Arquitetura vernacular é aplicada em escola de Bangladesh
A mão de obra, os materiais regionais e a técnica especializada, são os componentes deste projeto de arquitetura vernacular em Bangladesh, com o objetivo de reforçar a identidade local, e contribuir com a sustentabilidade.
Construída por voluntários, artesãos locais, alunos, pais e professores, esta escola primária em Rudrapur, no norte de Bangladesh, utiliza métodos e materiais locais, como: bambu, barro, palha de arroz e corda de juta.
Com 325 m² de construção, a obra coordenada pelos arquitetos especialistas em construção com terra, Anna Heringer da Áustria e Eike Roswag da Alemanha, adaptaram suas técnicas à mão de obra local, com o intuito de melhorar o nível da habitação rural.
A base do edifício, à prova de umidade, foi feita com tijolos com profundidade de 50 centímetros.
As paredes estruturais do piso térreo, erguidas com a técnica chamada de Cob-walling, própria para autoconstrução, foram feitas com terra molhada e palha de arroz, aplicadas em camadas de 70 centímetros de altura.
Após a secagem o barro excedente é cortado com uma pá afiada para obter uma superfície regular.
As janelas foram moldadas com uma argamassa de cal e as grades feitas com bambu. As paredes espessas com acabamento natural em terra, garantem uma temperatura confortável para o edifício. A iluminação e a ventilação natural, podem ser reguladas através de cortinas.
A laje do piso superior foi feita com três camadas de bambu, dispostas perpendicularmente um ao outro, preenchidas com barro e palha, assim como a superfície do chão do piso térreo.
As paredes foram construídas em armação de bambu. A cobertura de zinco é sustentada por vigas e estruturas de bambu dispostas na vertical e diagonal.
A metodologia da escola é o sistema METI – Modern Education and Training Institute (Educação Moderna e Instituto de Formação) onde a aprendizagem é feita de forma que os professores incentivam os alunos a usarem seus talentos de maneira criativa e responsável, para melhorar e desenvolver o seu ambiente rural.
A escola com arquitetura vernacular em Bangladesh, reflete essas ideias através da utilização de seus materiais e suas técnicas.
Em 2007, a METI School ganhou o Prémio Aga Khan de Arquitetura. O evento acontece a cada três anos, onde seleciona os projetos que estabelecem novos padrões de excelência em arquitetura como práticas de planejamento, preservação histórica e paisagismo.
O Prêmio visa identificar e encorajar conceitos de construções que abordam com sucesso as necessidades e aspirações das sociedades em todo o mundo.
Já falamos no SustentArqui sobre a METI School: 10 exemplos de escolas sustentáveis. Aproveitando o assunto, conheça outras escolas sustentáveis.
Imagens: Kurt Hoerbst
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