Barcelona aposta em contêineres para habitação social

05/02/2021 por Redação SustentArqui

A prefeitura de Barcelona está utilizando construções em contêineres para habitação social. O projeto Aprop promete abrigar aproximadamente 200 pessoas em situação de vulnerabilidade.

O projeto apresentado em 2018, prometia mais 90 apartamentos nesse mesmo ano, divididos em três edifícios, mas desde então, apenas um foi construído no bairro Ciutat Vella, com 12 apartamentos.

A vereadora para a Habitação e Reabilitação da cidade, atribuiu o atraso às “dificuldades em encontrar empresas preparadas” para um projeto tão “inovador”, mas anunciou que finalmente os outros dois edifícios prometidos em 2018 serão realidade dentro de dois anos.


As residências vão alojar temporariamente, antes de ser concedida uma habitação permanente, cidadãos em situação de emergência habitacional, jovens e famílias monoparentais.

Dessa temporalidade vem seu nome oficial, Acomodações de Proximidade Provisórias (Aprop). Terão capacidade para cerca de 200 pessoas e custarão 10 milhões de euros.

Vantagens do uso de contêineres para habitação social

 habitação social EM CONTAINER  Barcelona

A prefeitura destacou algumas das vantagens deste tipo de blocos pré-fabricados. Entre eles está que o tempo de construção é muito menor do que as construções tradicionais, que foi o maior atrativo para construir as moradias temporárias.

O impacto ambiental e acústico das obras também é menor.

Por serem edifícios modulares e industrializados, os APROPs reduzem o desperdício em 58%, e o fato de reaproveitar os contêineres marítimos permite reduzir as emissões de CO2 em 32%.

O edifício usa juntas estruturais reversíveis que permitem uma fácil desmontagem, relocação e reconfiguração, permitindo um reaproveitamento integral dos materiais, se necessário.

Conheça as vantagens e desvantagens da construção em contêineres.

Edifício pronto

contêineres para habitação social Barcelona APROP

O primeiro Aprop entregue foi construído com 16 contêineres e demorou 4 meses para ser montado no local. É composto por 12 acomodações, 8 módulos individuais e 4 duplos.

O projeto de arquitetura é dos escritórios Straddle3 e Eulia Arkitektura e a consultoria ambiental foi da Societat Orgànica.

Todas as acomodações possuem ventilação interna, neste caso, voltadas para nordeste e sudeste, o que permite a ventilação cruzada, ao mesmo tempo que favorece a captação solar nas estações frias.

Em torno deste volume compacto, projeta-se uma fachada de policarbonato. Este revestimento duplo serve como separador entre o ambiente externo e os recipientes, o que proporciona inúmeras vantagens climáticas e espaciais.

A certificação energética do edifícios é AA, portanto o consumo de energia é quatro a seis vezes inferior ao de uma construção convencional com as mesmas características

Futuros projetos

Está prevista a construção de mais dois edifícios nesse mesmo modelo.

Um localizado no distrito de Sant Martí, que terá 42 residências e será concluído no início deste ano. O outro com 40 apartamentos, no bairro de Sants, que deverá ser concluído no início de 2023.

Apesar de inovadora a ideia não foi isenta de críticas. O jornal inglês The Guardian, por exemplo, indagou na manchete da matéria dedicada ao projeto Aprop “São latas de sardinhas para os pobres?”. E você, o que achou da ideia?


Fotos e imagens: Prefeitura de Barcelona

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