A FIMAI – ECOMONDO – Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade, que acontece nos dias 11, 12 e 13 de novembro de 2015, no Pavilhão Azul, do Expo Center Norte, em São Paulo, SP, representa uma mostra atualizada de opções na área ambiental e possibilita o contato com os mais importantes especialistas e empresários atuantes no Brasil.
Considerada como a mais importante feira do setor de Meio Ambiente Industrial na América Latina, a FIMAI apresenta-se como excelente opção para mostrar o que há de melhor e mais avançado em nível mundial, sendo um grande atrativo para investidores e empresários nacionais e internacionais que desejam estreitar contatos com empresas do setor, fazer negócios e expandir sua rede de relacionamentos comerciais. Novas tendências, inovações tecnológicas, práticas ambientais bem sucedidas e proatividade no setor socioambiental é a marca registrada dos expositores da feira, transformando o evento em um centro gerador de experiências e de negócios importantes.
A cada ano, desde sua 1ª edição em 1999, a Fimai e seus eventos paralelos reafirmam a proposta de perpetuar a “sustentabilidade” no setor industrial.
O excelente nível dos expositores e visitantes reforça o crescimento exponencial do mercado ambiental brasileiro. Demonstra também a importância dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos em busca da sustentabilidade nacional e seu reflexo no cenário mundial.
Para consolidar o histórico de 17 anos no mercado ambiental brasileiro, a FIMAI – Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade, considerada a maior e mais importante de feira de meio ambiente industrial da América Latina, firmou uma fusão com a Rimini Fiera, na Itália, que realiza, dentre inúmeras feiras, a ECOMONDO – Feira Internacional de Materiais e Desenvolvimento Sustentável, a maior feira de meio ambiente da Itália e uma das mais importantes da Europa, que como a FIMAI aqui no Brasil, congrega setores de Água, Resíduos, Energias Renováveis, Emissões, Laboratórios, Equipamentos, Recuperação de Áreas Contaminadas, Tecnologias, entre outros.
Com isso, a FIMAI-ECOMONDO Brasil amplia sua oferta no mercado internacional com a mostra das inovações, tendências, equipamentos, políticas de incentivo, economia verde e tecnologias que contribuem para o desenvolvimento da sustentabilidade nas mais diversas esferas do mercado global.
Produtos e Serviços:
Produção mais Limpa e Ecoeficiência
Água e Esgoto;
Análise de Riscos;
Consultoria e Prestação de Serviços Ambientais;
Educação Ambiental;
Emissões Atmosféricas;
Equipamentos e Tecnologias;
Fundos de Investimentos;
Gerenciamento de Resíduos;
Laboratórios Ambientais;
Mercado de Créditos de Carbono;
Reciclagem;
Remediação de Solo;
Responsabilidade Social;
Segurança e Saúde Ocupacional;
Sistemas de Gestão Integrados;
Sustentabilidade;
Transporte de Produtos Perigosos;
Tratamento de Efluentes
Atendimento Emergencial
Direito Ambiental
Além disso, a Fimai conta com uma gama variada de empresas de consultoria e prestação de serviços nas áreas de: aterros, incineradores, co-processamento, tratamento físico-químicos e biológicos, inventários de emissões, reciclagem de resíduos.
Outros setores presentes na FIMAI:
Representantes do setor de Equipamentos: sistemas automatizados para controle de odores, tratamento de efluentes industriais, saneamento; bioremediação; tratamento de óleos e derivados de petróleo; detectores de gases; monitores portáteis; sistemas autônomos; prensas enfardadeiras e hidráulicas; proteção respiratória; contenção de vazamentos; combate a incêndio; câmaras térmicas; bombas dosadoras; controladores de pH, entre outros produtos.
Laboratórios Ambientais: diagnósticos e análises ambientais físico-químicas e bacteriológicas, medições e tecnologias para tratamento de ar e emissões atmosféricas, análises de solo, água, vegetação, resíduos, toxicologia, instrumentação analítica, entre outros.
Em paralelo acontece o SIMAI – Seminário Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade. Realizado desde 1999 em São Paulo, SP, é considerado um dos seminários mais tradicionais no setor socioambiental. Especialistas renomados em nível nacional e internacional proferem palestras sobre temas que interessam para toda a cadeia empresarial e que busca atuar em prol da qualidade ambiental.
A casa do futuro brasileira foi apresentada semana passada pela Enel na Expo Milão 2015. O projeto colaborativo faz parte do projeto NO.V.A. (Nós Vivemos o Amanhã), uma iniciativa liderada pela Ampla com o apoio da PUC-RJ e da FGV.
A casa foi concebida via crowdsourcing, a partir de uma plataforma online, onde pessoas de todo o mundo enviaram ideias e sugestões sobre quais seriam as prioridades para a moradia do futuro.
Desde novembro, a plataforma recebeu cerca de 200 mil acessos de 106 países, 23 mil visitantes e quatro mil ideias cadastradas, que foram avaliadas por um comitê técnico que selecionou as melhores ideias para incorporar ao projeto.
O escritório Studio Arthur Casas, responsável por diversos projetos em todo o mundo, incluindo o Pavilhão do Brasil na Expo Milão 2015, foi escolhido para desenvolver o projeto arquitetônico da casa, que será construída em um terreno de 1000 m² em Niterói, no Rio de Janeiro, e deve ficar pronta antes dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016.
Antigas técnicas passivas de arquitetura, como ventilação cruzada e energia geotérmica irão se unir a tecnologias inovadoras, como sensores e equipamentos de controle remoto, para compor a casa do futuro, que terá 375 m² .
Soluções sustentáveis serão o grande destaque do projeto. A casa do futuro brasileira será autossuficiente em energia graças a painéis solares que produzirão cerca de 105% da sua demanda. A água da chuva será recolhida e filtrada, todos os efluentes, incluindo esgoto, serão tratados e reutilizados, e o lixo orgânico será transformado em gás metano.
A estrutura será feita por módulos pré-fabricados, que reduzem o tempo de construção e o uso de água e de materiais convencionais. A cobertura plana de madeira laminada, com certificação FSC, foi desenhada num formato que fosse possível preservar as árvores preexistentes do terreno.
Além disso, a construção deve reduzir 85% o volume de resíduos e 80% a emissão de carbono em comparação com uma casa convencional e também contará com uma horta orgânica para produção de alimentos.
A casa do NO.V.A será a primeira construção na América do Sul a buscar à certificação Living Building Challenge (LBC), rigoroso selo internacional que certifica edificações sustentáveis.
As tecnologias inovadoras refletem o pioneirismo do projeto. Entre elas estão; equipamentos inteligentes que medirão o consumo de água, energia e gás em tempo real ; janelas feitas com vidraças inteligentes que dispensarão limpeza e irão alterar transparência em função da luminosidade externa e um piso cinético, na quadra de esportes que produzirá energia para iluminar o campo.
Depois de concluída, a casa funcionará como uma espécie de laboratório, onde uma família, que será escolhida por um concurso, testará diariamente as suas soluções inovadoras e será monitorada constantemente para saber como se adaptará as novidades.
O projeto foi apresentado com grande sucesso por Ernesto Ciorra, diretor de Inovação e Sustentabilidade da Enel, Marcelo Llévenes, responsável da empresa no Brasil e pelo arquiteto Arthur Casas, na Expo Milão, que este ano teve como tema central o futuro da alimentação do planeta.
