ASHRAE publica primeira norma de edifícios energia e carbono zero

A ASHRAE 228 é a primeira norma de edifícios que avalia se uma construção atende a definição de “energia zero” ou “carbono zero”, durante sua operação.

Sabemos que a construção civil é um dos setores que mais impacta o meio ambiente. Sendo assim, a descarbonização de edifícios tem um papel crucial no combate as mudanças climáticas. Além disso, é essencial para atender metas e cumprir acordos internacionais, como o Acordo de Paris

Já existem muitas certificações de Net Zero Energy para edifícios no mercado, como a Certificação Zero Energy Building lançada pelo GBC Brasil, mas nem todas medem as mesmas coisas. Então, a norma da Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento e Ar Condicionado (ASHAE) talvez alinhe seja as normas existentes.

A primeira norma para avaliação de edifícios com energia e carbono zero baseia-se na ASHRAE 105, entre outras. Com objetivo de abordar os fluxos de energia e carbono através dos limites de um local, sua medição e seu equilíbrio.

A norma 228 inclui permissões para locais que não têm a oportunidade de produzir energia renovável adequada. Enquanto coloca requisitos adicionais sobre o uso de carbono externo e energia renovável no cálculo.

Além disso, define o cálculo de energia em termos de fonte, considerando a energia usada ou perdida na extração, geração e transmissão até os edifícios.

O cálculo da energia principal é feito em termos de fatores médios anuais. Mas é permitido o cálculo de horas individuais onde os dados estão disponíveis.

Não se aplica ao estabelecimento de metas ou limites de desempenho energético de edificações; orientação de projeto ou requisitos de projeto; energia incorporada de materiais e sistemas de construção; e transporte de e para um edifício.

A norma também não se destina a contornar quaisquer requisitos de segurança, saúde ou meio ambiente.

Para adquirir a norma de edifícios ASHRAE 228-2023, visite ashrae.org/228

Sustentabilidade, ancestralidade e ativismo social na CASACOR SP

MOTIRÕ – espaço da arquiteta e ativista Ester Carro no Casa Cor SP resgata as memórias da vida na favela com sustentabilidade e ancestralidade.

O CASACOR SP é a maior mostra de arquitetura, paisagismo, arte e design de interiores das Américas, e sem dúvidas dita as tendências do setor. A cada ano que passa o evento se aproxima mais dos conceitos sustentáveis.

Para 2023 os curadores amparados em pesquisas, definiram o conceito sintetizados no tema Corpo & Morada. Para representar o corpo social da mostra, a convidada foi a jovem arquiteta e ativista urbana Ester Carro.

Ester mostra com seu projeto – um estúdio de 34 m² – como é possível planejar uma casa digna e sustentável para famílias de baixa renda.

Há mais de dez anos à frente de projetos de melhorias e desenvolvimento da comunidade do Jardim Colombo, onde mora, Ester estreia no evento com “um espaço de ativismo e sensibilização para o morar periférico”

A presidente do “Instituto Fazendinhando” participa da mostra com um ambiente repleto de referências da sua história. Indo no cerne de sua origem e trazendo as memórias de sua vida na comunidade do Jardim Colombo, que faz parte do Complexo de Paraisópolis.

Seu ambiente cheio de sustentabilidade a ancestralidade é nomeado “MOTIRÕ. “É um espaço de voz a quem luta por vida, sensibilização para o morar periférico e potência de habilidades ancestrais. Em tupi-guarani, o termo faz referência à “reunião de pessoas para colher ou construir algo juntos, uns ajudando os outros”.

O espaço traz o conceito da luta pelo todo, descrito como “Coletivo, conecta mãos para construir. É esperança, pois cada detalhe e intervenção foram criados pensando no futuro, no cuidado e nas adaptações que o habitar contemporâneo necessita. MOTIRÕ alimenta o corpo, inspira a alma e promove a reutilização de materiais, conectando de forma singela com o natural. Por fim é a cor que da vida.”, segundo Ester.

Resgatando sua ancestralidade com a cultura indígena, traz um olhar educativo, principalmente para quem mora nas periferias em ambientes pequenos, com soluções que poderão facilitar a vida das famílias. Aqui, o apoio de cada fornecedor se tornou fundamental para as decisões da arquiteta.

Além de celebrar a parceria com a CASACOR que se iniciou há três anos, em 2020, o espaço MOTIRÕ também sintetiza o trabalho realizado no “Instituto Fazendinhando”, apresentando, de forma singela, o uso de técnicas sustentáveis como a captação e reutilização da água da chuva e peças de revestimento com reaproveitamento de outros materiais.

Parte dos revestimentos está sendo aplicado pelas Fazendeiras, mulheres capacitadas pelos projetos do Fazendinhando, parte delas que participaram do programa Mulheres na Cor, em parceria com as Tintas Coral, e o Papelão Joia, fortalecendo a rede de mulheres na área de construção civil.

Waxamani Mehinako, artista indígena que valoriza e resgata os grafismos quase extintos, também marca presença com painéis exclusivos instalados em um mobiliário desenhado pensando nas casas de comunidades, realizado em parceria com o Estúdio Claudia Moreira Salles, Estúdio Buriti e Tintas Coral.

Além disso, outros mobiliários foram desenhados pela própria arquiteta, alguns deles executados em parceria com a Oficina 64, sempre pensando nos desafios das casas de comunidades, com pouco espaço e distribuições difíceis.

“O ambiente, com aproximadamente 34m², representa muito bem o que é uma casa em uma favela, mostrando que é possível uma família morar de maneira digna em um espaço desses. É uma inspiração que depois compartilharei com a comunidade. A necessidade de uma assistência técnica nas moradias é muito importante, e o acesso a esse serviço tem que ser o mais democratizado e acessível, seja por universidades, na formação de seus alunos, ou profissionais já formados”, comenta Ester, presidente do Instituto Fazendinhando.

Em resumo, esse ambiente vem com muitas surpresas que apontam para uma luta por dignidade e qualidade de vida, em especial dos moradores do Jardim Colombo, comunidade em que cresceu e continua fazendo história por meio de ações sociais. Vale muito a visita!

Ficha Técnica
Projeto Arquitetônico, responsável técnica e gestão de obras: Ester Carro
Equipe
Assistente de Projeto: Maria Silvia C. P. Ferreira
Design de parte do Mobiliário: Escritório Claudia Moreira Salles
Marcenaria: Estúdio Buruti e Oficina 64
Assistente de Obra e Projeto Iluminotécnico: Patricia Sumie Tokuyochi
Grafismos Indígenas: Waxamani Mehinako
Apoio Operacional: Bruno Lima
Assessoria de Imprensa: Cobogó Relações Públicas

Fornecedores
Tintas Coral; Casa Riachuelo; Portinari; Uniflex; Duratex; DECA; LG; Interlight; CRISSAIR; Breton; Papelão Jóia.

Jardins filtrantes em Recife despoluem águas de riacho

Jardins filtrantes em Recife estão despoluindo as águas do riacho do Cavouco, que nascem dentro da Universidade Federal de Pernambuco e desaguam no rio Capibaribe. A tecnologia sustentável usa plantas aquáticas nativas e tanques de pedras para filtragem de aproximadamente 360 mil litros de água por dia.

Ao todo, a obra ocupa 7 mil metros quadrados (m²), em um trecho deste afluente do Capibaribe, que corta o Parque do Caiara, na Iputinga, Zona Oeste da capital pernambucana.

O projeto dos jardins filtrantes foi implantado pela Agência Recife para Inovação e Estratégia (Aries), uma organização social de inovação, sem fins lucrativos. A execução foi possível devido à cooperação internacional com a CITInova, coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A pasta trabalha para que o modelo dos jardins filtrantes em Recife seja reproduzido em outras cidades brasileiras.

O custo da ação foi de U$$ 1,4 milhão, aproximadamente R$ 7 milhões, financiados pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) mantido com doações de países industrializados e apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

As obras dos jardins filtrantes em Recife tiveram início em 2022, e o sistema começou a operar, de fato, em fevereiro deste ano. A implantação total do projeto está prevista para abril, com a capacidade de filtragem mantida em cerca de 360 mil litros de água/dia.

Solução Baseada na Natureza

A tecnologia aplicada nos Jardins Filtrantes em Recife é uma inovação francesa patenteada pela Phytorestore, que utiliza plantas cuidadosamente selecionadas para remover poluentes da água por meio de um processo de fitorremediação.

Baseada em recursos naturais, com uso basicamente de pedras, areia e plantas aquáticas, por onde fluem as águas.

Primeiramente a absorção dos nutrientes é feita pelas raízes dos vegetais, associada à passagem da água suja por cinco tanques de pedras, com diferentes substratos. Como resultado acontece a remoção e detenção de resíduos sólidos, como metais.

A água então é tratada sem química. Este processo de filtragem, principalmente de esgoto, é contínuo. Ao mesmo tempo em que a água do riacho do Cavouco entra no sistema, há água purificada saindo e sendo devolvida ao Capibaribe.

Para este projeto do riacho do Cavouco foram empregadas 7,5 mil mudas de 36 tipos de macrófitas aquáticas nativas da região – como Heliconia psittacorum, Pontederia cordata, Canna generalis, Thalia geniculata, Echinodorus grandiflorus e Nymphea sp –, plantadas nas pedras dos tanques.

As espécies foram selecionadas considerando a resistência ao clima local e o paisagismo projetado para o Parque do Caiara. Este tipo de vegetação macrófita contribui para a manutenção da biodiversidade e pode servir como indicador da qualidade da água.

A tecnologia é semelhante à empregada na despoluição do rio Sena, da cidade de Paris, na França, que foi visitada por representantes da Aries. Mariana aponta que no Brasil a experiência já desperta interesse, por exemplo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFP) e da cidade de Florianópolis (SC) para futura implantação. “Tem havido muita curiosidade”.

Leia também: Despoluição do Rio Tietê será inspirado no Rio Sena

Resultados dos Jardins Filtrantes em Recife

A expectativa da Agência Aries é de que o projeto sustentável possa reduzir entre 90% e 95% a poluição das águas do riacho do Cavouco.

