O livro Manual de Construção Com Terra : uma Arquitetura Sustentável escrito pelo arquiteto alemão Gernot Minke, um dos grandes mestres da bioarquitetura, ensina como fazer uso deste material, as técnicas de construção indicadas, e revela projetos realizados em diversas partes do mundo, demonstrando assim que temos todas as condições de criar uma arquitetura sustentável capaz de respeitar o planeta e o ambiente.
Existe uma tendência mundial crescente para se utilizar a terra como material de construção. Isto ocorre devido ao aumento da consciência ambiental, a preocupação com o gasto energético desnecessário e o consumo dos recursos exigidos para a fabricação de materiais industrializados.
A solução mais sensata é a utilização de materiais locais disponíveis, mão de obra e ferramentas apropriadas, assim como a integração de técnicas corretas para que a terra se torne o material ideal para esse fim.
“A terra é o material de construção natural mais importante, abundante, e que está disponível em grande parte das regiões do mundo. É obtido com frequência diretamente no local de construção, ao escavar as fundações ou poços. Nos países industrializados, a exploração descuidada de recursos e capital, combinados com a produção intensiva de energia, não é apenas desperdício, acaba por poluir o ambiente e aumenta o desemprego.” – Introdução do livro Manual de Construção Com Terra : uma Arquitetura Sustentável, por Gernot Minke
O incentivo ao aproveitamento de águas das chuvas, assim como a promoção da captação e sua preservação serão incluídos entre os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos. É o que estabelece a Lei 13.501/2017, sancionada na segunda-feira (30) e publicada nesta terça-feira (31) no Diário Oficial da União.
A nova lei tem origem no Projeto de Lei do Senado (PLS) 326/2015, aprovado no Senado em setembro de 2015 e ratificado sem modificações na Câmara dos Deputados em setembro de 2017. E já está em vigor.
A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997) já prevê entre seus objetivos assegurar a disponibilidade de água à atual e às futuras gerações com padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada da água, incluindo o transporte aquaviário; e a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
A inclusão entre esses objetivos do incentivo ao aproveitamento de águas das chuvas, assim como a promoção da captação e sua preservação segue tendência mundial de utilização de água não tratada para manutenção de jardins, limpeza de calçadas e em atividades agrícolas e industriais.
O autor do PLS 326/2015 é o ex-senador Donizete Nogueira (PT-TO). Na justificativa para o projeto, Donizete Nogueira alegou que a intenção é evitar o agravamento da crise hídrica. Conforme afirmou, cerca de 40% da população do planeta já enfrenta dificuldades de acesso à água. Ele citou estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, dando conta de que, até 2050, cerca de cinco bilhões de pessoas estarão em situação de estresse hídrico.
No Senado, o PLS foi aprovado em decisão terminativa na Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde foi relatado por Otto Alencar (PSD-BA). Ele apresentou voto pela aprovação do projeto, com duas emendas de redação. No relatório, Alencar afirmou que o PLS representa “uma iniciativa louvável que promove a preservação dos recursos hídricos”.
O primeiro restaurante certificado FSC no mundo fica em Lima (Peru). O Ámaz reconhecido internacionalmente por promover os ingredientes da Amazônia de forma sustentável, foi feito com madeira colhida de florestas responsavelmente manejadas.
A certificação FSC gera impactos positivos para os povos indígenas, no que concerne à sua educação e qualidade de vida.
Para este projeto, o chef e proprietário, Pedro Miguel Schiaffino, escolheu madeira certificada FSC das comunidades Shipibo-Conibo.
O restaurante é uma ferramenta de conexão para a conscientização sobre a importância de escolher madeira certificada FSC.
Além disso, o projeto inclui espécies menos conhecidas de madeira (lesser known timber species), da Amazônia como a Shihuahuaco para piso, e Cachimbo e Tornillo para mobília e peças de decoração. 99% da madeira certificada FSC no Peru vem da Amazônia, a maior parte da região de Madre de Dios.
Veja o vídeo falando sobre o Primeiro restaurante certificado FSC®no mundo (em espanhol):
Certificação FSC:
A certificação FSC é um sistema de garantia internacionalmente reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos madeireiros e não madeireiros originados do bom manejo florestal.
Todo empreendimento ligado as operações de manejo florestal e/ou à cadeia produtiva de produtos florestais, que cumpra com os princípios e critérios do FSC, pode ser certificado.
Atualmente existem três modalidades de certificação: Manejo Florestal, Cadeia de Custódia, Madeira Controlada.
Por falta de presos, prisão em Amsterdã fecha, e será transformada em um complexo residencial sustentável, que ajudará a revitalizar a área do seu entorno.
Os retrofits verdes são sem dúvida uma grandetendência no mercado das construções sustentáveis. Transformar espaços sem usos em novas funções, não só diminui a quantidade de materiais que seriam empregados para uma nova construção, como ajuda a revitalizar a área do entorno da antiga edificação abandonada.
