolhas do paisagismo se refletem em temas como equilíbrio ecológico, água, solo, saúde pública e valorização cultural de remanescentes naturais. Entretanto, eles pouco entram na pauta da atividade e mesmo no tema do meio ambiente.

O livro Paisagismo sustentável para o Brasil: integrando natureza e humanidade no século XXI, de Ricardo Cardim, aborda de forma ampla a relação entre natureza e humanidade no Brasil, país detentor da maior biodiversidade nativa do planeta e com elevada urbanização.

Traça uma revisão histórica da atividade, descreve os problemas comuns da natureza projetada e sugere novos caminhos e reflexões sobre a atividade. Com isso, deixa clara a urgência para que a desconexão do paisagismo com o conhecimento científico e aspectos ecológicos e culturais seja revertida.

O livro expõe como nossas interações com a natureza se transformaram ao longo do tempo, até chegar aos dias de hoje, e relata, de forma detalhada, os problemas atuais do paisagismo no âmbito público e privado.

Com esse panorama, passa a apresentar práticas positivas e possibilidades de atenuar os impactos e riscos relacionados ao manejo da natureza, seja na cidade ou em áreas do interior.

Pouca gente sabe, mas mais de 90% das espécies de plantas comercializadas no Brasil – país de maior biodiversidade do mundo – são exóticas. São plantas de várias partes do mundo que têm suas mudas desenvolvidas e comercializadas globalmente por grandes empresas estrangeiras, que dominam esse mercado desde que ele existe.

Como fruto da mentalidade dominante, o paisagismo segue normalmente motivações estéticas e comerciais, difundindo plantas de forma despreocupada, resultando na disseminação de muitas áreas verdes desconectadas da paisagem nativa e também capazes de substituir e degradar a flora e fauna ancestrais, além de apresentar baixo potencial de serviços ecossistêmicos e de uso público.

Além de se integrar com o meio ambiente, com benefícios, mesmo no espaço urbano, como ampliação da fauna presente e impedimento da disseminação de espécies invasoras, o uso de espécies nativas tem um relevante aspecto cultural.

Afinal, como alguém vai querer preservar uma floresta nativa se as suas plantas nunca foram vistas como importantes no cotidiano humano, símbolos de beleza e valor?

Paisagismo sustentável pode significar saúde física e psicológica, qualidade ambiental e uma relevante ferramenta de educação e conservação de ecossistemas naturais. E ainda, para muitos, o único contato disponível com a natureza.

Veja o bate papo que fizemos com o autor – Ricardo Cardim:

Paisagismo sustentável para o Brasil: integrando natureza e humanidade no século XXI

Autor: Ricardo Cardim

Editora: Olhares – Link para compra

2º Fórum de Sustentabilidade & Encontro de Membros ASHRAE BRASIL CHAPTER: Eventos presenciais, online e visitas técnicas

Em comemoração ao 20º Aniversário do ASHRAE Brasil Chapter, ocorrerão nos dias 24 a 26 de maio três eventos em modalidades online e presencial: palestras com temas de descarbonização na construção, eficiência energética, economia circular e sustentabilidade.

O evento contará com a presença da ex-presidente da ASHRAE, Sheila Hayter, além de palestrantes nacionais e internacionais.

Sinta-se convidado para participar desta comemoração e faça sua inscrição, vagas as visitas técnicas são limitadas.

Programação 2° Fórum de Sustentabilidade ASHRAE Brasil Chapter: Rumo à Edifícios mais Eficientes, Resilientes e com Emissões Zero

Terça -feira dia 24 de maio:

  • Manhã das 9:00 às 12:00hrs
    Tema: Sustentabilidade e a Descarbonização no Setor da Construção
  • Tarde das 14:00 às 18:00 hrs
    Tema : Sustentabilidade – Economia Circular: desafios e oportunidades no setor construtivo no cenário brasileiro
    Tema: Eficiência Energética: Eletrificação e Energia Renovável em Edifícios

Quarta -feira dia 25 de maio | Visitas Técnicas

  • Manhã das 9:00 às 12:00hrs – Visita Técnica: São Paulo Corporate Tower
  • Tarde das 14:00 às 17:00hrs – Visita Técnica: EZ Tower

Mais informações: https://www.ashraebrasil.org/20thanniversary

Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento/2-forum-de-sustentabilidade-e-1-encontro-de-membros-ashrae-brasil-chapter/1567396

O evento ocorrerá no CREA-SP, Av. Angélica, 2346 – Consolação, São Paulo – SP. (https://goo.gl/maps/GUhu1SgZogrEBAJ56)

Fórum de Sustentabilidade & Encontro de Membros ASHRAE BRASIL

Por que devemos repensar o uso da areia na construção?

Sabia que a areia é o segundo recurso mais explorado do mundo?

A extração e o uso da areia precisam ser repensados, segundo aponta um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).



O relatório Areia e Sustentabilidade: 10 recomendações estratégicas para evitar uma crise, divulgado pela equipe GRID-Genebra do PNUMA, fornece as orientações necessárias reunidas de especialistas mundiais para mudar para práticas aprimoradas de extração e gerenciamento de recursos.

Areia e cascalho são materiais fundamentais e não reconhecidos de nossas economias. Eles são utilizados em todo o mundo, representando o maior volume de material sólido extraído globalmente (Peduzzi, 2014; Beiser, 2018), sendo o segundo recurso mais usado em todo o mundo depois da água.

areia na construçao de rodovias

A extração de areia onde ela desempenha um papel ativo, como rios e ecossistemas costeiros ou marinhos, pode levar à :

  • erosão,
  • salinização de aquíferos,
  • perda de proteção contra tempestades e
  • -impactos na biodiversidade, que representam uma ameaça aos meios de subsistência, entre outras coisas, , abastecimento de água, produção de alimentos, pesca ou para a indústria do turismo.

Segundo os autores do relatório, a areia deve ser reconhecida como um recurso estratégico, não apenas como material de construção, mas também por suas múltiplas funções no meio ambiente.

Eles enfatizam que governos, indústrias e consumidores devem precificar a areia de uma forma que reconheça seu verdadeiro valor social e ambiental.

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O relatório recomenda que a extração de areia das praias seja proibida devido à sua importância para a resiliência costeira, o meio ambiente e a economia.

Ao fornecer habitats e áreas de reprodução para diversas flora e fauna, a areia também desempenha uma função vital no apoio à biodiversidade, incluindo plantas marinhas que atuam como sumidouros de carbono ou filtram a água.