O livro Cidades para Pessoas do arquiteto e urbanista dinamarquês, Jan Gehl, analisa algumas cidades do mundo que se desenvolveram com sucesso nas últimas décadas e estabelece os desafios para o futuro.
Gehl aborda, de forma aprofundada e objetiva, questões que são fundamentais à qualidade de vida na cidade e que se refletem na escala dos espaços, nas soluções de mobilidade, nas dinâmicas que favorecem a vitalidade, sustentabilidade e segurança das áreas urbanas, na valorização dos espaços públicos, nas possibilidades de expressão individual e coletiva, na beleza daquilo que pode ser apreendido ao nível do observador.
Jan Gehl é dinamarquês, arquiteto e urbanista , professor universitário aposentado e consultor. Sua carreira foi construída com base no princípio de melhorar a qualidade de vida nas cidades através da reorientação do planejamento urbano em favor de pedestres e ciclistas.
A primeira edição do livro em português (Editora Perspectiva) tem prólogo do ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner e do influente arquiteto britânico Richard Rogers. A edição brasileira traz ainda anexo sobre o recente projeto de cidade universitária em SC, com consultoria do escritório de Gehl.
“Gehl aborda, de forma aprofundada e objetiva, questões que são fundamentais à qualidade de vida na cidade e que se refletem na escala dos espaços, nas soluções de mobilidade, nas dinâmicas que favorecem a vitalidade, sustentabilidade e segurança das áreas urbanas, na valorização dos espaços públicos, nas possibilidades de expressão individual e coletiva, na beleza daquilo que pode ser apreendido ao nível do observador.” Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Estado do Paraná.
SUMÁRIO Livro: Cidades para Pessoas
XI Prólogo e Prefácio XI Prólogo, de Richard Rogers XII Prólogo a Edição Brasileira, de Jaime Lerner XIV Prefácio do Autor
1 1. A Dimensão Humana 3 1.1 A Dimensão Humana 19 1.2 Primeiro Nós Moldamos as Cidades – Então, Elas Nos Moldam 19 1.3 A Cidade Como Lugar de Encontro
31 2. Os Sentidos e a Escala 33 2.1 Os Sentidos e a Escala 47 2.2 Os Sentidos e a Comunicação 55 2.3 A Escala Fragmentada
61 3. A Cidade Viva, Segura, Sustentável e Saudável 63 3.1 A Cidade Viva 91 3.2 A Cidade Segura 105 3.3 A Cidade Sustentável 111 3.4 A Cidade Saudável
117 4. A Cidade ao Nível dos Olhos 118 4.1 A Luta Pela Qualidade se Dá na Pequena Escala 119 4.2 Boas Cidades Para Caminhar 134 4.3 Boas Cidades Para Permanecer 148 4.4 Boas Cidades Para Encontrar Pessoas 158 4.5 Autoexpressão, Jogos e Exercícios Físicos 162 4.6 Bons Lugares, Ótima Escala 168 4.7 Clima Bom ao Nível dos Olhos, Por Favor 176 4.8 Belas Cidades, Boas Experiências 182 4.9 Boas Cidades Para Pedalar
Quem disse que habitação popular precisa ser sem graça? O Y: Cube, em Londres, é um exemplo inovador de projeto habitacional para sem tetos, com design e baixo custo.
O aumento dos preços das casas e as alterações ao sistema de créditos de habitação do Reino Unido resultou em aluguéis muito caros para os moradores de Londres, levando a um número crescente de pessoas que vivem nas ruas ou em albergues compartilhados. A YMCA London South West e o escritório de arquitetura Rogers Stirk Harbour + Partners juntaram forças para fornecer uma solução potencial para a crise da habitação.
Apelidado de Y: Cube, o projeto oferece aos moradores independência e privacidade diferente do que é oferecido em um albergue compartilhado.
A primeira unidade acaba de ser concluída e recebe os seus primeiros inquilinos em Mitchum. São 36 apartamentos para ocupação individual, com 26m2 cada.
Cada unidade pré-fabricada é construída com alta qualidade, materiais eco-eficientes (principalmente madeira renovável) e excelente isolamento termo-acústico. Características que fizeram a construção superar o nível 4 no código local para casas sustentáveis (BREEAM).
Os módulos são fabricados em uma fábrica em Derbyshire e depois transportados e empilhados, um-a-um no local como uma série de blocos de construção.
O processo acessível e rápido, levou apenas cinco meses para ser concluído. A configuração “plug-and-play” torna mais fácil para os construtores para adicionar novas unidades, substituir unidades danificadas, ou desmontar o conjunto habitacional e reconstruí-lo em um novo local.
As unidades têm uma vida útil de cerca de 60 anos, durante os quais podem ser movidas e re-instaladas até cinco vezes.
No papel, os benefícios são claros e indiscutíveis. Cada apartamento é construído sob condições controladas, aumentando a precisão e controle de qualidade, minimizando o desperdício, e chegam ao local as instalações prontas para serem conectadas à rede.
Este processo demora cerca de metade do tempo de construção convencional e é aproximadamente 30% mais barato que as construções tradicionais.
A forma dos edifícios em U com um pátio central e varandas espaçosas, ajudam a promover um senso de comunidade.
O apartamento tem pé-direito alto e muita iluminação natural, possui quarto, banheiro e copa, sendo que cada unidade tem a sua própria porta da frente, dando aos moradores uma sensação de ter seu próprio espaço, muitas vezes pela primeira vez.
E os novos moradores estão ainda mais satisfeitos por viverem em um edifício com design e colorido, projetado por um estúdio de arquitetos renomado.
O aluguel das unidades é fixado em 65% da taxa de mercado e, além disso, as contas de energia são bem baixas, graças ao excelente isolamento térmico, o que torna ainda mais acessível.
A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) aprovou, nesta quarta-feira (9), o projeto de lei (PLS 324/2015) do senador Donizeti Nogueira (PT-TO) que obriga novas construções públicas e privadas a contar com projetos prevendo a instalação de sistema de captação de água da chuva.
Já prevendo o agravamento da crise hídrica nas próximas décadas, o autor informa que o objetivo é reduzir o desperdício de água limpa mediante substituição por água de qualidade inferior em atividades de limpeza que não exijam consumo direto.
— A maior parte dos usos da água não exige sua potabilidade, que é o grau de qualidade fornecido pelas distribuidoras às edificações urbanas. Assim sendo, o reúso das águas pluviais deve ser estimulado, como forma de redução da água captada dos cursos d’água e do esgoto a ser tratado — argumentou.
O relator, senador Gladson Cameli (PP-AC), concordou com a importância do projeto, defendendo que o aproveitamento da água das chuvas é uma alternativa viável e eficiente para economia desse recurso natural., mas fez alterações no texto. Sob alegação de que o sistema proposto pode não ser economicamente viável em pequenos imóveis, devido aos custos de instalação e manutenção, ele apresentou emenda para que seja adotado somente em condomínios residenciais, edificações comerciais e residências com mais de 300 metros quadrados de área construída, em se tratando de propriedades privadas.
O texto segue agora para a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
O escritório americano Sharon Davis Design projetou um alojamento em Ruanda para abrigar médicos e enfermeiros que dão apoio ao hospital da região, com materiais locais e naturais, como o eucalipto e tijolos artesanais, além de muita iluminação natural.
O alojamento está localizado próximo ao hospital Rwinkwayu, inaugurado em 2005, como parte do esforço de reconstrução do pós-guerra do governo de Ruanda, com o objetivo de fortalecer o sistema público de saúde em dois distritos carentes na província oriental, trazendo assistência médica a uma região que antes não tinha um hospital funcional, servindo também como centro de educação médica para a África Oriental.