A diretora Mariana conta que testes químicos de monitoramento já estão sendo realizados para aferir a qualidade de amostras da água do riacho. Mas que visualmente, a água cinzenta está dando lugar a um líquido bem menos turvo.

“Já no primeiro resultado, na entrada do sistema de filtragem, a gente vê, a olho nu, a diferença da qualidade da água. E principalmente na saída, quando essa água volta ao riacho e vai desaguar no [rio] Capibaribe”.

De acordo com Mariana, a oxigenação das águas do Cavouco aumentou com o sistema inovador e, também está mudando o microclima local. “Está cheio de sapos lá, beija-flores, capivaras e peixes. A vida está chegando”.

“O projeto é uma gota no oceano. Mas, é uma gota de contribuição importante porque melhora a qualidade de vida do peixe que está ali, tem capivara, jacaré e vários animais que vivem no local. É um rio urbano e que sofre com as consequências da poluição. Mas, o [Capibaribe] que é tão importante para o Recife ainda é muito poluído”, constata Mariana.

O monitoramento da qualidade dessas águas do riacho vai ser frequente, já que novos sistemas serão instalados nos próximos meses, na entrada e na saída dos jardins filtrantes.

Fontes: Agência Brasil e CITinova

5 benefícios ambientais do transporte público

Optar pelo transporte público traz diversos benefícios nos âmbitos da sustentabilidade social, econômica e ambiental.

Conheça os cinco principais benefícios relacionados ao clima do transporte público:

1. Menos poluição do ar

Os veículos normalmente liberam uma libra de CO2 para cada milha percorrida. Ao usar o transporte público, não são apenas as emissões de CO2 de um indivíduo ou de uma família que diminuem, mas também há efeitos positivos em escalas em toda a cidade e em todo o país.

As estimativas mostram que o uso do transporte público nos EUA economiza até 37 milhões de toneladas métricas de CO2 todos os anos.

Através de aumentos moderados de cidadãos optando por transporte público ou bicicletas em vez de veículos particulares, esse número pode aumentar de seis para 14 milhões de toneladas. Isso diminui os poluentes atmosféricos e pode melhorar drasticamente a qualidade do ar, principalmente em ambientes urbanos.

2. Poluição sonora reduzida

Para além da redução da poluição atmosférica, a limitação da utilização de viaturas particulares traduz-se também na diminuição da poluição sonora, sobretudo nas vias de tráfego intenso.

Isso é benéfico para nós e para os animais da região, pois ruídos altos e perturbadores podem afetar os ritmos circadianos e o sono, o que, consequentemente, afeta a saúde e o bem-estar geral.

3. Comunidades mais saudáveis

Menos poluição atmosférica e sonora são melhores para a saúde e o bem-estar humano, especialmente no que diz respeito a condições crônicas, como doenças respiratórias.

Um ambiente mais limpo também é benéfico para a biodiversidade, particularmente em áreas urbanas onde sua sobrevivência é ameaçada por fatores induzidos pelo homem.

Além disso, menos poluição também permite que as plantas sequestrem grandes quantidades de CO2, o que beneficia ainda mais o planeta.

Ao mudar para o transporte público e/ou modos de transporte não baseados em combustível, como andar de bicicleta ou caminhar, as pessoas também se beneficiam do aumento do exercício.

Quando melhora-se a qualidade do ar, as pessoas também passam mais tempo ao ar livre, o que impacta positivamente o bem-estar físico e mental.

4. Diminuição do congestionamento do tráfego

O transporte público pode ajudar a reduzir o congestionamento nas áreas urbanas. Estudos mostram que nos EUA em 2011, o seu uso economizou 865 milhões de horas de viagem. É provável que esses números tenham aumentado nos últimos anos.

O congestionamento não só atrapalha os deslocamentos e prejudica o meio ambiente, mas também custa caro! Sem o transporte público, os custos de congestionamento em 2011 teriam aumentado de US$ 121 bilhões para US$ 142 bilhões em quase 500 áreas urbanas nos EUA.

5. Menos dependência de combustível e menos produtos químicos nocivos

Embora haja uma adoção crescente de energia verde em vários setores, a indústria de transporte depende fortemente de combustíveis. Na verdade, os combustíveis à base de petróleo ainda representam 90% de todos os combustíveis para transporte.

Além disso, menos carros também limitam o uso de anticongelante e outros fluidos, que são prejudiciais ao meio ambiente. Esses poluentes são drasticamente reduzidos através do uso do transporte público.

Por que precisamos de um melhor planejamento urbano para incentivar o uso do transporte público

Existem três razões principais:

  • .densidade,
  • .acessibilidade
  • e caminhabilidade.

A densidade de uma cidade afeta diretamente a forma como os serviços de transporte público são fornecidos.

Por exemplo, em Barcelona, 30% das viagens e deslocamentos diários são realizados em transporte público. Por outro lado, em Atlanta, esse número cai para 4%. Como Barcelona é 30 vezes mais densa que Atlanta, é mais fácil fornecer serviços de transporte público confiáveis.

A acessibilidade é outro fator chave que impacta se o transporte público for utilizado.

Em uma comparação entre Pequim, Londres e Nova York, embora Pequim tenha a maior densidade populacional no centro da cidade, seu uso de transporte público é significativamente menor do que nas outras duas grandes cidades.

Isso ocorre porque o número de empregos e serviços que podem ser alcançados a uma distância conveniente a pé (aproximadamente 20 minutos) é significativamente menor em Pequim, em comparação com Nova York e Londres. Pequim também tem ruas muito largas, grandes quarteirões e prédios distantes das bordas das ruas, o que também afeta o acesso aos espaços públicos.

Finalmente, a caminhabilidade e o ambiente urbano das cidades são outro componente que impacta a forma como as pessoas se locomovem.

Estudos mostram que ruas bem conservadas, movimentadas e seguras incentivam os pedestres a se locomover.

Por outro lado, estradas largas, calçadas estreitas ou mal conservadas e menos árvores tornam as ruas menos transitáveis. É neste tipo de ambientes urbanos que as pessoas estão significativamente menos propensas a usar o transporte público, mesmo que esteja localizado a apenas 100 metros de distância de sua casa.

Atualmente, as cidades em desenvolvimento estão construindo mais infraestrutura de transporte público para diminuir o uso de veículos particulares.

Embora esses esforços sejam importantes, os governos também devem entender que fatores pertencentes ao tecido urbano também afetam se e como o transporte público é usado.

Assim, investimentos também devem ser feitos para melhorar os ambientes públicos para incentivar o seu uso, como resultado teremos cidades e comunidades mais saudáveis.


Fontes: Inhabitat e UCLA


WorldGBC lança”Princípios de Política Global para um Ambiente Construído Sustentável”

O World Green Building Council (WorldGBC) lançou um conjunto de “Princípios de Política Global para um Ambiente Construído Sustentável”. Destinados a orientar os governos nacionais desenvolver políticas e programas de construção eficazes para acelerar um futuro descarbonizado.

O anúncio acontece antes da Reunião de Ministros do G7 sobre Clima, Energia e Meio Ambiente, que acontece dia 15 a 16 de abril de 2023.

A análise preocupante do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) nos diz que há uma janela de oportunidade se fechando rapidamente para implementar políticas que nos manterão dentro do limite de aquecimento de 1,5°C.

Muitos dos tópicos prioritários para a próxima Reunião de Ministros do G7 podem ser abordados por edifícios. Desde a obtenção de segurança energética e zero líquido até o avanço da transição para economias circulares.

Em todo o mundo, os edifícios são responsáveis ​​por 37% das emissões de carbono relacionadas à energia e 34% da demanda de energia. (Fonte GlobalABC Status Report 2022).

Com um impacto ambiental e de carbono tão significativo, líderes e formuladores de políticas devem reconhecer o ambiente construído como um agente chave de mudança para fechar a lacuna de 1,5°C.

O WorldGBC e sua rede lançaram os “Princípios de Política Global para um Ambiente Construído Sustentável”, para apoiar os formuladores de políticas em todo o mundo a adotar uma abordagem holística para a sustentabilidade do ambiente construído e garantir que políticas e legislações novas e atualizadas forneçam a ação transformadora necessária para alcançar o Acordo de Paris e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Os princípios para um Ambiente Construído Sustentável são estruturados em torno de sete áreas principais:

  • carbono,
  • resiliência,
  • circularidade,
  • água,
  • biodiversidade,
  • saúde,
  • equidade e acesso.

Essas áreas são apoiadas por alavancas políticas detalhadas para mostrar como elas podem ser implementadas de forma eficaz por meio de regulamentação, informações e incentivos.

Sabemos pelo relatório mais recente do IPCC que as políticas governamentais atuais farão com que o aquecimento exceda 1,5°C durante o século 21. Causando danos irreversíveis ao meio ambiente e aos nossos membros mais vulneráveis ​​da sociedade.

Apesar de ser o setor que mais contribui para as emissões de carbono, a indústria da construção civil ainda não está no caminho certo para alcançar a descarbonização total até 2050 (Fonte GlobalABC Status Report 2022). O que significa que a lacuna entre o desempenho climático atual do setor e seu caminho para a descarbonização está aumentando.

Isso cria um duplo desafio para o ambiente construído. Com os mercados da Ásia e da África esperando que seu estoque de construção dobre até meados do século. Enquanto isso, outras regiões estão enfrentando os desafios de reformar edifícios ineficientes em termos de energia.

Cristina Gamboa, CEO, WorldGBC, disse:
“Nosso setor está em uma posição forte para oferecer um desenvolvimento resiliente que integre medidas de mitigação e adaptação, ao mesmo tempo em que aborda outras questões sociais prementes, incluindo segurança energética, resiliência, saúde e equidade.

Neste ano do Balanço Global do Acordo de Paris, e antes dos países apresentarem Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) atualizadas em 2024, é crucial que os líderes políticos tomem ações ousadas para fortalecer e implementar políticas de construção que proporcionem mudanças transformadoras.”

Ao apoiar a entrega desses princípios, os governos enviarão um sinal claro ao mercado de que os ambientes construídos descarbonizados são uma prioridade. Permitindo assim que a indústria forneça soluções mais inovadoras.

Mas os governos devem adotar uma abordagem holística, adotando o financiamento público e influenciando decisões e ferramentas de investimento financeiro que considerem a mitigação de carbono, resiliência e edifícios verdes.