Um bom exemplo dessa tendência é o projeto de revitalização de uma antiga prisão em Amsterdã. A Bijlmerbajes ficava localizada no sudeste da cidade e foi construída na década de 1970, agora será transformada em um complexo residencial sustentável com 7,5 hectares.
O complexo prisional foi um marco na periferia de Amsterdã há décadas. Com a expansão urbana da cidade para o norte, sul, leste e oeste, a área tornou-se gradualmente um centro geográfico do novo desenvolvimento urbano de Amsterdã e agora poderá se transformar em um espaço cívico e cultural vibrante.
A equipe colaborativa da OMA, FABRICATIONS e arquitetos paisagistas da LOLA desenvolveram um plano-mestre composto por seis torres residenciais e um edifício administrativo, com uma série de pátios e jardins interligando os espaços.
O conceito de ilha da antiga prisão será preservado, mas os espaços serão ligados através de novas pontes para pedestres e ciclistas. O projeto chamado Bajes Kwartier, será um agradável espaço praticamente livre de carros, com jardins e áreas para recreação e esportes.
A reutilização de materiais da antiga prisão em Amsterdã é parte fundamental da missão do projeto do novo complexo sustentável.
Poe exemplo, serão utilizados os elementos pré-fabricados das paredes existentes como revestimento para os novos edifícios; as barras de prisão serão usadas como balaustradas, e as portas das celas se tornarão painéis laterais para as novas pontes para pedestres
A área da antiga prisão e os seus edifícios, que pertencem ao governo holandês, serão vendidos à AM Real Estate que fará a incorporação do empreendimento, previsto para iniciar no começo de 2018.
A equipe suíça ganhou o primeiro lugar na competição de arquitetura sustentável Solar Decathlon 2017, ao projetar, construir e operar a casa que melhor combinou a produção de energia inteligente com inovação, potencial de mercado e eficiência de energia e água.
As equipes competiram em 10 etapas ao longo de nove dias, quando foram avaliados o desempenho, a habitabilidade e o potencial de mercado de cada casa. Eles realizaram tarefas diárias, incluindo cozinhar, lavar roupa e lavar pratos, o que testou a eficiência energética de cada casa.
Design e Filosofia do projeto vencedor:
Chamado de NeighborHub, o projeto vencedor é mais do que uma casa, é um espaço multifuncional compartilhado, que pretende ajudar a construir e sustentar a comunidade em torno dela.
Ao demonstrar soluções inovadoras o projeto tem a itenção de apoiar a transição urbana e energética da Suíça, enfatizando sete temas: energia renovável, gerenciamento de água, gerenciamento de resíduos, mobilidade, alimentos, escolhas de materiais e biodiversidade.
Características e tecnologias sustentáveis da NeighborHub:
– Madeira laminada: é usada tanto na estrutura da casa, como nos móveis. Este produto fornece flexibilidade dimensional significativa no design e feito com madeira de reflorestamento.
– Envoltória sustentável: Uma envoltória produtiva, que inclui paredes que produzem energia a partir de painéis fotovoltaicos e que coletam o calor do sol para aquecimento de água. O telhado também é uma superfície produtiva que é usada para coletar água da chuva e cultivar alimentos.
– Energia renovável: Além de um sistema fotovoltaico (energia solar elétrica), a equipe também está usando células solares “Gratzel” sensibilizadas com corantes para gerar eletricidade, além de painéis solares térmicos construídos pela equipe, para aquecimento de água.
– Telhado verde: com plantas escolhidas para atrair abelhas.
– Horta: Existem duas estufas verticais para produção de alimentos, uma com um sistema aquapônico para reprodução de peixes.
– Banheiro seco: com uso zero de água. Usa minhoca para tratar e reciclar os resíduos.
A equipe suíça foi composta por estudantes da Escola Politécnica Federal de Lausanne, estudantes de engenharia e arquitetura da Universidade de Friburgo e das Escolas de Arte e Design de Genebra e Friburgo.
Veja o vídeo do projeto vencedor do Solar Decathlon 2017:
A Universidade de Maryland ganhou o segundo lugar, seguido pelo time da Universidade da Califórnia, Berkeley e da Universidade de Denver em terceiro lugar. A premiação Solar Decathlon ocorre a cada dois anos e é organizado pelo ministério da Energia dos EUA.
Os resultados da competição e os detalhes sobre os concursos individuais podem ser encontrados em www.SolarDecathlon.gov
O premiado arquiteto Shigeru Ban projetou um complexo de música, perto de Paris, em forma de ovo e uma fachada com painéis solares giratórios que se movem para seguir o caminho do sol.
O escritório do arquiteto japonês em Paris ganhou uma competição internacional realizada em 2013 para projetar o La Seine Musicale – uma instalação musical que compreende um grande local polivalente e um auditório menor.
Shigeru Ban teve a colaboração do arquiteto local Jean de Gastines no projeto do complexo, localizado na Ile Seguin entre os bairros de Boulogne-Billancourt e Sèvres nos subúrbios ocidentais da capital francesa.
