10 grandes projetos de arquitetura solidária

21/11/2017 por Redação SustentArqui

Hoje vivemos em um mundo cheio de mazelas sociais, e por isso, é preciso boa vontade e criatividade para suprir as necessidades das pessoas mais carentes. O déficit habitacional é um dos maiores problemas enfrentados pela sociedade moderna, e a arquitetura solidária pode ser uma boa solução.

Visando acabar com este problema, alguns arquitetos renomados, implementaram conceitos da arquitetura sustentável e levaram a sua boa vontade e criatividade para regiões onde pessoas sofriam com a falta de moradia e serviços.


10 belos exemplos do que a arquitetura solidária pode fazer pela humanidade:

1- Quixotes Village (Estados Unidos)

arquitetura solidária quixote-village
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Fotos: Quixote Village

Sabemos que existem milhares de desabrigados no Brasil, muitos deles estão perto de nossas casas, as vezes na mesma rua. É verdade que em termos de quantidade, essa realidade é diferente nos Estados Unidos, mas lá também existem diversos moradores de rua.

Foi pensando justamente nisso que surgiram os projetos das tiny houses, pequenas casas de baixo orçamento, que suprem a carência dos menos favorecidos. Assim surgiu a Quixote Village, uma comunidade auto – gerenciada por 30 adultos, até então sem teto, na capital Washington.

As casas são pequenas, mas tem espaço suficiente para abrigar uma cama levando dignidade e conforto.Alimentação e higiene são realizadas em áreas comuns dentro da comunidade.

2- Convento de bambu (Equador)

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Foto divulgação Enrique Mora

Em meio a escassos recursos econômicos é mais do que necessário recorrer a criatividade. O bambu é um material extremamente barato e fácil de ser encontrado, em muitos lugares, com ele o arquiteto Enrique Mora projetou um convento no Equador.

O objetivo deste projeto era justamente, suprir as necessidades religiosas de Chone, cidade que fica na costa Equatoriana. O projeto contou com um orçamento final de 15.000 dólares. O arquiteto teve a ideia de utilizar os recursos do próprio terreno, trabalhando o material in situ. Foram necessários 900 bambus e 8 troncos de árvores de louro e a mão de obra utilizada foi a dos próprios moradores da cidade.

 

3- Um lar para os orfãos (Quênia)

arquitetura solidária orfanato-kenia
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Fotos: Orkidstudio

A Orkistudio, fundada no ano de 2008, com o intuito de através do seu trabalho e criatividade dos profissionais envolvidos, levar conforto para as crianças órfãs do Quênia. Um dos projetos da empresa foi o ST. Jerome´s Center, um prédio, totalmente construído só com madeira e terra para servir de abrigo as crianças abandonadas de Nakuru.

A obra contou com a colaboração da comunidade Kikuyu, e com a ajuda de alguns de estudantes ingleses de arquitetura. A edificação foi erguida em apenas 2 meses custando apenas 50.000 libras esterlinas e destacando-se por sua luminosidade e pela divisão em espaços pequenos que dão intimidade para os meninos e meninas.

4- Uma Escola captadora de água (Quênia)

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Fotos: Architecture for Humanity

A arquitetura tem como sua função primordial solucionar problemas. Foi justamente o que ocorreu aconteceu em uma região rural afetada por uma seca contínua no Quênia. Mais do que ajudar nessa questão, o projeto também auxiliou nas necessidades educativas da comunidade que não tinha uma escola de segundo grau.

Foi construído um prédio multidisciplinar, possibilitando que as crianças pudessem estudar, o local também servia para reuniões e o mais interessante, o telhado recolhe água da chuva canalizando-a até um poço onde era purificada e armazenada para uso dos próprios estudantes.

Este projeto do arquiteto Greg Elsner, poderia ser usado em vários locais da África que sofrem com este mesmo tipo de problema. Uma solução inteligente que resolve dois problemas de uma vez só.


5. Nader Khalili e seu superadobe

arquitetura solidária super-adobe
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Fotos: Aga Khan

O iraniano-americano Nader Khalili, foi um dos precursores de construções de baixo custo, desenvolveu um projeto revolucionário nos anos 70. Premiado pela ONU, Khalili passou vários anos percorrendo o deserto na busca de soluções que abrigassem os menos favorecidos. Depois de alguns anos ele acabou desenvolvendo uma construção barata e que era totalmente a prova de abalos sísmicos: o superadobe (superblock em inglês). São vários sacos cheios de terra, “o material mais ecológico, abundante e durável que existe” segundo o próprio Khalili, unidos em suas diferentes camadas por arames farpados.

