O projeto da Casa ITT propõe o conceito mais profundo da sustentabilidade e ascende o seu entendimento chegando a estimular o desenvolvimento da consciência da necessidade de evoluir com novos sistemas construtivos, mais eficientes, através do input da formação e educação em todos que nela atuaram.
A construção sustentável de alto padrão localizada em Carapicuíba – SP, acessa de forma positiva os operários construtores do edifico que fazem parte da base da pirâmide social.
Este edifício menos impactante converteu-se em um importante agente multiplicador desta consciência em toda a cadeia produtiva.
Gerou um ganho real de conhecimento e consequentemente de mudança de comportamento em favor da reconstrução de um planeta asfixiado pela necessidade humana de consumir seus recursos naturais de forma desordenada.
“Trouxemos para o projeto, soluções de tecnologia não como fim, mas como meio, em forma de ferramenta, para alcançar o maior grau de sustentabilidade oferecido com um menor impacto ambiental sem sobre custo. “Afirma a arquiteta Patrícia O´Reilly, uma das idealizadoras do projeto.
O projeto também foca na construção saudável aumentando o bem estar das pessoas que constroem e habitam o edifício.
Estratégias sustentáveis da Casa ITT:
O design nasce do clima local.
Estratégias passivas para atingir conforto lumínico, qualidade acústica e térmica.
Materiais com zero toxicidade
Materiais de alta performance
Construção seca – Woodframing e MLC
Sistemas de hidráulica e elétrica que minimizam os impactos na saúde de seus habitantes e no bioma local.
Paisagismo nativo como meta restaurar a biodiversidade do lugar.
A palavra amor tange este projeto como um discurso prático que se move por diversas frentes desta construção, alicerçando-se como uma linguagem do âmbito social.
O amor tornou-se então, um elo de conexão que motivou mudanças mais profundas na busca do saber, promovendo conscientemente a sensação de pertencimento pelo planeta em que vivemos.
Aprender, crescer, entender, ensinar e expandir são ações que se conectaram ao universo deste fazer sustentável que acabou por transformar o ser, que por sua vez transforma o meio imediato chegando a refletir através de si mesmo a forma e a reorganização da maneira de lidar com o mundo.
Com efeito expansivo da regeneração, este edifício integrou diversas doações de saberes multidisciplinares em incontáveis níveis que provocaram e ofereceram um novo repertório para a equipe que reunida foi capaz de reconhecer que é o amor que modifica o mundo.
Quem ama busca harmonizar a relação com o todo através do sentimento e da emoção e a esta expressão chamamos de arte, a maior representação da vida humana no planeta.
Determinando as direções da síntese das artes e do pensamento criativo humano envolvidos no nascimento da variedade de todas as formas de compreensão criativa da realidade, incluímos fatores artísticos na interação entre arquitetura e outras formas de arte: cor e linha, plástica e volume escultural.
Introduziu-se nesta arquitetura, obras de arte do artista plástico Alexandre Mavignier que observa e reinterpreta os movimentos da natureza.
Inspirado pelas formigas cortadeiras avistadas no terreno, desenvolveu um design exclusivo para o elemento escultural da fachada, quadros feitos sob medida nas paredes e piscina pintada com tinta mineral, que chamamos de “deep art”. Um mergulho profundo na arte deste tempo através do edifico. A Série cortadeiras segue para a Bienal de Veneza.
Texto e imagens cortesia Atelier O’Reilly. Fotos: Marcelo Auge
O Instituto Americano de Arquitetos (AIA) anunciou os vencedores do COTE Top Ten Awards 2020, que são conferidos pelo Comitê do Meio Ambiente da AIA. A cada ano, o programa reconhece 10 construções sustentáveis nos EUA que integram a excelência em design e o desempenho ambiental.
Os vencedores recebem o prêmio COTE Top Ten Plus – uma indicação de desempenho comprovado de energia e resultados pós-ocupação.
O vencedor do prêmio COTE Top Ten Plus deste ano foi o Environmental Nature Center and Preschool da LPA, na Califórnia. O projeto se destaca pela forma inovadora de como conectar a comunidade com a natureza.
Lista das 10 melhores construções sustentáveis nos EUA em 2020:
1 – Environmental Nature Center and Preschool, Califórnia (Centro de natureza a e pré-escola)
Fotos: Cris Costea
Desenvolvidos por meio de uma abordagem holística de design, usando a equipe integrada de arquitetos, engenheiros, paisagistas e designers de interiores da empresa, o centro cria um espaço aberto dedicado a comunidade.
Aproveitando o clima costeiro, os edifícios são orientados para permitir a ventilação natural, reduzindo significativamente os custos iniciais e de longo prazo.
Abordagens ativas e passivas sustentáveis foram fundamentais para minimizar a demanda de energia na pré-escola.
A ENC Nature Preschool está buscando a certificação LEEDNC Platinum e a Certificação Petal do Living Building Challenge, que o tornará um dos primeiros projetos na região a atingir esse nível de sustentabilidade e ambientes saudáveis.
Com foco no design passivo e eficiente, o campus da ENC está servindo como um laboratório vivo e ferramenta educacional para o design e a conservação ecológicos inteligentes.
Arquitetos: LPA, Inc.
2 – Biblioteca Central de Austin – Texas
Foto: Lara Swimmer
Antes do início do desenho, a equipe do projeto estabeleceu métricas de sustentabilidade e design para o projeto. Foram determinados dois objetivos principais de sustentabilidade: seria a biblioteca com mais iluminação natural do país, e serviria como modelo de conservação de água para edifícios na região.
Um sistema de captação de água da chuva, reutilizado a partir da infraestrutura existente, fornece água para a irrigação da paisagem, instalações sanitárias de banheiros e para o jardim polinizador da cobertura.
A biblioteca é o primeiro projeto público da cidade de Austin a obter a certificação LEED Platinum. É um modelo para o uso sustentável de recursos e a eficiência promovendo conexões viscerais às coleções, história, cultura e local.
3- Porto de entrada terrestre nos EUA – Novo México
Fotos: Robert Reck
O projeto é um porto de entrada no deserto de Chihuahua, próximo a Puerto Palomas, no México.
Mais conhecida por sua história de fronteira e pela breve incursão de Pancho Villa, essa passagem de fronteira agora acomoda pedestres, veículos particulares, mercadorias comerciais (principalmente agrícolas). Além de mais de 800 crianças em idade escolar que atravessam todos os dias para ir à escola nos Estados Unidos.
Segundo os jurados a arquitetura do espaço serve e respeita todas as pessoas, abraça a cultura, conserva recursos, nutre a ecologia, protege o habitat, celebra a diversidade e transmite o amor pela terra.
A resposta integrada e expressa do design a essa variedade de oportunidades de sustentabilidade foi o mecanismo para criar e transmitir esta mensagem.
Exteriores sombreados e interiores iluminados pelo luz do dia abrigam e aproveitam o sol do deserto.
Fotos: International Living Future Institute e Etsy
O maior edifício certificado pelo Living Building Challenge da região, estabeleceu um novo padrão para a empresa. Todas as decisões de projeto foram abordadas levando em consideração a saúde a longo prazo da empresa, seus funcionários, a comunidade e o ecossistema maior.
Em vez de construir de novo ou ocupar um espaço de inquilino em um prédio corporativo, Etsy optou por adaptar um edifício industrial no Brooklyn.
Essa decisão conservou significativamente os recursos materiais e preservou um espaço cultural valioso para a comunidade.
Refletindo a missão de Etsy de “manter o comércio humano”, a equipe enfatizou a saúde e o bem-estar.
Os espaços são definidos pela luz do dia, vistas e conexão com o exterior. Os princípios da biofilia no design definiram grande parte do design, em suas formas e texturas, e a vegetação é abundante em ambientes internos e externos.
5-Centro da Fundação Ford para Justiça Social – Nova Iorque
Fotos: Garrett Rowland
A histórica sede da Fundação Ford, concluída por Kevin Roche John Dinkeloo e Associados em 1968, foi aclamada como um ícone da arquitetura modernista. A nova reforma, um marco na preservação modernista, transforma um edifício de 50 anos em um local de trabalho do século XXI e comodidade pública.
O novo design mantém e aprimora o caráter original do edifício, melhorando significativamente a funcionalidade, a transparência e a acessibilidade.
O retrofit certificado LEED Platinum também modernizou a estrutura com o código de segurança da cidade e os requisitos da Comissão de Preservação de Marcos da Cidade de Nova York.
A equipe reutilizou todos os itens que eram recuperáveis. Novos materiais e móveis são compostos por mais de 20% de conteúdo reciclado. Todo o folheado de madeira é certificado FSC e todos os móveis novos são certificados pela Green Guard.
Além disso, mais de 20% dos materiais e móveis foram extraídos e fabricados localmente, minimizando o consumo de recursos e as emissões associadas à produção e transporte de materiais.
Arquitetos: Gensler
6- Edifício de Design John W. Olver – Massachusetts
Albert Vecerka/Esto
Albert Vecerka/Esto
Ngoc Doan / STIMSON
Uma abordagem integrada à sustentabilidade maximiza o impacto do projeto passivo, incorporando soluções estratégicas de engenharia para minimizar o uso de energia, garantiu ao edifício a certificação LEED Ouro.
Abordando não apenas o uso operacional de energia, mas também reduzindo a energia incorporada do próprio edifício, o edifício Olver apresenta um uso inovador da estrutura de madeira engenheirada.
O maior edifício acadêmico de madeira laminada cruzada (CLT) dos EUA, demonstra a sustentabilidade, a economia e a beleza da madeira como material de construção e recurso renovável.
Arquitetos: Leers Weinzapfel Associates
7- Keller Center – Chicago
Os líderes da escola buscaram a preservação e restauração de uma obra-prima de meados do século para seu novo campus.
A reforma integrou soluções inspiradas em políticas para se conectar melhor à comunidade, exibir políticas, e servir como exemplo em design sustentável conseguindo obter as certificações LEED Platinum e Living Building Challenge.
Várias estratégias para promover o bem-estar, a vida ativa e a interação social foram utilizada, usando as diretrizes da certificação WELL e Fitwel, mas não obtiveram a certificação formal.
Arquitetos: Farr Associates e Woodhouse Tinucci Architects (arquiteto colaborador e designer de interiores)
8 -Centro de Educação da Marinha- Mississippi
Fotos: Casey Dunn
Em 2005, o centro anterior foi destruído pelo furacão Katrina. Uma segunda tempestade afetou o local durante o projeto esquemático e uma terceira destruição ocorreu durante a construção, pelo furacão Nate, . Estava claro – a nova instalação precisaria ser resiliente, sustentável e durável.
Foram consultados biólogos e ecologistas costeiros para avaliar a flora e a fauna em três zonas pré-determinadas. Escolheu-se finalmente a zona de construção com o ecossistema menos sensível, o acesso a águas abertas e a elevação adequada da edificação para proteger os edifícios, em caso de desastre natural.
A equipe trabalhou com o Instituto de Design Resiliente para selecionar materiais de baixo impacto para a saúde dos ocupantes, e evitar a contaminação do oceano no caso de um desastre natural.
A abordagem de energia da equipe de design foi encontrar o maior número possível de soluções passivas. O resfriamento natural é maximizado através da orientação do edifício, ventilação, árvores e outras soluções da paisagem.
O projeto estava buscando a certificação LEED Gold até que o estado do Mississippi decidisse que o financiamento estatal não poderia ser usado para esse sistema.
Arquitetos: Lake|Flato Architects em colaboração com Unabridged Architecture
9- O seis (The Six) – Los Angeles
Um prédio de apartamentos acessível para sem-teto e veteranos deficientes. Localizado em um bairro multifamiliar, que possui uma das maiores densidades nos EUA, é considerado um “paraíso dos caminhantes”.