A estrutura principal do edifício tem uma cobertura verde e no seu interior funciona um salão multifuncional de 6.000 lugares para eventos, incluindo concertos, musicais e balés. Há também um espaço menor para 1.150 pessoas, que pretende ser um local para concertos clássicos que não requerem amplificação.
Painéis solares giratórios
Este auditório menor está localizado dentro de uma estrutura de madeira laminada, material frequentemente utilizado pelo arquiteto, revestida com vidros e protegida da luz solar direta por uma superfície semelhante a uma vela coberta por células fotovoltaicas.
Essa “vela triangular” de painéis solares giratórios está montada em trilhos que lhe permitem seguir o caminho do sol, aumentando assim sua eficiência e garantindo que o lobby esteja protegido ao longo do dia.
“A forma do painel solar é inspirada por uma vela, então podemos comparar o Seine Musicale com um veleiro”, afirmou a empresa em um comunicado. “Este” navio ecológico “acabará por criar um novo símbolo para o portão oeste de Paris” completa.
O interior do auditório tem uma atmosfera acolhedora e íntima, com assentos circundando a área do palco central. Painéis acústicos feitos de tubos de madeira e papel suspensos no teto melhoram a experiência acústica do espaço.
Durante a maior parte do século 20, o local do La Seine Musicale foi ocupado por uma usina de fabricação operada por uma marca de automóveis. Quando a fábrica cessou suas atividades em 1992, os edifícios ficaram sem uso, e foram demolidos em 2005.
Em 2009, o arquiteto francês Jean Nouvel revelou um plano-mestre de uso misto para a ilha de 11,5 hectares e seus arredores, que incluiu seu próprio projeto para um bloco de escritórios que se assemelham a três edifícios separados, empilhados uns sobre os outros.
O plano-mestre já passou por várias revisões. A inauguração recente do La Seine Musicale marca o primeiro local cultural completado na ilha.
O arquiteto recebeu o prestigiado prêmio Pritzker em 2014 em reconhecimento ao seu trabalho inovador no campo do alívio de desastres. Ele também é conhecido por sua abordagem criativa dos materiais, como tubos de papelão, que ele empregou na construção de uma catedral temporária na Nova Zelândia, depois que sua antiga catedral anglicana foi destruída por um terremoto.
Um novo edifício verde em São Paulo trará mais beleza e ar puro para a “cidade cinza”.
O projeto é uma iniciativa da Amata, empresa de gestão florestal, junto com o estúdio de arquitetura franco-brasileiro, Triptyque.
O edifício de 13 andares com área total de 4.700 m², permite múltiplos usos, como co-working, habitações compartilhadas e restaurantes. Ambos os espaços, comum e privado, interagem com a cidade através da sua forma e vegetação abundante.
A madeira como solução?
A estrutura do edifício será construído em Madeira LaminadaCruzada ou CLT (Cross Laminated Timber), um produto de alta tecnologia feito de múltiplas camadas de madeira maciça em direções diferentes, que garante a resistência do material para ser usado em prédios altos.
Mas há muita exploração madeireira ilegal no Brasil, e o desmatamento é um grande problema, então fica a pergunta: como um edifício em madeira pode ser ecológico?
De acordo com Dario Guarita Neto, co-fundador e CEO da Amata.“Os edifícios em madeira certificada podem ser uma solução eficiente e servir como um impulso para uma mudança na consciência ambiental de nossas sociedades. Ao substituir os recursos não renováveis por matérias-primas naturais, também ajudamos a criar uma cadeia de produção mais limpa e adicionamos valor às florestas certificadas. Isso pode diminuir a pressão para o desmatamento.”
Além disso, cada 1m³ de madeira reflorestada absorve uma tonelada métrica de CO² atmosférico do meio ambiente, por isso a madeira, mesmo do Brasil, pode ser parte da solução, não do problema.
De acordo com os arquitetos, o projeto do novo edifício verde em São paulo traz soluções inovadoras e não apenas por causa do uso da madeira de reflorestamento certificada, mas também pelo seu design, tempo de construção reduzido, durabilidade e possibilidades arquitetônicas.
“O edifício é a naturalização da arquitetura colocada em prática, oferecendo uma experiência sensorial total, a metáfora de uma floresta urbana habitável, a madeira visível e invisível, o uso da vegetação e da paisagem.”
Sua silhueta escalonada combina com a topografia desigual do bairro paulistano de Vila Madalena, onde está localizado o terreno que será construído o edifício. A previsão é que a obra termine em 2020.
O livro Permacultura passo a passo, a autora Rosemary Morrow ensina os primeiros passos da Permacultura para o leitor. Se você pretende um dia viver sustentavelmente vai precisar deste livro para orientá-lo em todos os aspectos da sua vida.
Permacultura é a arte e a ciência do bom senso. É a união do conhecimento tradicional com a informação da ciência moderna em uma metodologia de Design para a permanência humana.