O WorldGBC e sua rede Green Building Council convidam os governos a usar estes “Princípios de Política Global para um Ambiente Construído Sustentável” como uma ferramenta para revisar e atualizar a legislação existente. Além de oferecer seu apoio em um contexto local e global para garantir que as políticas nacionais proporcionem um desenvolvimento resiliente que integre medidas de mitigação e adaptação, além de abordar outras questões sociais prementes, incluindo: segurança energética, resiliência, saúde e bem-estar.

Baixe o relatório aqui.

Sobre o WorldGBC:

O WorldGBC é a maior e mais influente rede de ação local regional global, liderando a transformação para ambientes construídos sustentáveis ​​e descarbonizados para todos, em todos os lugares.

Juntos, com mais de 75 Green Building Councils e parceiros da indústria de todo o mundo, conduzem mudanças sistêmicas para:

  • Abordar as emissões de carbono de toda a vida de edifícios existentes e novos
  • Permitir lugares resilientes, saudáveis, equitativos e inclusivos
  • Infraestrutura regenerativa segura, eficiente em termos de recursos e livre de desperdício
  • Trabalham com empresas, organizações e governos para cumprir as ambições do Acordo de Paris e dos Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Saiba mais www.worldgbc.org

Nova lei determina reuso das águas cinzas e aproveitamento da chuva em edificações

Nova lei determina reuso das águas em edificações. A 14.546/23 que obriga o governo federal a estimular o uso de água das chuvas e o reaproveitamento não potável das águas cinzas foi publicada no Diário Oficial da União.

São chamadas “águas cinzas” as usadas em chuveiros, pias, tanques e máquinas de lavar.

 

Segundo a lei, a prática deve ser estimulada em novas edificações e atividades paisagísticas, agrícolas, florestais e industriais. A norma altera a Lei do Saneamento Básico e tem origem no projeto de Lei 4.109/12, do ex-deputado Laercio Oliveira (SE), aprovado pela Câmara em 2019.

Embora a medida não especifique as formas de estímulo, o dispositivo legal estabelece que os reservatórios destinados a acumular águas das chuvas e águas cinzas devem ser distintos da rede de água proveniente do abastecimento público.

Além disso, a lei determina que essas águas devem passar por processo de tratamento que assegure a utilização segura, previamente à acumulação e ao uso na edificação.

É a alteração da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 (Lei de Saneamento Básico), para estabelecer medidas de prevenção a desperdícios, de aproveitamento das águas de chuva e de reúso não potável das águas cinzas.

Evitar vazamentos e perdas e “gatos”

A regra também obriga os prestadores de serviço público de abastecimento de água a corrigir as falhas da rede hidráulica, de modo a evitar vazamentos e perdas.

Além disso, esses prestadores são obrigados a fiscalizar a rede de abastecimento para coibir as ligações irregulares, popularmente conhecidas como gatos.

Por orientação dos ministérios da Integração e Desenvolvimento Regional, do Meio Ambiente e das Cidades, foi vetado trecho que previa o uso de águas cinzas e de chuvas apenas em “atividades menos restritivas quanto à qualidade”.

Na avaliação do governo, a medida poderia causar insegurança hídrica aos habitantes do semiárido brasileiro, uma vez que, nessa região, é comum o uso de cisternas para coletar água da chuva para aproveitamento posterior, incluindo o uso como água potável.

A publicação da Lei 14.546 de 2023 acontece duas semanas após a Conferência da Água, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York.

Durante esse evento, líderes globais estabeleceram objetivos para transformar o gerenciamento do recurso hídrico com ações que preveem desde escolhas alimentares mais inteligentes até reavaliar a água como forma de impulsionar a economia.

Na ocasião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a água deve estar no centro da agenda política global. Uma nova conferência será realizada em 2025 para avaliar a implementação dos compromissos.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Aterro sanitário é transformado em usina solar em Curitiba

Usina solar em Curitiba foi inaugurada no dia do aniversário de 330 anos, dia 29 deste mês, a pirâmide solar do Caximba. São quase 8.600 painéis na primeira planta de energia solar instalada em um antigo aterro sanitário no mundo, segundo a prefeitura.

A cidade que é reconhecida por sua vocação sustentável aposta pela energia limpa.



A previsão é de uma economia de R$ 2,65 milhões por ano aos cofres do município, o que representa 30% dos gastos de energia de todos os prédios públicos municipais.

“É a contribuição da nossa cidade pelo bem do planeta, contra o aquecimento global”, destacou Rafael Greca, prefeito da cidade.

A Pirâmide Solar, como é chamada, faz parte de um conjunto de iniciativas do Curitiba Mais Energia, uma das estratégias da cidade para combater e mitigar as mudanças climáticas, por meio da produção de energia renovável, o que também resulta em economia aos cofres públicos.

A secretária do Meio Ambiente de Curitiba, Marilza do Carmo Oliveira Dias, reforça que a iniciativa tem impacto positivo em duas grandes questões ambientais.

“Com esse projeto, transformamos um passivo ambiental em usina geradora de energia renovável. E, ainda, estimulamos a população a buscar fontes menos poluentes de energia”, ressaltou Marilza.

Outras plantas

O programa Curitiba Mais Energia contempla, ainda, a instalação de painéis no Palácio 29 de Março, no Salão de Atos do Parque Barigui e na Galeria das Quatro Estações, do Jardim Botânico. Além da CGH Nicolau Klüppel, que gera energia a partir da queda d’água do Parque Barigui.

Para a próxima etapa estão em fase inicial mais dois sistemas fotovoltaicos nos telhados dos terminais de ônibus do Santa Cândida (465KWp), em obras, e Boqueirão (512KWp), para iniciar. No Pinheirinho (925KWp), a implantação está em fase final de licitação e deve começar em breve a concorrência para as obras na Rodoferroviária de Curitiba. A estimativa é de uma economia de 60% com todos os projetos em andamento.

Parceria internacional

Selecionado pela rede de cidades C40 e contemplado com recursos do Cities Finance Facility (CFF) do C40 para elaboração, o projeto da Usina Solar em Curitiba segue as regras de Geração Distribuída da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Trata-se de uma concepção do prefeito Rafael Greca que remonta a 2012.

O projeto também é uma colaboração do grupo C40 de Grandes Cidades para a Liderança Climática e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que apoia cidades no desenvolvimento de projetos para reduzir as emissões de gases e frear o aumento da temperatura global.

O programa é financiado pelo Ministério Federal Alemão para o Desenvolvimento Econômico e Cooperação (BMZ), pelo Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido (BEIS) e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Desafios

Para o diretor comercial do Grupo Bono Energia, Marcelo Abuhamad, empresa responsável pela implantação da pirâmide, o projeto foi um dos maiores desafios enfrentados até hoje.

“Por ser complexo e ser o maior projeto solar da América Latina sobre aterro sanitário, tivemos que contornar diversas questões como a instabilidade do solo e o regime de chuvas”, conta. “Mas conseguimos manter o compromisso com a sustentabilidade e com todas as pessoas envolvidas neste projeto idealizado pelo prefeito Rafael Greca”, completa.

Fontes: Prefeitura de Curitiba e Governo do estado do Paraná

Edifício sustentável em Porto Alegre é o primeiro a receber a certificação do GBC Condomínio Platinum

Edifício sustentável em Porto alegre, o IDEA BAGÉ , é o primeiro residencial a receber a certificação do GBC Condomínio nível Platinum.

Esta certificação foi desenvolvida pelo Green Building Council Brasil, com o objetivo de fornecer ferramentas necessárias para projetar, construir e operar condomínios residenciais com alto desempenho e práticas sustentáveis.

 

O edifício residencial destacou-se por aplicar boas práticas e diversos conceitos de construção sustentável, como aproveitamento passivo dos recursos naturais, planejamento integrado da obra; eficiência energética, gestão e economia da água, uso de materiais sustentáveis, além da preocupação com a saúde e bem-estar dos ocupantes.

O IDEA Bagé está localizado no Bairro Petrópolis, em Porto Alegre, uma região com diversos recursos e transporte público. Seu entorno está cercado por parques, praças, supermercados, escolas, restaurantes, bares e clubes, o que ajuda a diminuir a pegada ambiental da locomoção dos moradores.

Também para incentivar a mobilidade urbana sustentável o prédio possui bicicletário e todas suas vagas possuem chegada de energia para tomadas do carro elétrico.

Destaques do Edifício sustentável em Porto Alegre:

  • Aproveitamento da água da chuva, e da gerada pelos aparelhos de ar-condicionado, para irrigação;
  • Energia solar térmica – Água quente com menos consumo de energia;
  • Painéis fotovoltaicos gerando 100% da energia consumida nas áreas condominiais e 1/3 da energia consumida pelos apartamentos ;
  • Fachada eficiente térmica e acusticamente com acabamento auto-limpante
  • Economia de água nas unidades através de descargas dual-flush, misturadores e chuveiros ecológicos;
  • Brises móveis na fachada para melhor aproveitamento da luz e conforto térmico;
  • Materiais sustentáveis – entre materiais certificados e declarações ambientais de produto informando sobre seu ciclo de vida e baixo impacto ambiental.
  • Internet das coisas – Sensores inteligentes medem instantaneamente os consumos de água, energia e gás e controlando os sistemas do prédio, comunicando entre si e com os moradores.
  • Coleta seletiva;
  • Vidros eficientes;
  • Iluminação 100% LED;
  • Bicicletário;

Além das vantagens para o meio ambiente, o edifício sustentável em Porto Alegre também faz diferença no bolso dos moradores. Os engenheiros responsáveis pelo projeto estimam uma economia total para o condomínio de R$8.099.000,00, equivalente a R$933.220,00 para cada uma das unidades, ao longo dos 50 anos de vida útil do prédio.

Estudos mostram que os custos de morar num apartamento – condomínio, portaria, segurança, lavagem e repinturas da fachada, água, luz e gás, entre outros – ao longo destes 50 anos, chegam próximos ao valor de sua aquisição.

Como exemplo de Inovação e Projeto podemos citar a fachada com acabamento auto limpante, que garante a eliminação de pó e sujeira a partir da água da chuva, mantendo o bom aspecto do prédio com praticidade e economia, além da fachada seja acústica e termicamente eficiente, que colabora para a redução do consumo de energia para climatização no interior do prédio.(fonte GBC Brasil).