Estratégias para diminuir o impacto do uso da areia na construção:

1) Evitar o consumo desnecessário de areia natural na construção

  • Planejamento para crescimento urbano compacto onde os requisitos totais de recursos são reduzidos.
  • Evitar projetos de construção excedentes, como os de especulação ou prestígio.
  • Empregar infraestrutura verde no lugar de infraestrutura construída sempre que possível.
  • Substituir o concreto tradicional sempre que possível no projeto de construção por materiais tradicionais, como madeira, e opções não tradicionais emergentes da inovação em ciências dos materiais (Brownell, 2019).
  • Otimização de misturas de concreto para aumentar a eficiência dos recursos e a vida útil dos materiais de concreto (Saha et al., 201 8) (observando as preocupações de emissão de C02 com a produção de cimento).
  • Investir na manutenção e modernização da infraestrutura em vez de demolir edifícios antigos para prolongar a vida útil do ambiente construído atual.
  • Revisar e verificar as normas técnicas para projetos de construção para garantir a qualidade adequada da areia está sendo usada em projetos de construção (conhecido como “over-design” no setor de engenharia) (Orr et al., 2019).


2) Utilização de materiais alternativos em substituição ao uso da areia natural na construção

Onde a construção ou o cimento tradicional não podem ser evitados, a redução do uso da areia natural pode ser alcançada por meio de algumas tecnologias testadas e comprovadas, bem como novas tecnologias e materiais emergentes, tais como:

  • Reutilização de agregados de resíduos em canteiros de obras.
  • Reciclagem de concreto de resíduos de asfalto.
  • Substituindo agregados miúdos (areia) e agregados graúdos (brita) na produção de concreto por materiais como: Resíduos subprodutos de outros processos, por exemplo, cinzas volantes que sobraram após a incineração de resíduos, resíduos de areia de fundição; Resíduos de subprodutos de outros processos, por exemplo, escória de aço inoxidável, cascas de coco, serragem; Agregado de areia fina de areia do deserto em concreto.
  • Fabricação de agregados miúdos e graúdos através da reciclagem de resíduos de construção e demolição. Inovando em projetos de concreto para aumentar a eficiência dos materiais e o desempenho ambiental, com: Concreto microplástico, concreto espumado e concreto geopolimérico


3) Reduzir os impactos da extração de areia com os padrões e melhores práticas existentes.

Muitos padrões e melhores práticas existentes já existem que não incluem extração e consumo de areia atualmente, mas podem fornecer a base de uma estrutura coerente para uma melhor governança global de areia, se ajustada.

Além disso, os recursos de areia devem ser mapeados, monitorados e relatados, recomenda o relatório.

O relatório segue uma resolução sobre governança de recursos minerais adotada na quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA) que pediu ações sobre o manejo sustentável da areia.

Este mandato foi confirmado na UNEA-5 em 2022 na nova resolução intitulada Aspectos ambientais da gestão de minerais e metais, adotada por todos os estados membros.

Vale a pena ler o relatório completo.

Impactos Sociais

A competição por extração areia cresceu nas últimas décadas na América Latina e na África,, movimentando grupos criminosos que também entraram no comércio e retiram megatoneladas do recurso para vender ilegalmente.

Segundo relatório do Modern Slavery in the Construction Industry, a atividade também está relacionada ao trabalho forçado de crianças.

Dados do Transnational Crime and the Developing World e no relatório da UNEP-INTERPOL – Rise of Environmental Crime, ainda mostram que a extração ilegal de areia seria o terceiro crime de maior faturamento em escala mundial, com valores entre US$ 199,98 bilhões e US$ 349,98 bilhões.



Fontes: PNUMA, United Nations Environment Programme (2019). Sand and Sustainability: Finding New Solutions for Environmental Governance of Global Sand Resources. https://wedocs.unep.org/20.500.11822/28163. e Uol

Sidac -Plataforma para medir pegada ambiental de CO2 e de energia de materiais de construção

O Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção (Sidac), uma plataforma web inovadora, que permitirá calcular a pegada de energia e de carbono de produtos de construção fabricados no Brasil, será apresentado ao mercado brasileiro da construção civil no dia 27 de abril de 2022, no webinar “Promovendo edificações de baixo carbono”.



O sistema permitirá ao usuário conhecer a demanda de energia primária e emissão de CO2, do berço ao portão, ou seja, desde a extração dos recursos naturais necessários para fabricar o material de construção até a porta da fábrica. O Sidac é baseado em uma abordagem simplificada da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), focada nas questões ambientais mais importantes para a cadeia de valor da construção.

“Pela primeira vez, teremos no Brasil um sistema que reúne dados de desempenho ambiental de produtos de construção que hoje se encontram dispersos em publicações científicas, relatórios e outros documentos. Os sistemas análogos que usam dados internacionais não representam a realidade brasileira e podem levar a decisões equivocadas”, afirma o professor Vanderley John, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), diretor do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), responsável pelo desenvolvimento e coordenação do sistema.

O Sidac terá funcionalidades que permitirão aos fabricantes cadastrar seus inventários de ciclo de vida, submeter seus dados à revisão de especialistas e publicar as declarações de desempenho ambiental de seus produtos. Tudo em uma única solução digital, amigável e acessível para pequenos e médios fabricantes. “Este é um diferencial inédito no mercado, inclusive internacional”, ressalta o professor.

Por ser simples, a plataforma terá um funcionamento dinâmico. Isto é, caso um fabricante tenha alguma melhoria em seu produto ou processo, ele pode, de forma rápida e a custo baixo, calcular seus novos indicadores ambientais e publicar seus dados atualizados. “Este é o ponto fundamental do sistema”, pondera John.

FUNCIONALIDADE DA PLATAFORMA

O sistema nasce do programa Strategic Partnerships for the Implementation of the Paris Agreement (SPIPA), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), financiado pelo Instrumento de Parceria da União Europeia, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza, Segurança Nuclear e Defesa do Consumidor (BMUV, em alemão), e implementado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).

O Sidac foi concebido a partir de uma visão holística e participativa, que envolveu diferentes atores, entre eles, o MME, o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Eletrobras/ Procel, associações de fabricantes de materiais, projetistas e construtoras, entidades ligadas à pesquisa e inovação, entre outros. A ferramenta poderá ser utilizada para elaborar políticas públicas de incentivo à construção sustentável e de baixo carbono.

O CBCS coordena o desenvolvimento do sistema por meio de um comitê científico constituído por um consórcio de universidades e institutos de pesquisa brasileiros, integrado pela USP, pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além do comitê científico integrante do projeto, o desenvolvimento do Sidac conta com o apoio de associações setoriais da construção, representadas em um comitê consultivo.

“Ter uma ferramenta nacional confiável, desenvolvida com base na análise de ciclo de vida e nas normas internacionais e europeias será fundamental para trilhar um caminho de baixo carbono no setor da construção civil, dialogando diretamente com o Acordo de Paris. Acreditamos que o Brasil está dando um passo muito importante e servirá de exemplo para muitos outros países”, afirma o representante da União Europeia, Pedro Ballesteros Torres (Direção-Geral de Energia da Comissão Europeia).

“Para enfrentar as mudanças climáticas, um dos pontos fundamentais para o setor da construção civil é reduzir a intensidade energética associada aos processos de fabricação, reduzindo a energia e o CO2 embutidos nesse processo. A ferramenta Sidac vai proporcionar o acesso a essas informações e o aprimoramento dos processos, contribuindo para orientar as políticas públicas, estimulando uma economia de baixo carbono”, ressalta o diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME, Carlos Alexandre Pires.