Sem meias palavras e com orientações práticas e viáveis, o livro Permacultura passo a passo, apresenta o planejamento da ocupação sustentável do terreno conforme princípios da natureza.
“A Permacultura é uma ciência de design ecológico aplicado e assim como todas as ciências, você precisa de algum conhecimento e habilidades. Na Permacultura os fundamentos são água, solos, climas e plantas. É essencial para um bom design que você seja um observador crítico de todos esses elementos. Todo local é diferente e o rigor e cuidado que você trouxer para suas observações farão a diferença entre um design sustentável fraco ou bom.”
“Foi meu primeiro livro de Permacultura. Como se eu tivesse descoberto o segredo da vida. Depois deste mudei minha vida, mudei meu emprego por um trabalho real e nunca mais olhei para trás. Este livro deveria ser leitura obrigatória.” André Luis Jaeger Soares, Fundador e Diretor do Ecocentro IPEC.
O 1º Prêmio Projeteee de Arquitetura Bioclimática está com as inscrições abertas até o dia 31 de outubro.
Há uma crescente demanda pelas edificações sustentáveis, eficientes e de alto desempenho térmico e energético. É possível planejar um modelo construtivo capaz de ser replicado e ainda atender as demandas de conforto e eficiência nos diferentes climas e regiões brasileiras?
Pensando nisso, foi elaborado um concurso para disseminar as diferentes estratégias que devem ser utilizadas no planejamento de um desenho arquitetônico, em cada zona bioclimática. Optou-se encorajar estudantes e profissionais de arquitetura e engenharia a desafiar o status quo e apresentar propostas visionárias e inovadoras que reconsiderem a condição atual das edificações, refletindo e reagindo sobre a concepção de um desenho arquitetônico adequado às distintas Zonas Bioclimáticas brasileiras.
Cada participante ou equipe multidisciplinar deverá apresentar um projeto com as adequações necessárias para ser implantado em duas zonas bioclimáticas distintas. Ou seja, uma mesma demanda será resolvida de duas formas diferentes, de acordo com as diretrizes bioclimáticas das duas zonas escolhidas.
O objetivo é propor estratégias, soluções e técnicas construtivas, abordando as sinergias e as diferenças de cada implantação, capaz de impactar positivamente o local, com identidade cultural e atendendo a requisitos técnicos de vedações, acabamentos e durabilidade, respeitando leis e normas, dentro de um custo orçamentário equilibrado.
A plataforma Projeteee – Projetando Edificações Energeticamente Eficientes – desenvolvida pela pelo PROCEL/Eletrobrás e a Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC, com o intuito de fortalecer a capacitação técnica e contribuir com referências climáticas brasileiras para o desenvolvimento de projetos de edifícios eficientes, será base de informações a ser usada como referência no levantamento de estratégias bioclimática para o planejamento e desenvolvimento dos desenhos arquitetônicos.
As inscrições podem ser feitas por meio do edital disponível na plataforma Prosas – www.prosas.com.br .
Confira o edital completo do 1º Prêmio Projeteee nos links abaixo:
No Dia Mundial da Arquitetura comemorado no dia 2 de outubro, UIA alerta sobre as ameaças das mudanças climáticas.
Com o tema “Climate Change Action!”, a União Internacional dos Arquitetos (UIA) convoca os arquitetos e urbanistas a mobilizar esforços para responder os desafios postos pelo Acordo de Paris sobre o clima.
Em mensagem divulgada no site institucional, da UIA afirma que a ameaça da mudança climática é real.
A entidade, que representa mais de um milhão de arquitetos de todo o mundo, aponta o rápido processo de urbanização das cidades e o desenvolvimento das construções como responsáveis pelo aumento do consumo de combustível fósseis e da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.
Segundo estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), cerca de 60% da população mundial vive em países onde o aquecimento global provavelmente produzirá “efeitos perniciosos”. Para a organização, os países pobres serão incapazes de fazer frente sozinhos aos efeitos econômicos do aquecimento global sem um esforço global das economias desenvolvidas, e calcula uma perda estimada de 10% de seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita até 2100.
A UIA está comprometida no combate às mudanças climáticas. Defensora do Acordo de Paris, a entidade internacional de arquitetos participará da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 23), que ocorrerá na cidade alemã de Bonn, de 6 a 17 de novembro, e do 9º Fórum Urbano Mundial, em Kuala Lumpur, de 7 a 13 de fevereiro de 2018.
A UIA é órgão consultivo da UNESCO para assuntos relativos ao habitat e à qualidade do espaço construído, e tem como um dos membros fundadores o Instituto de Arquitetos do Brasil. A atual gestão da entidade tem ainda como vice-presidente para as Américas o arquiteto e urbanistas e ouvidor geral do CAU/BR, Roberto Simon.
A empresa Tesla, não para de surpreender o mercado das energias renováveis com as suas inovações, desde o lançamento da bateria Powerwall até o mais novo produto de telhas solares. E agora nos surpreende com a sua solidariedade!