Este edifício sustentável em Porto Alegre é um empreendimento da Capitania Investimentos Imobiliários, que conta com o projeto arquitetônico de autoria do Studio Novarq e com a consultoria de sustentabilidade da Mon Arquitetura. Atingiu 91 dos 110 pontos possíveis na análise da certificação GBC Condomínio, sendo:
– Implantação: 16 pontos
– Uso Racional da Água:
10 pontos
– Energia e Atmosfera:
22 pontos
– Materiais e Recursos:
12 pontos
– Qualidade Ambiental Interna:
15 pontos
– Requisitos Sociais:
04 pontos
– Inovação e Projeto:
10 pontos
– Créditos Regionais:
02 Pontos

 

Fotos: Divulgação Capitania

David Chipperfield é o vencedor do Prêmio Pritzker 2023

Sir David Chipperfield arquiteto cívico, planejador urbano e ativista, foi selecionado como o vencedor do Pritzker 2023, o prêmio que é considerado internacionalmente como a maior honra da arquitetura.

Sutil mas poderoso, subjugado mas elegante, ele é um arquiteto prolífico que é radical em sua contenção, demonstrando sua reverência pela história e cultura enquanto honra os ambientes naturais e construídos preexistentes, ao mesmo tempo que reimagina a funcionalidade e acessibilidade de novos edifícios, reformas e restaurações por meio de design moderno atemporal que enfrenta emergências climáticas, transforma relações sociais e revigora cidades.

“Estou muito emocionado por receber esta honra extraordinária e por estar associado aos destinatários anteriores que deram tanta inspiração à profissão”, comenta Chipperfield.

Tomo este prêmio como um incentivo para continuar a direcionar minha atenção não apenas para a substância da arquitetura e seu significado, mas também para a contribuição que podemos dar como arquitetos para enfrentar os desafios existenciais das mudanças climáticas e da desigualdade social. Sabemos que, como arquitetos, podemos ter um papel mais destacado e engajado na criação de um mundo não só mais bonito, mas também mais justo e sustentável. Devemos enfrentar esse desafio e ajudar a inspirar a próxima geração a abraçar essa responsabilidade com visão e coragem”.

Alejandro Aravena, presidente do júri e vencedor do Prêmio Pritzker de 2016, disse: “Em um mundo onde muitos arquitetos veem uma encomenda como uma oportunidade para adicionar ao seu próprio portfólio, ele responde a cada projeto com ferramentas específicas que seleciona com precisão e muito cuidado . Às vezes exige um gesto forte e monumental, outras vezes exige que ele quase desapareça. Mas seus edifícios sempre resistirão ao teste do tempo porque o objetivo final de sua operação é servir ao bem maior. Evitar o que está na moda permitiu que ele permanecesse permanente.”

Sir David Alan Chipperfield nasceu em Londres em 1953, mas foi criado em uma fazenda rural, onde uma coleção de celeiros e anexos, cheios de admiração e lembrança da infância, moldam sua primeira forte impressão física da arquitetura.

Formou-se na Kingston School of Art em 1976 e na Architectural Association School of Architecture em Londres em 1980.

Chipperfield recebeu prêmios como o RIBA Royal Gold Medal (Reino Unido, 2011), o European Union Prize for Contemporary Architecture—o Mies van der Rohe Award (Espanha, 2011) e a Heinrich Tessenow Medal (Alemanha, 1999). Ele foi eleito para a Royal Academy of Arts (2008), premiado com a Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha (2009), e o Praemium Imperiale for Architecture da Japan Art Association (Japão, 2013), e é membro do Royal Institute of British Architects e membro honorário do American Institute of Architects e do Bund Deutscher Architekten.

Também foi o curador da 13ª Bienal de Arquitetura em 2012, apresentando o tema Common Ground; selecionado como mentor de arquitetura da Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative em 2016–2017; e editor convidado da Domus em 2020.

Foi professor de arquitetura na Staatliche Akademie der Bildenden Künste, Stuttgart de 1995 a 2001 e Norman R. Foster Visiting Professor of Architectural Design na Yale University em 2011.

Ele foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico em 2004, nomeado cavaleiro em 2010 e nomeado para a Ordem dos Companheiros de Honra em 2021.

10 obras de David Chipperfield:

Suas obras construídas, ao longo de quatro décadas, são extensas em tipologia e geografia, incluindo mais de cem obras que vão desde edifícios cívicos, culturais e acadêmicos a residências e planejamento urbano em toda a Ásia, Europa e América do Norte.

1- Amorepacific Headquarters- 2017 Seul, Coreia do Sul

2- Capela e centro de visitantes do cemitério Inagawa – 2017 – Japão

3- Sede da BBC – 2007 – Escócia

4 -The Hepworth Wakefield – 2011 – Yorkshire, Inglaterra

5- Museu Rio e Remo (River and Rowing) – 1997 – Inglaterra

6-The Neues Museum – 2009 – Berlim

7- Saint Louis Art Museum 2013 – Missouri, Estados Unidos

8- Morland Mixité Capitale – 2022 – Paris

9- The Royal Academy of Arts Masterplan – 2018 – Londres

10- Museu Jumex – 2013 – México

Tom Pritzker, presidente da Hyatt Foundation, que patrocina o prêmio disse sobre David Chipperfield :

“Ele está seguro sem arrogância, evitando constantemente a moda para confrontar e sustentar as conexões entre tradição e inovação, servindo a história e a humanidade”, comenta .

Embora suas obras sejam elegantemente magistrais, ele mede as conquistas de seus projetos pelo bem-estar social e ambiental para melhorar a qualidade de vida de toda a civilização.

Projeto sustentável de Café tem materiais reciclados como destaque

Projeto sustentável de Café em Bangkok, na Tailândia, destaca-se pelo uso de materiais reciclados desde a fachada até aos móveis

Projetado pela space+craft, o Early BKK começou com uma forte paixão da proprietária para criar um café comunitário com conceitos verdadeiramente sustentáveis ​​em seu bairro.

 

Em comparação com a maioria dos negócios que sempre pensam em lucrar, esta cafeteria pensa em como apresentar um estilo de vida mais ecológico aos visitantes e vizinhança.

O uso de materiais reaproveitados como para parte importante do design foi uma das soluções encontradas, considerando os graves problemas em relação ao gerenciamento de resíduos atualmente.


Primeiramente o escritório de arquitetura iniciou uma pesquisa sobre reciclagem de materiais e lixo na vizinhança.

Como resultado descobriram que o lixo mais encontrado, e que poderia ser reciclado e reutilizado eram caixas de leite e garrafas de vidro.

Sendo assim, decidiram usar esses resíduos como materiais principais em todo o projeto sustentável do café, desde fachadas arquitetônicas até acabamentos de interiores e móveis.

Então trabalharam em conjunto com uma fábrica para produzir o ‘re-board’, um cartão feito 100 por cento de pedaços cortados de caixas de leite usadas. Em seguida esse material foi usado na maior parte do espaço interior, como portas, teto, cadeiras e mesas.

Por fim selecionaram cuidadosamente as caixas de leite, buscando cores laranja e quentes, para combinar com o piso de tijolos feitos à mão.

Da mesma forma foram utilizadas garrafas de cerveja reaproveitadas de diversas formas neste projeto sustentável.

Na fachada, há cerca de 600 garrafas de cerveja usadas na estrutura de anéis de metal do prédio.

Elas criaram um efeito impressionante de luzes e sombras no interior, bem como, contaram uma boa história do objetivo do Early BKK a partir da aparência externa.

Além disso, adicionamos alguns pequenos detalhes usando lixo como um tanque de óleo de ferro galvanizado usado como balcão da pia e garrafas de vidro usadas como maçanetas.

Algumas paredes foram feitas batendo as garrafas na massa, criando padrões e texturas interessantes.

A entrada dá a um pequeno pátio de pé direito duplo com uma grande árvore, trazendo a natureza para dentro, e uma área para animais de estimação. Certamente isso oferece uma vibração acolhedora e amigável.

O primeiro andar é o café principal, mas na parte de trás da área da cafeteria encontra-se produtos para animais de estimação e algumas roupas de segunda mão estão à venda.

O 2º andar é composto por áreas de estar, projetadas com uma grande janela em ambos os lados para uma boa ventilação natural. Esta sala foi concebida para usos polivalentes, podendo ser transformada em sala de oficina.

A gestão do café também baseia-se em conceitos verdes e sustentáveis. Por exemplo, “sem canudos”, “sem copo de plástico”, “trazendo sua caneca ganha desconto”, além da separação de lixo.

Em resumo o projeto sustentável do Café Early BKK funciona como uma vitrine inspiradora de como materiais reciclados podem ser reinventados.

A ideia é que as pessoas possam ir tomar apenas um café, mas saírem de lá com novos conceitos sobre desperdício e reciclagem. Assim como acreditarem que pequenas ações podem tornar o mundo um lugar melhor.

Fotos: Thanapol Jongsiripipat

 

Guia de infraestrutura verde e azul – para cidades sustentáveis

O Guia de Infraestrutura Verde e Azul foi criado por pesquisadores da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), junto à organização Governos Locais para a Sustentabilidade (ICLEI), e outros parceiros, diante dos desafios para alinhar as demandas de desenvolvimento com as políticas de sustentabilidade.

 

O objetivo é realizar um passo a passo de como tornar cidades sustentáveis, com foco em melhorar a governança local em relação a: Alimentação, Água e Energia (FWE). 

De acordo com o pesquisador à frente do projeto, José Puppim, a urbanização acelerada sem planejamento, as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade podem gerar insegurança alimentar e escassez de água e energia, uma vez que o consumo desses três elementos vai aumentar significativamente nas próximas décadas.

“Esses são alguns dos temas que mais preocupam a população mundial na atualidade e que podem gerar grandes consequências para os próximos anos, principalmente dentro das cidades”, destaca Puppim. 

Infraestrutura verde e azul

José Puppim afirma que antes de se considerar o Guia, é necessário entender o que são essas infraestruturas e por que esses elementos foram selecionados como parâmetros.