A maioria dos veteranos que vivem no local não possui carros e pode facilmente realizar suas atividades diárias sem um.
Todos os acabamentos atendem à limites máximos de COV para uma melhor qualidade do ar interno. Além disso a maioria das unidades possui ventilação cruzada natural através do pátio paisagístico.
Os tetos são um pouco mais altos que os prédios de apartamentos comparáveis, permitindo vistas, brisa e luz natural para permear as unidades. Sensores de CO2 estão localizados em todas as unidades.
Arquitetos: Brooks + Scarpa
10 – Upcycle – Texas
Foto: Dror Baldinger
Em vez de construir de novo, o cliente priorizou a reutilização adaptativa, para ajudar a preservar e melhorar o caráter da vizinhança e honrar os recursos existentes.
O edifício existente, que permaneceu ocioso por muitos anos, estava parcialmente coberto de pichações e tinha sido usado para várias exposições de arte de grafite.
Durante a reforma, a equipe encontrou e contratou esses, e outros artistas locais, para criar uma estética interior consistente com o caráter do local.
As cores vibrantes da arte que adornam a estrutura animam o antigo espaço industrial e celebram o passado.
A abordagem da equipe na escolha dos materiais, iluminação natural, espaço social e sistemas eficientes resultou em um local enraizado ao passado, mas que antecipa o futuro.
O novo Hospital de terra Bayalpata foi concretizado por meio de uma colaboração entre o governo do Nepal e a ONG Possible Health, que transformaram uma clínica velha e ultrapassada em um modelo de saúde rural sustentável.
Localizado em Achham, uma das regiões mais pobres e remotas do Nepal, o hospital está situado no topo de uma colina e cercado pelas encostas do vale do rio Seti.
O hospital inclui cinco edifícios médicos que abrigam instalações ambulatoriais, hospitalares, cirúrgicas, pré-natais e de emergência para 70 leitos, além de funções clínicas, como farmácia, radiologia e espaços de laboratório.
Um bloco administrativo com escritórios e uma cantina de 60 lugares, além de 10 casas unifamiliares e um dormitório de oito quartos, servem a equipe do hospital e suas famílias.
Bayalpata oferece atendimento de baixo custo e alta qualidade a mais de 100.000 pacientes por ano de Achham e de seus seis distritos vizinhos, mais de oito vezes sua capacidade original.
USO DE MATERIAIS LOCAIS
O escritório Sharon Davis Design responsável pelo projeto do Hospital de Terra, especificou a taipa de pilão, por ser um material disponível localmente. Além de ser um método de construção de baixa tecnologia, minimizava o transporte de materiais de construção, que tem um custo proibitivo nessa região montanhosa.
O solo do local foi misturado com um teor de cimento de 6% para estabilizar a terra, com o objetivo de melhorar durabilidade e a resistência sísmica.
A forma plástica reutilizável facilitou a construção mais rápida e o emprego de mão-de-obra local não qualificada, enquanto pedras do local foram usadas para fundações, caminhos e muros de contenção.
Móveis embutidos, portas externas e persianas foram fabricados também com madeira da região.
ESTRATÉGIAS DE ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
Além da massa térmica das paredes de taipa, estratégias bioclimáticas de aquecimento e resfriamento foram usadas para manter o hospital de terra confortável o ano todo.
O aquecimento e o resfriamento passivos também são essenciais para o projeto – apenas a sala de operações no edifício da cirurgia é condicionada mecanicamente.
As passagens de ar, a janela clerestória e os ventiladores de teto aumentam o fluxo de ar para reduzir ainda mais o calor do verão.
As janelas altas emolduram as vistas e as fornecem iluminação natural em todas as áreas clínicas, para reduzir a necessidade de iluminação artificial.
ÁGUA E ENERGIA
O campus inclui novos suprimentos e armazenamento de água, além de instalações de tratamento de águas residuais. O projeto paisagístico com biovaletas ameniza a erosão causada pelas monções.
Um conjunto fotovoltaico de 100kW conectado à rede, instalado em todos os telhados voltados para o sul (hemisfério norte), gera mais energia no local do que o campus exige.
Os pátios paisagísticos oferecem um ambiente protegido para assentos designados para pacientes, e áreas informais de espera para famílias.
Todos os quartos oferecem aos pacientes acesso a jardins, ou varandas ao ar livre.
O Nepali Times chamou o Hospital Bayalpata de um exemplo de “como melhorar a saúde rural do Nepal”, e um “modelo de funcionamento de cuidados acessíveis e acessíveis no remoto Nepal”.
Como parte de sua estratégia de Economia Saudável, o USGBC tem várias novas oportunidades para ajudar os edifícios no momento pós-pandemia.
Quatro novos créditos piloto do LEED ajudam a formar equipes a fornecer espaços saudáveis:
Segurança em primeiro lugar – créditos piloto do LEED
Os novos créditos piloto da certificação LEED descrevem as melhores práticas sustentáveis que se alinham às diretrizes de saúde pública e do setor relacionadas à limpeza e desinfecção, reocupação do local de trabalho, HVAC e operações de encanamento.
Os créditos podem ser usados por projetos LEED certificados ou em processo de certificação.
O crédito exige que as instalações criem uma política e implementem procedimentos que sigam as práticas recomendadas de limpeza verde que suportam um ambiente interno saudável e a segurança do trabalhador.
Embora ainda estejam em desenvolvimento vacinas e tratamentos médicos para o tratamento do COVID-19, já existem produtos e processos desinfetantes eficazes.
Além das considerações sobre o produto, o crédito também requer procedimentos e treinamento para pessoal de limpeza, educação dos ocupantes e outros serviços que estão sob o controle da equipe de gerenciamento. Esse crédito piloto está disponível para LEED 2009, LEED v4 e LEED v4.1.
É uma ferramenta para avaliar e planejar a reinserção, bem como para medir o progresso assim que o espaço estiver ocupado. Ele identifica requisitos sustentáveis nas operações de construção e no comportamento humano que tomam precauções contra a propagação do COVID-19.
Ele se alinha à Ferramenta de Avaliação de Reocupação do Instituto Americano de Arquitetos (AIA) e exige relatórios e avaliação transparentes de decisões para incentivar a melhoria contínua. Esse crédito piloto está disponível para LEED 2009, LEED v4 e LEED v4.1.
O crédito para recomposição ajuda as equipes de construção a reduzir o risco de exposição dos ocupantes à qualidade da água degradada. O fechamento de edifícios e empresas durante semanas ou meses reduz o uso da água, o que pode levar a água estagnada ou água insegura para beber ou usar.
O crédito integra recomendações de organizações e especialistas do setor, incluindo a EPA dos EUA e os Centros de Controle de Doenças.
Exige que os edifícios desenvolvam e implementem um plano de gestão da água, coordenem-se com as autoridades locais de água e saúde pública, comuniquem atividades do sistema de água e riscos associados aos ocupantes do edifício e tomem medidas para abordar a qualidade da água a partir do suprimento comunitário, bem como do edifício.
Esse crédito piloto está disponível para LEED 2009, LEED v4 e LEED v4.1.
O crédito se baseia nos requisitos existentes de qualidade do ar interno e nos créditos no LEED.
As equipes de construção devem garantir que os sistemas de qualidade do ar interno estejam operando conforme projetado e determinar ajustes temporários na ventilação que possam minimizar a propagação do COVID-19 pelo ar.
Considerações adicionais incluem o aumento da ventilação e filtragem do ar e o distanciamento físico dos ocupantes e as seguintes medidas descritas na saúde pública e nos recursos da indústria.
As orientações também incentivam o monitoramento e a avaliação contínua da qualidade do ar interno. Esse crédito piloto está disponível para LEED 2009, LEED v4 e LEED v4.1.
Esses créditos são baseados em informações conhecidas e atuais. O USGBC refinará suas recomendações e está procurando feedback sobre os novos créditos piloto do LEED.
Revisão adaptada do GBCI
O GBCI criou um processo de revisão adaptado que será implementado durante o período do COVID-19.
Convite à apresentação de propostas LEED
O USGBC também abriu uma chamada de propostas para o LEED e incentiva as equipes de projeto a enviar idéias e propostas para o desenvolvimento atual e futuro do LEED.
Ferramenta ARC
O ARC é um conjunto de ferramentas que podem ser usadas para:
Documentar e comparar políticas e procedimentos de controle de infecção.
Coletar e analisar as experiências relacionadas aos ocupantes.
Para medir e rastrear a qualidade do ar interno.
Como um trampolim para os créditos piloto do LEED Safety First e a classificação WELL Health-Safety.
O fórum é um plano de ação para definir como construímos confiança e garantimos que os espaços ocupados pelas pessoas sejam saudáveis e tenham um impacto positivo – não apenas nas comunidades e no meio ambiente, mas também na economia em geral.
O manejo de águas pluviais é frequentemente chamado de drenagem, e consiste tradicionalmente em drenar o escoamento superficial gerado depois de uma chuva, AFASTANDO da fonte com o principal objetivo de evitar danos a propriedade causados por inundações.
Nessa visão água, que é um recurso essencial na nossa vida, se transforma em resíduo.
“A chuva é um recurso, não um resíduo”
E esse é o primeiro paradigma que devemos romper.
É primordial que manejo das águas pluviais deve considere a água da chuva como um recurso, que pode ser utilizado para diminuir o consumo de água potável, pode irrigar jardins e hortas, recarregar o aquífero e facilitar o fenômeno de evapotranspiração, importante para a regulação da temperatura.
Dando correta importância aos prejuízos humanos e econômicos causados pelas inundações, mas não é simplesmente afastando essa água que resolvemos o problema, inclusive nos grandes centros urbanos sabemos que esse tipo de conceito de gestão é inviável.
“A água da chuva lava as cidades”
A poluição das águas é um outro problema relacionado ao modo tradicional de lidar com as águas pluviais.
O escoamento superficial lava as superfícies da área urbana resultando em uma alta carga de poluentes e normalmente chegam aos rios e córregos sem nenhum tipo de tratamento.
Utilizar sistemas de manejo que filtrem essa água na fonte, como a pavimentação permeável, incentivar as soluções baseadas na natureza (nature-based solutions), que a vegetação no tratamento dessa água ajuda a reduzir a carga de poluentes sem saturar as estacoes de tratamento de esgoto tradicionais.
“Manejo sustentável de águas pluviais”
Os sistemas de manejo sustentável de águas pluviais atuam na quantidade de escoamento superficial atuando na redução de volume e vazão, atuando na qualidade através da remoção de poluentes e oferecendo uma serie de oportunidades de valorizar o projeto: educação, segurança, recreação, relações publicas e riqueza estética.
Nesse contexto a água da chuva e sua gestão se torna uma característica importante na qualidade do projeto, ao invés de ser rapidamente conduzida através de uma tubulação subterrânea fora do lote.
Existe uma serie de sistemas construtivos que atendem essas características, e podem ser divididos entre infraestruturas cinzas e verdes:
– INFRAESTRUTURA CINZA
Condutores: tubos, canais, barragens
Controle de fluxo: entrada, divisores de fluxo, extravasador
Reservatórios: cisternas
– INFRAESTRUTURA VERDE
Filtração através de plantas
Reservatório de retenção seco
Reservatório de retenção (pond)
Wetland
Bacia e trincheira de infiltração
Jardim da chuva
Biovaleta
Reservatório de Detenção – Hannover – Alemanha. Foto: Juliana Rangel
Exemplo de Jardim de Chuva – Largo das Araucárias – SP. – Fluxus Soluções Ecológicas
Projeto Jardim de Chuva Grajaú – SP: arquiteto Fernando Babler Sassioto.