Acesse aqui para participar do webinar de lançamento do Sidac. Será necessária inscrição.

Acesse aqui a programação do evento.

Conheça mais sobre o sistema.

SIDAC DIFERENCIAIS

*Com informações do Ministério de Minas e Energia



Bairro – projeto de Jaime Lerner – recebe certificação LEED inédita

Bairro sustentável – projeto de Jaime Lerner – localizado na Costa Esmeralda, no litoral de Santa Catarina, foi o primeiro no mundo a obter a certificação LEED for Communities: Plan and Design nível Platinum – o mais elevado do selo, que é referência mundial em sustentabilidade.

Inspirado em tendências mundiais de planejamento urbano que privilegiam as relações humanas, une espaços de moradia, trabalho, educação, lazer e cultura apoiados por uma infraestrutura de alta tecnologia.



O Vivapark Porto Belo, projeto de Jaime Lerner juntamente com paisagismo de Juliana Castro, contará com uma área verde de mais de 138 mil m2 .

O empreendimento Vivapark Porto Belo, da empresa catarinense Vokkan , possui padrão internacional de sustentabilidade por meio da certificação LEED for Communities, principal sistema global de avaliação de qualidade de vida em uma comunidade, e alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A conquista catarinense coloca o mercado imobiliário brasileiro em um novo contexto e consolida o projeto como um case de sucesso a ser seguido no País e no mundo.

“Ao nosso lado estão projetos como Milano Porta Nuova, bairro onde está localizado o famoso edifício Bosco Verticale na Itália, ou o distrito aeroportuário de Atlanta, nos Estados Unidos” afirma Roderjan Volaco, CEO da Vokkan.

urbanismo sustentável em Santa Catarina

“Com essa conquista, o Vivapark presenteia todos os profissionais e empresas que atuam no movimento de Green Building destacando Brasil no cenário internacional, visto que a certificação LEED está presente em 180 países”, diz Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil, e complementa, “o Vivapark comprova que podemos alinhar desenvolvimento econômico e qualidade de vida com responsabilidade ambiental. No empreendimento, a cultura da sustentabilidade e qualidade de vida estão enraizadas e seguramente beneficiará seus moradores, e os demais públicos relacionados”.

“Vivapark é um chamado para viver este espaço, viver bem, onde a sustentabilidade e o encontro entre as pessoas acontecem de maneira bem feita.”

Jaime Lerner

No empreendimento, a cultura da sustentabilidade e qualidade de vida estão enraizadas e seguramente beneficiará seus moradores, e os demais públicos relacionados”. Para obter a certificação, foram analisados 36 quesitos. Ao final do processo de avaliação, o Vivapark Porto Belo atingiu 87 pontos dos 110 possíveis.

“Além de conquistar o nível mais elevado de certificação, o Vivapark Porto Belo chegou no mais alto score já registrado no mundo até hoje nessa tipologia. Para possibilitar isso, o projeto precisa comprovar o seu compromisso com a qualidade de vida, sustentabilidade e eficiência através de diferenciais como uma elevada taxa de áreas verdes por habitante, conectividade entre todos os pontos do bairro, mobilidade urbana, baixas emissões de gases do efeito estufa e gestão excelente dos recursos hídricos”, afirma Eduardo Mattos, sócio da Forte, consultoria responsável pelo processo de certificação.

Entre os itens avaliados, destacam-se: Qualidade de Vida e Inovação, onde o Vivapark atingiu a pontuação máxima; Processos Integrados, com quatro pontos dos cinco possíveis e Sistemas Naturais e Ecologia, 11 pontos dos 13 possíveis.

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Outro item de destaque foi a qualificação obtida em Transporte e Uso da Terra, 16 pontos dos 18 possíveis e nota máxima nos subquesitos Transporte Misto e Walkability – ou seja, o maior protagonismo para pedestres nas vias de circulação, um dos pilares do projeto urbanístico assinado pelo arquiteto Jaime Lerner.

O Vivapark Porto Belo também obteve pontuações elevadas em critérios como Eficiência Hídrica, com 5 pontos dos 12 possíveis; Energia Limpa, 25 de 31; Recursos Materiais, 7 de 11; e Prioridade Regional, 3 de 4.

Em todo o mundo, apenas 103 projetos estão em processo de certificação LEED na categoria Cities & Communities. De todos os projetos avaliados, apenas oito possuem a certificação recém-obtida pelo empreendimento, o que dá a dimensão do patamar atingido pelo bairro parque a nível global de sustentabilidade.

Sobre Jaime Lerner

jaime lerner arquiteto e urbanista
PHOTO: HEULER ANDREY/AGENCE FRANCE-PRESSE/GETTY IMAGES

Jaime Lerner era arquiteto e urbanista e foi três vezes prefeito da Cidade de Curitiba, onde liderou a revolução urbana que fez da cidade referencia nacional e internacional em planejamento urbano, principalmente em transporte, meio ambiente, programas sociais e projetos urbanísticos.

Pelo reconhecimento de sua obra recebeu diversos prêmios e títulos internacionais com destaque para o Prêmio Máximo das Nações Unidas para o Meio Ambiente (1990), UNICEF Criança e Paz (1996), o 2001 World Technology Award for Transportantion, o 2002 Sir Robert Mathew Prize for the Improvement of Quality of Human Settlements, pela União Internacional dos Arquitetos, e o Premio Volvo Environment Prize 2004.

Em 2010 foi nominado pela revista Time um dos 25 Pensadores mais Influentes do mundo e em 2011, em reconhecimento por sua liderança, visão e contribuição no campo da mobilidade urbana sustentável ele recebeu o prêmio Leadership in Transport Award, agraciado pelo International Transport Forum at the OECD.

Fotos e imagens: Divulgação

Fontes: JLAA , Gazeta do Povo, Jornal Folha Litoral



Edifício verde em Florianópolis é LEED Platinum

Edifício verde em Florianópolis, o Primavera Office acaba de receber o selo LEED Platinum, tornando-se o 1º da capital catarinense a conquistar o mais alto nível de certificação em sua categoria.



O edifício comercial é exemplo de uso racional de energia e água, tem 13,2 mil m2 e inclui um complexo de bares, restaurantes e serviços. A edificação também é sede da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), que abriga diversas startups de tecnologia.