  • A infraestrutura azul é voltada para o sistema de águas urbanas, como regiões urbanas alagadas, lagos e lagoas, rios urbanos, ecossistemas da costa a exemplo de mangues e baías, o sistema de drenagem urbano, entre outros”.  
Guia de infraestrutura verde e azul CONCEITO

O pesquisador também explica a importância dos três sistemas que compõem o projeto: “é estimado um aumento grande no consumo tanto de alimentos, quanto de água e energia para os próximos 50 anos e boa parte desse consumo vem das cidades.

Em termos de governança fica evidente que as cidades costumam ter pouca gestão desses sistemas. Por exemplo, grande parte dos alimentos vem de fora das cidades, a gestão do sistema hídrico costuma ser estadual, enquanto a de energia, federal.

Assim, fica evidente como as cidades possuem pouca governança sobre os sistemas, o que as impedem de governar ‘green and blue infrastructure’”, disse Puppim.  

Considerando-se os três sistemas, o Guia de Infraestrutura Verde e Azul (GBI, do inglês Green and Blue Infrastructure) propõe melhores práticas de governança em categorias como:

  • Provisionamento (serviços de água, medicinais, matérias-primas),
  • Regulação (temperaturas locais, índices de carbono, desperdício de água)
  • Cultural (recreação, saúde, estética), além de servir de suporte para a preservação de espécies e seus habitats nas cidades.  

Os temas que englobam “Food, Water and Energy”, presentes no GBI, estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).

MANUAL PARA CIDADES MAIS SUSTENTÁVEIS FAPESP
Fruto de pesquisa apoiada pela FAPESP, publicação foi lançada em dezembro, durante a última Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (imagem: reprodução)

Construindo o Guia 

O estudo que deu origem ao Guia foi iniciado através das seguintes perguntas:

“Onde estamos?” e “Para onde queremos ir e como melhorar a governança das cidades para chegarmos lá?”.

Primeiro foram identificados os desafios e problemas a serem enfrentados, e a partir daí, foram analisados os impactos que afetam a população, bem como os possíveis parceiros capazes de serem engajados na luta contra esses problemas.

Essa iniciativa tornou possível configurar uma base de ações, que incluiu a criação de diferentes times, estratégias, cenários, identificação de ferramentas, indicadores, recursos etc. 

 Após as devidas constatações acerca dos desafios e as possíveis formas de serem solucionados, o projeto chegou a sua fase de implementação, que envolve comunicar os respectivos planos, aplicar as soluções propostas, testar alternativas e registrar esse processo passo a passo.

Essa fase envolve o reporte constante de todo o percurso e o monitoramento das ações e resultados por parte dos pesquisadores. 

Impactos  

O guia é voltado para comunidades, governos, líderes e pesquisadores e utiliza-se da integração do conhecimento sobre os sistemas de alimentos, água e energia, e a sua melhor administração, para evitar desperdícios e gerar políticas públicas.

No total, 10 cidades ao redor do mundo foram inicialmente selecionadas pelos pesquisadores para aplicação das diferentes lições em “Food, Water and Energy”. Posteriormente estas lições poderão ser utilizadas por outras cidades com o auxílio do Guia de Infraestrutura Verde e Azul.

 A expectativa é que mais de 30 cidades utilizem o Guia, entre elas, no Brasil, estão São José dos Campos (SP), que está mais imersa na utilização das ferramentas e Florianópolis (SC), que já deu início a um novo programa de segurança alimentar baseado neste estudo. 

Mudanças  

Puppim relembra que por meio das mudanças climáticas e o crescimento constante da demanda, esses recursos já deixaram cidades reféns em crises de água, energia e alimentos.

Por isso, a ideia deste projeto é entender como uma melhor gestão da Infraestrutura Verde e Azul pode evitar a escassez destes recursos. 

“Criamos formas de desenvolver cidades de maneira sustentável nos três fatores, com o intuito de torná-las mais eficientes no consumo de Alimentos, Água e Energia, utilizando modelos que já existem”, destacou o pesquisador ao mencionar que o Guia foi oficialmente lançado no dia 14 de dezembro, após ser apresentado em um evento na CDB COP-15 da ONU.

A elaboração do Guia de Infraestrutura Verde e Azul foi apoiada pelo JPI Urban Europe e Belmont Forum, programa que congrega 30 financiadores, englobando diversos projetos para tornar cidades sustentáveis, utilizando-se das infraestruturas verde e azul.

A participação da FGV neste Guia é direcionada para governança, ou seja, focada em entender como os municípios estão lidando com os sistemas de Alimentação, Água e Energia, e como é possível melhorar a gestão desses recursos, a fim de reduzir os riscos de escassez no suprimento e tornar a cidade mais sustentável. 

O estudo liderado pela FGV faz parte de um projeto maior, o IFWEN (Iniciativas Inovadoras para Governar Água, Alimentos e Energia em Cidades). Trata-se de um consórcio liderado pela FGV EAESP, que inclui a Universidade de Yale, a Universidade de Estocolmo (Stockholm Resilience Center-SRC), o ICLEI – Governos Locais para Sustentabilidade, a Universidade de Ming-Chuan (Taiwan, China), e a The Nature of the Cities. Ele é financiado por seis agências de pesquisa, incluindo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e a National Science Foundation (NSF), entre outras.

Para conferir o guia completo, acesse o site.

Siga com a gente e descubra 30 práticas sustentáveis!

Fonte: Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

 

Livro – Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis

O livro Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis traz um panorama histórico da sustentabilidade na construção civil, princípios de projeto sustentável e edificações saudáveis, adaptação de prédios existentes, conservação de energia, água e outros insumos, sistemas de certificação, ferramentas de avaliação de desempenho das edificações, etc.

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Uma obra abrangente que prepara e orienta as carreiras dos profissionais encarregados de transformar a maneira de planejar, projetar e construir edificações. Inúmeros estudos de caso ilustram as estratégias que podem ser utilizadas.

Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis LIVRO
Imagem divulgação

Desde materiais de construção sustentáveis e sistemas de certificação, até eficiência e suficiência energética, qualidade do ar nos interiores e no ambiente, estratégias de gestão da água e sistemas de avaliação de sustentabilidade, este livro é uma fonte essencial de informações atualizadas.

Manual completo para quem vai projetar e gerenciar habitats humanos e investir no futuro.

Apresenta questões técnicas complexas de forma a ir construindo uma compreensão intuitiva, propõe atividades que reforçam conceitos importantes e traz contribuições de profissionais da área para fornecer conhecimentos profundos de cunho filosófico, tecnológico e prático.

Escrito em linguagem muito acessível, embora trate com profundidade de muitos temas complexos relacionados à sustentabilidade, edificação e saúde das pessoas e do planeta.

Sobre os autores do livro Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis:

Marian Keeler
Associada ao American Institute of Architects, profissional com certificação LEED, é especialista em consultoria em edificações sustentáveis. Trabalha na Simon & Associates, de São Francisco, Califórnia, Estados Unidos, e também escreve sobre o tema.

Prasad Vaidya
Arquiteto certificado LEED, professor e diretor da Área de desempenho energético da edificação na CEPT University, Índia, diretor da zenerG.

Alexandre Salvaterra (Tradutor)

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Casa de baixo impacto ambiental na Mantiqueira

Esta casa de baixo impacto ambiental utiliza técnicas construtivas adaptadas ao local, e está localizada em plena Serra da Mantiqueira, no município de Santo Antônio do Pinhal, em São Paulo.

 

O projeto do escritório de arquitetura Gui Paoliello tirou partido do formato e topografia do terreno para a implantação da construção, que deu-se de forma alongada e sinuosa, em três seções de reta conformando um “S” aberto.

Dessa forma, a construção se encaixa no relevo quase sem movimentação de terra, conformando o programa de maneira linear. Todos os ambientes da casa se voltam para o fundo do lote, valendo-se das vantagens das faces norte e nordeste e da magnífica vista do horizonte sobre a mata nativa adjacente.

Na face oposta, voltada para a rua de acesso, um paliteiro de madeira, ao longo de toda a fachada, protege de maneira leve e não totalmente opaca os ambientes da casa, preservando sua privacidade.

Toda a terra gerada pela pequena movimentação da terraplenagem e proveniente das escavações das fundações, foram aproveitadas no embasamento em três volumes (caixas) com paredes de terra socada, na técnica ancestral revisitada da taipa de pilão.

Estas paredes, com 30 cm de espessura, acomodam programas da residência, como a adega e as acomodações para hóspedes e serviços. Nos intervalos entre elas os espaços abertos são usados como varandas e garagem coberta.

Não existem pilares de concreto portanto a estrutura superior não deveria causar momentos ou torções nas paredes de terra que devem trabalhar apenas à compressão. Assim, foram projetadas duas vigas de concreto longitudinais, para distribuir as cargas de maneira uniforme sobre as paredes de taipa.

A estrutura de madeira laminada colada em eucalipto do pavimento superior repousa suavemente, através de uma sequência modular de vigas transversais de madeira, sobre as vigas de concreto, com balanços simétricos, de maneira equilibrada, evitando torções.

Toda a estrutura foi montada rapidamente e coberta com telhas metálicas “sanduiche” (camada dupla de chapas metálicas com miolo de poliuretano expandido). Dessa forma protegeu-se as paredes e estrutura de madeira das intempéries, ainda no período de obra,.

As telhas metálicas se apresentam integralmente na arquitetura como cobertura e forro interno dos espaços. A camada superior foi pintada na cor terracota e na face inferior interna aos ambientes da casa foi pintada de branco.

No pavimento superior, o programa residencial se conforma de maneira linear. De um lado os dormitórios e banheiros e de outro o espaço de convívio social, bastante transparente para a vista. Estes dois setores estão separados por um intervalo, uma ampla varanda aberta, que configura um espaço de entrada no meio da construção.

Na área de convívio, todas as funções são integradas e abertas, dessa maneira é reforçada a ideia do compartilhamento de atividades, desfrutando da paisagem e do horizonte variado.

A casa de baixo impacto ambiental dispõe de outros sistemas sustentáveis, como:

Desse modo, torna esta construção praticamente autossuficiente em consumo de água e energia elétrica.