O projeto “ideal” observa e tenta ao máximo respeitar o percurso natural da água da chuva no lote. Não utiliza apenas uma solução, mas um leque de soluções combinadas, distribuindo e espalhando a gestão da água em toda a área do terreno.
Usa o paisagismo e limita a utilização de tubos.
Tira inspiração na natureza, aumentando ao máximo a interceptação da água da chuva pela vegetação, em modo que chuvas de pequena altura não cheguem a produzir escoamento superficial.
Facilita a infiltração utilizando pequenas áreas de retenção como planters e jardins de chuva.
Tenta resolver maiores volumes privilegiando a utilização de reservatórios de retenção e poços de infiltração, se o terreno permite.
Considera se possível a captação e reutilização da água da chuva reduzindo assim o consumo de água potável para fins não potáveis.
Durante a concepção do projeto parte do conceito que a água que chega no terreno através da chuva é um RECURSO que deve ser utilizado e valorizado e não um resíduo a ser afastado.
NOTA: Quem quiser saber mais sobre o tema eu recomendo consultar o SUDs Manual, que pode ser baixado gratuitamente nesse link.
Texto enviado pela engenheira Mariana Marchioni– Pesquisadora no Politecnico di Milano na Seção de Ciência e Engenharia da Água (SIA) do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (DICA). Atua como consultora e projetista na área de drenagem urbana, principalmente com os pavimentos permeáveis.
Centro de Pesquisa e Inovação da L’Oréal Brasil é o único do Rio de Janeiro a obter a certificação LEED Platinum O+M, para edifícios existentes – Operação e Manutenção.
A empresa foi reconhecida mais uma vez por sua responsabilidade empresarial e ambiental: o prédio dedicado à área de Pesquisa e Inovação da companhia alcançou a certificação LEED Platinum – nível máximo no certificado de Liderança em Energia e Design Ambiental.
Com o reconhecimento, o Centro INNOVA se torna o primeiro empreendimento do Grupo, e o único no Rio de Janeiro, a conquistar o nível máximo de um dos principais selos internacionais para prédios sustentáveis no mundo – reforçando o ativismo contra as mudanças climáticas estabelecido no compromisso de sustentabilidade da L’Oréal, o Sharing Beauty With All.
“Apenas 0,9% de todos os empreendimentos que possuem certificados LEED no mundo estão pontuados nesta categoria. Este certificado mostra que o prédio INNOVA adota arquitetura e processos modernos de engenharia, que permitem uma operação constantemente sustentável e experiência humana diferenciada”, comemora Raphael Sixel, Gerente de Campus de Pesquisa & Inovação da L’Oréal Brasil.
Iniciativas sustentáveis implementadas no prédio e contribuição diária dos colaboradores ajudaram na conquista da certificação LEED Platinum O+M
De acordo com Raphael, algumas mudanças e iniciativas implementadas tanto no laboratório quanto no prédio ajudaram a alcançar o certificado .
“Utilizamos produtos de limpeza especiais nas áreas internas e produtos químicos adequados no tratamento da água, temos um sistema automatizado para controlar iluminação e climatização, eliminamos materiais plásticos e descartáveis, reciclamos nossos resíduos, reutilizamos 40% da água, temos uma matriz energética 100% renovável (solar e eólica) e a maior parte da nossa população utiliza transporte coletivo, reduzindo emissões”, explica.
Além disso, o gerente destaca que os colaboradores do Centro INNOVA e os usuários do prédio também contribuíram no dia a dia para esse resultado.
“As equipes de gerenciamento do Campus, com o apoio da população do prédio, estão sempre engajadas com a sustentabilidade e possuem um papel fundamental mantendo a alta performance dos sistemas de engenharia e facilities. Eles contribuem especialmente trazendo ideias inovadoras para o aumento da performance ambiental e energética do nosso prédio e também no consumo consciente de água, energia e geração de resíduos”, explicou.
Iniciativas promovem o uso inteligente dos recursos naturais
A edificação projetada pelo escritório Perkins and Will já tinha recebido a certificação LEED Gold
Durante a construção do prédio, inaugurado em outubro de 2017, a prioridade foi criar iniciativas de eficiência do uso dos recursos naturais, como água potável, esgoto e energia.
Para água potável, as torneiras e dispositivos possuem temporizadores e controladores para garantir o consumo sem desperdício.
Já o esgoto é tratado no próprio prédio pelo projeto Jardins Filtrantes, que são plantas que purificam a água de forma natural e sem aditivos químicos.
A água tratada é redirecionada para os sanitários, lavagem de piso e irrigação – o que resulta em até 40% de economia.
Para a gestão de energia elétrica, a unidade inaugurou no ano passado um sistema de painéis solares capazes de produzir até 20% da eletricidade.
Para garantir os critérios estabelecidos pela certificação LEED, houve um rigoroso acompanhamento de todas as etapas da construção. A obra também contava com parceiros especialistas para controlar semanalmente todos os procedimentos.
Com a chegada do coronavírus a primeira atitude tomada como medida de segurança foi o isolamento social, que tirou de todos o direito de ir e vir e com isso levantou-se questões importantes sobre urbanismo sustentável e principalmente questões ligadas a mobilidade urbana e formas de deslocamentos seguros
Com a flexibilização das medidas de isolamento social em algumas cidades do mundo já estão sendo estudadas estratégias para priorizar pedestres e ciclistas nos deslocamentos, como forma de evitar aglomerações nos transportes públicos e manter o distanciamento seguro recomendado pela OMS.
Além disso com a diminuição do número de automóveis nas ruas o índice de poluição diminuiu consideravelmente o que reforça ainda essa necessidade.
Como fica o deslocamento em cidades fora do Brasil
Cidades como Milão, Paris, Barcelona, Washington, Budapeste e Lisboa já estão se adaptando para priorizar a mobilidade urbana a pé ou por bicicleta.
Proposta de ciclovia em Lisboa – Imagem: Câmara de Lisboa
A estratégia mais rápida e fácil para valorizar o transporte ativo são as chamadas ciclovias pop ups, que são ciclovias instalada sem obras, com pinturas no chão ou simplesmente com cones separando a áreas destinadas para cada modal de transporte.
Simulação da ampliação das calçadas na Via Laietana / Prefeitura de Barcelona
Barcelona, Milão, Lisboa e Nova York estão tomando medidas ainda mais ambiciosas que é impedir a circulação de veículos automotivos em grandes vias e centros urbanos, deixando acesso somente para pedestres e ciclistas.
A região da Lombardia no norte da Itália que foi fortemente afetada pela pandemia é uma das regiões com maior índice de poluição, o que confirma um estudo da universidade de Harvard que a má qualidade do ar pode aumentar a probabilidade de morte por Covid-19.
Rua em Milão – Antes de depois da pandemia – Imagem: The Guardian
Um planejamento urbano na cidade Barcelona surgiu também no sec. XIX como medida para conter uma epidemia, mas ainda assim, atualmente a cidade sofrerá adaptações para dar cada vez mais espaço e segurança para pedestres e ciclistas.
Como está acontecendo no Brasil
No Brasil já têm algumas cidades se mobilizando para tomar as medidas adotadas nesses países.
Em Vitória ao invés de adotar as ciclovias pop ups, em maio a prefeitura resolveu acelerar as obras de ciclovias e ciclorrotas previstas no plano cicloviário da cidade.
Foto: Fernando Braga – Setrans/Prefeitura de Vitória.
Em Recife a prefeitura também priorizou as obras de mais 6,5 km de ciclovias, além de medidas na região norte da cidade, em uma área onde há grande concentração de pedestres onde será implantada mais 6 novas faixas de pedestres que serão delimitadas com pinturas no chão, o chamado urbanismo tático.
No caso de Vitória por se tratar de uma ilha, existe uma grande discussão com relação ao deslocamento por bicicleta pelas pontes. A prefeitura argumenta que a região não é segura para o trânsito de ciclistas, já os cicloativistas reivindicam o acesso por bicicleta.
Mais que uma tendência priorizar o transporte ativo nos planejamentos urbanos é a necessidade e uma urgência, além desses modais serem fortemente recomendados pela Organização Mundial da Saúde em tempos pós pandemia por motivos como:
diminuir poluição;
manter a população saudável;
melhorar a imunidade;
proporcionar distanciamento social; dentre outras vantagens.
No Brasil o desafio é ainda maior já que o uso desses modais ainda são muito embrionários, seja por falta de infraestruturas das cidades, seja por não ter essa cultura incentivada no país.
De qualquer maneira não só as cidades como a economia, costumes e cultura precisarão se adaptar ao “novo normal” e será uma excelente oportunidade de priorizarmos cidades mais saudáveis, limpas e ativas.
Texto enviado pela arquiteta Letícia Figueiredo do Pedarela
Imagem da capa:”Corona Piste” – Idealizado pela associação Paris en Selle.
Como objetivo de contribuir para o desenvolvimento de uma matriz mais sustentável para o setor de edificações, com redução dos impactos ambientais e da demanda do sistema elétrico, a Eletrobras, por meio do Programa Nacional de Conservação da Energia Elétrica (Procel), está promovendo a construção de edifícios Near Zero Energy Buildings (NZEB) no país.
O termo NZEB refere-se a edificações com alta eficiência energética, que utilizam a geração de energia de fonte renovável para compensar sua demanda, tornando seu balanço energético anual praticamente nulo.
Entre as 32 propostas apresentadas por instituições públicas, mistas e sem fins lucrativos, foram selecionadas quatro iniciativas, que devem receber um subsídio de até R$ 1 milhão cada para a viabilização dos projetos.
As edificações, que serão construídas em diferentes regiões do país, deverão funcionar como modelos de referência para o setor de construção civil, a área acadêmica e o poder público, de modo a favorecer a disseminação desse conceito no território nacional.
A seleção dos classificados foi feita em duas etapas. Na primeira, os projetos foram avaliados quanto aos critérios de sustentabilidade, visitação, novas tecnologias e uso da edificação.
A fase final foi dedicada à verificação dos projetos em relação aos requisitos necessários para serem classificadas como NZEB.
As propostas passaram pela avaliação de uma equipe técnica formada por oito profissionais, entre representantes do Procel e especialistas em áreas como edificações eficientes, sustentáveis e etiquetagem, convidados para auxiliar no processo.
A arquiteta do Procel, Elisete Cunha, avaliou positivamente o resultado da primeira Chamada Pública dedicada a projetos NZEB, destacando que o edital teve participação além do previsto.
“O número de instituições inscritas surpreendeu bastante, pois estamos falando da construção de uma edificação com critérios específicos e prazo exíguo para desenvolvimento da proposta. O proponente precisava desenvolver diversos projetos e documentos técnicos para subsidiar nossa avaliação, e a quantidade de projetos completos foi certamente maior que o esperado”, destaca.
Edificações serão construídas em quatro estados do país
A iniciativa classificada em primeiro lugar foi a “Nova Casa Cepel NZEB”, desenvolvida pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Eletrobras Cepel) em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ).
A edificação, que será construída na Cidade Universitária da UFRJ, será dividida em espaços para demonstração de tecnologias, pesquisa, palestras, capacitação profissional, apresentação de programas computacionais, além de um pequeno museu, denominado ‘Espaço Memória’, dedicado aos temas ‘eficiência energética’ e ‘geração de energia’.
Dessa forma, de acordo com o Cepel, o projeto propõe a construção de conhecimento sobre o conceito NZEB, a fim de promover a formação de profissionais especializados e o desenvolvimento de novas tecnologias.