Após o furacão Maria no dia 20 de setembro, cerca de 97 por cento dos 3,4 milhões de habitantes da ilha ficaram sem energia. A tempestade de categoria 4 deixou milhares de pessoas sem-teto, e os hospitais estão lidando com os apagões. Segundo especialistas, pode levar meses para recuperar todas as linhas e reconstruir a rede.
Assim que a tempestade passou, a Tesla começou a enviar centenas de sistemas de bateria do Powerwall, que podem ser emparelhados com painéis solares, para a ilha devastada, em um esforço para restaurar a energia elétrica. Alguns funcionários da empresa estão atualmente em Porto Rico trabalhando em instalações dos sistemas de bateria e instalando ou reparando a energia solar, coordenando esforços junto com as organizações locais.
Elon Musk, CEO da Tesla, ficou completamente silencioso sobre o envio de ajuda a Porto Rico, e também sobre o fato de ele pessoalmente ter doado $ 250,000 para os esforços de socorro.
A PREPA, a empresa elétrica da ilha durante anos, não teve dinheiro para investir na modernização dos sistemas elétricos de Porto Rico. Mesmo sem furacões, cortes de energia são frequentes na ilha. Piorando as coisas, não há trabalhadores suficientes para consertar a infraestrutura; os jovens deixaram a ilha em massa enquanto a economia se agravava, e os trabalhadores mais velhos se aposentaram.
Não está claro se a Tesla está enviando as baterias Powerwall de primeira geração ou o Powerwall 2 e se a empresa também está enviando painéis solares, mas sem dúvida, sua equipe e as baterias enviadas podem ser peças importantes para restaurar a segurança e a estabilidade da ilha.
O 5º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura Sustentável está com inscrições abertas até o dia 1o de dezembro.
Considerado uma das principais premiações do mercado de construção civil do Brasil, este ano, o concurso distribuirá 25 prêmios, sendo o Grand Prix uma viagem internacional.
A inscrição é gratuita e deve ser feita pelo autor responsável.
Categorias e Modalidades de participação
Em edição comemorativa, a premiação conta com uma novidade para os profissionais: está aberta a participação de projetos cujas obras tenham sido concluídas durante os cinco anos de realização do Prêmio, de janeiro de 2013 a outubro de 2017.
Na categoria Profissional, as modalidades Projeto e Edificação contemplam iniciativas voltadas para construções Residenciais, Comerciais ou Institucionais.
Podem participar estudantes dos cursos brasileiros de graduação em arquitetura de forma individual ou em equipe, com trabalhos acadêmicos finais de graduação ou outro projeto de arquitetura desenvolvido durante o curso ou especialmente para o concurso, que estejam de acordo com o regulamento.
O Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável busca projetos e edificações que evidenciem aspectos relacionados a conforto e soluções inovadoras e que, ao mesmo tempo, que preservem o meio ambiente e promovam a sustentabilidade da construção civil brasileira.
Prêmiação
A premiação contará com 25 projetos contemplados. Nas duas categorias , serão 70 finalistas incluindo as duas modalidades do Profissional (Projeto e Edificação), sendo que três selecionados para cada tipo de projeto (Residencial, Comercial ou Institucional). Os primeiros, segundos e terceiros colocados receberão R$ 20 mil, R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente.
Os estudantes que conquistarem as duas primeiras posições receberão um MacBook Pro Apple; já o terceiro ganhará um IPhone 7. Os professores orientadores serão agraciados com um iPad Air. Todos os vencedores serão presenteados com troféu e certificado.
Entre todos os finalistas, tanto da categoria Profissional como da Estudante, serão ainda escolhidos os “Destaques em Conforto, Inovação e Sustentabilidade”. Cada um receberá R$ 10 mil e o Grand Prix com o “Melhor Projeto da Edição” será contemplado com uma viagem internacional com acompanhante.
O livro Qualidade Ambiental na Habitação a Avaliação Pós-Ocupação (APO) desfruta do papel principal na validação da qualidade do projeto. Reunindo contribuições de alguns dos principais pesquisadores brasileiros e expoentes internacionais na área, a obra é estruturada em três partes consecutivas, de forma didática.
A primeira parte, os primeiros oito capítulos, formula os conceitos e avanços metodológicos na área, cujo rebatimento em aplicações práticas em empreendimentos habitacionais constitui a segunda parte, capítulos 9 a 13. A experiência internacional amplia o contexto da obra nos últimos três capítulos que a completam como terceira parte.
O livro oferece a projetistas, construtores, pesquisadores e estudantes as vertentes contemporâneas da APO no cenário nacional e internacional, valorizando o foco no usuário final da habitação e revelando preocupação constante com a qualidade do projeto e da construção. Os inúmeros exemplos provêm dos setores público e privado nos mais diversos contextos urbanos e regionais.