Ficha técnica Casa de baixo impacto ambiental na Mantiqueira:

Arquiteto: Gui Paoliello Arquiteto
Equipe De Projeto : Camila Ungaro, Laura Tomiatti, Thiago Benucci, Victória Menezes, Manoella Pessoa
Área : 702 m²
Ano : 2018 – 2019
Paredes De Taipa : Taipal Brasil
Cálculo Estrutural : YCON engenharia
Estrutura De Madeira : Ita Construtora
Elétrica E Hidráulica : Ramoska & Castellani
Paisagismo : André Paoliello Paisagismo
Gerenciamento E Execução De Obra : Arnaldo Paoliello
Fotografia: Manuel Sá

 

Garagem subaquática para bicicletas é inaugurada em Amsterdã

Amsterdã, conhecida também como a cidade das bicicletas, inaugurou recentemente uma incrível garagem subaquática exclusiva para o meio de transporte preferido de 35% da população.

 

Na cidade holandesa é normal ter grandes estacionamentos somente para as bicicletas, a novidade é que a obra foi construída sob as águas do canal, que separa as duas partes (Amsterdam-Noord e Amsterdam-Zuid) da cidade. E está localizada nas proximidades da Estação Central de trens da cidade.

A garagem subaquática tem capacidade para guardar 6.300 bikes pessoais e 700 de uso compartilhado; tudo para facilitar a primeira ou última viagem de trem.

Além das 7 mil vagas abertas nesta primeira fase do projeto, uma nova ala do estacionamento será inaugurada, com mais 4 mil vagas, totalizando 11 mil vagas.

A estrutura pode parecer exagerada, mas não para as cidades holandesas que estão, gradativamente, deixando os automóveis pessoais no passado. Dados indicam que aproximadamente 35% dos habitantes de Amsterdã usam bicicletas diariamente.

O projeto do estacionamento “IJboulevard”, assinado pelo escritório de arquitetura VenhoevenCS, em colaboração com o Museu de Amsterdã, levou quatro anos para ser construído. O investimento dispensado ao projeto é de 60 milhões de euros

Na página dos arquitetos tem as seguintes informações sobre o espetacular projeto da garagem subaquática:

Prioridade para bicicletas e pedestres

O IJboulevard oferece mais espaço público para pedestres em torno do centro de transporte mais movimentado da cidade.

O projeto inclui 6.000 m2 de novo espaço público acima do solo, criado pelo armazenamento de bicicletas debaixo d’água.

A cobertura do estacionamento forma o novo boulevard ao longo do rio IJ, criando uma nova passarela e espaço de convivência para moradores e visitantes, com áreas de estar e vista para o rio IJ.

Conexão estrutural e visual

O interior do IJboulevard apresenta um design caracterizado por linhas fluidas e formas arredondadas detalhadas, criando uma estética acolhedora e convidativa.

O uso de paredes de madeira, iluminação sutil e uma paleta de cores calma ajudam na clareza e orientação.

As entradas são finalizadas com a mesma pedra natural cinza escura do boulevard, proporcionando uma transição perfeita entre os espaços internos e externos.

As escadas com grandes superfícies de vidro permitem a entrada de luz natural e proporcionam uma visão do estacionamento a partir da avenida de pedestres.

O design bem iluminado e sem colunas, as longas linhas de visão e a posição proeminente do escritório do gerente contribuirão para uma sensação de segurança para os usuários.

Sustentável e com a natureza inclusiva

IJboulevard é um projeto sustentável e ecológico que integra baixo consumo de energia, materiais sustentáveis e recursos que promovem a biodiversidade.

Ele também incorpora recursos que imitam habitats naturais para promover a biodiversidade e apoiar a vida aquática.

O projeto inclui elementos como cabanas biológicas, madeira, esteiras de coco e concreto poroso entre os suportes das estacas subaquáticas para fornecer abrigo e superfícies para o crescimento de plantas aquáticas, com o objetivo de melhorar a saúde geral do rio.

De acordo com o site The Verge, que visitou o local, a garagem subaquática é gratuita nas primeiras 24 horas, e depois custa € 1,35 (cerca de R$ 7,48) para cada dia adicional.

O acesso à garagem é por meio de uma ciclovia no nível da rua, que leva à entrada acima do solo da estrutura subaquática. Uma placa mostra o número de vagas disponíveis e duas esteiras rolantes que descem abaixo da linha d’água levam a pessoa até a entrada do espaço.

Fontes: Mobilize, The Verge e VenhoevenCS

 

Fachada com Agricultura Urbana é destaque em escritório de arquitetura

O renomado escritório de arquitetura Vo Trong Nghia Architects projetou para o edifício da sua própria empresa, uma incrível fachada com agricultura urbana.

Do mesmo modo que fazem na maioria de seus projetos, os arquitetos incorporaram elementos verdes no seu novo espaço de trabalho, localizado em uma área recém-desenvolvida, na cidade de Ho Chi Minh, no Vietnã.

Conheça 10 espetaculares obras de Vo Trong Nghia

 

Eles acreditam fortemente em tornar a arquitetura mais verde, com a intenção de minimizar os efeitos nocivos dos projetos da construção no meio ambiente, tanto quanto no bem-estar humano.

Sob rápida urbanização, as cidades no Vietnã estão divergindo muito de suas origens de extensas florestas tropicais. Desse modo, as novas gerações nas áreas urbanas estão perdendo a conexão com a natureza.

Além disso,o país está enfrentando mudanças à medida que se move para uma economia baseada na manufatura, prejudicando o meio ambiente.

O aumento das secas, inundações e salinização comprometem o abastecimento de alimentos.

A falta de verde causa vários problemas sociais, como poluição do ar, enchentes, assim como as consequencias dos efeitos da ilha de calor.

O “Escritório de fachada com Agricultura Urbana” é um esforço para mudar essa situação. O objetivo do projeto é devolver espaços verdes à cidade e promover a produção segura de alimentos, assim como demonstrar a viabilidade da agricultura urbana vertical.

Sua fachada é composta por jardineiras suspensas com diversas vegetações locais. Esta abordagem ecológica fornecerá alimentos seguros e um ambiente confortável com consumo mínimo de energia, ao mesmo tempo que contribui para o futuro sustentável da cidade.

Estratégias de arquitetura sustentável do edifício:

  • A iluminação natural é filtrada pela vegetação, que também purifica o ar.
  • Para melhorar o isolamento termo acústico a envoltória é feita de parede de tijolos de camada dupla com uma camada de ar no interior.
  • Enfim, tudo isso contribui para reduzir o uso de ar condicionado e aumentar a eficiência energética e o bem-estar dos usuários.

Fachada com Agricultura Urbana

A Fachada com Agricultura Urbana foi projetada com um método construtivo simples, que consiste em uma estrutura de concreto, suportes de aço e plantadores em caixas modularizadas penduradas.

Essas caixas são substituíveis, portanto, podem ser dispostas de forma flexível de acordo com a altura e a condição de crescimento das plantas, fornecendo luz solar suficiente.

Várias plantas comestíveis locais, como hortaliças, ervas e árvores frutíferas, são selecionadas contribuindo para a biodiversidade da região. Para melhorar ainda mais, elas são mantidas com um método de tratamento orgânico.

Fonte e direito de imagens: VTN Architects

 

Escola em Maiorca tem arquitetura inspirada em antigos mosteiros

Um pequeno grupo de professores decidiu iniciar uma nova escola em Maiorca com um projeto pedagógico baseado na construção conjunta de um futuro mais colaborativo, empático e ecológico. Começaram numa casa de campo e depois precisaram de mais espaço.

 

Para construir esse novo espaço da Escola Arimunani, os escritórios de arquitetura Aulets e Aixopluc, como consultoria ambiental da Societat Orgànica, inspiraram-se nos mosteiros mediterrânicos existentes na ilha espanhola, reverenciando a arquitetura vernacular.

A principal característica desses mosteiros é como eles se protegem das intempéries e criam um oásis em seus pátios internos.

Arquitetura Bioclimática

O projeto se inicia analisando as condições climáticas do local, para depois traçar as ações necessárias para que um local quente e seco possa, em poucos anos, se tornar um refúgio climático.

Uma vez traçado o plano principal, a primeira etapa foi plantar as árvores bem à frente do futuro edifício, para que tivessem tempo suficiente para crescer enquanto as várias fases da escola são construídas.

As árvores são a principal arquitetura do lugar, que além de proteger o edifício do calor, forneceram sombra, abrigo e espaços de brincar para as crianças.

A nova escola é organizada em torno de um pátio aberto e em dois andares, para otimizar a pegada do terreno e criar um microclima protegido.

O edifício foi projetado para se proteger da radiação do verão através da sombra das árvores e dos balanços, para facilitar a ventilação natural cruzada e a radiação no inverno.

Materiais sustentáveis

A escola em maiorca é construída principalmente com materiais da biosfera, o que permite reduzir a energia incorporada em 65% das emissões de CO2.

O piso é de linóleo (óleo de linhaça e serragem), os painéis externos são de aparas de madeira e cimento, que garantem durabilidade. Os beirais do telhado são protegidos com chapa de zinco.

A estrutura é feita em de madeira laminada cruzada CLT, totalmente pré-moldada que permite um processo de preparação e montagem mais de 3 vezes mais rápido do que um de convencional.

O sistema de montagem torna toda a estrutura facilmente removível, podendo ser reutilizada – inclusive reconfigurada – em qualquer outro lugar

A madeira utilizada é certificada pelo FSC, que garante essa a madeira vem de fazendas que promovem o manejo ambiental apropriado, é socialmente benéfico e ecológico

Além disso foram selecionados, sempre que possível, materiais regionais, uma vez que reduzem o impacto do transporte associado que em alguns casos pode significar mais energia ou emissões de CO2 do que a própria fase de extração e fabricação, contribuindo ao mesmo tempo para fechar os ciclos dos materiais em escala local.

Ciclo da água da escola em Maiorca

Aprendendo como as gerações anteriores administraram e celebraram o ciclo da água para aproveitá-lo ao máximo este escasso recurso, sem o contaminar.

O projeto desenvolve uma rota onde a coleta e aproveitamento da água da chuva é visível para as crianças, que se torna mais uma das áreas de jogos deste ambiente de aprendizagem.