“Além de ser arquitetonicamente atrativa, a proposta é que a Nova Casa tenha uma atmosfera interdisciplinar, apresentando diferentes conteúdos de forma vivencial. Esperamos que seja usada para contribuir para a formação profissional e para a integração entre a comunidade científica, sociedade e agentes governamentais e privados.
Que sua configuração permita a demonstração de conceitos e tecnologias comerciais de equipamentos nas áreas de eficiência energética e de geração distribuída, bem como de técnicas da arquitetura bioclimática”, afirmou a gerente do projeto, a pesquisadora Marta Olivieri, em comunicado divulgado pelo Centro de Pesquisas.
Segunda colocada da Chamada Pública foi a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), do Rio Grande do Sul, que apresentou o projeto de uma edificação institucional onde, além de salas de aula, funcionará o Laboratório de Inspeção de Eficiência Energética em Edificações (LINSE/UFPel), que é acreditado pelo Inmetro para a emissão da Etiqueta PBE-Edifica.
Em seguida, ficou a proposta de expansão do Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Imagem reprodução UFSC
O prédio será construído no campus da instituição, que fica na cidade de Florianópolis, com o objetivo de ser um equipamento de pesquisa que vai se relacionar com o atual Laboratório Fotovoltaica da UFSC.
O local será utilizado, ainda, para o armazenamento de energia fotovoltaica, que é objeto de estudo de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da operação brasileira da elétrica francesa Engie, desenvolvido pela instituição de ensino.
Completa a lista de beneficiários a Universidade de Brasília (UNB), responsável por criar projeto para um edifício que funcionará no modelo coworking no Parque Tecnológico da Instituição.
Imagem Reprodução Instagram Bioclimatics
A construção abrigará escritórios que serão utilizados por grupos de pesquisa voltados para o estudo de balanço energético nulo e sustentabilidade em edificações.
Projetos deverão auxiliar o país a seguir tendência global do setor de construção civil
Com a escolha de propostas de regiões distintas do país, o Procel pretende fomentar o conhecimento sobre a implantação de NZEBs em diferentes condições climáticas.
A especificidade de cada proposta e sua utilização também deverão servir de embasamento para o setor de construção civil. Assim, com a viabilização dos projetos selecionados, a intenção é mostrar a aplicabilidade do conceito na prática, incentivando a realização de outras construções nesse modelo no país.
“Todos os projetos se destacam pelo uso intempestivo dos conceitos de arquitetura bioclimática, premissa básica para qualquer edificação sustentável, eficiente e NZEB. A localização em diferentes zonas bioclimáticas permitirá a demonstração das diferentes estratégias existentes, aplicada a cada clima. A diversidade dos partidos arquitetônicos permite demonstrar a possibilidade de aplicação de tais conceitos em edificações mais e menos complexas, desmistificando que edificações sustentáveis devem ser necessariamente complexas e onerosas”, destaca Elisete Cunha.
A promoção das construções do tipo NZEB visa ainda auxiliar o Brasil a acompanhar tendência mundial de investimento em edificações sustentáveis, que contribuem tanto para a questão econômica quanto para a redução de danos ambientais.
Para os países da União Europeia, por exemplo, o modelo NZEB passará a ser obrigatório para novas construções a partir de 2021.
Assim, a iniciativa se insere como um ponto de partida para contribuir com a redução da demanda energética das edificações nacionais, setor que hoje representa cerca de 50% do consumo total de energia elétrica do país.
“Este é um dos objetivos do projeto, disseminar esse conceito de construção já difundido em diversos países e, ao mesmo tempo, desmistificar questões relacionadas à complexidade de projeto, custo e outras dificuldades, frequentemente atribuídas a edificações sustentáveis, porém, não necessariamente verdadeiras”, aponta a arquiteta do Procel.
Isolamento social não deve comprometer início dos projetos
A próxima etapa do processo da Chamada Pública Procel Edifica –NZEB Brasil é a assinatura do Termo de Cooperação Técnica entre a Eletrobras e os beneficiários.
Firmado o acordo, cada instituição terá um prazo de 24 meses para concluir o projeto. Com a edificação pronta, cada beneficiário deverá se comprometer a permitir a visitação do público em geral, além de possibilitar as medições do consumo de energia durante o período de dois anos.
De acordo com o processo, mesmo com as medidas de isolamento adotadas atualmente no país, não deve haver atraso no cronograma previsto, uma vez que os trâmites iniciais podem ser realizados de forma remota.
Novo estudo do World Green Building Council mostra impacto positivo da sustentabilidade em escolas no desempenho dos alunos.
Atingir níveis de excelência em edifícios escolares na qualidade do ar, iluminação, temperatura e acústica, por meio de melhorias sustentáveis, pode ajudar alunos alcançarem todo o seu potencial, segundo relatório do estudo.
O ambiente de um edifício escolar tem um grande impacto na maneira como o aluno aprende.
Parece óbvio que, se um aluno não puder ouvir o professor ou estiver com muito calor para se concentrar, seu desempenho sofrerá, mas muitos não percebem que fatores como níveis de CO2 e tipos de iluminação também podem gerar um grande impacto em como os alunos se saem academicamente.
Ao projetar escolas que sejam eficientes em termos energéticos, com baixo carbono e que privilegiem a saúde e o bem-estar, podemos garantir que os alunos passem alguns dos dias mais importantes de suas vidas aprendendo em escolas verdadeiramente sustentáveis.
O relatório, compilado pelo World Green Building Council, resume as pesquisas globais nas últimas duas décadas e identifica iluminação, qualidade do ar interno, conforto térmico e acústica como áreas-chave nas quais melhorias podem afetar positivamente os alunos.
As principais conclusões do estudo que avalia o desempenho dos alunos por cada item analisado foram:
– Iluminação:
Os estudantes nos EUA mostraram um aumento de 36% na fluência da leitura oral quando expostos à luz de alta intensidade, enquanto aqueles em condições de iluminação padrão aumentaram apenas 16% [1]
Uma escola verdadeiramente sustentável tem uma boa iluminação e baixa emissão de carbono, através de:
Uso de luz natural, o que reduz a necessidade de iluminação artificial, reduzindo assim o uso global de energia e emissões de carbono. O ganho/perda de calor através das janelas deve ser gerenciado.
O uso de LEDs, especialmente aqueles sintonizados com ritmos circadianos, para iluminação artificial. Estas luzes utilizam significativamente menos energia do que as tecnologias mais antigas, reduzindo assim o consumo de energia dos edifícios.
– Qualidade do ar interno:
O aumento de 100 partes por milhão (ppm) de CO2 foi associado a uma redução de aproximadamente meio dia por ano na frequência escolar no Reino Unido [2]
Uma escola verdadeiramente sustentável tem uma boa qualidade do ar interno e baixas emissões de carbono, através de:
Ventilação natural, quando possível, pode refrescar o ar interno sem aumentar o consumo de energia, mas isso requer uma boa qualidade do ar externo.
Ventilação híbrida ou mecânica, quando necessária, com sistemas de filtragem apropriados, que podem ser alimentados usando energia renovável no local e/ou fora do local para reduzir as emissões globais de carbono.
Acabamentos, materiais e produtos de limpeza de baixo ou sem COV contribuem para uma boa Qualidade do Ar Interno (QAI).
– Conforto térmico:
Os alunos que citam a sala de aula como ‘confortável’ obtiveram respostas 4% mais corretas em um teste de matemática em comparação com aqueles que estavam com calor, de acordo com uma pesquisa com mais de 4.000 estudantes finlandeses [3]
Uma escola verdadeiramente sustentável tem um bom conforto térmico e baixas emissões de carbono, através de:
Definir set points de temperatura para atender às necessidades das crianças, em climas mais frios, isto reduziria os custos de energia associados ao aquecimento, pois as crianças preferem temperaturas mais baixas.
Ventilação natural a partir de janelas se apropriado para o clima e qualidade do ar externo pode moderar a temperatura e reduzir a energia necessária para o arrefecimento e as emissões de carbono associadas.
Se necessário, ventilação mecânica energeticamente eficiente e alimentada por energias renováveis podem prover o edifício de níveis confortáveis de temperatura e umidade.
– Acústica:
Para cada aumento de 10 decibéis no ruído, as notas de língua e matemática dos estudantes franceses diminuíram 5,5 pontos [4]
Uma escola verdadeiramente sustentável tem uma boa acústica e baixas emissões de carbono, através de:
Localização de novas escolas longe de fontes permanentes de ruído externo, o que pode melhorar a acústica e aumentar a opção de utilização de ventilação natural, onde o clima permitir.
Otimizar o isolamento acústico nas escolas, o que pode reduzir os ruídos externos e ruídos internos fora da sala de aula, e reduzir o custo de energia.
A otimização da iluminação, da qualidade do ar interno, do conforto térmico e da acústica podem não apenas ajudar a melhorar os resultados de aprendizagem dos alunos, mas, dependendo da estratégia usada, podem reduzir o uso de energia e reduzir as emissões de carbono nas escolas.
Por exemplo, janelas amplas e iluminação LED com eficiência energética podem reduzir emissões e criar um ambiente escolar produtivo e saudável.
As empresas estão colocando em prática os princípios de projeto de escolas sustentáveis.
Em parceria com a Associated Architects e a Speller Metcalfe, a Saint-Gobain concluiu recentemente a construção de um novo salão multiuso da King’s School, em Worcester, Reino Unido, que incluiu especial atenção para as quatro áreas principais citadas anteriormente: conforto térmico, conforto visual, conforto acústico e conforto do ar interno.
Pesquisas realizadas reforçam o problema de ambientes de baixa qualidade nas escolas. Conduzido pelo DLR Group em parceria com 11 escolas no Distrito Escolar de Barrington, perto de Chicago, Illinois, o estudo examinou elementos chamados de “Conforto do Usuário”, incluindo satisfação acústica, conforto térmico, qualidade do ar interno e conforto visual.
Essas informações, coletadas através do envolvimento dos alunos com o equipamento de registro de dados, armaram o Distrito a tomar decisões baseadas em dados.
Entre outras coisas, foi constatado que os níveis de CO2 atingiram até 2.500 partes por milhão em alguns casos, o que está muito além dos níveis recomendados para ambientes internos (em torno de 800 ppm).
E mais da metade dos ocupantes do prédio, 65%, relatou estar insatisfeita com a temperatura dentro das escolas.
De acordo com o US Green Building Council, o graduado médio do ensino médio passou mais de 1,5 anos de vida, 14.000 horas, dentro de um prédio escolar.
E, de acordo com um estudo, uma em cada cinco escolas americanas tem baixa qualidade ambiental interna, incluindo altas temperaturas e umidade, qualidade do ar com altas concentrações de vários poluentes, exposição a fontes de ruído alto e iluminação inadequada, as quais demonstraram afetar negativamente saúde e comportamento das crianças e, por sua vez, seu desempenho acadêmico.
O relatório é divulgado no projeto global Better Places for People, do WorldGBC, que examinou os benefícios de saúde, bem-estar e produtividade de edifícios verdes e, especificamente, escritórios e edifícios de varejo.
Projeto doado para a nova sede do Instituto Favela da Paz pretende decodificar a “caoticidade” do antigo espaço e integrar ainda mais a comunidade.
O Instituto tem mais de 25 anos de existência, é um espaço cultural dentro da favela localizada no Jardim Ângela, na região sul da cidade de São Paulo (SP).
“Projetar o edifício do Instituto da Favela da Paz, uma causa tão nobre, nos encheu de perspectivas e abriu novos horizontes na arte da arquitetura que tem como objeto central abrigar pessoas em um espaço criado por pessoas. Seres que habitam o mesmo endereço no cosmos.” Afirma a arquiteta Patrícia O´Reilly, uma das idealizadoras do projeto.
