Tendências da arquitetura sustentável para 2024

28/12/2023 por Redação SustentArqui

Conheça as tendências da arquitetura sustentável para os próximos anos que devem traçar o futuro da sustentabilidade na construção.

10 Tendências da arquitetura sustentável:

1- Descarbonização da construção civil

Sem dúvida a descarbonização é uma das grandes tendências da arquitetura sustentável. Descarbonizar significa diminuir a emissão de CO2 de uma atividade até a sua eliminação completa.

Na construção engloba a redução tanto do carbono incorporado (emitido por de cada material e mobiliário ao longo do ciclo de vida de um edifício) como do carbono operacional (referente ao carbono emitido durante a fase de utilização). Nesse sentido o conceito de edifícios de zero energia (NZEBs, sigla em inglês para Net-Zero Energy Buildings) e de zero carbono ganham cada vez mais força.

Considerando que a construção civil é um dos principais responsáveis pelos impactos no meio ambiente e responsável por 30 a 40% das emissões de CO2 no mundo, a descarbonização do setor é essencial para o alcance da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Sendo assim, escutaremos muito este termo nos próximos anos.

2- Uso de biomateriais

Para a redução do carbono incorporado às construções é fundamental pensar em materiais de origens biológicas, como terra, madeira, pedra, palha, bambu, cortiça, cânhamo, algas, entre outros.

Segundo um relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente devemos reduzir a proporção de concreto na construção global à metade entre 2020 e 2060. Além disso, os dois terços do concreto restante deveriam ser “circulares”, ou seja, provenientes da reciclagem, reutilização, ou compostos por cimentos de baixo carbono.

Até meados do século XX, os materiais tinham origem, principalmente, nas fontes renováveis e biológicas. Trata-se de iniciar uma espécie de revolução de volta ao passado no uso de biomateriais aliado à novas tecnologias.

3- Biofilia e biomimética

Voltar a olhar para a natureza também é uma tendência que permanecerá. O Design biofílico propõe esse resgate da natureza para o desenho de forma consciente, incluindo sistemas e processos naturais em edifícios e paisagens construídas. Dessa forma, inconscientemente conectamos o espaço construído com o mundo natural. Nesse conceito também entra a a biomimética, que é a imitação dos processos da natureza e sua aplicação ao design.

Veja aqui alguns exemplos de design biofílico

4- Inteligência Artificial é uma das principais tendências da arquitetura sustentável

Desde o aparecimento e incrível ascenção do ChatGPT , é impossível terminar 2023 sem citar o crescimento explosivo da inteligência artificial. Dessa forma, é inegável que a IA possa desempenhar um papel significativo na promoção da sustentabilidade das construções de várias maneiras. Desde otimizar o planejamento e gerenciamento de projetos, prever falhas, aprimorar a eficiência energética, realizar simulações avançadas do desempenho energético, até melhorar o gerenciamento de obras, entre outras coisas.

O Google, por exemplo lançou dentro do novo conjunto de APIs ambientais do Google Maps, O API Solar, onde é possível mapear o local ideal para a instalação de painéis solares utilizando Inteligência Artificial. E sem dúvida veremos muita novidade nesse sentido para o setor da construção em 2024.

5- Construção industrializada e Pré Fabricada

A construção industrializada e pré-fabricada não apenas acelera os prazos de entrega, mas também pode proporcionar uma alternativa mais sustentável, graças à redução significativa no desperdício de materiais e na emissão de poluentes na obra.

Nesse sentido vale destacar o crescimento do uso de madeira engenheirada (CLT) pelo mundo, o sistema construtivo pré fabricado, tem a vantagem de usar um material biológico, aliado à tecnologia e a industrialização.

Outro sistema industrializado que veremos crescer será a impressão 3D , apesar de o material não ser pré fabricado, e sim construído no local, todo o planejamento e a tecnologia avançada garantem uma construção rápida e sem desperdícios. A tendência é aliar esta inovação à biomateriais, como a terra, por exemplo.

Veja o exemplo de uma casa de terra impressa em 3D que alia tecnologia à bioconstrução

Além disso, a construção off site de casas ou edifícios inteiros fabricados fora e montados rapidamente no canteiro de obras serão cada vez mais frequentes.

6- Reutilizar e reformar (incentivo ao design circular)

A reutilização de materiais e a reforma de edifícios existentes emergem como pilares fundamentais na transição para uma construção mais sustentável e de baixo carbono.

Ao reutilizar materiais, a construção obtém benefícios significativos de uma abordagem mais circular, o que, por sua vez, resulta na minimização da necessidade de extrair novos recursos e na redução de resíduos.

Por outro lado, a reforma de edifícios existentes desempenha um papel crucial na descarbonização do setor. Optar por renovar estruturas já existentes, em vez de demolir e reconstruir, pode ser uma alternativa mais eficiente em termos de economia de energia e recursos. Além disso, a preservação do patrimônio arquitetônico e cultural é incentivada, contribuindo para a sustentabilidade cultural e histórica das comunidades.

7- Saúde e bem-estar das pessoas em foco

O foco não estará só na eficiência energética e redução de emissões, mas também na preocupação com a saúde e o bem-estar dos usuários e trabalhadores. Essa é uma tendência que está crescendo cada vez mais ao longo dos anos e ganhou destaque após a pandemia.

Uma prova disso é a ascensão e o surgimentos de novas certificações nesse sentido, como a WELL e a Fitwel, ambas criadas nos EUA e embasadas em pesquisas no campo da neuroarquitetura. O Brasil também aponta para essa tendência de construção saudável com um selo nacional com conceitos semelhantes, chamado Healthy Building Certificate.

8- O verde seguirá em alta!

Desde a conclusão do famoso Bosque Vertical em Milão há 10 anos, vemos crescer a tendência de integrar vegetação na arquitetura. Jardins verticais, florestas urbanas e telhados verdes estão cada vez mais presentes nas construções. Os benefícios são inúmeros, incluindo a melhor absorção de água da chuva, isolamento térmico, redução do efeito de ilha de calor, aumento da biodiversidade urbana e melhoria da qualidade do ar.

Além disso, atende à necessidade psicológica do ser humano de conexão com a natureza, que dificilmente encontramos nas grandes cidades.

9- Edifícios resilientes

Edifícios resilientes são definidos como estruturas projetadas, construídas e operadas para enfrentar condições climáticas futuras. Recentemente diversos países aderiram à parceria Buildings Breakthrough na COP 28, comprometendo-se com a visão de que edifícios resilientes serão o “novo normal” até 2030.

Além do óbvio de salvar vidas, investir em infraestrutura mais resiliente pode economizar US$ 4,2 trilhões, considerando os danos causados pelas mudanças climáticas, de acordo com o Banco Mundial.

Leia o Guia para construções resilientes ao clima do PNUMA

10 – Novas fonte de geração de energias renováveis in loco

A tendência consiste em conceber edificações que não apenas instalem painéis solares, mas que sejam projetadas pensando na integração de forma harmoniosa de múltiplas modalidades de geração de energia no local.

Além dos populares painéis fotovoltaicos, o uso de persianas solares, telhas solares, turbinas eólicas, biomassa, sistemas de captação de energia cinética, entre outras novas inovações.

O que você acrescentaria nessa lista de tendências da arquitetura sustentável?

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Fontes:

– United Nations Environment Programme, & Yale Center for Ecosystems + Architecture (2023). Building Materials and the Climate: Constructing a New Future. https://wedocs.unep.org/20.500.11822/43293.

Breakthrough Agenda

Guia Prático para Edifícios e Comunidades Resilientes ao Clima

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