Sobre as autoras do livro Qualidade Ambiental na Habitação:
Simone Barbosa Villa
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Moura Lacerda; mestre em Arquitetura e Urbanismo, Tecnologia do Ambiente Construído pela EESC da Universidade de São Paulo; doutora pela FAU/USP, na subárea Tecnologia da Arquitetura, é professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU/MG) na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAUeD); é coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Projeto de Arquitetura Universidade Federal de Uberlândia (UFU/MG); é coordenadora do [MORA]: Pesquisa em Habitação; é parecerista ad hoc das revistas Ambiente Construído e Horizonte Científico; tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Projeto de Edificações, atuando principalmente nos seguintes temas: Habitação Unifamiliar e Plurifamiliar (Apartamentos), Avaliação Pós-Ocupação dos Edifícios, Habitação de Interesse Social (HIS) e estudos de viabilidade de projetos para o mercado imobiliário habitacional.
Sheila Walbe Ornstein
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo; foi vice-diretora da FAU/USP; é diretora do Museu Paulista da Universidade de São Paulo; é pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); é especialista em APO e gestão na qualidade de projetos; é autora e coautora de diversos artigos, capítulos de livros e livros, no país e no exterior, sobre esses temas.
O Studio Cardenas, com sede em Milão, projetou uma casa de bambu eficiente em energia, localizada na China, inspirada nos conceitos do Feng Shui.
A proposta da casa inaugurada em 2016, explora a potencialidade de minimizar as emissões de carbono, maximizar a proteção ambiental e o desenvolvimento ecológico, através do uso dos elementos naturais disponíveis na área de Baoxi, como sol, água, plantas, vento e materiais naturais para alcançar uma casa inovadora.
Os tópicos considerados para o projeto da Casa de bambu eficiente em energia foram:
– Estrutura de bambu;
– Modularidade e industrialização;
– Feng Shui
– Refrigeração geotérmica
Estrutura de Bambu
O bambu é a planta que absorve a maior quantidade de dióxido de carbono durante seu ciclo de vida, está pronto para ser usado na construção em cerca de 3 anos e cresce muito mais rápido do que qualquer espécie de árvore. l
A China é o pais com maior emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global. O uso do bambu neste contexto é muito conveniente, especialmente porque a casa está perto do Mar da Floresta de Zhejiang, portanto, o bambu é um recurso natural do local.
Para isso, os arquitetos desenvolveram um sistema modular de construção de bambu industrializado com geometria precisa e conexões de alumínio leve para facilitar a expansão a desmontagem e o transporte.
Foram projetadas conexões a seco em alumínio, para não enfraquecer o bambu através das perfurações, nem preenchê-lo com concreto, e também para permitir a substituição das peças de bambu, se necessário.
Foram combinados o bambu (aço vegetal) e o aço para criar um sistema de construção industrializado; aplicando uma geometria precisa, baseada na proporção Áurea.
A estrutura é fácil de montar para que a construção possa ser feita por trabalhadores locais; Usando o mesmo comprimento das peças de bambu para alcançar a padronização e o melhor controle de qualidade.
Feng Shui
Com base no contexto chinês do edifício, os arquitetos aplicaram os princípios do Feng Shui ao layout, que inclui nove praças em cada andar.
A partir do Baguá os arquitetos organizaram os espaços da casa para oferecer a melhor orientação e melhorar a vida dos moradores ao receberem a energia positiva (Qi), segundo a técnica milenar.
O pátio interno é um espaço importante onde a energia flui e entra pela casa. Os espaços interiores possuem poucas paredes de divisão para permitir que a energia positiva (Qi) e a ventilação natural possa fluir livremente, de modo que o Qi entre devagar, se mova pela casa trazendo benefícios a todas as áreas da casa sem estagnar por dentro, e depois saia.
– Refrigeração geotérmica
Para minimizar o uso de energia, a casa de bambu eficiente usa água subterrânea acoplada a uma bomba de calor geotérmica para aquecimento e resfriamento internos.
Uma vez que este sistema aproveita as temperaturas naturalmente estabilizadas da Terra, é pelo menos 25% mais eficiente em termos de energia do que os sistemas convencionais e estima-se que consuma 15% menos energia do que as tradicionais.
“Para nós, a sustentabilidade não é apenas o uso de materiais naturais, como o bambu, mas também o projeto de soluções de construções apropriadas”, disseram os arquitetos
O Curso de bio-arquitetura é destinado a todos aqueles que desejam aprender a construir com as próprias mãos. O Instituto Tibá RIO , com Johan e Marc van Lengen, Tomaz Lotufo, e Cobi Shalev têm o prazer de oferecer esta oportunidade de troca de conhecimentos!
A sede do Tibá se encontra num belíssimo vale de floresta da mata atlântica na cidade de Bom Jardim, próximo a Nova Friburgo. Uma natureza exuberante que acolhe e traz a calma para se concentrar nos aprendizados.