O projeto se adequou tanto ao clima quente e seco, quanto ao orçamento apertado, exigido pelo cliente, o Ministério da Saúde de Ruanda.
Todos os materiais da construção foram adquiridos no país, a maioria em áreas vizinhas; as pedras foram extraídas no local para todas as fundações e passarelas, os tijolos ecológicos foram feitos a mão por uma cooperativa de mulheres da região, e o telhado feitos com telhas de barro, que é ventilado para melhor desempenho térmico e acústico.
Com o objetivo de ajudar a apoiar a economia local, cerca de 90% da mão de obra foi executada por moradores da aldeia rural de Rwinkwavu, e as mulheres representaram pelo o menos um terço da equipe durante toda a construção.
Sharon Davis, descreve o projeto como “mais do que um dormitório para médicos e enfermeiros, esse projeto significa não só que os funcionários irão viver mais do hospital – economizando tempo e dinheiro – mas também uma habitação de qualidade, perto do hospital que vai aumentar a moral, melhorar as ligações entre a equipe e comunidade e, esperamos, criar uma aldeia dentro desta aldeia “.
O brise vertical de eucalipto envolve toda a construção, proporcionando uma sensação de proximidade e privacidade para os usuários, além de criar uma conexão com as formas mais tradicionais da construção local.
A instalação é dividida em dois volumes térreos, com oito quartos cada um, dispostos em torno de um espaço comum que promove a comunidade entre os vários profissionais de saúde.
Cada quarto tem uma varanda privada com vistas para o vale, que serve também como proteção contra o calor e a chuva.
O resultado é uma construção adequada ao clima com um excelente uso de materiais locais e naturais.
A arquiteta Viviane Cunha, pioneira na implantação da certificação inglesa na América Latina, explica as vantagens da certificação BREEAM e alguns dos fundamentos da construção civil verde que podem beneficiar não somente grandes edifícios corporativos, mas também construções de interesse social.
A certificação Breeam (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) foi criada na Inglaterra em 1992, como o primeiro método de avaliação de edifícios sustentáveis do mundo e já certificou mais de 430 mil construções.
Entre suas vantagens está a fácil adaptação para diversas zonas climáticas e o acúmulo de pontos por meio de certificações locais, como a brasileira Procel de eficiência energética. No Reino Unido também há benefícios fiscais para quem adotar a certificação.
Outro fator interessante para programas de habitação é o custo progressivamente menor do selo.
“O Breeam é interessante para habitações sociais porque torna-se mais barato na medida em que o conjunto de construções aumenta – explica a arquiteta. Para obter uma certificação Breeam, o mínimo de taxas a se pagar equivale a £ 1.100, o que dá um pouco menos de R$ 5 mil. Mas, se você tem até 100 edificações, o custo da certificação é £ 20 por casa, o que dá menos de R$ 100 por unidade. Para até mil casas, o custo cai para £ 8 por unidade. A ideia do Breeam é justamente estimular a construção de lotes maiores”.
Atualmente são 430 mil construções Breeam no mundo, com critérios diferentes para diferentes zonas climáticas, além de ser adaptável a certificações locais, como o selo Procel de eficiência energética, por exemplo.
A certificação já faz parte da legislação inglesa, e um maior número de pontos propiciam vantagens para o proprietário do imóvel.
“Acredito que isso deve se tornar uma prática global, porque não há futuro sem a construção sustentável. É importante aplicar essas técnicas, mesmo sem o interesse de certificá-las oficialmente”.
Viviane também chama atenção para a necessidade de trazer os clientes para as práticas sustentáveis, reforçando os benefícios do payback, ou seja, o retorno do valor de compra ao longo do tempo, devido à economia de recursos como água e energia elétrica.
“Todo dia ouço que opções sustentáveis são mais caras, mas muitas vezes não são mais caras, mas agregam tecnologia e inovação e envolvem economia que só aparece numa conta que inclui os gastos com uso e manutenção. É como aconteceu com as lâmpadas de led. Elas são bem mais caras, mas então começamos a entender que elas oferecem economia na conta e em sua vida útil. Ainda temos a redução de preço pela oferta da demanda. No caso das leds, as pessoas passaram a comprar e o preço baixou. Outras vezes, reclamam do custo do produto sustentável e acabam optando por algo mais caro, porém mais a seu gosto. É preciso sensibilizar o cliente mostrando os ganhos e também os produtos realmente com características sustentáveis corretos porque, por outro lado, por exemplo, uma telha ‘sustentável’ com componentes reciclados que dura seis meses, não é realmente sustentável. Por isso, também é importante saber com quem a consultoria está sendo feita. Como esse é um assunto popular, agora, surgem muitos consultores que não sabem realmente o que estão fazendo”.
O mercado de construção sustentável vem crescendo e se desenvolvendo com muita rapidez no Brasil e no mundo. Cada vez mais empresas estão trilhando o rumo da ecoeficiência, uma vez que o ramo da construção civil é um dos mais importantes para a consolidação dos conceitos de sustentabilidade na sociedade.
Em sua 2ª edição, a Expo Arquitetura Sustentável é o evento mais democrático do setor da construção sustentável no Brasil, que reúne todos os modelos e normas de certificações do mercado, integrando toda a cadeia industrial com os arquitetos, construtores e incorporadores, apresentando inovações, tecnologias, conceitos e soluções de sustentabilidade para eficiência na construção de residências, escritórios e indústrias.
Todos os modelos e normas de certificações reconhecidas internacionalmente terão oportunidade de exposição: A3P; AQUA; BH Sustentável; BREEAM; FSC; HQE; LEED; Selo Casa Azul; Selo RGMAT; SKArating, entre outros.
Ao longo de três dias de evento, a organizadora da feira e congresso, Reed Exhibitions Alcantara Machado, tem planejado uma extensa grade de palestras com especialistas do Brasil e de fora. Ao todo serão mais de 70 painéis na conferencia que acontece paralelamente à feira.
No primeiro dia, 10 de novembro, entre os participantes já confirmados, Miriam Addor, presidente da AsBEA – Associação Brasileira de Escritório de Arquitetura abre a sessão do primeiro dia da Expo Arquitetura Sustentável e recebe para palestra magna Arab Hoballah, chefe de Sustentabilidade para Estilo de vida, Cidades e Indústrias do Unep (ONU / UNEP).
Às 9h40, Amyr Klink apresenta o painel Planejamento, Construção e Sustentabilidade, e ainda na parte da manhã, o colunista do New York Times Jim Robbins também se apresenta falando sobre “O papel das árvores em nosso mundo, seja criando chuva, evitando enchentes, provendo alimento ou limpando ar e água”.
No dia 11, três salas abordam simultaneamente três grandes assuntos: “AQUA– HQE: a cultura e a prática da construção sustentável”, curadoria da Fundação Vanzolini; “Eficiência energética e crise hídrica”, curadoria da Revista Greenbuilding e de Marcos Casado, diretor da Sustentech, e “Meio ambiente, recursos naturais e empreendimentos sustentáveis”, curadoria da Abrava – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento
Ainda no dia 11, empresas como a Leroy Merlin apresentam seus pontos de vista sobre sustentabilidade. Pedro Sarro, diretor de Projeto e Obras e líder do Comitê de Sustentabilidade da multinacional apresenta-se às 10h20 na sala 1, por exemplo, com o tema “Leroy Merlin do Brasil: O Desafio da Sustentabilidade no Varejo”. Na sala 2, às 9h40, Fabio Araújo, gerente de Projetos do Grupo Tenco explora o segmento de shopping centers com “Otimização Energética e Hídrica em Shoppings Centers”
O dia 12 de novembro divide-se em três salas organizadas pela Fundação Vanzolini (sala 1) e Revista Greenbuilding e Marcos Casado (salas 2 e 3). Entre os temas estão “1º. LEED for Homes no Brasil – Residência Campinas Alphaville” apresentado por Lourdes Printes, diretora da LCP Engenharia (sala 3, 9h40) e “Certificação BREEAM no Brasil”, apresentado por MARTIN TOWNSEND (UK) – Diretor de Sustentabilidade do BREEAM – BRE GROUP (sala 2, 12h20).
