Terraços em forma de ondas verdes são destaque em complexo na França
O projeto arquitetônico “Ecume des Ondes” transformará antigas ruínas romanas da cidade francesa de Aix-les-Bains (em Savoy) em um novo complexo multiuso de edifícios sustentáveis, com terraços em forma de ondas verdes.
O projeto foi vencedor do concurso concorrendo com mais 5 projetos e é de autoria do escritório francês Vincent Callebaut Architectures.
O objetivo do projeto é construir um edifício com energia positiva, que produza mais energia do que consome e reduz sua pegada de carbono. Para isso, o projeto integra 5 grandes inovações:
- o edifício como absorvedor de carbono,
- isolamento térmico,
- design bioclimático,
- integração de energias renováveis
- e materiais sustentáveis.
A localização é privilegiada, rodeado por uma paisagem de montanhas, lagos e edifícios históricos, o objetivo deste projeto é primeiramente recuperar a auto estima da região.
Além disso vai levar lazer, bem estar e cultura com uma linguagem arquitetônica atual e amiga do meio ambiente.
Terraços com ondas verdes, permacultura e aquaponia
Esses espaços ficarão localizados na parte leste do complexo juntamente com os telhados verdes e terraços em forma de ondas verdes, com plantas comestíveis cultivadas pelos próprios moradores.
O uso da vegetação ajudará a reduzir a pegada de CO2, serão utilizadas plantas nativas e a irrigação será feita com reaproveitamento da água da chuva.
O design garante que cada apartamento receba o máximo de luz natural.
Os espaços da fachada em ‘ondas verdes escalonadas‘ foram estudados ao pormenor para poderem plantar árvores de grande porte que crescerão ao longo de dois pisos, e com um sistema de plantação que garante uma variedade de cores e aromas em todas as estações.
A cobertura ao sul do edifício abrigará uma horta urbana dedicada à permacultura e aquaponia (sistema de produção sustentável de plantas e peixes) que, além disso, servirá como uma ‘fazenda educacional urbana’.
Instalações de alta eficiência energética
Um projeto com esse programa de necessidades tão completo incluindo prédios históricos e restauro não deixaria de contemplar um projeto de alta eficiência energética.
As necessidades energéticas do edifício serão reduzidas otimizando a sua envolvente com isolamento externo para que o interior não reflita as variações sazonais da temperatura.
O isolamento, a estanqueidade e a inércia térmica do edifício são elementos chave na concepção deste projeto.
Os materiais de isolamento térmico e acústico virão de materiais ecológicos ou recicláveis e irão garantir a segurança e durabilidade da construção.
Para garantir que o complexo produza mais energia do que consome, foram contemplados no projeto :
- Um telhado solar fotovoltaico e térmico,
- uma mini usina de biomassa,
- energia geotérmica, que será alimentada diretamente das fontes termais das ruínas romanas.
Todos esses elementos estarão operando de maneira integrada e uma tecnologia de automação residencial fará o monitoramento do consumo.
Estrutura e design cradle-to-cradle
Para alcançar um design cradle-to-cradle os arquitetos escolheram dois tipos de materiais para a estrutura:
- lajes alveolares de concreto protendido
- e madeira laminada.
A escolha será feita através de uma avaliação minuciosa do projeto, levando em conta o impacto da mesma ao longo de todo seu ciclo de vida.
Patrimônio histórico e restauro
As ruínas romanas presentes nos pisos inferiores datam da primeira metade do século II aC. C. e são tomabadas pelo patrimônio histórico.
As obras incluem a demolição dos pisos superiores que foram acrescentados na década de 70 e a restauração da cobertura original das ruínas romanas.
Da mesma maneira as ampliações feitas no século 19 aos pátios também serão removidas.
Para a preservação das ruínas romanas, serão construídos pisos de vidro e um cúpula de onde será possível ver as ruínas e protege-las ao mesmo tempo.
Distribuição dos espaços
O complexo está dividido em dois volumes principais com espaços comuns entre eles.
Cada um abrigando funções diversas que visam revitalizar a cidade, atraindo visitantes locais, turistas e residentes.
O complexo conta com os seguintes números:
- área habitacional construída de 13.500 m²,
- 185 apartamentos ecológicos,
- 25% dos quais serão destinados à habitação social.
Além do centro de um spa termal, inclui espaços como:
- uma galeria comercial,
- um restaurante na cobertura com uma fazenda urbana aquapônica,
- um centro de observação para as ruínas romanas do local,
- uma série de vilas residenciais abertas e áreas compartilhadas. além de atender a diversas funções, os espaços públicos ao pé da estrutura também criam um espaço de encontro e encontro de pessoas.
Design bioclimático, biofilia na arquitetura, energias renováveis e agricultura urbana são pilares importantes de uma abordagem urbana contemporânea e sustentável.
O complexo está alinhado com esses pilares e ainda agrega a preservação do patrimônio histórico cultural local, por valorizar as ruínas romanas de de águas termais no projeto.
É uma arquitetura resiliente, integrada com a natureza. Uma ode à biodiversidade, às energias renováveis e à economia circular que preconiza a construção de cidades pós-carbono, pós-fósseis, pós-nucleares e até pós-inseticidas.
Desta forma, pode tornar-se um modelo exemplar em termos de construção orientada para o bem-estar.
Fotos: Site Vincent Callebaut Archiitectures
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