Edifício verde em Florianópolis é LEED Platinum

Medidas sustentáveis do Edifício verde em Florianópolis

  • O projeto conta com diversas soluções de eficiência implantadas, como sistemas eficientes de fachada e ar-condicionado, iluminação LED das áreas comuns e ventilação por demanda nas garagens.
  • Outros destaques incluem sistema fotovoltaico para geração de energia solar, com 84 módulos fotovoltaicos instalados no telhado, que juntos têm potencial de gerar 33,8 MWh/ano.
  • Esse conjunto é responsável por uma redução anual de 45% em energia para a edificação, o que equivale a uma economia de R$ 350 mil por ano para os inquilinos.
  • Já a fachada recebeu vidros com proteção solar para garantir o conforto térmico em qualquer estação do ano, reduzindo a dependência do ar-condicionado.
  • Incentivo ao uso de meios de transporte alternativos. Isso significa que oferece infraestrutura para carregamento de veículos elétricos e bicicletários.
  • Localização de fácil acesso a serviços e transporte público também contribui para uma menor dependência do uso de automóveis.
  • Paisagismo é sustentável; conta com um ecossistema formado por espécies nativas ou adaptadas.
  • Vistas de qualidade do interior dos ambientes para o exterior, gerando bem-estar

A certificação LEED Platinum trouxe valor agregado para o Primavera Office, empreendimento da Pedra Branca Empreendimentos Imobiliários, segundo o diretor-executivo da empresa.

“Esse é um edifício que foi construído para locação, não para a venda. E quando a gente fala em sustentabilidade, o importante é pensar no longo prazo. Diversos elementos tecnológicos foram pensados para economizar água e energia e, com isso, também garantir uma valorização do ativo a partir da percepção de valor do cliente”, argumenta.

O resultado foi o aumento da velocidade de locação e, consequentemente, a baixa vacância das unidades.

O projeto de arquitetura é da ARK7 arquitetos e a consultoria de sustentabilidade é da Petinelli

Fotos: Divulgação



Shigeru Ban está ajudando na construção de centros de refugiados ucranianos

Shigeru Ban, o vencedor do Pritkzer 2014, está ajudando na construção de centros de refugiados na Polônia para ucranianos fugidos da guerra.

Quando o arquiteto japonês assistiu às imagens pungentes de ucranianos fugindo de suas casas quando a guerra chegou às suas portas, ele reconheceu uma crise humanitária que já havia visto antes: famílias deslocadas, muitas enfrentando seus momentos mais desesperados, foram amontoadas em centros de refugiados construídos às pressas que oferecia pouco em termos de privacidade.



“Essa era exatamente a mesma condição após o terremoto no Japão”, diz Ban. O terremoto de março de 2011 e o subsequente tsunami desalojaram centenas de milhares de pessoas, que buscaram abrigo temporário em ginásios e outros prédios públicos.

Para ajudar, o arquiteto desenvolveu um sistema de divisórias usando tubos rígidos de papel – parte de uma missão humanitária que conquistou os maiores elogios do campo de design – para tornar as instalações mais habitáveis ​​para famílias vulneráveis.

Shigeru Ban centros de refugiados ucranianos
Centro de Refugiados Chelm
Milhares de mulheres e crianças ucranianas chegam diariamente a Chełm, uma pequena cidade a apenas 32 quilômetros da fronteira da Polônia com a Ucrânia. Fotografia: Jerzy Łątka

Em 11 de março, Ban recorreu à Voluntary Architects Network, uma organização sem fins lucrativos que ele fundou em 1995, para ajudar na Polônia, onde cidades ao longo da fronteira têm visto um influxo de milhões de refugiados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. arquitetos, bem como estudantes de design e voluntários – alguns vindos de lugares tão distantes como a Suécia – a organização estabeleceu centros de refugiados perto da fronteira com a Ucrânia, com outros em obras em toda a Europa.

Em Chełm, a primeira parada na Polônia para linhas de trem do centro e norte da Ucrânia, voluntários usaram o sistema de divisórias de papel de Ban para transformar um supermercado vazio em um centro de processamento de chegadas. Com 300 unidades individuais, o espaço oferece espaço suficiente para cerca de 620 pessoas (até o momento).

Outra equipe em Wrocław, uma cidade muito maior a oeste, transformou parte de um depósito ferroviário em uma estação para refugiados.

Técnica de Shigeru Ban de construção com papelão

A técnica de construção é simples, de acordo com Hubert Trammer, professor de arquitetura e engenharia da Lublin University of Technology, na Polônia, e um dos líderes dos esforços da Voluntary Architects Network na Polônia.

O sistema de divisórias é montado usando um material de papelão resistente feito de polpa de papel reciclada.

Colunas de suporte de aproximadamente quatro polegadas de diâmetro são conectadas a tubos mais estreitos de duas polegadas usados ​​como vigas transversais.

Shigeru Ban centros de refugiados ucranianos com papelão
O sistema de divisórias de papel foi projetado para ser montado rapidamente usando materiais locais. Foto: Jerzy Łątka

Cortinas têxteis suspensas nesta estrutura podem dividir grandes espaços – como a mercearia Tesco vazia em Chełm – proporcionando privacidade e dignidade para famílias de refugiados e ordem para administradores de abrigos.

No entanto, implantar esse sistema de partição tem sido complicado na Polônia. Depois que um chefe de bombeiros levantou preocupações de segurança, os arquitetos agora devem testar e certificar os tubos de papel quanto à resistência ao fogo para que possam ser autorizados para uso de acordo com os regulamentos locais, diz Trammer.

As divisórias de tecido também precisam atender aos mesmos padrões de segurança para cortinas penduradas em um espaço público, como museu ou teatro.

Em Wrocław, os bombeiros locais pediram a voluntários para desmantelar cerca de 50 unidades na semana passada e ameaçaram fechar a instalação, mas depois cederam.

 centros de refugiados ucranianos
Wroclaw Em Wrocław, a Voluntary Architects Network construiu um centro de refugiados em um depósito ferroviário.Fotógrafo: Maciej Bujko


“A situação é difícil porque esse sistema é algo entre móveis e paredes”, diz Jerzy Łątka, professor de arquitetura e engenharia da Universidade de Ciência e Tecnologia de Wrocław e outro líder no esforço. “Móveis normais não estão sujeitos a regulamentações.”

Shigeru Ban usou papel reciclado pela primeira vez para construir abrigos em 1994, quando apresentou a ideia ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados para ajudar as pessoas deslocadas pelo genocídio em Ruanda.

No ano seguinte, após o terremoto em Kobe, no Japão, ele usou tubos de papel e doou caixas de cerveja para construir casas de toras para vítimas do Vietnã que não eram elegíveis para moradia temporária fornecida pelo governo japonês.

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Nesse mesmo ano, em 1995, Ban lançou a Voluntary Architects Network para promover e expandir seu trabalho de assistência pós-desastre. Desde então, ele construiu abrigos na China, Índia, Turquia, Itália, Nova Zelândia e outros países – projetos que tiveram um papel importante na seleção de Ban em 2014 para o Prêmio Pritzker, a maior honraria da arquitetura.

“Sempre tenho que lutar contra o preconceito das pessoas”, diz Ban. “As pessoas pensam que o papelão é muito fraco, mas não é. O papelão é um material industrial.”