As inscrições para a conferência já estão abertas! Para inscrição e informações entre em contato por telefone ou email: 11 5042-7400/eas.inscricao@reedalcantara.com.br
Serviço: Expo Arquitetura Sustentável – Feira Internacional de Construção, Reforma, Paisagismo e Decoração
Data 10 a 12 de novembro de 2015
Local: Expo Center Norte – Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme
Horário: Exposição das 11h às 20h | Conferência das 9h às 17h
A cartilha- Melhorias Construtivas Sustentáveis – é fruto de uma parceria da Secretaria de meio Ambiente e Sustentabilidade de Recife com a ONG Habitat para Humanidade, que testou 10 medidas em moradias na cidade.
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, lançou, nesta quarta-feira (02), uma cartilha sobre melhorias sustentáveis direcionadas a casas populares. O ato aconteceu na sede da Associação dos Moradores do Alto José Bonifácio, na Rua Benevenuto Teles Neto, no Alto José Bonifácio.
Escolhida por meio de edital lançado pela prefeitura, o projeto piloto teve o objetivo de testar as medidas para potencializar o aproveitamento da água, ventilação, luz natural, além de amenizar a temperatura nas áreas internas e externas. As ações são voltadas para casas populares, cuja renda familiar pode chegar a R$ 1.600. Entre as soluções presentes no livreto, estão a captação de água da chuva, reuso de água, contenção e proteção de barreiras com vegetação, uso de lâmpadas fluorescentes, telhas translúcidas e arejadores.
“A cartilha nasce de um projeto bem sucedido e foi pensada para as comunidades mais simples. As medidas ainda buscam ser de fácil aplicação e capazes de se reverter em economia não só de recursos naturais, como financeiros para as famílias”, disse a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Cida Pedrosa. Segundo ela, as soluções ainda estão sendo aproveitadas para o projeto de certificação verde do município.
Para desenvolver e testar as técnicas, o projeto recebeu recursos na ordem de R$ 60 mil, provenientes do Fundo Municipal de Meio Ambiente. Ele foi um das seis iniciativas vencedoras do certame municipal para ações de origem da Sociedade Civil. Este ano, já foram anunciados os novos projetos a serem financiados. São eles: Educação Ambiental nas Ondas do Rádio; Educação Ambiental Gerando Cidadania; II Mostra Ambiental do Recife; Gênero, Meio Ambiente e Ancestralidade; e Águas das Chuvas: Educação e Adaptação às Mudanças Climáticas.
Habitat – A ONG Habitat para a Humanidade atua, há 21 anos, com projetos para a promoção de moradias adequadas e o apoio ao desenvolvimento comunitário no Brasil. A instituição realiza ações de melhorias habitacionais nas cidades de São Paulo, Salvador e Recife.
O maior telhado verde do mundo, será instalado em um espaço de 12 hectares e fará parte da renovação do Hills at Vallco, centro comercial localizado em Cupertino, na Califórnia, que deve receber a certificação LEED Platium.
O projeto ambicioso é dos Arquitetos Rafael Viñoly e Olin Landscape Architects, que pretendem transformar um antigo centro comercial em um espaço sustentável de uso misto para viver, trabalhar, comer, brincar, aprender, e divertir. A renovação do shopping pertencente à Sand Hill Property Company deve custar 3 milhões de dólares.
O empreendimento vai ocupar 15 quarteirões com 190.000 metros quadrados de comércio, 610.000 metros quadrados de espaço de escritório e 800 residências. Sendo que 680 casas serão vendidas a preços de mercado, 80 a preços mais populares e 40 serão destinados aos idosos.
Localizado no coração do Vale do Silício, bem perto da sede da Apple será, sem dúvida, um feito de engenharia sem precedentes.
O maior telhado verde do mundo irá ajudar o empreendimento a obter a certificação LEED Platinum, pelo uso de plantas nativas, tolerante à seca; pela redução da demanda de energia do edifício, propiciando ventilação natural e isolamento termo-acústico; além de melhorar a qualidade do ar e neutralizar o efeito de ilha de calor. Também será capturada a água da chuva para ser utilizada na irrigação do parque.
O parque comunitário elevado terá 6.100 metros de trilhas para caminhadas e corridas ao longo de colinas, pomares, vinhas, prados, hortas orgânicas, áreas de recreação infantil e um santuário para a fauna e flora nativas.
The Hills at Vallco é o resultado de um processo de engajamento longo da comunidade para atender as necessidades e preocupações dos moradores.
O empreendedor contribuirá com o financiamento para os distritos escolares locais. Se o projeto for aprovado pela Câmara Municipal, irá investir em mais de US $ 20 milhões para construir uma nova escola primária para 700 alunos.
No nível da rua, o novo bairro de uso misto, contará com ruas tranquilas e totalmente adaptadas ao uso de bicicletas, o estacionamento será “escondido” no subterrâneo.
O centro contará com várias opções de entretenimento, como cinemas, teatros, boliche e um clube. A praça principal poderá ser usada para feiras de produtores locais e cinema ao ar livre.
Recentemente o GBC Brasil organizou a maior feira especializada em construção sustentável da América Latina, a Expo Green Building Brasil 2015. Na ocasião foi apresentado, na Conferência internacional, um estudo sobre o tema “Saúde, Bem-estar e Produtividade nos Escritórios”.
Fizeram parte da apresentação: Eleonora Zioni da Asclépio Consultoria, José Modica da Petrobras S/A e Maíra Macedo GBC Brasil.
O estudo de caso que está sendo realizado no Brasil, é baseado no relatório inédito do WGBC, que garante que as vantagens das construções sustentáveis vão além dos benefícios econômicos e ao meio ambiente, comprovando que também afeta diretamente na melhoria do rendimento dos funcionários.
O relatório do WGBC revelou os seguintes fatores em relação a produtividade nos escritórios:
1. Qualidade do ar interno – Baixa concentração de CO2 e de poluentes e altas taxas de ventilação podem elevar a melhoria da produtividade nos escritórios de 8 a 11%.
2. Conforto térmico – Tem um impacto significativo sobre a satisfação no local de trabalho; a pesquisa revela que graus moderados de controle individual sobre a temperatura podem melhorar consideravelmente a produção dos funcionários.
3. Iluminação e vistas – Uma boa iluminação é fundamental para a satisfação do ocupante. Pode ser difícil separar os benefícios de luz dos benefícios das vistas de fora da janela. Vários estudos na última década têm estimado ganhos de produtividade como resultado da proximidade de janelas,, particularmente quando a vista oferece uma conexão com a natureza.
4.Biofilia – A sugestão de que temos uma ligação instintiva com a natureza, é um tema crescente na pesquisa. A compreensão científica do impacto positivo que espaços verdes trazem para a saúde mental, tem implicações para os envolvidos em projetos de escritórios, assim como para os planejadores urbanos.