Para que o projeto fosse completo, ele deveria atender as expectativas deste Instituto tão singular.
“Precisávamos ir além e nos interligarmos com aquela realidade. O edifício deveria se conectar com aquela comunidade e ser capaz de dar voz às suas necessidades e anseios para que a transformação tivesse bases sólidas para acontecer.” completa Patrícia sócia do Atelier O’Reilly Architecture & Partners.
A missão era trazer para o mundo da arquitetura matérias que somadas ao desenho pudessem fazer nascer o reconhecimento que aquelas pessoas buscavam.
A equipe entrou nos universos da tecnologia, arte e design para projetar de forma não impactante e com zero toxicidade.
Foi feita uma imersão na comunidade e vivenciado o sonho da integração e regeneração do ser.
A lição aprendida foi que com nada é possível fazer tudo. Então a equipe com muito respeito ofereceu àquelas pessoas o que receberam, paz e amor.
Projetaram então, para o Instituto o seu micro cosmos, um edifício vivo, povoado por um conteúdo visceral, cultural, tecnológico, gastronômico, ecológico, artístico e funcional.
Criaram arquitetura, arte, mobiliário urbano e design com tecnologia digital para atender aos anseios desse Instituto que pode mudar o mundo interior de cada um de nós.
O edifício já existia, era a casa do pai de Claudinho e Fabio, que aos 9 anos de idade militavam pela paz na favela, e buscavam através da música pacificar o seu entorno.
Cresceram junto com a casa que ia subindo os níveis para abrigar os projetos de música, alimentação vegana, tecnologia e esporte.
Eles fizeram shows, o que ganhavam investiam nos próprios projetos e cada cômodo da casa foi abrigando cada vez mais pessoas ansiosas por saber, por crescer, por aprender e por ser.
Hoje, este edifício onde tudo começou já não tem capacidade para atender toda a comunidade e precisa de mais, precisam voar.
O projeto arquitetônico da nova sede do Instituto Favela da Paz em um terreno também doado, faz uma decodificação da “caoticidade” da realidade da casa onde hoje é o lar de todos e também o Instituto.
Ele preserva a organização arquitetônica existente e de forma livre conecta oito volumes construídos em madeira desordenados através de passarelas que sobem e descem e oferecem em seu uso os programas, que desenvolvem neste núcleo de metamorfoses interpessoais, que é o Instituto Favela da Paz.
O projeto atualmente busca parceiros de materiais e patrocínios para viabilizar a construção.
A psicologia ambiental se dedica ao estudo da subjetividade humana dentro do espaço, analisando circunstâncias constitutivas da interdisciplinaridade entre o ambiente construído e o seu efeito psicológico e psicossomático sobre o usuário.
Ao estudar a cidade, é de fundamental importância enxergar o homem enquanto usuário do espaço em sociedade e fazer uma análise crítica da vida cotidiana em que as cidades estão estruturando para a vida do ser humano contemporâneo.
O meio urbano está a todo o tempo interferindo no intelecto de seus usuários, se habitamos uma cidade desconexa, caótica e com pouca presença da natureza, teremos consequências psicológicas dessa interação.
Por isso, é importante buscar uma compreensão dessa interação e analisar quais os prováveis agentes que estão atuando para uma possível interferência de uma vida saudável e satisfeita por parte dos cidadãos dos grandes aglomerados urbanos.
O HUMANO E O URBANO
Associa-se o urbano como uma concentração de serviços e de atividades, estas que impulsionam as pessoas a estarem sempre em movimento e a estar sempre ativas e produtivas dentro desse espaço.
O sistema social, por sua vez, demanda e induz aos usuários esse tipo de comportamento para ser enquadrado em uma vida social tida como realizada e de sucesso.
No entanto, a exigência por cumprir com uma rotina intensa de atividades e deslocamentos dentro de uma estrutura cada vez mais artificial, pode estar trazendo consequências negativas para a vida das pessoas e o planejamento urbano precisa se atentar a essas questões, afim de encontrar soluções mitigadoras.
Segundo Eric Klinenberg, pesquisador da Universidade de Nova York, a população mundial encontra-se no processo de transição entre o conceito de coletivismo e os princípios de individualismo.
Compartilha-se ambientes com muitas pessoas diferentes todos os dias, ou até mesmo com as mesmas pessoas, cumpre-se uma ordem social de boa convivência, porém, as relações se mostram cada vez mais rasas.
Vive-se segundo as regras sociais, porém não se observa a construção de um senso de companheirismo, o isolamento aparenta estar presente em espaços com grandes aglomerados de pessoas, onde cada qual com o seu interesse e com o seu grupo social, não se sente à vontade para interagir entre si com facilidade.
A NATUREZA INTRÍNSECA DO HOMO SAPIENS
A estrutura urbana está provocando efeitos na saúde vital das pessoas, a estrutura urbana polui os rios que fornece água para o seu próprio consumo e poluem o próprio ar que respira, manifestando um contrassenso da percepção do tipo de relação que a cidade tem com o humano, pois sua estrutura física causa sérios danos para a própria vida de quem o usa.
Deve-se reconstituir o ambiente urbano de maneira a retomar características naturais do meio, e refazer o modelo de vida urbana de modo a retomar uma relação intrínseca do homem e do seu habitat natural, a natureza.
A PSIQUE URBANA – QUE TAL UM REFÚGIO NO PARQUE?
Esse pensamento dentro de um contexto Urbano-Social, sendo este Cidade- Pessoa, se materializa nos espaços tidos como comuns aos moradores das cidades, embasando os espaços de convivência como sendo uma possibilidade de contribuição da psicologia ambiental para o bem estar da população.
A psicologia ambiental pode se aliar a arquitetura e ao urbanismo trazendo elementos para o cotidiano urbano que cuidam, acolhem, relaxam e traz uma outra perspectiva de sensações a fim de amenizar as consequências e disfunções colaterais do ambiente artificial que as cidades se tornaram.
A sinergia territorial que um parque urbano pode proporcionar aos moradores de um bairro pode atuar como um elemento que contraste com a vida agitada das cidades, criando um espaço de fuga, de consciência ambiental e de reaproximação com a natureza.
Trazendo elementos, geometrias, materiais, luz, cores, equipamentos, mobiliários urbanos, que inspirem uma interiorização das pessoas, atuando como um elemento para a mediação existencial.
Atentar-se aos problemas essencialmente humano é um papel fundamental do planejamento urbano.
O planejar cidades para pessoas requer um entendimento além da forma e da função, além da preocupação com o fim dos recursos naturais, o planejamento urbano precisa de um entendimento sobre a psique das pessoas, precisa entender como elas estão se sentindo, buscar compreender as verdadeiras necessidades, e atuar para supri-las.
Como sintetiza PALLASMA, no livro Os olhos da pele: “A arquitetura não pode se reduzir a um elemento da funcionalidade, do conforto corporal e do prazer sensorial sem perder sua tarefa de mediação existencial”. (2011, Pág.59)
Artigo enviado pela arquiteta Itália Cecília Melo, membro do escritório Itália Arquitetura – mídia social: @arq.italia
A taipa de pilão é uma técnica de construção muito antiga e bastante utilizada no período colonial do Brasil, mas que também está sendo muito empregada atualmente em construções ao redor do mundo, principalmente na Austrália e Estados Unidos.
O que é a taipa de pilão?
É uma técnica construtiva milenar
Utiliza a terra como matéria-prima
O nome deriva do fato de se utilizar um pilão para socar a terra de dentro de uma forma de madeira, que se chama taipal.
Como é feita a taipa de pilão – passo a passo:
Existem algumas maneiras diferentes de construir com taipa, nesse caso vamos detalhar a técnica convencional:
1- Defina a altura e a espessura da parede. Alguns autores dizem que a proporção ideal é, para cada 1,0 m de altura, deve-se ter 10 cm de espessura. Uma parde de 3m, por exemplo, deve ter no mínimo 30 cm de espessura.
2- Primeiro é necessário realizar a fundação para afastar a parede da umidade, pode ser de pedra ou de concreto. A opção normalmente utilizada são as sapatas corridas, que permitem uma distribuição de cargas uniformes no solo e dificultam a capilaridade.
3- Logo seleciona-se a terra, que deve ser isenta de matéria orgânica e idealmente ter uma porcentagem média de 30% de argila e 70% de areia. Quando retirada do local, não se deve utilizar a primeira camada da terra que tem muito matéria orgânica, recomenda-se que se utilize a partir de 60cm de profundidade.
4- Montagem das fôrmas, utilizam-se chapas de compensado, preferivelmente do tipo naval resinado.
5 -Compactação. A cada 10 ou 15 cm de altura, o solo deve ser apiloado.. Quando o solo estiver próximo ao nível máximo das fôrmas, estas são desmontadas e reposicionadas. As fôrmas podem ser reutilizadas diversas vezes.
Imagem adaptada cortesia Atelier O’Reilly Estratégias Sustentáveis – Casa terra
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Atualmente existem métodos mais modernos, que usam formas metálicas, compactadores pneumáticos e muitas vezes adiciona-se um pouco de cimento como estabilizador.
Imagem adaptada cortesia Atelier O’Reilly Estratégias Sustentáveis – Casa terra
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Segundo o estudo de análise do ciclo de vida abaixo, a taipa tem cerca da metade dos impactos ambientais comparando à materiais convencionais como, a alvenaria de cerâmica e o bloco de concreto.
Recomenda-se que as instalações não fiquem dentro das paredes de taipa de pilão.
Origem da taipa:
Os primeiros registros de obras com esse método foram construídas pelo povo Longshan entre 2.600 e 1.900 a.C, na China. Foi muito utilizada em monastérios budistas tradicionais localizados no Himalaia e em áreas do norte da Índia.
A técnica se espalhou para o Oriente Médio e Norte da África, até chegar na Europa. Parte da Grande Muralha da China foi feita construída em taipa, assim como Alhambra, em Granada (Espanha).
E para quem acha que construções com terra não são duráveis, há registro de construções de até sete andares de altura, com dois séculos de idade.
A taipa foi trazida para o Brasil pelos portugueses, sendo muito utilizada no período colonial. Também foi largamente usada nas construção das Igrejas de Minas Gerais durante o período de mineração.
Pátio do Colégio- marco inicial do nascimento da cidade de São Paulo – construção em taipa de pilão
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Exemplos de arquitetura moderna com taipa de pilão:
– Centro cultural Nk’Mip Desert no Canadá – Arquitetos DIALOG partners
Considerada a maior parede de taipa de pilão isolada do mundo: 80m de comprimento, 5,5m de altura e 600mm de espessura
– Casa em taipa de pilão na Angola – Projeto: Pedro Sousa, Tiago Ferreira, Tiago Coelho, Bárbara Silva e Madalena Madureira
Foto cortesia: Pedro Sousa, Tiago Ferreira, Tiago Coelho, Bárbara Silva e Madalena Madureira
Norma ABNT
A tão aguarda norma técnica da taipa de pilão entrou em vigor no dia 6 de janeiro de 2022. A ABNT NBR 17014:2022 estabelece os requisitos e as condições gerais, controle e aceitação desta técnica de construção com terra.
Normalmente gastamos 90% do nosso tempo em ambientes fechados. Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) estamos mais em casa do que nunca. Voltamos para o conforto do nosso lar e levamos junto o nosso trabalho, um bilhete de ida, sem data certa para a volta.
Aderimos ao home office e improvisamos nosso escritório: reservamos parte da mesa de jantar para colocar o computador, adotamos uma cadeira, deixamos o traje social no guarda-roupa e o sapato no armário. Vestimos bermuda e a camiseta preferida. O melhor dos mundos! Até a realidade bater em nosso ombro.
