Design Biofílico: o que é e quais são suas vantagens

14/10/2020 por Redação SustentArqui

Já falamos por aqui sobre o que é biofilia e uma breve explicação de como aplicá-la na arquitetura e interiores, mas nesse artigo vamos detalhar mais sobre o design biofílico, suas vantagens, elementos e padrões.

O que é Design Biofílico?

  • Propõe trazer a natureza para o desenho de forma consciente,
  • Incluindo sistemas e processos naturais em edifícios e paisagens construídas.
  • Dessa forma, inconscientemente conectamos o espaço construído com o mundo natural.
  • Não apenas inserir um objeto da natureza em um ambiente construído.
  • É necessário criar um habitat que funcione no melhor interesse do ecossistema.



Apesar de o termo ser novo, a incorporação de elementos da natureza em ambientes construídos não é nenhuma novidade.

Em todas as partes do mundo, e por milênios, foi possível encontrar a incorporação de vegetação e motivos da fauna e na flora na arquitetura.

Como resultado da revolução industrial essa tendência praticamente desapareceu.

A maioria dos edifícios contemporâneos foram projetados com o intuito de afirmar a dominação sobre a natureza.

Mas já estamos vendo as consequências desastrosas disso, por isso entender os benefícios da biofilia, e como aplicá-la, é muito necessário no momento atual.

Quais as vantagens do Design Biofílico na arquitetura e interiores?

  • Aumenta o bem-estar dos usuários,
  • Ajuda a reduzir o estresse;
  • Estimula a criatividade,
  • Aumenta a produtividade em ambientes corporativos,
  • É mais rentável em ambientes de varejo,
  • Pode reduzir o tempo de internação em espaços de saúde,
  • Assim como ajudar os alunos a se concentrem mais em ambientes educacionais.

Como incorporar o Design Biofílico nos projetos?

Existem diferentes formas de incorporar a biofilia no desenho.

Stephen Kellert, um dos precursores do design biofílico, definiu seis elementos e mais de setenta atributos com a finalidade de implementar experiências biofílicas.

Design Biofílico Elementos- Stephen Kellert

Entretanto em 2017 Kellert, junto com a arquiteta Elizabeth F. Calabrese​, a fim de simplificar esse esquema, estabeleceram 3 pilares do design biofílico, :

Pilares do design biofílico

Ao mesmo tempo, outros autores desenvolveram estruturas ligeiramente diferentes.

Por exemplo, Terrapin Bright Green descreve 14 padrões de design biofílico:

– NATUREZA NO ESPAÇO

1. Conexão Visual com a Natureza

Vistas estimulantes para elementos da natureza, sistemas vivos e processos naturais, como por exemplo uma janela com vista para o jardim ou para o mar, vasos de plantas, canteiros de flores, jardins, paredes verdes e telhados verdes.

2. Conexão Não-Visual com a Natureza

Estimular os sentidos auditivos, táteis, olfativos ou gustativos que geram uma referência positiva à natureza, sistemas vivos ou processos naturais.

3. Estímulo Sensorial Não-Rítmico

Incorporar ricos estímulos sensoriais nos espaços, da mesma forma que encontramos na natureza, tais como os movimentos das ondas do mar, por exemplo.

4. Variação Térmica e de Fluxo de Ar

Estimular mudanças sutis na temperatura do ar e da superfície, umidade e fluxo de ar na pele, similarmente as que acontecem em ambientes naturais.

5. Presença de Água

Ver, ouvir ou tocar a água, podem melhor a forma como experimentamos um lugar.

6. Luz Dinâmica e Difusa

Aproveitar a variação de intensidade da luz e da sombra que muda ao longo do tempo e recriar condições semelhantemente as que acontecem na natureza.

7. Conexão com os Sistemas Naturais

Trazer por analogia a consciência dos processos naturais, especialmente mudanças sazonais características de um ecossistema saudável.

– ANALOGIAS NATURAIS

8. Formas e Padrões Biomórficos

Utilizar no desenho referências simbólicas a contornos, padrões, texturas, assim como sistemas numéricos encontrados na natureza.

9. Conexão dos Materiais com a Natureza

Utilizar materiais e elementos da natureza, com processamento mínimo, a fim de refletir a ecologia e geologia local e criar um senso distinto de lugar.

10. Complexidade e Ordem

Trazer para o design as ricas informações das simetrias, hierarquias e geometrias do mesmo modo às encontradas na natureza.

NATUREZA DO ESPAÇO

11. Panorama

Projetar espaços com uma visão aberta à distância com o intuito de estimular a vigilância e o planejamento.

Os elementos que melhor representam isso incluem a adição de varandas, janelas ou claraboias grandes, mezaninos, espaços de plano aberto ou transparências que proporcionam vistas ininterruptas.

12. Refúgio

O padrão de Refúgio concentra-se na capacidade de observar os arredores, contudo a partir da segurança de uma posição protegida.

13. Mistério

O sucesso do padrão mistério está na antecipação do que pode estar ao virar da esquina, bem como na promessa de mais informações.

14. Risco e Perigo

É a emoção do perigo de um risco identificável, mas associado à sensação de uma salvaguarda confiável.

Em conclusão, todos os estudos concordam sobre a importância do design biofílico, projetar espaços que nos conectam às sensações positivas que encontramos na natureza .



Fontes e sugestão de leitura:

Fotos da capa: Smart Dubai Offices / DWP – foto:Yasser Ibrahim; Hotel ParkRoyal / WOHA – foto: ©Yuka Yoneda; IT’S Informov – foto: Alexandre Oliveira – Jafo Fotografia; Bambu Indah

Criamos uma tag de exemplos de desgin biofílico, além disso também temos uma pasta especial no Pinterest.

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