5. Ruído e acústica – É praticamente impossível ser produtivo em um escritório barulhento. O ruído provoca uma distração indesejada e pode ser a principal causa de insatisfação entre os ocupantes.
6. Layout interno- A forma como o interior de um escritório é configurado, como densidade, circulações, espaço social e estação de trabalho, possui um impacto significativo sobre a concentração.
6. Percepção – A percepção é algo altamente subjetivo, pode ser experimentado de forma diferente por pessoas de diferentes idades, sexo e cultura. A investigação em torno desta categoria é vista como superficial por alguns, mas deve ser levado a sério pois possui um potencial impacto sobre o bem-estar, tanto para ocupante quanto para clientes visitantes. trabalham com cores, formas e texturas no ambiente de trabalho.
7. Projeto ativo – Um caminho garantido para a melhoria da saúde é o exercício. Isso pode ser incentivado por um projeto ativo no interior do edifício, com acesso a serviços e comodidades como academias, local para bicicletas e espaços verdes, alguns dos quais podem estar dentro das do prédio ou na sua vizinhança local. Uma pesquisa indicou que quem vai de bicicleta para o trabalho, apresenta um menor número de dias doentes.
8. Comodidades e localização – A disponibilidade de locais de amenidades e serviços são cada vez mais reconhecidos na pesquisa como sendo importante para os ocupantes. Creches próximas, por exemplo, pode ser a diferença entre trabalhar e não trabalhar em um determinado dia. Ainda são poucos os estudos sobre este tema, mas eles indicam que o impacto financeiro para os empregadores tem sido significativo.
Na mesma palestra foi apresentado o Well Building Standard, certificação internacional que analisa o bem-estar do ocupante do edifício, com uma abordagem holística para a saúde no ambiente.
Entrevistamos a Arquiteta Maíra Macedo, coordenadora de Relações Institucionais e Governamentais do GBC Brasil, para entender melhor o relatório do WGBC, o estudo que está sendo realizado no Brasil e a certificação apresentada :
A pesquisa que está sendo realizada por vocês nos edifícios brasileiros, está baseada no relatório feito pelo WGBC , houve alguma adaptação no estudo para se adequar a realidade nacional?
– Sim, no nosso estudo, incluímos a categoria transporte.Considerando, por exemplo, uma metrópole como São Paulo, o deslocamento realizado pelos trabalhadores da residência ao local de trabalho, pode afetar diretamente no seu bem-estar. Um ocupante que gasta duas horas de deslocamento, provavelmente terá diferente percepção do local de trabalho que o que mora próximo e vai a pé. Essa categoria pode ser mensurada, quando estes dois ocupantes estão em situação semelhante de conforto e apresentam diferentes graus de satisfação
Além disso o questionário que está sendo aplicado no nosso estudo foi todo desenvolvido pelos pesquisadores brasileiros, elaborado baseado no resultado do relatório do WGBC e nas normas ISO.
A importância da biofilia no rendimento dos trabalhadores, foi um dos enfoques apresentado no estudo. Tendo em vista que muitos edifícios comerciais brasileiros são em pequenas salas, viradas para empenas de construções vizinhas ou mesmo para janelas do edifício ao lado, como trabalhar com a biofilia nessa situação?
– A Biofilia está relacionada a respostas fisiológicas de como a experiências do contato com a natureza são processadas em diferentes partes do cérebro e outras partes do corpo humano, tais como: a frequência cardíaca, pressão arterial e hormônios do estresse . Pesquisas comprovam resultados diferenciados no cérebro que se relacionam com a experiência do ser humano em contato com a natureza real e artificial (o contato com a natureza real é melhor). Embora ainda haja muito a aprender, há evidências claras de que essas experiências com a natureza podem ajudar a redução do estresse, melhorar função e aumentar a criatividade cognitiva dos ocupantes de um edifício.
No caso de um edifício comercial não tenham a possibilidade de vistas externas para a natureza e se não houver natureza no entorno é possível implementar este contato dentro do próprio escritório, através de um jardim de inverno, ou mesmo com vasos com plantação de espécies reais.
Uma empresa multinacional que visitei recentemente estimula que os seus ocupantes passem ½ hora do seu dia em uma praça que está localizada nas proximidades da empresa. Este é um exemplo de uma possível solução caso não haja vistas) ou plantas dentro do escritório, o importante é que o contato com a natureza seja estimulado de alguma forma.
Para vocês pesquisadores, qual é a expectativa para os resultados?
– O trabalho que estamos desenvolvendo para o Brasil, com o apoio do IPT é um longo estudo e envolve algumas etapas. Realizamos a primeira etapa através de questionário para os ocupantes de Edificações Certificadas LEED CI, agora demos início à segunda etapa, na qual qualquer escritório do Brasil independente de ter obtido qualquer tipo de Certificação poderá participar.
Os participantes levam em torno de 15 minutos para responder o questionário, esta é a métrica perceptiva da Pesquisa. Com as respostas temos uma avaliação da satisfação dos ocupantes com relação ao seu ambiente de trabalho e a sua percepção dos seguintes fatores: Qualidade do ar e da ventilação, conforto térmico, iluminação, qualidade acústica, ocupação de espaços e ergonomia, áreas verdes e vistas, aspecto e percepções, localização e transporte e facilidades e conveniências.
Posteriormente em uma próxima etapa o IPT fará medições em alguns dos escritórios a serem selecionados, os resultados serão as métricas físicas deste estudo. Os interessados em participar deste trabalho podem entrar em contato com o GBC Brasil através do meu e-mail: mairamacedo@gbcbrasil.org.br
– Na sua palestra foi dada uma introdução sobre o WELL Building Standard, poderia falar um pouco mais sobre essa certificação?
O WELL Building Standard é uma Certificação Internacional que foi desenvolvida para trabalhar em conjunto com a Certificação LEED. Enquanto o LEED certifica o empreendimentos, o WELL está focado no bem-estar dos ocupantes destas edificações e avalia 7 conceitos: Ar, Água, Nutrição, Iluminação, Fitness, Conforto e Mente. A Certificação WELL também passa por avaliação por terceira parte pelo GBCI, que é o mesmo órgão que faz a avaliação de terceira parte do LEED.
Atualmente existem 7 projetos certificados e 84 projetos registrados no WELL (em processo de Certificação), sendo que em termos de registros há 50% nos EUA e 50% em países como Inglaterra, China, Índia e Austrália. Qualquer projeto que queira se registrar no Brasil já poderá fazê-lo através do WELL Online.
O programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida será alvo de inovação graças a uma parceria firmada entre os governos brasileiro e alemão.
Será construído, no Rio de Janeiro, o primeiro condomínio do programa com técnicas e intervenções adotadas na Alemanha no sentido de sustentabilidade. Técnicos dos dois países integrarão um Grupo de Trabalho para desenvolver as moradias.
“A parceria com a Alemanha permitirá adotarmos soluções de ventilação, iluminação e painéis solares, incorporando, assim, o conceito de sustentabilidade nessas construções”, explicou o ministro das Cidades, Gilberto Kassab.
Semana passada, o ministro reuniu-se com representantes do governo alemão para discutir projetos de cooperação na área de eficiência energética.
Além da possibilidade de concessão de financiamento para a instalação de painéis solares nas unidades do Minha Casa Minha Vida, foi discutida com o ministro do BMZ – Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Gerhard Müller, recursos para questão de resíduos sólidos urbanos.