As crianças se aproximam a cada cinco minutos para brincar, o cachorro late sem parar no meio de um call, a panela de pressão “grita” na cozinha ao lado.
As costas começam a doer depois de 1 hora sentado naquela cadeira de madeira, carência ou excesso de iluminação e é preciso forçar os olhos para enxergar a tela, é necessário escolher entre fechar a janela para não ouvir a música alta dos vizinhos ou passar calor (ou frio).
Nesse momento, descobrimos que a nossa casa não é tão confortável assim, pelo menos para uma rotina de trabalho de 40 horas semanais, cinco vezes por semana.
Nos sentimos improdutivos e estressados, a cabeça começa a doer, fica impossível se concentrar e ainda resta mais da metade da lista de tarefas do dia para fazer. A sensação é de cansar o dobro, para executar nem metade.
Por que nos sentimos assim? Segundo Guido Petinelli, CEO da Petinelli – empresa de consultoria em sustentabilidade para certificação de edificações LEED e WELL -, esses são os efeitos de passar tanto tempo num ambiente que não foi projetado para a atividade que estamos desempenhando em casa, ou seja, trabalhar.
Conforto térmico
Entre as diferenças, está a questão do conforto térmico. Em casa, geralmente, o ambiente escolhido para trabalhar não é climatizado e, se o é, não permite o controle individual.
Pesquisas revelam que graus moderados de controle individual sobre a temperatura melhoram consideravelmente a produtividade.
Acústica
A acústica também influencia no desempenho. No trabalho, há um padrão de comportamento esperado entre as pessoas que compartilham do espaço, ou seja, há um controle maior de barulho e silêncio.
Em casa, o nível de ruídos é imensamente maior e incontrolável: o bebê acorda no meio do call, o cachorro late, os carros passam na rua, o vizinho fala alto, e essas interrupções causam distração e estresse.
Qualidade do ar
A qualidade do ar impacta diretamente na concentração: mau cheiro ou perfumes tiram o foco da tarefa que está sendo executada. A própria pintura da parede pode liberar gases tóxicos.
A qualidade do ar exige que ele seja renovado, o que não acontece ao escolher um cantinho isolado da casa para trabalhar com menos barulho, ainda mais se ele não tiver janelas. Ganha-se na acústica, perde-se na qualidade do ar.
Ergonomia
A ergonomia está relacionada à adaptação dos elementos do ambiente de trabalho à realização de atividades repetitivas, por determinado período de tempo, evitando lesões.
Ajuste da cadeira, profundidade da mesa para abrigar tudo o que você precisa e atenção ao ângulo de inclinação do braço em direção ao teclado são preocupações no ambiente de trabalho, mas itens negligenciados em casa.
Conforto visual
O conforto visual está relacionado aos níveis de luminância, que não são dimerizáveis quando se está em casa. A posição solar do seu escritório improvisado em casa é favorável em alguns períodos do dia, em outros não, e não é possível fazer essa compensação.
O nível inadequado de luminância no ambiente exige esforço constante para adaptação ocular à tela, o que gera a fadiga visual.
Iluminação
Situações como as acima podem estar acontecendo no próprio ambiente de trabalho, mesmo depois do investimento para trocar todas as lâmpadas por LED, por exemplo: uma atualização de iluminação eficiente com um retorno de dois anos poderá resultar em prejuízo se o brilho, a fadiga visual ou baixa iluminação no ambiente comprometerem até 1% da produtividade, segundo dados do International WELL Building Institute (IWBI).
“Isso significa que mais do que projetar as edificações para serem eficientes e sustentáveis, é preciso pensar na qualidade das condições que estão sendo oferecidas aos ocupantes, priorizando sua saúde e desempenho. É fazer mais e melhor com menos, de forma criativa e funcional”, explica Guido.
Por isso, é importante adotar novos padrões para o desenvolvimento e execução de projetos arquitetônicos e de engenharia, que possibilitem medir, certificar e monitorar os recursos do ambiente construído que impactam a saúde e o bem-estar das pessoas.
Essa nova demanda vai ao encontro do que é exigido na certificação WELL Building Standard, que mede 10 fatores de um edifício ideal para os ocupantes.
Guido explica que as premissas compreendem a melhoria da qualidade do ar interno e remoção dos contaminantes transportados pelo ar; fornecimento de água da mais alta qualidade por meio de filtragem e tratamento e promoção da acessibilidade; e controles da intensidade de iluminação.
“Além dos elementos tangíveis, a certificação WELL Building Standard engloba os aspectos intangíveis associados ao incentivo à atividade física através do design do edifício, a oferta de escolhas alimentares saudáveis, a criação de ambientes produtivos, ergonômicos, livres de distrações e relaxantes e o apoio à saúde mental e emocional dos ocupantes”, complementa Guido.
Guido Petinelli
No mundo, 3.822 projetos já estão registrados no programa WELL e 292 são certificados, para um total de mais de 4,1 mil projetos em 59 países. Isso totaliza 49 milhões de m² construídos e certificados ou em processo de certificação, entre edifícios comerciais de escritórios, espaços interiores, edifícios multifamiliares, lojas de varejo, escolas, restaurantes e projetos de cozinha comercial.
Ele lembra que o Brasil não fica atrás nesse movimento global, com a vanguarda da Região Sul, mais especificamente, do Paraná e da capital Curitiba.
O Erastinho – primeiro hospital oncopediátrico do Estado, destinado especialmente ao combate do câncer infanto-juvenil -, está em obras e terá a certificação WELL.
O mesmo deve acontecer no mercado de incorporação imobiliária, com a certificação de novos lançamentos na capital paranaense. A nova sede da Vivensis – empresa de tecnologia de informação, também em Curitiba -, além de ser autossuficiente em energia, busca o selo WELL.
“A experiência transforma prioridades e redefine critérios de escolha individuais e coletivas. Apesar de vivermos uma situação dramática de saúde pública no mundo, esse é um momento de disrupção para a construção civil. É a oportunidade para estabelecer um novo padrão de edificações, que priorizem a saúde e o bem-estar de seus ocupantes, junto com a eficiência e a sustentabilidade”, avalia Guido.
Em tempos de crises como a pandemia global em que vivemos, as soluções desenvolvidas pelas cidades inteligentes, seus agentes e especialistas de todo o mundo precisam ser compartilhadas cada vez mais.
Resiliência, digitalização, acesso a dados e conexões emocionais são alguns dos tópicos que fazem com que uma cidade seja considerada “smart”.
“O papel do ecossistema de inovação, e da relação entre governança e iniciativa privada, é fomentar essa troca de experiências nos âmbitos da cidadania, tecnologia, meio ambiente e soluções para o bem-estar e a saúde coletivas”, enfatiza Beto Marcelino, sócio diretor do iCities, empresa que realiza anualmente a edição brasileira do maior evento de cidades inteligentes do mundo, o Smart City Expo Curitiba.
Para auxiliar nesse compartilhamento de iniciativas, o iCities reúne a seguir algumas ideias que podem ser colocadas em prática a médio prazo.
Criando conexões emocionais
Fugindo do conceito de que inovação esteja ligada estritamente à tecnologia, Marcos Batista, diretor de inovação do Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul (SP), defende soluções à brasileira.
“Nossas cidades serão conhecidas pelo tamanho, pelos problemas que resolvem, transformações que promovem e esperanças que recuperam. Inovação é criar um propósito bem definido e uma conexão emocional. Isso pode ocorrer, por exemplo, ao se elaborar uma identidade (por meio do branding) e uma missão para o município, como é o caso dos destinos turísticos”, explica Batista.
A comunicação entre o poder público e os cidadãos amplia o engajamento popular em projetos colaborativos.
“Cidades que oferecem seus serviços de forma esporádica estão fadadas a morrer. Com a transformação digital e a tecnologia surgem outras interações, como responder aos desejos das pessoas com velocidade, flexibilidade e precisão. Outras formas de inovar passam por oferecer serviços de curadoria e o coach comportamental, que vão mais na linha de incentivar e engajar cidadãos em ações”, resume.
Acesso a dados e produção alimentar
Especialista na transformação de líderes e de organizações com base na convergência de estratégia, tecnologia e venture capital, Francisco Milagres considera que o acesso às redes de dados e privacidade traz grandes desafios e oportunidades.
“O desafio é preparar e treinar as pessoas para que consigam ter acesso a esses dados e desenvolver inteligência e informação. Por outro lado, é preciso que governos e empresas também saibam como tabular e disponibilizar estes dados de forma ética e eficiente”, aponta o consultor, que é embaixador da plataforma OpenExO (consultoria de gerenciamento, um ecossistema de transformação global que conecta profissionais e ajuda instituições de todo o mundo a transformar suas realidades).
Além da questão de acesso a dados, os especialistas concordam sobre como a tecnologia pode ajudar em momentos de crise, quando líderes a colocam em prática em áreas fundamentais como a produção alimentar.
“É preciso entender que quando falamos em sensores, internet das coisas, drones, isso também é aplicável ao campo, de forma a aumentar a produtividade de nossa cadeia alimentar. Hoje se fala muito em fazendas verticais, que aproximam o produtor das cidades e reduzem os impactos logísticos desse negócio”, pontua Milagres.
Digitalização imprescindível
Depois da quarentena e do isolamento social promovidos pela crise no novo Coronavírus, as relações de trabalho não serão mais as mesmas: a digitalização é imprescindível e imperativa para pessoas e empresas.
Essa é a análise do espanhol Josep Piqué, presidente da TechNova Barcelona e um dos idealizadores do 22@Barcelona, distrito de inovação que virou case mundial de transformação urbana.
22@ Barcelona
“A digitalização é fundamental para que cidades sejam mais inteligentes e resilientes, principalmente em momentos de crises como a que estamos vivendo. A vida pós Covid-19 é muito mais smart”, ressalta. Para Piqué, os ecossistemas de inovação existentes pelo mundo precisam se articular através do compartilhamento de uma agenda de desafios, no qual cada agente – governo, empresas, academia – trata de uma demanda específica. “Os desafios podem ser sanitários, econômicos, sociais, urbanos. O ecossistema toma sentido quando compartilha os desafios entre si. Isso nos ajuda a entender quem faz o quê, porque ninguém pode fazer tudo”, endossa o especialista.
O futurismo é agora
Quando se fala em cidades inteligentes, há quem pense que se trata de uma ideia futurista e de promessas que não saem do papel. Mas a pesquisadora Ana Carolina Benelli, consultora do Instituto de Tecnologia e Sociedade, mostra o contrário: o futurismo é agora.
“Há uma série de projetos que representam o conceito de cidades integradas, tecnológicas e resilientes. De hortas comunitárias a modelos de gestão da informação nos setores públicos, é possível fazer com que os projetos atendam as expectativas dos cidadãos, indo além da prestação de contas. Temos que partir para o empoderamento de grupos da sociedade para tomada de decisões e formulações de políticas públicas”, defende.
Segundo ela, o melhor exemplo sobre o engajamento cívico e protagonismo cidadão será visto em nossas comunidades após a pandemia da Covid-19.
“A governança de como tratamos essa situação é o que fará a diferença. Como vamos usar esses aprendizados para lidar com uma próxima emergência? Como internalizar essas informações que estamos recebendo e transformar num conhecimento útil para a criação de políticas públicas, melhorias e ações de desenvolvimento territorial no nosso próprio bairro? Isso é o que torna uma cidade inteligente.”