Serão abordadas técnicas sustentáveis com o intuito de explicar o conceito de bio-arquitetura através da combinação de materiais tradicionais (como terra e bambu) e não tradicionais (cimento e plasto-cimento).
Perfeito para um primeiro contato com os métodos mais antigos de construção ou para colocar em prática os conceitos do “Manual do Arquiteto Descalço“. É ideal também para quem está buscando novas idéias ou simplesmente quer construir de forma saudável e sustentável.
Tópicos do curso de bio-arquitetura:
Prática em:
• Adobe • Pau-a-pique• Cob • Hiperadobe• Construção de Teto Verde• Bambu • Filtro Biológico • Plastocimento • Revestimento e Pintura Natural • Alfa/Beta
Vivência:
• Sanitário Seco “Bason”• Técnica de piso-laje “Cascaje” • Reciclagem • Água • Geobiologia• Arquitetura Intuitiva
O curso de bio-arquitetura de quatro dias custa R$ 1200,00 por pessoa. Podendo ser pago com R$ 300,00 de entrada para reservar sua vaga e três cheques pré-datados de R$ 300,00 para 30, 60, e 90 dias, a serem entregues no início do curso.
Desconto especial de 20% para jovens ate 26 anos! Curso : R$ 960,00. Podendo ser pago com R$ 240,00 de entrada para reservar sua vaga e três cheques pré-datados de R$ 240,00, para 30. 60. e 90 dias, a serem entregues no inicio do curso. Vagas limitadas.
No curso esta incluído hospedagem em quartos compartilhados, alimentação (ovo-lacto-vegetariano e PANC) e material.
OTIBÁ oferece por curso, duas bolsas educacionais (50% do valor do curso) para as pessoas de baixa renda. Para receber o beneficio, os interessados devem comprovar de alguma forma relevante a condição de baixa renda.
Novas tecnologias que envolvem energia solar felizmente não param de aparece! Já falamos aqui de 10 exemplos inovadores e logo sobre o super lançamento das telhas solares da Tesla, que integram as placas ao desenho arquitetônico. E isso parece ser uma tendência! A novidade agora são blocos de vidro que geram energia.
Esses blocos denominados Solar Squared e podem ser integrados totalmente aos edifícios, tanto em paredes de novas construções, quanto em reformas em edifícios existentes.
Os blocos de vidro permitiriam, durante o dia, iluminação natural, além de gerar eletricidade.
A outra vantagem dos blocos solares é que eles são projetados para ter um melhor isolamento térmico do que blocos de vidro tradicionais ou painéis solares transparentes para que eles ajudem também no controle climático do prédio.
A ideia surgiu de especialistas em energias renováveis da Universidade Exeter na Inglaterra. Eles criaram uma empresa startup, aBuild Solar, para desenvolver melhor o produto.
Os blocos estão atualmente na fase de protótipo e a equipe da Exeter está aguardando uma patente sobre a tecnologia, mas em breve passará a testes piloto e buscará mais investimentos.
Muitas empresas têm desenvolvido painéis solares transparentes para uso em edifícios onde os painéis solares podem substituir as janelas ou mesmo criar fachadas inteiras de arranha-céus. Os blocos solares podem ser usados de forma semelhante, mas também possuem uma tecnologia ótica que concentra a luz do sol nas células solares, tornando-as mais eficientes.
As fontes de energias limpas distribuídas serão tão importantes para o futuro, como grandes usinas de energia solar e parques eólicos. Novos produtos que promovem a integração da energia solar a nossos edifícios, que consomem 40% da energia produzida globalmente, ajudarão a arquitetos e engenheiros a desenhar mais edifícios que possam geram energia no próprio local.
A publicação da Cartilha Produção de Tijolos de Solo-Cimento é fruto de um projeto de extensão da universidade, e representa a maturidade do curso de arquitetura e urbanismo em suas formas de atuação extra-muros nos últimos 20 anos.
Trata-se de um projeto pedagógico de curso, que nos aspectos sociais e tecnológicos levam um “saber-fazer” para as comunidades que necessitam do desenvolvimento sustentável como forma de construção dos seus espaços de trabalho e de moradia.
O tijolo de terra crua é um novo paradigma enquanto substância matriz e suporte da existência humana, pois representa a integração do homem com a natureza acontecendo de maneira limpa e passiva.
Muitas pessoas pensam que a única forma de deixar as instalações elétricas mais sustentáveis é realizar a aplicação de placas solares gigantescas nos telhados.
É claro que é a mais almejada das possibilidades, mas pelo alto custo, é inviável para a maioria das pessoas, que acabam restringindo a sustentabilidade ao uso consciente de energia elétrica.
Mas existem grandes possibilidades no mercado que podem fazer a diferença em um custo muito acessível. Isso desde optar por determinados materiais na hora da reforma, até alguns aparelhos que promovem uma economia de energia expressiva.