O encontro com a ministra do Meio Ambiente, da Proteção da Natureza, Construção e Segurança Nuclear da Alemanha (BMUB), Barbara Hendricks, serviu, segundo Kassab, para revisar o projeto de biogás no Brasil, o Probiogás, além de tratar de novos acordos sobre eficiência energética na distribuição de água e em mobilidade urbana.
Na área de saneamento, os representantes dos dois países abordaram eficiência energética nos sistemas de abastecimento de água, em especial nas grandes cidades brasileiras.
“Iniciamos um entendimento com a ministra Barbara Hendricks para que a gestão do lodo fosse fruto de um novo convênio. A receptividade à proposta foi muito boa. Acredito que vamos iniciar esse trabalho conjunto em curto prazo”, disse o ministro das Cidades.
Imagina nunca mais precisar parar para abastecer o seu carro? Uma nova tecnologia em teste no Reino Unido pode fazer esse sonho possível. Trata-se de uma estrada especial que recarrega carros elétricos enquanto eles estão se movimentando.
Um dos problemas dos veículos elétricos é a falta de autonomia, suas baterias necessitam ser recarregadas em um intervalo curto de tempo, e a recarga não é tão rápida quanto abastecer um veículo movido a combustível. Para resolver este problema e incentivar o uso dos carros elétricos, que são menos poluentes, uma organização governamental do Reino Unido, a Highways England resolveu testar uma tecnologia pioneira de estradas especiais.
As estradas especiais possuem fios elétricos enterrados que geram campos eletromagnéticos os quais são capturados por uma bobina dentro do veículo e convertidos em eletricidade, os automóveis para se beneficiarem da energia gerada devem estar equipados com um sistema wireless.
A fase de testes do sistema deve durar 18 meses e logo, se for bem avaliado, será expandido para as vias públicas do país.
Tecnologia semelhante já está em funcionamento numa cidade sul-coreana, onde ônibus elétricos são recarregados enquanto trafegam numa rua de 12 km.
A ideia parece animadora, mas o investimento financeiro é alto, o que pode inviabilizar o projeto. Enquanto isso as baterias dos carros elétricos têm melhorado sua qualidade e autonomia cada vez mais rápido. Então o importante é que, independente da tecnologia, o incentivo à veículos menos poluentes continue acelerando.
Nos últimos anos houve uma enorme procura por certificações ambientais para edifícios corporativos, industriais, hospitalares, escolares, de varejo e até residenciais.
Hoje, um novo nicho que se forma no mercado é a busca por certificação em residências unifamiliares.
Esta casa localizada próxima ao parque Ibirapuera, um dos últimos pulmões de São Paulo, como bem disse a arquiteta Kika Camasmie em palestra realizada na conferência internacional de 2015 do GBC Brasil, está em processo de certificação.
O terreno foi rigorosamente estudado antes da aquisição para que ficasse em local próximo do trabalho dos proprietários e perto de três das principais avenidas da cidade.
Certificação em Residências
Os proprietários da casa, em conversa com a arquiteta, demonstraram interesse em certificar sua residência.
Mas por que certificar uma casa?
Feita dessa forma, a pergunta não parece tão óbvia, afinal, esse tipo de construção geralmente não tem fins comerciais.
Não seria mais fácil apenas incorporar estratégias sustentáveis na residência ao invés de certificá-la?
Certamente essa seria a questão que acompanharia a primeira e o proprietário da casa, Henrique Cury, as responde de forma bem simples.
“São Paulo é uma cidade difícil. Nós, paulistanos, compartilhamos um sentimento ambíguo pelo local que nascemos e vivemos. Uma cidade onde tudo é destruído para ser reconstruído sem nenhuma preocupação histórica, urbanística e, principalmente, sustentável. Construir uma casa na cidade onde crio meus filhos é uma questão complicada para quem está inserido no mercado sustentável como eu. De que adiantaria construir mais uma casa, conseguir os melhores preços possíveis e descartar tudo o que for destruído em lixões sem me preocupar com a origem dos materiais que colocarei ou das fontes de água e energia que utilizarei? Vivemos um período de despertar da consciência sustentável e, apesar de incipiente, são necessárias ações para que este movimento aumente. Ao decidir certificar a casa em que morarei com meus filhos, não só me beneficiarei a médio prazo dos sistemas de água de reuso, energia renovável e tratamento do ar de retorno, como ajudarei a não destruir mais a cidade ao descartar os resíduos de maneira correta e ser criterioso na escolha dos materiais. Mais importante que tudo isso, o maior legado desta construção certificada será o exemplo que dou aos meus filhos de 9 e 6 anos, que acompanham de perto todas as decisões referentes aos benefícios que nós e a cidade teremos ao adotar estas práticas sustentáveis.” Depoimento interessante, que demonstra um dos aspectos mais importantes da certificação no contexto atual: dar o exemplo.
Tendo esses valores em mente, proprietários e arquiteta decidiram pelacertificação GBC Casa. Lançada em agosto de 2014, atualmente a certificação já conta com 2 casas certificadas e outras 9 em processo de certificação que devem finalizar no primeiro semestre de 2015 (GBC Brasil, 2015).
Além disso, outras 11 casas estão no pipeline para iniciarem o processo. A residência desse artigo tem a pretensão de ser a primeira casa certificada pelo GBC Casa sem contar as que fizeram parte do projeto piloto.
O conceito arquitetônico se baseia em três elementos principais:
– Vegetação, para controlar o microclima, ajudar na permeabilidade do terreno e promover a biodiversidade;
– Pinus, por ser uma madeira não nativa e de ciclo de renovação rápida e;
– O branco, para refletir a radiação solar incidente e ajudar no conforto térmico da casa e redução dos efeitos de “ilhas de calor”.
Para compor o time e auxiliar tanto no processo da certificação quanto nas estratégias sustentáveis a serem adotadas, foi contratada a consultoria em sustentabilidade para a construção civil StraubJunqueira.
Dessa forma, reuniões com o proprietário, arquitetura, projetistas, construtora e consultoria ocorrem para integrar o projeto, definir objetivos e evitar retrabalho futuro.
Mas, cuidados já vem sendo tomados para reduzir o consumo de água, melhorar a eficiência energética, adquirir materiais ambientalmente preferíveis e garantir a saúde, conforto e bem-estar dos moradores ao controlar a umidade dos ambientes, controlar partículas contaminantes e utilizar exaustão em ambientes que não possuam ventilação natural.
Um ponto muito forte na certificação GBC Casa são os requisitos sociais, em que a informalidade no trabalho é combatida com um pré-requisito.
Outras boas práticas sociais também fazem parte da fase construtiva como educação para gestão de resíduos de construção e demolição, desenvolvimento pessoal dos empregados, inclusão de trabalhadores locais, ações para mitigação de riscos sociais e ações para geração de emprego e renda local.
A fase de obras está prevista para ter início em setembro/2015 e para quem ainda se pergunta se vale a pena participar do processo de certificação, a arquiteta Kika Camasmie responde.
“Eu acredito que seja um caminho sem volta. A arquitetura já pensa nessa sustentabilidade, mas o momento que credenciarmos e normatizarmos estas práticas, acabaremos educando toda a cadeia da construção civil.
