Amsterdã adota modelo de economia Donut e propõe novos soluções de moradias
Amsterdã que é conhecida como a cidade das bicicletas e referência em mobilidade urbana, quer apostar num desenvolvimento ainda mais inovador e sustentável, baseado no modelo de economia Donut, elaborado na Universidade de Oxford pela economista Kate Raworth.
O modelo servirá de guia para nortear as novas políticas necessárias para sair da recessão econômica causada pela pandemia do coronavírus.
Dentre outras políticas o modelo donut tem principalmente a preocupação em garantir que o consumo de novos materiais e recursos naturais seja reduzido em 50% na próxima década.
Assim como o modelo donut é uma alternativa para retomada da economia, a medida tem a função de solucionar os problemas de déficit habitacional da cidade de Amsterdã.
Como funciona o modelo de economia circular donut?
O modelo é baseado em anéis onde no centro estão primeiramente as necessidades básicas consideradas pelos objetivos do desenvolvimento sustentável para se ter qualidade de vida.
Anel interno do Donut
No centro estão as necessidades básicas que seriam por exemplo:
- alimentação
- água potável
- moradia
- saneamento básico
- energia
- educação
- saúde
- igualdade de gênero
- renda
- voz política.
Anel externo do Donut
O anel externo representa o teto ecológico, ou seja, os limites que a humanidade não deve atravessar para evitar danos tais como:
- mudanças no clima, aos solos
- poluição dos oceanos
- efeito estufa
- danos à camada de ozônio
- poluição de água doce
- extinção de fauna, flora e à biodiversidade.
Entre os anéis do centro e externo
Entre os dois anéis estão as necessidades de todos e do planeta.
“Quando, de repente, temos que nos preocupar com o clima, a saúde, os empregos, a moradia, os cuidados e as comunidades, existe uma estrutura em torno que pode nos ajudar com tudo isso?” Raworth diz.
Como o modelo circular pode contribuir para solucionar o problemas de moradia de Amsterdã:
Atualmente as necessidades de moradia dos residentes de Amsterdã não estão sendo atendidas, quase 20% dos inquilinos da cidade não conseguem cobrir suas necessidades básicas depois de pagar o aluguel.
Uma solução poderia ser construir mais casas, mas as emissões de dióxido de carbono do setor estão 31% acima dos níveis de 1990.
Desses 31%, 62% das emissões totais são provenientes importações de materiais de construção, alimentos e produtos de consumo.
A vice prefeita de Amsterdã, Van Doorninck, diz que a cidade planeja regulamentar, ou seja, garantir que os construtores usem materiais que são de preferencia, reciclados e de base biológica, como a madeira.
“O fato de as casas serem muito caras não tem a ver apenas com a falta de construção. Há muito capital fluindo ao redor do mundo tentando encontrar um investimento e, no momento, o imobiliário é visto como a melhor forma de investir, o que eleva os preços ”, afirma.
Economia Donut no combate na exploração de mão de obra
O porto de Amsterdã é o maior importador mundial de grãos de cacau, principalmente da África Ocidental, onde a mão-de-obra costuma ser altamente explorada.
A vice prefeita afirma primeiramente que esse modelo de economia “Dá espaço para falar se você quer ser o local onde estão armazenados os produtos produzidos com trabalho infantil ou com outras formas de exploração do trabalho”.
E complementa dizendo que é possível incluir a pauta de direitos trabalhistas na África Ocidental.
A cartilha do projeto trata das seguintes pautas:
- Amsterdã se tornando uma cidade próspera
- The Donut: uma bússola do século 21
- Criando um retrato de cidade próspera
- Retrato 6 da cidade de Amsterdã
- Lente 1: Social Local – O que isso significaria para o pessoas de Amsterdã para prosperar?
- Lente 2: Ecológica Local – O que significaria para Amsterdã prosperar em seu habitat natural?
- Lente 3: Ecológico Global – O que significaria para Amsterdã respeitar a saúde de todo o planeta?
- Lente 4: Social Global – O que significaria para Amsterdã respeitar o bem-estar das pessoas em todo o mundo?
- O retrato da cidade como uma ferramenta para ação transformadora 1. Do retrato público à selfie da cidade 2. Novas perspectivas na análise de políticas
- Princípios para colocar o Donut em prática
“O donut não nos traz as respostas, mas uma forma de olhar, para que não continuemos nas mesmas estruturas de antes.” diz Van Doorninck.
Em outras palavras o modelo é promissor e muitos estão otimista e apostam na retomada econômica através do modelo donut.
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