Arquitetura biofílica traz bem estar a pacientes com câncer na Inglaterra
A instituição de caridade britânica Maggie’s localizada no campus do Hospital Universitário St. James em Leeds na Inglaterra, usou de elementos da arquitetura biofílica para proporcionar bem estar e acolhimento a pacientes com câncer e seus familiares.
O projeto foi concebido pelo estúdio Heatherwick sediado em Londres, e teve inicialmente o desafio de proporcionar em espaço de descanso acolhedor aos pacientes que estão em período de pausa no tratamentos de câncer, e que vêm de um grande período vivenciando o hostil ambiente hospitalar.
Já não é de agora que os projetos hospitalares vêm sendo repensados e redesenhados, usando inclusive de princípios da arquitetura sustentável com a intenção de proporcionar mais bem estar aos pacientes.
Nesse sentido o projeto do centro Maggies fez uso de elementos do design biofílico para conceber os espaços de descanso, de convívio entre os pacientes e familiares, e também para atividades em grupo ou para socialização.
Antes de mais nada é importante observar que o edifício está situado em meio a edifícios médicos.
O espaço reservado para o centro de acolhimento Maggies era um dos poucos espaços verdes que ainda restava no local.
Portanto esse foi o partido do projeto, não somente preservar o espaço verde bem como ampliar ainda mais esse conceito no local.
Para isso foram contempladas no projeto espécies vegetais dentro e fora do edifício, além da cobertura em telhado jardim.
O terreno inclinado também foi considerado e aproveitado no projeto.
O centro possui 462 metros quadrados, e é formado por três pavilhões em formato de vasos gigantes de tamanhos variados com bordas arredondadas, que são as áreas privativas dos pacientes, e o entorno as áreas de convívio ou lazer.
Cada pavilhão abriga uma sala de aconselhamento.
Na cobertura de cada pavilhão foi concebido um terraço verde com plantas nativas.
O projeto paisagístico é do escritório Balston Agius que contemplou espécies da floresta de Yorkshire.
Os pavilhões cercam uma cozinha localizada no “coração” do espaço, e também espaços sociais adicionais para atividades em grupo.
Além dos espaços de descanso o centro inclui uma biblioteca e sala de ginástica.
Características da arquitetura biofílica no projeto:
- Conexão Visual com a Natureza: Uso e vegetação no interior e vistas para o jardim
- Uso de luz e sombra para imitar as condições de iluminação da natureza.
- Conexão dos Materiais com a Natureza: uso de materiais com processamento mínimo
- Complexidade e ordem: uso de geometrias encontradas na natureza.
- Formas biomórficas
Internamente as bordas arredondadas de cada pavilhão juntamente com barbatanas de madeiras usadas no acabamento trazem a sensação de estar debaixo de uma árvore.
Até nos pequenos detalhes é possível ver elementos da arquitetura biofílica como os corrimões das escadas que possuem formato orgânico e acabamentos curvos.
Alguns dados do projeto:
- 17.000 plantas
- ventilação natural através de grandes janelas e orientação para ventos predominantes
- materiais naturais e saudáveis
- estrutura do edifício foi construída a partir de um sistema de madeira pré fabricada de origem sustentável
- umidade interna é controlada a partir do uso de gesso e cal
Como é possível observar o centro de caridade Maggies está atendendo ao seu objetivo inicial.
Inaugurado em 2012 o centro continua em pleno funcionamento e em tempos de pandemia está seguindo as medidas recomendadas pela OMS de distanciamento social, higiene e limpeza.
Fotos: Hufton + Crow via Heatherwick Studio
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