Design Biofílico: o que é e quais são suas vantagens
Já falamos por aqui sobre o que é biofilia e uma breve explicação de como aplicá-la na arquitetura e interiores, mas nesse artigo vamos detalhar mais sobre o design biofílico, suas vantagens, elementos e padrões.
O que é Design Biofílico?
- Propõe trazer a natureza para o desenho de forma consciente,
- Incluindo sistemas e processos naturais em edifícios e paisagens construídas.
- Dessa forma, inconscientemente conectamos o espaço construído com o mundo natural.
- Não apenas inserir um objeto da natureza em um ambiente construído.
- É necessário criar um habitat que funcione no melhor interesse do ecossistema.
Apesar de o termo ser novo, a incorporação de elementos da natureza em ambientes construídos não é nenhuma novidade.
Em todas as partes do mundo, e por milênios, foi possível encontrar a incorporação de vegetação e motivos da fauna e na flora na arquitetura.
Como resultado da revolução industrial essa tendência praticamente desapareceu.
A maioria dos edifícios contemporâneos foram projetados com o intuito de afirmar a dominação sobre a natureza.
Mas já estamos vendo as consequências desastrosas disso, por isso entender os benefícios da biofilia, e como aplicá-la, é muito necessário no momento atual.
Quais as vantagens do Design Biofílico na arquitetura e interiores?
- Aumenta o bem-estar dos usuários,
- Ajuda a reduzir o estresse;
- Estimula a criatividade,
- Aumenta a produtividade em ambientes corporativos,
- É mais rentável em ambientes de varejo,
- Pode reduzir o tempo de internação em espaços de saúde,
- Assim como ajudar os alunos a se concentrem mais em ambientes educacionais.
Como incorporar o Design Biofílico nos projetos?
Existem diferentes formas de incorporar a biofilia no desenho.
Stephen Kellert, um dos precursores do design biofílico, definiu seis elementos e mais de setenta atributos com a finalidade de implementar experiências biofílicas.
Entretanto em 2017 Kellert, junto com a arquiteta Elizabeth F. Calabrese, a fim de simplificar esse esquema, estabeleceram 3 pilares do design biofílico, :
Ao mesmo tempo, outros autores desenvolveram estruturas ligeiramente diferentes.
Por exemplo, Terrapin Bright Green descreve 14 padrões de design biofílico:
– NATUREZA NO ESPAÇO
1. Conexão Visual com a Natureza
Vistas estimulantes para elementos da natureza, sistemas vivos e processos naturais, como por exemplo uma janela com vista para o jardim ou para o mar, vasos de plantas, canteiros de flores, jardins, paredes verdes e telhados verdes.
Foto: © Hiroshi Nakamura & NAP Foto: © Hiroshi Nakamura & NAP Maggie’s Center- Foto: Hufton + Crow via Heatherwick Studio
2. Conexão Não-Visual com a Natureza
Estimular os sentidos auditivos, táteis, olfativos ou gustativos que geram uma referência positiva à natureza, sistemas vivos ou processos naturais.
METI – Modern Education and Training Institute ; Credito: Kurt Hoerbst Escritório no Vietnã – Foto: hiroyuki oki
3. Estímulo Sensorial Não-Rítmico
Incorporar ricos estímulos sensoriais nos espaços, da mesma forma que encontramos na natureza, tais como os movimentos das ondas do mar, por exemplo.
Escola em Guastalla – Foto: Moreno Maggi
4. Variação Térmica e de Fluxo de Ar
Estimular mudanças sutis na temperatura do ar e da superfície, umidade e fluxo de ar na pele, similarmente as que acontecem em ambientes naturais.
Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek Lago Norte,
Lelé – Brasília/DF Foto: Nelson Kon
5. Presença de Água
Ver, ouvir ou tocar a água, podem melhor a forma como experimentamos um lugar.
Espelho d´água Sesc Pompeia –
Crédito: Eli Kazuyuki HayasakaEscola em Seattle -EUA –
Foto: The Bertschi School
6. Luz Dinâmica e Difusa
Aproveitar a variação de intensidade da luz e da sombra que muda ao longo do tempo e recriar condições semelhantemente as que acontecem na natureza.
Biblioteca em Gando- Francis Kere Casa Cobogó Marcio Kogan – SP –
Foto: Nelson KonCasa Catuçaba (SP) – MK7 -Foto: Fernando Guerra
7. Conexão com os Sistemas Naturais
Trazer por analogia a consciência dos processos naturais, especialmente mudanças sazonais características de um ecossistema saudável.
Tanner Springs, Portland – Atelier Dreiseitl, – Imagem: GreenWorkSpc. Bananal Ecologe , Ubatuba –
OS3 Arquitetura
– ANALOGIAS NATURAIS
8. Formas e Padrões Biomórficos
Utilizar no desenho referências simbólicas a contornos, padrões, texturas, assim como sistemas numéricos encontrados na natureza.
9. Conexão dos Materiais com a Natureza
Utilizar materiais e elementos da natureza, com processamento mínimo, a fim de refletir a ecologia e geologia local e criar um senso distinto de lugar.
Casa de terra no Vietnã – Arquitetos Vo Trong Nghia – Imagem: Hiroyuki Oki Casa Viva, Piracaia (SP )-Gera Arquitetura Albergue na Bahia – IRarquitectura – Foto: Marcos Altgelt
10. Complexidade e Ordem
Trazer para o design as ricas informações das simetrias, hierarquias e geometrias do mesmo modo às encontradas na natureza.
Interior da Sagrada Família – Gaudí -Barcelona
– NATUREZA DO ESPAÇO
11. Panorama
Projetar espaços com uma visão aberta à distância com o intuito de estimular a vigilância e o planejamento.
Os elementos que melhor representam isso incluem a adição de varandas, janelas ou claraboias grandes, mezaninos, espaços de plano aberto ou transparências que proporcionam vistas ininterruptas.
Casa_em_Cunha_- Projeto: Arquipélago Arquitetos – Foto: – ©_Federico_Cairoli
12. Refúgio
O padrão de Refúgio concentra-se na capacidade de observar os arredores, contudo a partir da segurança de uma posição protegida.
Casa na Bahia – Arquiteta Irina Biletska Karolinska Institute’s Foto:©Stan Jansin Escritório em Londres – DaeWha Kang Design –
Imagem: Tom Donald for Aldworth James & Bond and Kyungsub Shin
13. Mistério
O sucesso do padrão mistério está na antecipação do que pode estar ao virar da esquina, bem como na promessa de mais informações.
14. Risco e Perigo
É a emoção do perigo de um risco identificável, mas associado à sensação de uma salvaguarda confiável.
Esferas da Amazon / NBBJ -Foto © Bruce Damonte Um grande diferencial do famoso Edifíco Parkroyal são gaiolas coloridas de tamanho humano com vistas para a cidade, que oferecem uma forte sensação de risco , mas de uma forma confiável. Fotos Divulgação
Em conclusão, todos os estudos concordam sobre a importância do design biofílico, projetar espaços que nos conectam às sensações positivas que encontramos na natureza .
Fontes e sugestão de leitura:
- The Practice of Biophilic Design – Stephen R. Kellert & Elizabeth F. Calabrese
Fotos da capa: Smart Dubai Offices / DWP – foto:Yasser Ibrahim; Hotel ParkRoyal / WOHA – foto: ©Yuka Yoneda; IT’S Informov – foto: Alexandre Oliveira – Jafo Fotografia; Bambu Indah
Criamos uma tag de exemplos de desgin biofílico, além disso também temos uma pasta especial no Pinterest.
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