O Smart City Expo Curitiba 2020 é chancelado pela FIRA Barcelona, consórcio público espanhol formado pela Prefeitura de Barcelona, Governo da Catalunha e Câmara de Comércio de Barcelona, e que é o organizador do Smart City Expo World Congress, maior evento sobre cidades inteligentes do mundo. No Brasil, o evento é organizado pelo iCities, empresa curitibana especializada em soluções inteligentes, e tem o apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba.
O tema do evento, que será sediado no Centro de Eventos Positivo (antigo Expo Barigui) é “Smart Cities in Action”. O evento foi adiado, com reservas de datas para novembro e dezembro. Os ingressos continuarão válidos até a próxima data. iCities, Fira Barcelona e a Prefeitura de Curitiba mantém um estreito contato com as autoridades sanitárias para acompanhar a evolução do COVID-19 e dos protocolos estabelecidos, de acordo com as diretrizes das autoridades brasileiras e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sobre o iCities
O iCities foi fundado em 2011 com a visão de que as cidades devem ter papel muito mais proativo no desenvolvimento da sociedade.
Dentre os projetos de maior relevância da empresa estão a vinda e organização do maior congresso do tema de smart cities de Barcelona para Curitiba – o Smart City Expo Curitiba.
O iCities também trabalha com consultoria para projetos de smart city para municípios de todo o país.
Escritório no Japão tem como destaque um telhado em madeira engenheirada inspirado na forma dos origamis, arte tradicional da cultura local.
Um fabricante de parafusos estruturais pediu aos arquitetos da UENOA arquitetura um projeto para seu escritório que tivesse uma proposta arrojada, que ampliasse as possibilidades da construção em madeira.
A ideia era criar um lugar onde a maneira como os funcionários trabalhassem pudesse influenciar uns aos outros, e criar um diálogo animado e um senso de solidariedade.
Atendendo ao desejo do cliente os arquitetos projetaram um telhado em madeira engenheirada escultural com um vão de 18 metros que abriga as diversas atividades da empresa, com bastante interação.
O objetivo era criar um edifício da empresa que permita a troca de informações dentro da empresa através de um espaço livre e linhas de fluxo.
Os arquitetos criaram a estrutura conectando treliças planas de madeira laminada com larguras de 105 milímetros – o tamanho típico da madeira usada em casas japonesas – aos painéis triangulares CLT, criando uma atmosfera orgânica.
O uso da madeira engenheirada permitiu que os arquitetos aproveitassem a pré-fabricação, economizando tempo e evitando mais distúrbios no local.
Foi proposto um método racional de pré-corte das peças na fábrica, que foram montadas usando apenas parafusos no local.
Os painéis de CLT também foram usados como divisórias para suportar cargas verticais no piso térreo
Localizado ao norte de Tóquio, o novo prédio de forma hexagonal abrange 834 metros quadrados em dois andares.
O piso térreo é dividido em uma série de salas para uma variedade de funções, incluindo reuniões, escritórios, armazenamento, banheiros e equipamentos técnicos.
No segundo andar, que tem forma de cruz, não existem paredes divisórias e compreende um escritório em plano aberto, uma sala de conferências e uma sala de amostras.
Para trazer ainda mais beleza ao espaço, foi realizada uma oficina chamada “Projeto de Coleta de Sementes”. Sementes de espécies nativas, que crescem nas montanhas circundantes, foram coletadas com a cooperação de funcionários e moradores locais, e plantadas no local.
Espera-se que o crescimento a longo prazo das plantas nativas leve à regeneração da identidade local.
Imagens por Hiroyuki Hirai via UENOA – Texto traduzido e adaptado do Inhabitat
Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020 ,determina utilização do BIM em obras públicas, na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal.
O decreto estabelece que a implementação se dará de forma gradual, sendo que a primeira fase será iniciada em 1º de janeiro de 2021.
O que é o BIM?
Building Information Modelling – BIM ou Modelagem da Informação da Construção – é um conjunto de tecnologias e processos integrados que permite a criação, a utilização e a atualização de modelos digitais de uma construção, de modo colaborativo, que sirva a todos os participantes do empreendimento, em qualquer etapa do ciclo de vida da construção.
A utilização do BIM reflete diretamente em uma construção sustentável.
Tornar nossos projetos mais realistas é criar edificações mais sustentáveis. Simular situações e possíveis soluções para um determinado projeto traz um resultado direto para a sustentabilidade de uma edificação.
O exemplo da Barcelona do sec. XIX no urbanismo contra as epidemias.
“Os problemas de saúde pública foram o que fez a cidade repensar, porque as doenças afligiam tanto os ricos quanto os pobres”. Richard Sennet, em Construir e habitar.
Esta foi a principal razão do nascimento do planejamento urbano moderno em Barcelona. Com a ajuda de Ildefons Cerdà, um novo bairro foi planejado além dos muros que foram demolidos em 1854 para combater as epidemias que assolavam o século XIX nas grandes cidades, cada vez mais povoadas e com um sério problema de superlotação.
As quarentenas impostas em Barcelona para lidar com doenças não funcionaram, e o desenvolvimento da ciência e das estatísticas impôs a ideia de “uma cidade higiênica e funcional que deveria permitir uma condição de igualdade entre todos os moradores que a usavam”, em palavras planejador urbano Joan Busquets.
Barcelona resiliente saiu dessas epidemias periódicas através do planejamento urbano.
Cerdà, que era engenheiro, mas foi o primeiro a escrever essa palavra em um texto impresso, implantou um novo tecido urbano e estudou as condições de vida dos trabalhadores.
O arquiteto Vicente Guallart explica que, pertencente à corrente dos socialistas utópicos, estava muito interessado em melhorar a situação dos trabalhadores que viviam nas áreas mais deprimidas e insalubres, e o estudo o fez por meio de estatísticas. .
Ele também prestou muita atenção à criação de uma poderosa infraestrutura de esgoto e à eliminação de fossas, diz o arquiteto Toni Solanas, membro do grupo de trabalho Salut i Arquitectura da Col·legi d’Arquitectura de Catalunya (COAC).
“Naquela época, os médicos pensavam que a cólera estava espalhada pelo ar e não pela água. Foi um período de pleno desenvolvimento industrial, com muitas fábricas começando a funcionar, e a fumaça negra das chaminés inundava Barcelona ”, diz Solanas.
Eixample – Em 1860, Cerdà iniciou a construção de um novo bairro construído através de ilhas de casas pontilhadas de espaços verdes distribuídos por toda a cidade.
Assim, a criação de um novo bairro, 20 vezes maior que a cidade antiga, com casas que entravam luz, ventiladas e com pátios interiores.
Uma área residencial formada por ruas arborizadas nas mesmas proporções que possuíam chanfros que serviam de pequenas praças e na qual a mobilidade também era garantida.
Para a arquiteta e professora de urbanismo Maria Rubert, o desenvolvimento científico de meados do século XIX foi decisivo quando aplicado ao tecido urbano da cidade para combater as doenças.
Um fato que se repetiu ao longo da história. Rubert dá como exemplo a incorporação de fontes nas praças ou a remoção de cemitérios fora das cidades, práticas introduzidas no reinado de Carlos III que serviram para mitigar os efeitos de epidemias que dizimavam a população.
O projeto de Cerdà acabou sofrendo variações terríveis. Solanas e Guallart alertam que especulação e densificação foram os dois processos que acabaram distorcendo completamente o projeto. Embora ele reconheça que o modelo sobrevive, pois significou uma mudança de paradigma na concepção da cidade moderna.
Os profissionais de arquitetura enfatizam que é difícil levar as lições do plano Cerdà à atual epidemia de coronavírus em Barcelona. Mas coincidem em apontar que o confinamento obrigatório da população em residências particulares deve ser um antes e um depois na concepção dos novos lares a serem construídos.
O arquiteto-chefe da prefeitura de Barcelona, Xavier Matilla, foi um dos primeiros trabalhadores municipais a receber o diagnóstico de Covid-19 e está em casa desde 9 de março.
“Agora, dentro de nossas casas, devemos fazer uma reflexão forçada de como vivemos. Por que os banheiros, que devem ser os cômodos mais ventilados, são internos? Por que os espaços comunitários foram reduzidos ao mínimo, assim como a área útil? ” Questiona Matilla.
Perguntas cujas respostas o levam a defender que os lares devem deixar de ser vistos de uma lógica econômica para priorizar sua qualidade acima de tudo.
Solanas concorda com essa idéia e ressalta que a arquitetura e o design de edifícios de baixo custo prevalecem. Ele alerta que 30% das propriedades estão doentes e que a ideia de progresso foi perdida.
Por sua parte, Vicente Guallart explica que hoje em dia no Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha (IAAC) deveria ter sido iniciado um mestrado para os arquitetos chineses ensinarem o modelo de Barcelona, que deve ser entendido como uma rede de bairros sem centros e sem periferia.
“O confinamento ocorre na escala da casa e se torna o local onde morar, trabalhar e descansar (morar, trabalhar e descansar) são micro-cidades. O teletrabalho é mais importante agora do que nos anos 90, e produzimos em residências ”, ressalta.
Por isso, defende o desenvolvimento de edifícios ecológicos que possam contemplar vistas exteriores e incorporar vegetação, que pode ser regada com águas cinzas. “Uma natureza que muitos sentem falta, nestes dias de confinamento.”
A arquiteta Carme Fiol usa o Unités d’Habitation de Le Corbusier em Marselha como exemplo de uma casa ainda em uso e foge dos edifícios que se tornaram moda no Meridiana e que só têm janelas.
Ela considera que uma reflexão sobre muitas questões surgirá a partir desses dias de confinamento e a de moradia, no momento, é especialmente sensível devido à situação de confinamento.
Matilla propõe abrir um debate sobre a tipologia das casas e ir adiante. Pela experiência do confinamento, ele considera deve-se pedir que o governo repense o atual decreto de habitabilidade para incorporar melhorias relacionadas à superfície das casas e à incorporação de varandas e terraços.
Profissionais dizem que o confinamento significa um antes e um depois
Maria Rubert também concorda em salientar que talvez tenha chegado a hora de modificar a maneira de construir e projetar as casas para também pensar em sua distribuição interior.
“Ficar trancado dentro deles nos obriga a pensar em como queremos que os lugares em que vivemos e com quem você quer estar. Você precisa encontrar soluções para que dentro dos espaços, também se possa estar no exterior ”, completa.
Lembrando que a vida rural, criticada por muitos diante do turbilhão da cidade grande, é mais atraente atualmente. “Nunca estamos em nossas casas e agora, sem poder sair, percebemos os desconfortos que nos causam”.
Artigo original publicado no La Vanguardia – Foto da capa: Àlex Garcia
The Rainbow Tree: o novo projeto sustentável do Vincent Callebaut é um edifício bioclimático de madeira nas Filipinas, que busca dupla certificação ambiental; LEED e BERDE (selo concedido pelo conselho de construção verde das Filipinas).
O objetivo é construir um edifício que ofereça o equilíbrio perfeito entre patrimônio cultural e patrimônio natural de esplendor sem paralelo.
O nome The Rainbow Tree (A Árvore Arco-Íris) é uma homenagem à uma árvore icônica e colorida das Filipinas, o Eucalyptus Deglupta, também conhecido como Rainbow Eucalyptus.
Esta torre orgânica modular de madeira envolta em camadas de vegetação exuberante pretende se tornar uma “floresta urbana” para a cidade, e integra os princípios do bioclimatismo passivo e energias renováveis avançadas.
No telhado haverá 1.650 m² de painéis solares fotovoltaicos e térmicos.
Localizado no coração do leste da Ásia, em Cebu, que é uma das maiores ilhas das Filipinas.