Hoje existe toda essa dificuldade junto ao projetista, consultor e até para nós, de nos adaptar ao processo. Mas tenho certeza absoluta que eu não consigo mais pensar em uma arquitetura diferente, cada vez eu acredito mais na certificação. Porque, como disse o Henrique, ele queria fazer esta casa para os filhos dele. Hoje a gente pergunta ‘Por quê? Será?’ Sim, tem que ser. O mundo já vem pensando diferente e São Paulo está atrasado. Teve que esperar acabar a água pra começar a se movimentar. Se tivermos que buscar, conscientizar e normatizar um grupo todo, mais pra frente vamos olhar pra trás e falar: nossa valeu muito!”
Artigo enviado por Eduardo Straub da StraubJunqueira Colaboraram: Henrique Cury, Kika Camasmie, Luiza Junqueira
Referências Bibliográficas GBC BRASIL. Acesso em: 19 ago. 2015.
O tema do 8º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável – SBCS15 é “Repensar a construção em tempos de rápidas transformações”. O evento será realizado no dia 22 de setembro de 2015, no Auditório István Jancsó, Biblioteca Brasiliana, localizado na Cidade Universitária da cidade de São Paulo.
O SBCS15 tem como objetivo congregar diferentes agentes para a busca de direcionamentos e de entendimento do papel da construção no atual contexto de disponibilidade de recursos e oportunidades de negócios.
Criar um ambiente de integração da cadeia em torno da temática da sustentabilidade é, neste momento, fundamental para a evolução, pois permite a compreensão dos papéis individuais e promove a atuação em sintonia para agregar sustentabilidade ao setor e qualidade de vida para a população.
Programação do 8º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável:
Sessão 1 – O papel do ambiente construído no desenvolvimento de novos modelos energéticos
Sessão 2 – Indicadores para espaços urbanos
Sessão 3 – Gestão dos recursos hídricos nas cidades: desafios para os agentes públicos e privados
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugura hoje um grande estacionamento com painéis solares conectados à rede da Light, no campus da Ilha do Fundão, tornando a faculdade uma geradora de energia. O projeto faz parte das primeiras iniciativas que serão financiadas pelo Fundo Verde.
O Fundo Verde de Desenvolvimento e Energia para a Cidade Universitária da UFRJ tem como objetivo transformar o campus da Ilha do Fundão em um polo de projetos de desenvolvimento sustentáveis, instituído pelo Decreto 43.903/12, o fundo foi aprovado pelas secretarias de Ambiente, de Fazenda e de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços. Em experiência pioneira do país, o Governo do Estado abre mão de receber o ICMS da conta de luz da UFRJ e converte, anualmente, R$ 7 milhões de impostos para projetos ecológicos da universidade.
O uso da energia solar, além de trazer economia, também resulta em benefício para reduzir o aquecimento global. Com os painéis, aproximadamente 70 toneladas de dióxido de carbono (CO2) deixarão de ser emitidas por ano na atmosfera.
Batizado de “árvores solares“, o projeto é um estacionamento coberto por painéis solares no campus do Fundão com 414 painéis fotovoltaicos, instalados em uma área de pouco mais de 650 metros quadrados, capaz de abrigar 65 veículos. O investimento no projeto foi de R$ 1,6 milhão. A capacidade de geração elétrica da planta é de 140 mil kWh por ano , o que seria capaz de abastecer cerca de 70 residências mensalmente.
– Vamos deixar os carros na sombra e, ao mesmo tempo, gerar energia para diminuir o consumo tradicional. O fato da instalação ser na parte de baixo também vai dar visibilidade ao projeto – disse Edson Watanabe, vice-diretor da Coppe/UFRJ e conselheiro do Fundo Verde.
De acordo com o secretário de Ambiente, Carlos Minc, o recuso também será utilizado para investir em planos de mobilidade sustentável da UFRJ, que incluem o carro elétrico, o ônibus de hidrogênio e o Maglev – trem de levitação que fará percurso de um quilômetro entre a Engenharia e o Hospital Universitário.
– Todas as boas ideias precisam de sustentabilidade econômica para não ficarem só nas cabeças dos pesquisadores. A universidade terá R$ 7 milhões por ano para que ideias maravilhosas sejam executadas. Esse dinheiro vai realizar sonhos, que servirão de exemplos para os alunos. Serão projetos sustentáveis que depois retornarão para nós – disse Minc.
Quer saber quanto você pode economizar usando painéis solares na sua casa? Pergunta para o Google.
O projeto da empresa, chamado Project Sunroof, estreou hoje com a intenção de ajudar a diminuir o consumo de energia vinda de combustíveis fósseis, através do Google Maps, e mostrar as vantagens de instalar painéis solares nos telhados.
Casas e prédios foram mapeados para estimar quanta luz solar recebem em suas coberturas, tendo em conta parâmetros como o angulo do telhado, a meteorologia e inclusive os obstáculos como chaminés e árvores, para calcular quantos painéis seriam necessários e o quanto se poderia economizar na sua conta de luz, com uma boa precisão.
O projeto por enquanto só está disponível em pequenas áreas urbanas, como em Boston, São Francisco, e Fresno mas a ideia é estender para outros locais do país em breve. Os outros países terão que esperar um pouco mais para desfrutar da ferramenta, pois ainda não há previsão para a implantação do Project Sunroof fora dos Estados Unidos.
A ferramenta também bota os usuários em contato com os instaladores locais de sistemas fotovoltaicos, o que provavelmente será a maneira de viabilizar economicamente o projeto, pois estas empresas devem pagar ao Google para aparecerem na plataforma.
Depois de aprovar a obrigatoriedade de telhados verdes para novas construções, Recife vai adotar, a partir de 2016, um selo verde para certificar construções sustentáveis que adotarem medidas para consumir menos água, energia e aumentarem a cobertura vegetal, entre outras coisas.
O primeiro debate com a sociedade para discutir a proposta de regulamentação do selo, previsto na Lei Municipal de Enfrentamento às Mudanças Climáticas, será hoje (13), às 9h, durante a reunião do Comitê de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas (Comclima), no auditório do Museu da Cidade, Forte das Cinco Pontas, Centro.
“Essa é mais uma iniciativa para estimular a redução de gases que causam o efeito estufa”, esclarece o secretário-executivo de Sustentabilidade do Recife, Maurício Guerra.
Ele informa que 15% das emissões, no Recife, decorrem do uso de energia por edificações, inclusive residenciais. “Vamos apresentar nossa proposta e ouvir especialistas de várias instituições.”
A proposta da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS) é calcada em quatro pontos: eficiência energética, cobertura vegetal, reuso de água e suportes à mobilidade urbana (bicicletário, banheiros com chuveiros na área comum de prédios etc). Como referência, o Recife se espelhará no modelo de Belo Horizonte (MG), implantado em 2012 para empreendimentos públicos e privados. O gerente da Secretaria de Meio Ambiente de BH, Weber Coutinho, é um dos palestrantes na reunião do Comclima.
“Queremos conquistar a adesão voluntária das empresas. Até porque a maioria dos materiais para obras sustentáveis não está disponível para o construtor”, comenta Maurício Guerra. Mas o secretário admite que, posteriormente, a prefeitura pensa em tornar algumas dessas soluções obrigatórias. “Também vamos estimular a sustentabilidade em habitações populares.”
As construções sustentáveis, na avaliação do secretário, vão trazer muitos benefícios à cidade. “Além do custo menor pela redução no consumo de água e energia, as edificações podem adotar calçadas verdes, que aumentam a taxa de solo natural”, diz. Nas grandes cidades, a alta impermeabilização é um dos fatores que prejudicam a drenagem, provocando alagamentos. “Essa não é uma mudança que se consegue por decreto, mas pela educação. As pessoas querem morar em construções sustentáveis porque o custo é bem menor”, conclui o secretário.