A logística é tipicamente o principal obstáculo para esta missão humanitária. Nesse sentido, os projetos na Polônia tiveram a ajuda da New European Bauhaus, uma iniciativa lançada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em 2020. seu alcance – mas, como tantos outros programas na Europa, seu foco mudou para a guerra.

Tanto Ban quanto Trammer atuam como embaixadores da New European Bauhaus como membros de sua mesa redonda de alto nível. As conversas regulares do grupo se transformaram rapidamente em esforços de socorro quando a Rússia lançou sua invasão. Trammer recrutou o prefeito de Chełm, bem como Łątka, que como arquiteto se especializou no uso de papel como material de construção. (Talvez sem surpresa, Łątka estudou com Ban, na Universidade de Arte e Design de Kyoto.)

O Corex Group, um fabricante de papelão com sede na Bélgica, entregou dois caminhões de tubos de papel, pro bono. Łątka trouxe estudantes do passado e do presente para liderar a assembléia, com Weronika Abramczyk coordenando os voluntários em Chełm e Agata Jasiołek liderando o grupo em Wrocław.

Shigeru Ban centros de refugiados ucranianos
Fotógrafo: Maciej Bujko


Outras cidades na Polônia estão clamando por assistência da Rede Voluntária de Arquitetos, entre elas Varsóvia e Cracóvia, centros populacionais onde milhares de refugiados já se aglomeram em salas de aula e prédios vazios. Antes que a missão possa se expandir, porém, os arquitetos poloneses esperam obter uma certificação formal para todos os materiais que usarão. Dessa forma, eles podem evitar dores de cabeça com burocratas locais no futuro. Só a mercearia de Chełm pode conter cerca de 1.200 unidades – camas para cerca de 2.500 pessoas – assim que tiver autorização e, de acordo com Łątka, as autoridades locais pretendem abrir também o segundo andar do prédio.

De acordo com Anna Oleszczuk, da organização de ajuda aos refugiados Miejski Sztab Pomocy dla Ukrainy, cerca de 6.000 refugiados da Ucrânia estão chegando a Chełm todos os dias – um grande número para uma cidade de 64.000 habitantes. Os ônibus estão transportando centenas de famílias da fronteira e da estação de trem para o antigo supermercado Tesco, onde muitos passam a noite antes de seguir para seu próximo destino.

Pelo menos cinco centros de refugiados construídos em papel em breve estarão operacionais na Polônia. Infelizmente, diz Ban, muitos mais serão necessários.


Ban diz que só viu mulheres e crianças nos centros de refugiados, já que muitos homens estão ficando para lutar na Ucrânia. “Isso é muito diferente de outras situações de desastres naturais”, diz ele.

À medida que as nações europeias se preparam para receber até 10 milhões de refugiados que fogem da Ucrânia, a necessidade de mais abrigos de emergência está se expandindo. Ban está atualmente ajudando a construir centros de refugiados em duas academias em Paris, e vários estão planejados para a Alemanha. Outro membro da mesa redonda de alto nível da New European Bauhaus,

Mária Beňačková Rišková, está dirigindo uma unidade da Voluntary Architects Network na Eslováquia.

Para os arquitetos, não há tempo a perder. Quando os tubos de papel que chegaram a Chełm não puderam ser usados imediatamente, os arquitetos procuraram um colega na Ucrânia. Eles transferiram o papel para Lviv, onde os moradores construíram cerca de 800 unidades divididas para refugiados que estavam saindo do país.

“Também apoiamos nossos amigos do outro lado da fronteira ucraniana”, diz Łątka.



Fonte: Bloomerang

Diébégo Francis Kéré é o vencedor do prêmio Pritzker 2022

Com muito ânimo anunciamos que Diébégo Francis Kéré foi nomeado o vencedor do prêmio de Pritzker 2022, o arquiteto , educador e ativista social é um grande representante da construção sustentável.

Francis (b. Diébé Francis Kéré, 1965) nasceu em Burkina Faso – uma das nações mais pobres e com menor índice de educação do mundo, uma terra com escassez de água potável, eletricidade e infraestrutura, ainda mais de arquitetura.



Keré ganhou seu primeiro prêmio internacional em 2004 quando ainda era estudante, o Prêmio Aga Khan de Arquitetura pela construção da escola primária de Gando.

Baseado em Berlim, Alemanha, Kéré completou numerosas escolas e centros de saúde em toda a África na República de Benim, Togo, Quênia, Moçambique, Mali, Sudão e na sua Burkina Faso.

Anúncio do prêmio Pritzker 2022

“Francis Kéré é pioneiro na arquitetura – sustentável com a terra e para seus habitantes – em terras de extrema escassez. Ele é igualmente arquiteto e servo, melhorando as vidas e experiências de inúmeros cidadãos em uma região do mundo que às vezes é esquecido “, comenta Pritzker.

“Através de edifícios que demonstram beleza, modéstia, ousadia e invenção, e pela integridade de sua arquitetura , Kéré graciosamente defende a missão deste prêmio.”

Escola Primária em Gando Francis Keré
Escola Primária em Gando – Foto: Erik-Jan Ouwerkerk

A Escola Primária de Gando, Burkina Faso(2001) estabeleceu as bases para a ideologia do Kéré construir uma fonte com e para a comunidade para cumprir uma necessidade essencial e resgatar as desigualdades sociais. Sua resposta exigia uma solução dupla – um design físico e contemporâneo para uma instalação que poderia combater o calor extremo e más condições de iluminação com recursos limitados, e uma firmeza sociais para superar incerteza de dentro da comunidade.

Ele criou oportunidades invariáveis para os cidadãos locais, desde a concepção à formação artesanato profissional. A argila foi fortificada com cimento para formar tijolos com uma massa térmica bioclimatica, retendo mais frio no interior do ar, permitindo que o calor se escape através de um teto de tijolo e de largura, que pende, telhado elevada, resultando em uma ventilação sem a intervenção mecânica de ar condicionado.

O sucesso deste projeto aumentou corpo discente da escola de 120 a 700 estudantes, e catalisada Habitação de Professores (2004, Gando, Burkina Faso), uma extensão (2008, Gando, Burkina Faso) e Biblioteca (2019, Gando, Burkina Faso) .

“Ele sabe, a partir de dentro, que a arquitetura não é sobre o objeto, mas o objetivo; não o produto, mas o processo. O corpo inteiro de trabalho mostra-nos o poder de materialidade enraizada no lugar de Francis Kéré. Seus edifícios, para e com as comunidades, estão diretamente dessas comunidades – na sua tomada, seus materiais, os seus programas e as suas personagens únicos “. citação dos júris do Prêmio Pritzker 2022

O impacto do seu trabalho nas escolas primárias e secundárias catalisou a criação de muitas instituições, cada uma sensibilidade demonstrando a ambientes bioclimáticos e sustentabilidade distintos para localidade, e impactando muitas gerações.