Arimunani é uma escola em Maiorca que, segundo eles, não se limita a uma única pedagogia e que cria um método único para acompanhar meninos e meninas em seu desenvolvimento completo. Para isso necessitavam uma arquitetura sustentável que acompanhasse sua metodologia e oferecesse ferramentas para essa missão educativa

Fontes e imagens: Aulets, Aixopluc e Escola Arimunani

Fotos: José Hevia

 

Loja circular de varejo brasileira é destaque de sustentabilidade

A primeira loja circular do varejo brasileiro que segue o conceito de circularidade e tem como objetivo de diminuir seu impacto ambiental está localizada no Rio de Janeiro, é a Renner do Shopping Rio Sul.

Considerando que os setores da moda e da construção civil são uns que mais impactam o meio ambiente, esse é um belo exemplo de como é possível fazer melhor em ambas áreas.

O conceito de economia circular consiste em um movimento que associa o melhor uso possível de recursos naturais ao desenvolvimento econômico. Através da inovação e otimização dos processos de fabricação com menos dependência de matéria-prima virgem, sempre priorizando insumos e materiais que sejam recicláveis, renováveis e mais duráveis.

A varejista, que integra a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, busca incorporar os princípios de economia circular na criação de seus produtos há alguns anos. E, por isso, o desenvolvimento natural foi levar essa filosofia também para o ambiente construído.

Promover a economia circular é uma pauta importante quando se trata de construção sustentável.

O programa de conformidade foi ampliado com o objetivo de qualificar os fornecedores parceiros. Com isso, todos os envolvidos no projeto passaram por treinamentos sobre sustentabilidade e economia circular.

O mais interessante a respeito dessa loja circular é que foi pensada e estudada durante muito tempo. O projeto começou em 2019, foi inaugurada em 2021 e finalmente foi certificada em outubro de 2022 com o LEED ID+C Retail v4 a nível GOLD com 70 pontos.

A companhia de varejo brasileira possui uma sólida estratégia ESG, com iniciativas voltadas para a produção de peças menos impactantes, redução das emissões de CO2, consumo de energia limpa e eficiência energética. Essa nova loja é pioneira no mercado e faz parte do plano de aceleração da jornada ESG da empresa.

O objetivo com isso é equilibrar o uso de recursos renováveis, assim, preservando o meio ambiente.

Tendo em vista a transformação constante dos hábitos dos consumidores, desde 2014 suas lojas seguem padrões de responsabilidade ambiental guiados pela certificação LEED, reconhecida internacionalmente para construções sustentáveis.

A partir de 2016, a empresa passou a neutralizar 100% das suas emissões de CO2. E está ampliando o consumo de energia renovável de baixo impacto a cada ano. 100% de 170 lojas já são abastecidas com energia eólica.

Além da preocupação com a sustentabilidade ambiental, o aspecto social também foi englobado na loja circular do Rio Sul. A comunidade no entorno do shopping onde a loja fica recebeu atenção do Instituto Lojas Renner, o braço social da companhia, que desenvolveu ações de capacitação e apoio a pessoas vulneráveis.

A nova loja modelo conta com conceitos de economia circular na escolha de materiais duradouros, na preservação e reutilização de recursos, e no descarte adequado no fim do ciclo de vida útil.

Diferenciais da loja circular no Rio Sul:

ARQUITETURA ÚNICA – Arquitetura guiada pelo design circular, além de seguir preceitos da certificação de sustentabilidade LEED. Com isso, o uso de materiais é otimizado para evitar descartes e melhorar a vida útil.

ESPAÇOS MAIS VERDES – Além do uso de materiais recicláveis desenvolvidos a partir das premissas de circularidade, a loja tem espaço de destaque para a biofilia, com o uso de plantas e elementos naturais que promovem a conexão direta com a natureza.

SUSTENTABILIDADE EM DESTAQUE – Na loja há espaços dedicados para iniciativas de sustentabilidade da Renner como o Ecoestilo, que é o programa de logística reversa que coleta embalagens e roupas, as parcerias com o brechó online Repassa e o aplicativo SOS Costura, além de destaques para produtos do Selo Re Moda Responsável, upcycling e processos que garantem menor uso de água.

CIRCULARIDADE NOS DETALHES – Na fachada, uma área permeável e transparente traz mais luminosidade, tornando os espaços mais convidativos. O mobiliário e manequins também foram desenvolvidos em processos circulares, contando inclusive com logística reversa.

EXPERIÊNCIA DE COMPRA – A Loja Circular incentiva práticas para o consumidor aplicar em seu dia a dia um consumo mais consciente. Além disso, integra canais físicos e digitais para customizar sua experiência de compra (omnichannel) e conta com totens de compra e tablets. Além de provadores mais confortáveis e inclusivos.

Economia em números (números oficiais obtidos no site da empresa):

  • 100% das lâmpadas são de LED
  • 94% menos descartes de materiais na construção
  • 56% menos consumo de água comparada com lojas antigas
  • 8.5 toneladas de aço estrutural economizado
  • 424 MIL litros de água economizados ao ano
  • 326 MIL quilos de CO₂ lançados na atmosfera
  • 100% de energia renovável de baixo impacto (eólica)


Por causa da economia circular, algumas inovações foram adotadas dentro do referencial LEED através da busca por créditos diferenciados! Karolini Silva, coordenadora técnica da Sustentech, consultoria de sustentabilidade, explica:

“Para o crédito ‘Interiors life cycle impact reduction’ foi feita, de forma inusitada, a primeira análise de ACV para retail. Durante a fase de projeto a Análise do Ciclo de Vida ajudou nas tomadas de decisão do projeto e escolha de materiais que reduzissem os impactos ao longo do ciclo de vida da loja. No caso da Renner Rio Sul, o reuso de elementos já existentes na loja, como piso e parede, também fizeram parte desse crédito”.

Karolini também cita “No crédito ‘Long term commitment’, que exige que a loja possua um contrato de locação de 10 anos, o que não seria possível tendo em vista que o Shopping Rio Sul pratica contratos de locação de no máximo 5 anos, foi conquistado através do chamado ‘Alternative Compliance Path (ACP)’, através da alegação de que a Renner está presente nesse shopping desde 1999, ou seja, há mais de 20 anos, e também da entrega de uma carta de intenção de permanência no mesmo.”

“Já para o crédito ‘Sourcing of raw materials’, conseguimos as declarações ambientais dos produtos atestadas por terceira parte. A exigência é de que 30% do seu custo em materiais deve possuir declarações ambientais (DAP’s) que declarem a fonte da matéria prima do produto, e na Renner conseguimos chegar aos 60%, o que muito se deu devido ao reuso de piso e parede. Com isso, dobramos a pontuação. ”

“Para o crédito ‘Bicycle Facilities’, um crédito difícil de ser obtido quando se trata de um shopping, foi realizado um cálculo por área da loja, que revelou que o bicicletário do Rio Sul, que possui 54 vagas de bicicleta, atende perfeitamente a Renner, ou seja, seus funcionários e clientes. Além disso, a Renner engajou no tema e promoveu um desconto de 20% para manutenção de bicicletas em uma oficina próxima para os funcionários que irão trabalhar utilizando esse transporte. ” E por fim, Karolini comenta:

“Para o crédito ‘Inovation’ também utilizamos o recurso ACP, onde declaramos que há equidade social dentro da equipe de empreendimentos. Isso deu certo por conta das iniciativas do Instituto Renner com o objetivo de gerar inclusão e promover a equidade social, além de criar cadeias de fornecimento para a empresa, e com isso, investir em projetos de capacitação de mulheres migrantes através de cursos de costura e funcionários, desenvolvendo pessoas diversas para o mercado de trabalho, por exemplo.”

Os próximos passos da sustentabilidade estão claros. Eduardo Ferlauto, gerente geral de sustentabilidade das Lojas Renner, afirma: “Queremos ser net zero em 2050 e reduzir em 30% as nossas emissões de gases-estufa até 2030. A sustentabilidade é uma convicção que a gente tem. Ela passou a ser um valor para nós em 2013, e desde então a nossa estratégia foi sempre começar pequeno, testar ideias e pensar no longo prazo.”

Em complemento a esse case diferenciado de LEED Retail, Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil, comenta sobre como o LEED Zero pode ajudar empreendimentos de retail nesses objetivos:

Somente a operação das edificações é responsável por 27% das emissões globais e, somando o carbono da fase de construção, chegamos a 37%. As certificações do Green Building Council traçam um caminho, onde apesar do impacto alarmante, o setor passa a ser visto como solução, pois há conhecimento técnico que permite intervenções na construção e operação das edificações, reduzindo as emissões com total viabilidade financeira.”

Fontes: GBC Brasil – por Sustentech e Fashion Network

Fotos: Fernanda Baldioti / Fashion Network – Foto capa: Divulgação Renner

Pequenas casas impressas em 3D com plástico reciclado

A Azure Printed Homes, uma startup com sede em Los Angeles, está fazendo bom uso do plástico reciclado, usando-o para construir pequenas casas impressas em 3D.

A empresa oferece soluções ​​para dois problemas: desperdício de plástico e falta de moradia.

Segundo a empresa, o processo é eficiente e reduz o impacto ambiental. É possível construir casas 70% mais rápido e 30% mais barato em comparação com os “métodos tradicionais de construção de casas”. As casas Azure são construídas em sua fábrica em Culver City e depois entregues no local.

Fundadas pelos empresários Ross Maguire e Gene Eidelman, a empresa foi recentemente escolhida pela incorporadora Re-Inhabit para construir 10 casas de aluguel no sul da Califórnia.

Além disso, diz-se que a casa está 99% concluída quando sai da fábrica. Em seguida, é transportada até o destino em um caminhão plataforma. Uma vez no local, a única coisa que resta a fazer é conectar os módulos entre si. O processo de impressão leva quase um dia após a finalização do projeto da casa.

Eles destacam que mais de 60% do material impresso vem do plástico usado em embalagens de alimentos e garrafas plásticas. Uma pequena casa poderia ser construída usando 100.000 garrafas plásticas de água recicladas.

O plástico reciclado é combinado com outros materiais para aumentar a resistência e durabilidade da estrutura.

Atualmente, a empresa está usando “plástico pós-industrial” para criar o mix de impressão e pretende usar plástico pós-consumo nos próximos anos.