Este projeto foi tão revolucionário que chegou até a ser apresentado para a NASA, que vislumbra a possibilidade de usá-lo como método de construção para uma futura colonização lunar.

6- Casas da esperança (África do Sul)

arquitetura solidária
Fotos: © 10x10_Housing Initiative

A África do Sul é um dos países com maior defasagem econômica entre a sua população. Uma grande porção do povo sul-africano, vive abaixo da linha da miséria. Visando suprir um pouco do déficit habitacional as lideranças da Cidade do Cabo oficializaram um concurso de arquitetura visando a construção de casas com proteção oficial que custassem no máximo 7.000 dólares.

Este concurso foi ganho pela companhia MMA que, inspirada na obra de Nader Khalili, ergueu casas usando estrutura feita com sacos de areia. O projeto foi tão bom que acabou servindo de inspiração para que as pessoas também construíssem suas moradias desta maneira.

7. As Escolas móveis (Birmânia)

arquitetura solidária escola móvel
arquitetura solidária escola móvel
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Fotos: Building Trust

A Building Trust, é uma organização sem fins lucrativos que fornece variados tipos de assessoria arquitetônica visando a confecção de projetos humanitários. O projeto Moving Scholl, idealizado pelos arquitetos Amadeo Benetta e Dan La Rossa, consiste em uma série de edificações móveis para que as crianças residentes em comunidades na fronteira entre a Tailândia e Birmânia possam ter acesso ao estudo.

Essas escolas foram construídas de uma maneira que possam ser desmontadas e reconstruídas facilmente, visando resolver o problema de direito sobre a terra que assola as comunidades deslocadas, e também, diminuir os efeitos dos fenômenos naturais.

8. As casas de papelão de Shigeru Ban

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O japonês Shigeru Ban, foi o ganhador do prêmio Pritzker em 2014, prêmio este equivalente ao Nobel da Arquitetura. Isto porque Shigeru já está há 30 anos praticando arquitetura para os menos favorecidos, antes mesmo que o famigerado termo “arquitetura sustentável” surgisse, ele construiu sua fama internacional trabalhando em projetos carentes em cenários.

Foram diversos lugares marcados por tragédias como o Haiti, Turquia ou Ruanda. Shigeru foi reconhecido por utilizar materiais baratos e fáceis de serem encontrados como rolos de papelão, peças plásticas e caixas de cerveja. O único objetivo disto é: resolver problemas com o menor custo possível.

9- Uma ponte educativa (China)

arquitetura solidária bridge-school
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Este é um grande exemplo de uma construção que não cumpre só uma função física, mas também social. A vila de Fujian precisava de uma ponte que a ligasse a antiga fortaleza, que fica na outra margem do rio e tem grande valor histórico.

O arquiteto Li Xiaodong colocou a mão na massa e projetou uma passarela elevada, que também funciona como um centro educacional, graças a suas salas extras que são utilizadas como classes. Além disso, a ponte foi planejada para combinar com tudo que está a sua volta, já que o seu revestimento de bambu, representa a conexão entre o passado e o presente entre o antigo castelo e a atual vila.

 

10- O lar da bola (Brasil)

arquitetura solidária casa-futebol-2
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Imagens: 1 Week 1 Project

O legado da Copa do Mundo no Brasil, não foi o esperado. Os estádios faraônicos localizados fora dos grandes centros futebolísticos acabaram tornando-se grandes elefantes brancos, obras sem nenhuma contra partida para a sociedade. Pensando nisso, a cooperativa “1 Week 1 Project” formado por Axel de Stampa e Sylvain Macaux, pensou em uma ideia de como aproveitar melhor os estádios brasileiros construídos para o mundial de 2014.

Para eles, as obras poderiam ter uma segunda utilidade, como, por exemplo, abrigar os mais necessitados. Por enquanto, é apenas um projeto, já que para sair do papel, dependeria da autorização dos mandatários dos estádios. O projeto faria com que os estádios obsoletos passassem a ter utilidade para a sociedade.

Texto enviado por Patrícia Thiago do Habitissimo


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