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A citação continua: “Em um mundo em crise, em meio a mudanças de valores e gerações, ele nos lembra do que foi, e, sem dúvida, continuará a ser uma pedra angular da prática arquitetônica: uma sensação de qualidade comunitária e narrativa, que ele mesmo é tão capaz de recorrer com compaixão e orgulho. Neste ele fornece uma narrativa em que a arquitetura pode se tornar uma fonte de felicidade e alegria continuada e duradoura “.

O prêmio de arquitetura Pritzker é considerado o prêmio de realização vitalícia mais significativo da arquitetura.

No ano passado, foi concedido a arquitetos de habitação social Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, fundadores do French Studio Lacaton & Vassal. Em 2020, o prêmio foi ganho por Yvonne Farrell e Shelley McNamara, co-fundadores dos arquitetos Grafton.

Os vencedores anteriores do prêmio de prestígio incluem Alejandro Aravena, Frei Otto e Shigeru Ban.

Pritzker 2022 - Francis Kere
Clínica cirúrgica e centro de saúde · Léo, Burkina Faso · 2014 – Foto: Iwan Baan

Veja o vídeo sobre 10 obras incríveis de Francis Kéré:



Fonte: Pritzker

Norma técnica da taipa de pilão entra em vigor – ABNT NBR 17014:2022

A tão aguarda norma técnica da taipa de pilão entrou em vigor no dia 6 de janeiro de 2022. A ABNT NBR 17014:2022 estabelece os requisitos e as condições gerais, controle e aceitação desta técnica de construção com terra.

Já falamos aqui das diversas vantagens do uso da taipa de pilão na construção, entre elas, proporcionar um ambiente saudável e um excelente isolamento termoacústico. Mas uma das críticas era justamente a falta de normatização.



Pelas diretrizes da ABNT destaca-se a construção de uma norma pautada na participação equilibrada das seguintes Partes Interessadas (PI): (1) Produtor; (2) Consumidor Intermediário; (3) Consumidor Final; (4) Órgãos Técnicos; (5) Fornecedor de Insumos; (6) Órgão regulador/regulamentador/acreditador; (7) Organismo de avaliação da conformidade; (8) Fornecedor do serviço; (9) Empresa de Capacitação; (10) Empresa onde o sistema será implantado; (11) Empresa implantadora do sistema; (12) Pessoas objeto da qualificação; (13) Empresa que fornece a mão de obra; (14) empresa que utiliza a mão de obra.

norma técnica da taipa de pilão

Histórico da normatização da construção com terra até a Norma técnica da taipa de pilão

Entre os anos de 1984 e 1989, as 14 normas para solo-cimento, material frequentemente empregado na produção de blocos de terra comprimida, foram as primeiras normas para construção com terra publicadas no Brasil, sob a coordenação do CEPED (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Bahia), IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de S. Paulo) e ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).

Mais especificamente, 5 destas normas que tratam sobre BTC (Bloco de Terra Comprimida), foram revisadas entre 2010-2013, com a colaboração de membros da RTB, os quais fizeram parte do “Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados” (ABNT/CB-18).

No dia 23 de janeiro de 2020, foi publicada mais uma norma, para outra técnica de construção com terra, a “ABNT NBR 16814:2020 – Adobe – Requisitos e métodos de ensaio”. A discussão através da “Comissão de Estudo Construções com terra – CE-002:123.009” (vinculada ao “Comitê Brasileiro da Construção Civil” – ABNT/CB-02), baseada em um texto-base discutido na Rede TerraBrasil, durou 6 anos, sob a coordenação do prof. Obede B. Faria e com auxílio de Normando Perazzo e Célia Neves.

No dia 21 de agosto de 2020, a Comissão foi reativada sob o legado e finalização da coordenação do prof. Obede e o começo dos novos trabalhos para a discussão da proposta do projeto de Norma da Taipa sob coordenação da profa. Ana Paula Milani e continuidade do secretariado de Andrea Naguissa Yuba. E no final de 2021 o projeto da norma foi enviado à consulta nacional.

Agora já podemos comemorar que está em vigor, e pode ser consultada diretamente no site da ABNT.

Fontes: ABNT e Rede Terra Brasil



Hospital Erastinho recebe as certificações LEED e WELL

O Hospital Erastinho localizado em Curitiba (PR), foi a primeira instituição do Brasil a conquistar a certificação Leed Healthcare e também recebeu a inédita certificação WELL Building no setor hospitalar.



Inaugurado em setembro de 2020 numa área de 4.800 m², o hospital é especializado em Oncopediatria e possui equipe especializada e alta tecnologia, com estrutura moderna e humanizada para atender crianças e adolescentes de zero a 18 anos.

Configurando-se como uma unidade operacional Complexo de Saúde Erasto Gaertner, o Hospital Erastinho foi criado para oferecer um ambiente adequado para o atendimento das demandas de saúde do público infantojuvenil.

Desde sua concepção, em 2015, o projeto recebeu o apoio massivo do poder público e da sociedade organizada, viabilizando um investimento de R$ 30 milhões na estrutura e nos equipamentos do Hospital Erastinho que hoje está à disposição de todos os paranaenses.

Sustentabilidade e bem-estar no Hospital Erastinho

Projetado pela pela arquiteta Adriana Sarneli em parceria com Redora Arquitetura e Ambientat Paisagismo, o Erastinho é pioneiro por seguir os parâmetros internacionais de sustentabilidade e de promoção da saúde, dentro do conceito Green Hospital, para isso também contou com a consultoria de sustentabilidade da Petinelli.

O Erastinho foi a primeira unidade de saúde a receber a certificação internacional LEED for Healthcare do país, e é o hospital com a maior pontuação de sustentabilidade dentro dessa categoria na América Latina.

O LEED for Healthcare é uma tipologia da certificação LEED®, que foi escrita especificamente para hospitais e outras instalações de saúde, com foco mais rigoroso na eficiência da água, acesso à natureza e iluminação natural, que abordam as ligações entre sustentabilidade e saúde do paciente.

O projeto do complexo hospitalar ainda a certificação WELL, também inédita no Brasil no setor hospitalar. Criada pelo IWBI – International Well Building Institute, a WELL é focada na saúde e bem-estar das pessoas e atua de forma consonante e complementar a outros processos de certificação ambiental.

As formas orgânicas e o uso de elementos que rementem a natureza são algumas das estratégias de design biofílico usadas, que podem reduzir o tempo de internação em espaços de saúde, segundo alguns estudos.

Hospital Erastinho recebe as certificações LEED e WELL

Além disso o edifício foi selecionado em chamada pública do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Copel e vai receber uma usina fotovoltaica, garantindo a sua autossuficiência energética.



Fotos: Divulgação

Marco legal para micro e minigeradores de energia renovável dá mais segurança aos consumidores

O marco legal para micro e minigeradores de energia (Lei 14.300/2022), foi publicado no Diário Oficial da União no dia 7 desse mês, dando mais segurança aos consumidores para produzirem a própria energia que utilizam a partir de fontes renováveis — como a solar fotovoltaica, a eólica, a de centrais hidrelétricas e a de biomassa. 