A capital é a cidade mais antiga do arquipélago e é hoje o principal porto marítimo e o principal centro econômico de negócios, especializado nos setores de Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC).
Ano passado, a UNESCO apontou Cebu como as 66 “Cidades Criativas”no mundo. A escolha se deve por sua inovação em design, particularmente no campo da moda, arquitetura e produção de móveis ecologicamente responsáveis.
A arquitetura das Filipinas é uma combinação dinâmica de múltiplas influências e um reflexo do patrimônio histórico e cultural do país.
O conceito do edifício é inspirado nessa mistura de influências, e principalmente nas Nipa Huts, construções feitas de madeira, bambu e folhas de palmeira tradicionais do país.
Floresta Vertical
A torre “The Rainbow Tree” é adornada com as mais belas espécies vegetais das florestas tropicais vizinhas.
Usando plantas de fontes sustentáveis das florestas tropicais locais, a torre será coberta por mais de 30.000 plantas, arbustos e árvores tropicais. Muitas plantas mudam de cor durante a estação, dando à cidade um “arco-íris” vivo ao longo do ano.
Este edifício verde trará um sopro de frescura ao coração do Cebu Business Park, que é principalmente construído em concreto e aço.
O edifício possui varandas escalonadas entre os pisos pares e ímpares, permitindo que palmeiras e árvores de folha caduca cresçam em altura dupla. As espécies endêmicas de plantas são listadas de acordo com a cor de suas espécies.
Estrutura de madeira CLT (Cross Laminated Timber)
A The Rainbow Tree está projetado com uma estrutura de madeira, o único material natural, abundante e renovável.
A técnica de construção utilizada, a madeira engenheirada, consiste em sobrepor ripas perpendiculares de madeira e conectá-las usando adesivos estruturais orgânicos formando módulos de madeira muito resistentes.
A torre contará com 1.200 desses módulos pré-fabricados e padronizados em uma fábrica com um alto grau de precisão.
Coberto com um revestimento de tábuas de cedro queimadas de acordo com o método japonês ancestral chamado Shou-Sugi-Ban, o edifício tem uma melhor resistência ao fogo e insetos que comem madeira e fungos.
Ser construída a partir de árvores extraídas de florestas eco-responsáveis significa que o edifício pode ser um verdadeiro poço de sequestro de carbono.
Segundo os arquitetos, isso significa que o edifício The Rainbow Treeterá uma pegada de carbono negativa!
Para economizar energia, a torre terá isolamento duplo graças a um revestimento interno e externo de materiais totalmente naturais, como palha e cânhamo.
Design de interior flexível
A estrutura CLT consiste em um núcleo central, também feito de madeira maciça, e uma fachada em “exoesqueleto”.
Essa estrutura libera espaço para permitir que cada morador personalize seu apartamento.
Ser capaz de transformar espaços interiores conforme desejado ao longo do tempo é uma boa estratégia de design sustentável.
Os espaços interiores serão inundados com luz natural e incluirão vários jardins verticais.
O The Rainbow Tree oferece mais do que unidades residenciais para seus habitantes, incluindo um restaurante, um espaço de coworking, uma piscina, spa e fitness center, além de uma fazenda urbana.
No 7º andar está localizada a piscina do condomínio e o spa. A academia fica no 8º andar com vista para a piscina que tem pé direito duplo.
Fazenda Urbana
No 31º andar, uma fazenda urbana e seus produz frutas, vegetais e algas em um sistema de aquaponia, que podem ser colhidas pelos habitantes do edifício. Combinando a piscicultura e o cultivo de plantas, a fazenda urbana está programada para produzir até 25.000 quilos de frutas, legumes e algas e 2.500 quilos de peixe por ano – o equivalente a quase 2 quilos de comida por semana para cada família que reside na torre.
O projeto do edifício The Rainbow Treedefende o uso e a reinterpretação dos estilos arquitetônicos e paisagísticos indígenas, coloniais e modernos que predominam ou prevalecem na região.
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CONTEÚDO DO CURSO ONLINE DE ARQUITETURA SUSTENTÁVEL EM 15 PASSOS:
PARTE 1 – INTRODUÇÃO
Breve história;
A importância da construção sustentável;
Cenário atual e tendências;
Políticas públicas e financiamento.
PARTE 2 – PRÉ-PROJETO
PASSO 0 – Introdução ao Processo de Projeto Integrado
PASSO 1 – Definir necessidades do cliente
PASSO 2 – Vai ter certificação ambiental? (Principais certificações de construção sustentável, LEED, AQUA, PROCEL Edificações e outras)
PASSO 3 – Escolher o terreno
PASSO 4 – Realizar Estudos ambientais
PARTE 3 – PROJETO
PASSO 5 – Projetar estratégias de arquitetura passiva
PASSO 6 – Usar o terreno de forma sustentável
PASSO 7 – Escolher o Sistema Construtivo
PASSO 8 – Projetar pensando no uso Eficiente da Água
PASSO 9 – Projetar com Eficiência energética
PASSO 10 – Escolher os Materiais Sustentáveis
PASSO 11 – Projetar o Paisagismo Sustentável
PASSO 12 – Projetar para o conforto e bem-estar do usuário
PARTE 4 – CONSTRUÇÃO
PASSO 13 – Definir estratégias no canteiro de obras
PASSO 14 – Comissionar os sistemas
PARTE 5 – OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO
PASSO 15 – Monitorar a pós ocupação
BÔNUS
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Uma comunidade fechada no WhatsApp e no Facebook com todos os alunos e as 3 professoras para tirar dúvidas, compartilhar conhecimentos e trocar experiências.
NOVO BÔNUS EM BREVE
Professoras do Curso:
Juliana Rangel: Sócia Fundadora da SustentArqui. Arquiteta e Urbanista, formada pela UFRJ-1999. Especializou-se o em Arquitetura Sustentável pela Universitat Politècnica de Catalunya UPC-Barcelona, ES em 2008 e em bioarquitetura pelo Instituto de Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura – Tibá.
Investimento
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Ontem a OMS declarou o Coronavírus como uma pandemia! Todos os países estão tomando medidas de precaução para que o vírus não se espalhe. Mas como os edifícios podem ajudar nessa luta contra a doença?
Para responder esta questão Joseph Allen, professor de Harvard, escreveu um artigo no Financial Times sobre “Como edifícios saudáveis podem nos ajudar a combater o coronavírus”.
Para relembrar casos parecidos, em 2003 a epidemia de Sars explodiu quando um profissional de saúde infectado, que sofria de pequenos sintomas respiratórios, foi a Hong Kong para o casamento de um amigo e se hospedou em um quarto do nono andar no Hotel Metropole.
Ele ficou gravemente doente no dia seguinte, foi a um hospital e morreu pouco depois – mas não antes de transmitir Sars a 16 outros hóspedes com quartos no mesmo andar. Esses anfitriões inadvertidos transportaram o vírus para outros países.
Um surto global foi espalhado por apenas uma pessoa em um único dia em um único andar de um hotel.
Edifícios podem piorar as coisas, mas também podem melhorar.
Ainda não entendemos completamente como o novo coronavírus é transmitido – há evidências de que esses vírus podem se espalhar por meio de gotículas grandes quando uma pessoa infectada tosse ou espirra.
Mais amplamente, os coronavírus emergentes também podem se espalhar através de pequenas partículas no ar (conhecidas como núcleos de gotículas), através do contato com superfícies infectadas (denominadas transmissão de fomitos) e por via fecal-oral.
Mesmo com essa incerteza, é claro que podemos alistar prédios para nos ajudar nessa luta.
Estratégias de edifícios saudáveis para combater a propagação do vírus:
-Aumentar a taxa de ventilação do ar externo
Para aqueles edifícios com sistemas de ventilação mecânica, recomenda-se que seja verificado se o sistema está ligado sempre que o prédio estiver ocupado, e depois aumentar as taxas de entrada de ar fresco.
Para residências e edifícios sem sistemas centrais, a abertura de janelas desempenha um papel importante na liberação do ar interno obsoleto.
–Controle do fluxo de ar entre ambientes
O controle do fluxo de ar entre as salas ajuda a evitar a contaminação cruzada.
A regra simples é fazer com que o ar passe de lugares limpos para sujos.
Os edifícios normalmente recirculam um pouco do ar, o que demonstrou levar a um maior risco de infecção durante os surtos, já que o ar contaminado em uma área circula para outras partes do edifício.
Se for absolutamente necessário recircular o ar, você poderá minimizar a contaminação cruzada aumentando o nível de filtragem.
-Aumentar a filtragem do ar
A maioria dos edifícios usa filtros de baixa qualidade que podem capturar menos de 20% das partículas virais. A maioria dos hospitais, no entanto, usa um filtro com a classificação MERV de 13 ou mais. E por uma boa razão – eles podem capturar mais de 80% das partículas virais transportadas pelo ar.
Para edifícios sem sistemas de ventilação mecânica ou se você deseja complementar o sistema de seu prédio em áreas de alto risco, os purificadores de ar portáteis também podem ser eficazes no controle das concentrações de partículas no ar.
A maioria dos purificadores de ar portáteis de qualidade usa filtros HEPA, que capturam 99,97% das partículas.
– Gerenciamento da umidade
O professor Allen também destacou a importância do gerenciamento da umidade. Ele disse que alguns vírus sobrevivem melhor quando a umidade relativa (UR) é baixa.
Por exemplo, sua equipe de pesquisa descobriu que aumentar a UR entre 30 e 50% levou a uma queda de 32% na sobrevivência do vírus influenza. Os primeiros resultados parecem mostrar que o coronavírus sobrevive melhor em superfícies quando a UR é de 20%.
Normalmente, imaginamos que condições úmidas apoiam o crescimento de bactérias, fungos e outros contaminantes biológicos. Mas alguns vírus, como a gripe, sobrevivem melhor quando a umidade relativa é baixa.
Um umidificador portátil pode ser uma boa estratégia para aumentar a umidade de um ambiente.
-Limpezas da superfícies
A limpeza das superfícies é outro mecanismo importante para limitar a disseminação da doença, incluindo o coronavírus.
Um estudo encontrou o RNA do coronavírus Sars em 30% das superfícies hospitalares testadas, inclusive nos quartos dos pacientes, nos corrimãos e nos mouses dos computadores.
A limpeza regular de superfícies com alto toque faz a diferença, especialmente em áreas onde indivíduos infectados podem estar presentes.
Precisamos colocar nossos edifícios para trabalhar para nós na luta contra doenças infecciosas. Isso inclui coronavírus e gripe, que mata entre 300.000 e 500.000 pessoas por ano.
Resumindo, os projetistas devem pensar em como trazer bastante ar externo para os ambientes e controlar a direção do fluxo de ar. Bons filtros e limpeza frequente da superfície são importantes, devemos ajustar os níveis de umidade interna e evitar a superlotação.
Mas mesmo os edifícios saudáveis precisam do apoio de seus ocupantes nessa luta. Coopere! Não esqueça de lavar sempre as mãos e se tiver algum sintoma, evite o contato com outras pessoas e procure um médico.
O governo também deveria dar às autoridades locais o poder de obrigar proprietários e gerentes de edifícios a realizar verificações da qualidade interna do ar imediatamente e implementar medidas para todas as instalações usadas pelo público, incluindo escolas, hospitais e escritórios comerciais etc.
Fonte: Artigos escrito por Joseph Allen para o Financial Times e para o The New York Times. Allen é diretor do programa Edifícios Saudáveis de Harvard T.H. Chan School of Public Health e co-autor de “Healthy Buildings: How Indoor Spaces Drive Performance and Productivity.” (Edifícios Saudáveis: Como os Espaços Interiores Conduzem o Desempenho e a Produtividade)