Essas pequenas casas impressas em 3D com plástico reciclado também vêm com outras opções sustentáveis, como painéis solares e bombas de calor, a fim de reduzir as contas de consumo de energia doméstica.

Atualmente, a Azure oferece casas em três tamanhos: estúdio, um quarto e dois quartos. Sua casa mais acessível custa $ 26.900 (estúdio de 120 pés quadrados). A casa mais cara e maior, por outro lado, custa $ 204.900 e está espalhada por 900 pés quadrados com duas camas. Deve-se notar que os preços mencionados não incluem nenhuma taxa adicional, como entrega ou conexão de serviços públicos.

A empresa pretende inaugurar uma nova era de construção, capitalizando a tecnologia de impressão 3D e aproveitando o poder dos plásticos reciclados. Seu ambicioso projeto dará uma segunda vida ao plástico, que geralmente acaba em aterros sanitários, oceanos ou incinerado.

É uma solução crítica, pois a crise global do plástico continua a piorar. De fato, de 2000 a 2019, a geração global de resíduos plásticos mais que dobrou, para impressionantes 353 milhões de toneladas.

Mas é mesmo sustentável?

Sabemos que a indústria da construção é responsável por cerca de 30% do total das emissões globais de carbono, boa parte disso está na fabricação de materiais, considerando que nesse caso a maioria do material é reciclado, isso é uma grande vantagem.

O fato de ser uma construção off site, também é benéfico pois não há poluição nem ruídos no local da obra.

O que deve ser considerado é que o plástico é um material que não “respira” e isso pode afetar na qualidade do ar interno, além de poder apresentar alguma toxicidade do material. Além disso, deve-se ter em conta que as máquinas de impressão 3D ainda são muito caras, o que afeta no pilar financeiro da sustentabilidade.

No geral, esta solução pode ser uma opção sustentável; no entanto, é fundamental avaliar todo as questões acima, o ciclo de vida da produção e construção, além das vantagens e desvantagens desse sistema.

Fontes: Inhabitat e Azure

Imagens divilgação Azure

Primeiro empreendimento com o Selo Procel Edificações Residenciais

O empreendimento Oscar Ibirapuera foi construído em uma das localizações mais privilegiadas da capital paulista, o entorno do Parque Ibirapuera, a edificação contou com todos os detalhes pensados para transmitir aos moradores a sensação tanto de lazer na cidade, quanto de aconchego da natureza. O prédio foi o primeiro do país a ser certificado com o Selo Procel Edificações Residenciais.

Projetado pela Perkins&Will, o empreendimento foi um dos vencedores da categoria Design de Arquitetura Residencial. A premiação Architecture Master Prize (AMP) foi criada para promover a valorização e exposição do design arquitetônico de qualidade em todo o mundo.

O prêmio celebra a criatividade e inovação em arquitetura, design de interiores, arquitetura paisagística, design de produto arquitetônico e fotografia arquitetônica, com participantes de todas as partes do mundo.

Selo Procel Edificações Residenciais - Oscar Ibirapuera

Selo Procel Edificações Residenciais e sustentabilidade

O Oscar Ibirapuera foi o primeiro empreendimento imobiliário do País a contar com o Selo Procel Edificações Residenciais, que garante que durante e após a construção a obra conta com a aplicação de medidas para economia de energia, como a ampliação das janelas, para melhorar a entrada da luz, uso de lâmpadas e outros equipamentos eficientes, geração local de eletricidade, garantindo que o empreendimento tenha elevado potencial de economia energética.

Além disso conta com o Selo Aqua HQE, que atesta que durante sua construção, e agora entregue aos moradores, gera baixos impactos ambientais, garantindo sempre o bem-estar, a saúde de seus usuários. Criado na França e aplicado no Brasil pela Fundação Vanzolini, a certificação promove a conscientização e o aprendizado de todas as partes envolvidas, direta ou indiretamente, no projeto, no processo construtivo e na ocupação do empreendimento.

Oscar Ibirapuera Fachada

Homenagem ao Niemeyer e Design Biofílico

A premissa do empreendimento é gerar encantamento em cada um de seus ambientes integrando vãos livres que permitem ao olhar explorar a união da natureza a uma construção leve. Como o nome sugere, o edifício homenageia Oscar Niemeyer, propondo uma releitura da arquitetura modernista criada por ele nos pavilhões do Parque do Ibirapuera.

A alusão à arquitetura do parque começa já na entrada, onde um grande pavilhão com lajes flutuantes e revestimento em madeira, trazendo pilares inspirados nos traços do reconhecido arquiteto. Um rasgo no teto do pavilhão, que abriga as áreas sociais, remete às formas orgânicas do Ibirapuera.

A união de materiais como massa branca, concreto, metal e madeira forma o ar contemporâneo do Oscar Ibirapuera. Todos os detalhes, materiais e acabamentos foram escolhidos minuciosamente. O projeto foi pensado como uma obra de arte, que respeita e conversa com o Ibirapuera, tal qual uma extensão do parque.

Os materiais e o design foram criados para remeter a um ambiente praiano, com piso que remete à areia e muita vegetação em seu contorno, explorando ao máximo o conceito de biofilia, a fim de ampliar a sensação de relaxamento e tranquilidade.

Por todo Oscar, há uma explosão de tons naturais e vegetação, com um projeto luminotécnico que pensa o ritmo do dia e da noite. A iluminação, a água e o verde se somam à arquitetura modernista.

“Ao adentrar pelo hall, moradores e visitantes são surpreendidos ao passar por uma marquise com fachadas e áreas livres que permitem que a luz natural resplandeça o ambiente, sendo filtrada pela vegetação presente em ambos os lados e por lagos que envolvem quem passa, ao mesmo tempo que transmite uma sensação de acolhimento”, pontua Benedito Abud, responsável pelo paisagismo do empreendimento da Trisul.

formas orgânicas design biofílico

Já no ambiente interno, em uma das áreas de uso coletivo, mais especificamente na área molhada, há uma piscina coberta e outras descobertas (adulto e infantil), e o desenho escolhido permite que a luz, que vem de cima incida a partir de uma bela fenda na laje, que tem uma forma bastante modernista remetendo às utilizadas por Oscar, gerando um ambiente surpreendente.

A estética de Oscar Ibirapuera é pautada por releituras de elementos reconhecidos como marcos do modernismo brasileiro, como telhados sustentados apenas por colunas, formas orgânicas e brises-soleil nas fachadas.

Fontes: Procel Info e Perkins&Will

Fotos Divulgação Perkins&Will © Leonardo Finotti

COP 27: Emissões de CO2 na construção civil atingem novo recorde

Já sabemos que o setor é um dos principais responsáveis pelos impactos no meio ambiente no mundo, mas um novo relatório lançado na COP27 indica que as emissões de CO2 na construção civil atingiram novo recorde. Em 2021 foi responsável por 37% das emissões de CO2 relacionadas a energia e processos.

Apesar do aumento de 16% nos investimentos em eficiência energética de edifícios, o crescimento das atividades superou os esforços, deixando o setor fora do caminho para descarbonização até 2050; em 2021.

Lançado na última rodada de negociações climáticas no Egito, na COP27, o Relatório de Status Global de Edificação e Construção de 2022 conclui que o setor foi responsável por mais de 34% da demanda de energia e cerca de 37% das emissões de CO2 relacionadas a energia e processos em 2021.

O aumento global da construção civil elevou as emissões de CO2 para uma alta histórica de 10 gigatoneladas. Assim, o setor está fora do caminho para cumprir as promessas de descarbonização até 2050, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.

Segundo o documento, apesar do aumento em 16% no investimento em eficiência energética, o consumo de energia e as emissões de CO2 do setor de construção civil se recuperaram da pandemia de Covid-19 para um recorde histórico.

Em 2021, as emissões de CO2 na construção civil foram 5% maiores do que em 2020 e 2% a mais do que o pico pré-pandemia em 2019.

A demanda por aquecimento, refrigeração, iluminação e equipamentos em edifícios aumentou cerca de 4% em relação a 2020 e 3% em relação a 2019, indicando que a lacuna entre o desempenho climático do setor e a necessidade de descarbonização até 2050 está aumentando, de acordo com o Pnuma, em 2021,

A diretora executiva da agência, Inger Andersen, disse que anos de alertas sobre os impactos das mudanças climáticas se tornaram uma realidade. Para ela, “se não cortarmos rapidamente as emissões, conforme o Acordo de Paris, teremos problemas ainda maiores.”

Emissões de CO2 na construção civil atingem novo recorde
Unsplash/chuttersnap Sugestões para cidades sustentáveis incluem plantar mais árvores nas ruas e prever superfícies frias e reflexivas

Crescimento na África

O Pnuma observou que o uso dos recursos brutos na África deve dobrar até 2060. Estima-se que 70% do parque imobiliário africano previsto para 2040 ainda não foi construído.

Essa estimativa está de acordo com o crescimento da população da África, que deve chegar a 2,4 bilhões até 2050, 80% vivendo em cidades. Esta é uma razão pela qual o continente poderia usar suas fontes de energia renovável para alimentar seus edifícios de forma sustentável.

Materiais de construção já representam cerca de 9% das emissões de CO2 derivadas da energia no continente. Aço, concreto e cimento são os principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa, de acordo com a agência.

Saiba o que é e como escolher um material sustentável

Atividade europeia

Na Europa, o setor de construção representa 40% das necessidades totais de energia no continente. Cerca de 80% vêm de combustíveis fósseis.

Para reduzir as emissões gerais, a agência da ONU explicou que o setor de construção pode ajudar melhorando o desempenho energético dos edifícios, diminuindo a pegada de carbono dos materiais de construção, e multiplicando os compromissos políticos, além de incentivos ao investimento em eficiência energética.

As principais tendências globais identificadas pelo Pnuma indicaram que o aumento do espaço construído entre 2015 e 2021 foi equivalente à área total coberta por edifícios na Alemanha, França, Itália e Holanda.

Descarbonizar o setor da construção até 2050 é fundamental diminuir essas emissões – e para enfrentar a crise planetária mais ampla, a mudança climática, natureza, perda de biodiversidade, poluição e desperdício.

Fonte: ONU – Foto capa: Shutterstock