O projeto de lei que previa esse marco (PL 5.829/2019) foi aprovado em dezembro no Senado e na Câmara dos Deputados. Na ocasião, o relator da matéria no Senado, Marcos Rogério (DEM-RO), afirmou que o objetivo é dar segurança jurídica às unidades consumidoras da micro e minigeração distribuída.



A Lei 14.300/2022 permite às unidades consumidoras já existentes — e às que protocolarem solicitação de acesso na distribuidora em 2022 — a continuação, por mais 25 anos, dos benefícios hoje concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE). Essa lei também define as regras que prevalecerão após 2045 e quais serão as normas aplicáveis durante o período de transição.

A micro e a minigeração têm muitos méritos, e por isso vêm sendo estimuladas em todo o mundo. O Brasil não é exceção. A geração de energia elétrica perto do consumo reduz o uso das redes de transmissão e distribuição. Isso significa diminuição da sobrecarga no sistema elétrico, do investimento nessas redes e das perdas técnicas — declarou Marcos Rogério durante a votação do projeto no Senado.

Entre os senadores que apoiam a instituição desse marco legal está Jean Paul Prates (PT-RN). Segundo ele, a geração própria de energia será remunerada pelos benefícios que traz ao meio ambiente e ao sistema elétrico. 

— A Aneel deve calcular e determinar, até março, os mecanismos para a consideração desse benefício. E para evitar que ocorra a proliferação e a comercialização de projetos protocolizados dentro do período de isenção, o marco determina uma garantia de fiel cumprimento que é importantíssima: uma garantia de fiel cumprimento equivalente a 2% do valor de novos projetos. A micro e minigeração finalmente é caracterizada como produção de energia elétrica para consumo próprio e, portanto, deverá ser isenta de ICMS — ressaltou Jean Paul Prates.

O senador Jaques Wagner (PT-BA), por sua vez, disse que as mudanças promovidas pelo marco legal vão estimular a produção de energia limpa no país.

Créditos

Marcos Rogério destacou que, nesse sistema, a unidade consumidora com micro ou minigeração pode injetar na rede de distribuição a energia elétrica gerada, mas não consumida — e pode ficar com um crédito a ser utilizado quando seu consumo for superior à geração. Ele acrescenta que o crédito, com validade de 60 meses, pode ser usado para abater o montante da energia que foi fornecido pela distribuidora e, assim, reduzir o valor na conta de energia.

Segundo Marcos Rogério, esse tipo de geração de energia já existe em mais de 5.300 cidades brasileiras, o número de unidades consumidoras que participam do sistema já é de mais de 783 mil e a potência instalada ultrapassa 7.136 kW.

— Não há dúvida de que a micro e a minigeração distribuída pode trazer enormes contribuições ao melhor funcionamento do setor elétrico. Pode reduzir o custo da energia para toda a sociedade, tanto no longo quanto no curto prazo. Mas é importante que a expansão se dê de forma sustentável e justa — observou ele.

Quem são os mini e microgeradores 

O texto define que microgeradores são aqueles que geram até 75 kW de energia por meio de fontes renováveis (como a fotovoltaica, a eólica e a de biomassa, entre outras) em suas unidades consumidoras (como telhados, terrenos, condomínios e sítios). E define que minigeradores são os que geram mais de 75 kW até 10 MW por meio de fontes renováveis.

Saiba mais sobre a Resolução Normativa nº 482/2012 que facilitou as regras de micro e minigeração de energia no país

Transição

A Lei 14.300/2022 estabelece uma etapa de transição para a cobrança de tarifas de uso dos sistemas de distribuição por parte de micro e minigeradores. Até 2045, micro e minigeradores existentes pagarão os componentes da tarifa somente sobre a diferença — se esta for positiva — entre o consumido e o gerado e injetado na rede de distribuição, como já ocorre hoje.

A regra também valerá para consumidores que pedirem acesso à distribuidora em 2022, por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE). Além disso, o marco legal permite a participação no SCEE de empreendimentos criados para esse fim que tenham o objetivo de atender várias unidades consumidoras (como condomínios).

Há uma transição de 7 a 9 anos no pagamento dos encargos de distribuição por aqueles que começarem a geração após 12 meses da nova lei. Esses pagamentos são relativos à remuneração dos ativos do serviço de distribuição, da depreciação dos equipamentos da rede e do custo da operação e manutenção do serviço.

Para as unidades que protocolarem as solicitações de acesso entre o 13º e o 18º mês a partir da publicação da lei, o texto prevê que essas novas regras entrarão em vigor a partir de 2031. Há ainda benefícios para cooperativas de natureza rural.

Fica proibida a divisão da central geradora em unidades de menor porte, visando se enquadrar em limites de potência para micro ou minigeração.

Programa social

A Lei 14.300/2022 também cria o Programa de Energia Renovável Social (PERS), destinado a financiar a instalação de geração fotovoltaica e outras fontes renováveis para consumidores de baixa renda. Os recursos devem ter origem no Programa de Eficiência Energética (PEE).

Sobrecontratação involuntária

A lei prevê que as distribuidoras de energia poderão considerar a energia inserida no sistema pelos micro e minigeradores como sobrecontratação involuntária para fins de revisão tarifária extraordinária. Também prevê que, mesmo que um micro ou minigerador consuma muito pouco em um determinado mês, ele ainda pagará um valor mínimo (para minigeradores, vale a demanda contratada).

Bandeiras tarifárias
A lei também prevê que as bandeiras tarifárias incidirão somente sobre o consumo a ser faturado, e não sobre a energia excedente usada para compensar o consumo.

As bandeiras tarifárias (verde, amarela e vermelha 1 e 2) são acréscimos na conta de luz quando a energia fica mais cara — devido, principalmente, à necessidade de acionar termelétricas movidas a combustível fóssil para suprir a demanda.

Iluminação pública

Além disso, a lei permite a participação das instalações de iluminação pública no Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE), devendo a rede de um município ser considerada como unidade consumidora.

Vetos presidenciais do marco legal para micro e minigeradores de energia renovável

Ao sancionar esse marco legal, a Presidência da República vetou dois artigos da nova lei.

Foi vetado o item que classificava como micro ou minigerador as unidades flutuantes de geração fotovoltaica instaladas sobre lâminas d’água. O governo federal alegou que essa medida resultaria em custos extras de R$ 7 bilhões, que, segundo o Executivo, seriam repassados de grandes investidores aos consumidores.

Também foi vetada a inclusão de projetos de minigeração distribuída no Regime Especial de Incentivos ao Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). Segundo o governo federal, estender essa política de benefícios fiscais à minigeração não é adequado porque o Reidi tem foco em projetos de infraestrutura que tendem a proporcionar aumentos de produtividade econômica “significativamente maiores que aqueles proporcionados pelos minigeradores”. O governo também alega que, na prática, isso seria uma nova renúncia fiscal, para a qual não haveria estudos de impacto fiscal ou medidas compensatórias, o que iria contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000).