Também participam do debate a representante da ONG Habitat para a Humanidade, Socorro Leite; o vice-presidente do Fórum de Construção Sustentável do Sinduscon-PE, José Antônio de Lucas Simon; o arquiteto Pablo Patriota, da Jirau Arquitetura; e Igor Albuquerque, gerente de Mudanças Climáticas do Iclei (Local Governments for Sustainability). Todos atuam na área de projetos habitacionais e não habitacionais com menor impacto ambiental.
A 6ª edição da Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional e Expo, feira de negócios da construção sustentável na América Latina, teve início ontem (11/8), em São Paulo. A cerimônia de abertura aconteceu no auditório do Transamérica Expo Center e reuniu autoridades, executivos e profissionais do setor.
A abertura oficial do evento foi feita pelo diretor geral do Green Building Council Brasil, Felipe Faria, que começou seu discurso agradecendo os patrocinadores, expositores, palestrantes, estudantes voluntários e parceiros. “Se no ano passado nós celebramos o reconhecimento internacional das nossas realizações, este ano devemos celebrar a colaboração”, disse o executivo.
Felipe Faria ressaltou também a importância de celebrar o ambiente colaborativo entre o GBC Brasil e outras ONGs e associações, evidenciado pelo suporte delas ao evento. “Somente com uma forte rede colaborativa nós vamos conseguir transformar a construção civil na solução para as principais demandas da nossa sociedade, o que nos permitirá alcançar grandes resultados no enfrentamento de desafios como a crise hídrica e energética”, disse.
Segundo Faria, com as 1.000 edificações certificadas LEED no País foi possível comprovar que, com poucos investimentos adicionais e ótimas taxas de retorno, é possível reduzir de 25% a 30% de energia e 40% de água.
A cerimônia também contou com a entrega de premiações a líderes de empresas que contribuíram nos últimos anos com a posição do Brasil no ranking de certificações por meio de projetos voltados à construção verde.
Palestra especial de abertura – Marina Silva
Com quase de 30 anos de vida política e mais de 50 prêmios nacionais e internacionais, entre eles o “2007 Champions of the Earth”, principal prêmio da ONU na área ambiental, Marina Silva foi a convidada de honra na abertura da 6ª Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional e Expo, que aconteceu na manhã desta terça-feira (11), no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Ministra do Meio Ambiente entre os anos de 2003 e 2008, Marina teve como tema de sua palestra os desafios da sustentabilidade. Ela falou sobre a atual situação do mundo, que passa por um momento delicado. “Estamos vivendo uma crise muito profunda, não só no Brasil. E não falo só de econômica, social e ambiental, mas também política e de valores”, disse.
A ex-senadora ressaltou que o Brasil precisa parar de viver baseado na teoria de ser “gigante pela própria natureza” e que o país tem que transformar as vantagens comparativas em vantagens competitivas. E destacou “a sustentabilidade não é uma maneira de fazer, mas sim de ser”. Segundo ela, é preciso ter um ideal e ter atitude clínica para superar qualquer tipo de crise.
No final de sua apresentação, Marina Silva foi homenageada por membros do GBC Brasil e participou do ‘corte da fita inaugural’ que simbolizou, oficialmente, o início da 6ª Greenbuilding Brasil.
Campinas comemorou o aniversário de 241 anos no último dia 14 de julho. Na ocasião, a prefeitura da cidade apresentou o que virá a ser um presente de aniversário inédito para um município brasileiro: os novos ônibus elétricos que passarão a fazer parte da frota de transporte coletivo. Os veículos funcionam a partir da energia fornecida por um conjunto de baterias feitas de íons de lítio; e oferecem múltiplos benefícios se comparados aos automóveis movidos à combustão. Afinal, são conhecidos os prejuízos da queima de combustíveis na qualidade do ar das cidades – que, infelizmente, é responsável por até 75% da poluição as áreas urbanas e é o setor cujas emissões mais crescem.
Em 2012, a poluição atmosférica foi associada a 3,7 milhões de mortes prematuras. Assim, a iniciativa pioneira de Campinas tende a ser um dos melhores presentes para a qualidade de vida da população local. O prefeito Jonas Donizzete explicou, durante o evento de aniversário, que a viabilidade do projeto se dá graças a um acordo político de redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) para empresas de base tecnológica. A montadora de veículos elétricos, a empresa chinesa Build Your Dream (BYD), aproveitou a oportunidade e instalou uma sede em Campinas, onde fará a incorporação dos ônibus elétricos à frota local de maneira progressiva. Por enquanto, as empresas de transporte coletivo da cidade estão firmando contratos com a montadora.
A incorporação dos novos veículos à frota de ônibus também depende da estruturação das estações de recarga das baterias, o que deve ser feito em cerca de 90 dias pela CPFL, grupo privado gerador e distribuidor de energia, que desenvolveu o Programa de Mobilidade Elétrica, o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento que estuda os impactos da utilização dos carros elétricos. A empresa, em conjunto com o governo e com a fábrica de automóveis, é uma das atuantes no sentido de transformar Campinas na Cidade da Mobilidade Elétrica e garante que o primeiro eletroposto deve ser instalado entre o final deste mês e o início de agosto, na rodovia Anhanguera.
Apesar de ser inexpressivo se comparado à frota de veículos movidos a combustível, que em 2013 recebeu 3,7 milhões de veículos novos segundo Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o número de veículos elétricos licenciados no Brasil vem crescendo. Foram 558 veículos até agosto deste ano (eram menos de 100 em 2012). Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), atualmente o país possui apenas 3 mil veículos elétricos em circulação, cerca de 0,04% da frota mundial. Desde 2014 circulam cerca de 7 milhões de veículos elétricos no mundo. O maior mercado está no Japão, onde 11% da frota é movida a eletricidade. Nos Estados Unidos, essa parcela é de 4%.
Além das vantagens ambientais, o estudo realizado pela CPFL Energia mostra que, para rodar com o carro considerado mais econômico, usando etanol, gasta-se aproximadamente R$ 0,19 por quilômetro dentro da cidade. Enquanto com um veículo movido à eletricidade, esse valor cai para R$ 0,05. Especialistas do setor frisam a importância de tornar prioridade como política pública a implantação de veículos elétricos, bem como fornecer a infraestrutura adequada para a circulação dos mesmos. Por enquanto, no país, os carros puramente elétricos são usados apenas por empresas e frotistas. Novas perspectivas
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) ressalta que há iniciativas para mudança desse cenário. É possível verificar hoje uma série de incentivos aos veículos elétricos e híbridos no Brasil, como, por exemplo, o incentivo do BNDES aos ônibus elétricos e a isenção do IPVA desses veículos, concedida por sete estados do país (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Sul) e a redução do IPVA em 3 estados (Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro)
Circula hoje no Senado um projeto de lei que já foi aprovado no início de abril pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e que prevê a obrigatoriedade dos postos de recarga para veículos elétricos em áreas públicas, sendo as concessionárias de energia as responsáveis pela realização do serviço. Apesar de alguns estados e municípios já estarem concedendo incentivos fiscais, ainda falta um grande pacote de incentivos federais para os veículos elétricos e híbridos no país.
A incorporação dos ônibus elétricos faz de Campinas um lugar com menos barulho e fumaça e, consequentemente, mais qualidade de vida para a população. Mas, ainda, o maior presente de aniversário pelos 241 anos não é esse, e sim a referência que a reequação dos espaços urbanos que a iniciativa pioneira pode trazer para o país.