Fonte: Agência Senado



Casa feita de cânhamo é montada em apenas dois dias

Esta casa feita de cânhamo, a partir de painéis pré-fabricados foi montada em apenas dois dias. Localizada em Cambridgeshire, na Inglaterra, ela é considerada carbono neutra.

A Flat House é uma casa inovadora que foi projetada com o objetivo de prototipar uma construção sustentável pré-fabricada à base de cânhamo para ser aplicada em escalas maiores.



Situada na Margent Farm, uma instalação rural que visa mostrar as capacidades do cânhamo – uma variedade de crescimento rápido da planta de cannabis – e já desenvolvia bio-plásticos feitas com o material e linho, a casa foi projetada pela Practice Architecture.

O escritório de arquitetura trabalhou em estreita colaboração com engenheiros e especialistas em materiais, que desenvolveram um painel pré-fabricado preenchido com cânhamo, cultivado em 20 acres da fazenda.

Os painéis foram montados em apenas dois dias para formar a casca estrutural da Flat House, que foi construída sobre um celeiro pré-existente.

O projeto levou ao estabelecimento a Material Cultures, uma organização de pesquisa que está explorando materiais naturais em métodos modernos de construção .

Essa colaboração estendeu-se à criação de um novo produto de revestimento de fibra de cânhamo tipo uma telha que foi usado pela primeira vez nesta construção. Cada telha foi fixada no lugar com uma resina à base de açúcar proveniente de resíduos agrícolas.

A casa feita de cânhamo também é autossuficiente em energia, com aquecimento e energia fornecidos por uma caldeira de biomassa e um sistema de painéis fotovoltaicos de energia solar no telhado.

A residência é composta por uma série de espaços interligados que fazem a transição de uma grande casa aberta com vidros simples para uma área de estar íntima, com pé-direito duplo e, em seguida, para dois andares de acomodações para dormir.

Os painéis foram deixados expostos no interior da casa, criando superfícies quentes e texturizadas em todos os ambientes.

Promover uma construção saudável também foi uma das grandes preocupações dos arquitetos. Os materiais utilizados são respiráveis, o que significa que regulam a umidade do ar, resistindo à umidade e ao mofo e levando a um ambiente com melhor qualidade do ar. Além do teto alto e janelas amplas que aumentam o ambiente saudável da casa.

O cânhamo já é usado comercialmente para fabricar de tudo, desde roupas até biocombustíveis. Está cada vez mais sendo empregado como um material ecologicamente correto devido à sua capacidade de sequestrar carbono.

O que você acha do uso desse material na construção?



Fotos: Oskar Proctor

Paredes vivas podem reduzir a perda de calor dos edifícios em mais de 30%


Já falamos aqui das diversas vantagens dos jardins verticais, como a purificação do ar e a redução de ruído, mas uma nova pesquisa comprovou que a reforma de um edifício existente com a implementação de paredes vivas ou verdes pode reduzir a quantidade de calor perdido através de sua estrutura em mais de 30%.

O estudo, conduzido na Universidade de Plymouth, centrou-se no Sustainability Hub – um edifício anterior aos anos 1970 no campus da universidade – e comparou a eficácia com que duas seções de suas paredes retinham o calor.



Apesar de estar na mesma orientação, virado a poente, em uma dessas seções foi implementada um sistema de duas subparedes paralelas divididas por uma câmara de ar, a parede adicional contém uma camada dupla de feltros com bolsas para plantação de espécies resistentes ao inverno..

Após cinco semanas de medições, os pesquisadores descobriram que a quantidade de calor perdido através da parede reformada com a fachada viva foi 31,4% menor do que a da estrutura original.

Eles também descobriram que as temperaturas diurnas dentro da seção recém-coberta permaneciam mais estáveis ​​do que a área com alvenaria exposta, o que significa que menos energia era necessária para aquecê-la.

O estudo é um dos primeiros a determinar a influência térmica dos sistemas de paredes vivas em edifícios existentes em cenários temperados e foi conduzido por acadêmicos associados ao Instituto de Terra Sustentável da Universidade.

Paredes vivas
O Sustainability Hub da University of Plymouth foi reformado com uma fachada externa de parede viva, composta por um sistema de folha de tecido de feltro flexível com bolsos que permitem o solo e o plantio. Crédito: University of Plymouth

No entanto, com os edifícios sendo responsáveis ​​diretamente por 17% das emissões de gases de efeito estufa do Reino Unido – e o aquecimento dos ambientes internos sendo responsável por mais de 60% de toda a energia usada em edifícios – essas novas descobertas podem ser uma virada de jogo para ajudar o Reino Unido a atingir seus compromissos líquidos de zero.

Dr. Matthew Fox, um pesquisador em arquitetura sustentável e principal autor do estudo, disse:

“Na Inglaterra, aproximadamente 57% de todos os edifícios foram construídos antes de 1964. Embora os regulamentos tenham mudado mais recentemente para melhorar o desempenho térmico de novas construções, é o nosso edifícios existentes que requerem mais energia para aquecer e contribuem significativamente para as emissões de carbono. Portanto, é essencial que comecemos a melhorar o desempenho térmico desses edifícios existentes, se o Reino Unido quiser atingir sua meta de emissão líquida zero de carbono até 2050 e ajudar a reduzir a probabilidade de escassez de combustível devido ao aumento dos preços da energia. “

A Universidade é mundialmente conhecida por sua pesquisa em tecnologias de construção sustentável, e as descobertas deste estudo já estão sendo levadas adiante como parte do Centro de Sustentabilidade da Universidade: projeto Devon de Baixo Carbono.

Apoiado por um investimento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), o programa de £ 2,6 milhões de três anos está explorando soluções de baixo carbono por meio de pesquisa e apoio a empresas locais.

Especificamente, este aspecto do projeto busca otimizar o desempenho e a sustentabilidade das paredes externas em projetos de edifícios sustentáveis ​​por meio de pesquisas sobre propriedades térmicas e sequestro de carbono, oferecidos por diferentes tipos de plantas e solos.

O Dr. Thomas Murphy, um dos autores do estudo acrescentou:

“Com uma população urbana em expansão, a ‘infraestrutura verde’ é uma solução potencial baseada na natureza que oferece uma oportunidade de enfrentar a mudança climática , poluição do ar e perda de biodiversidade, facilitando o crescimento econômico com baixo teor de carbono. As paredes vivas podem oferecer melhor qualidade do ar, redução de ruído e saúde e bem-estar elevados. Nossa pesquisa sugere que as paredes vivas também podem fornecer economias significativas de energia para ajudar a reduzir a pegada de carbono de edifícios existentes. Otimizando ainda mais esses sistemas de parede viva, no entanto, agora é necessário para ajudar a maximizar os benefícios ambientais e reduzir alguns dos custos de sustentabilidade.

“A pesquisa é descrita em artigo publicado recentemente na revista Building and Environment.