Confira alguns dicas de como tornar as instalações elétricas mais sustentáveis:
Fios elétricos sustentáveis
Os fios elétricos precisam ser envoltos em um material isolante. A maior parte desses materiais disponíveis no mercado pode ter um período de decomposição de até 200 anos.
Mas já estão disponíveis fios revestidos de “polietileno verde”, um material biodegradável proveniente da cana-de-açúcar.
E o melhor de tudo: segundo especialistas, o material é tão seguro que resiste 20% mais que os revestimentos comuns.
Placas solares dedicadas a chuveiros
É claro que as placas fotovoltaicas são a melhor opção para diminuir em grande escala o consumo de energia, mas às vezes pode ser uma alternativa com investimento muito alto.
Como grande parte do consumo de energia vem do chuveiro elétrico, existem placas dedicadas ao chuveiro. Isso torna a instalação mais viável, mais barata além de promover uma economia muito expressiva.
Geralmente as pessoas adquirem chuveiros híbridos para essas condições porque eles acionam a energia elétrica caso a placa não tenha absorvido tanta energia solar nos últimos dias.
E para a instalação, é recomendado encontrar umeletricista especializado no assunto que vai saber dizer qual é a melhor posição da placa e como funcionam as instalações.
Lâmpadas solares
As lâmpadas solares recebem e armazenam energia solar e são acionadas automaticamente à noite. São as melhores alternativas para manter os ambientes externos iluminados.
O equipamento não possui nenhum tipo de fio e não tem nem a possibilidade de ser conectado à energia elétrica, evitando qualquer de desvio de corrente elétrica.
Tomada de 3 pinos
O novo padrão de tomadas e interruptores foi um assunto polêmico e deixou muitas pessoas aborrecidas.
Na prática, o terceiro pino faz com que a energia elétrica excedente vá para o solo. Olhando por esse viés, a nova prática representa mais segurança, mas não representa, necessariamente, economia de energia.
Porém, existe um ganho indireto. Esse novo padrão tem evitado danificações, provenientes de descarga de energia, das instalações e de aparelhos eletroeletrônicos.
Como muitos aparelhos têm o valor de reparo muito próximo ao valor de um produto novo, a diminuição das danificações causadas por descarga elétrica reduz, também, o descarte de eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
Filtros de energia elétrica
Muitos aparelhos elétricos puxam mais energia do que eles realmente precisam para funcionar. E para isso foram desenvolvidos os filtros de energia.
Os filtros, conectados entre as tomadas e os aparelhos, puxam exatamente a quantidade de energia mínima para o aparelho funcionar da melhor forma. Especialistas dizem que aparelhos desse tipo podem reduzir até 20% o valor de energia elétrica de uma empresa ou residência.
O livro a Adaptação de Edificações e Cidades Às Mudanças Climáticas, não poderia ser mais atual. Trata das mudanças climáticas e de seus impactos em nossas vidas. Através de uma narrativa extremamente franca, este livro mostra que a única maneira pela qual teremos chances de sobreviver no século XXI é desenvolvendo uma nova geração de edificações resilientes, de baixo impacto ambiental, adequada ao meio ambiente local e que funcione com energias limpas e renováveis.
Capítulo 1. As mudanças climáticas: começa a batalha
Capítulo 2. A evolução das edificações
Capítulo 3. Riscos, cenários e mercado de seguros
Capítulo 4. Vai fazer muito calor?
Capítulo 5. Seguros e aquecidos; o efeito das mudanças climáticas sobre o conforto térmico e a saúde
Capítulo 6. Vai chover muito?
Capítulo 7. Os vendavais
Capítulo 8. A elevação do nível dos mares
Capítulo 9. Vulnerabilidade, exposição e migração
Capítulo 10. O condicionamento do ar é a solução definitiva?
Capítulo 11. Os edifícios altos
Capítulo 12. A crise dos combustíveis fósseis
Capítulo 13. A garantia de combustível: quando vai faltar luz?
Capítulo 14. Os atores
Capítulo 15. A batalha continua
Autores:
Sue Roaf: Professora da School of Architecture da Oxford Brookes University, no Reino Unido.
David Crichton: Professor da University College London e da Middlesex University.
Fergus Nicol: Professor da Oxford Brookes University e da London Metropolitan University.
O conceito de edifícios de zero energia (NZEBs, sigla em inglês para Net-Zero Energy Buildings) e de zero carbono é atualmente objeto de políticas energéticas ao redor do mundo como uma das estratégias para reduzir as emissões nacionais de carbono.
Os países Europeus já possuem legislação que obriga edifícios novos a se tornarem Net-Zero durante os próximos anos, e programas como o Living Building Challenge estão demonstrando construção e operação net-zero dentro dos limites mais restritivos.
O World Green Building Council (WGBC) está liderando, através de GBCs locais, trabalhos para desenvolver e implementar certificações Net-Zero em diversos países no mundo, para desafiar os líderes em sustentabilidade na construção civil. O Brasil é um dos países que compõe o programa Advancing Net-Zero,e foi o segundo país a publicar a certificação net-zero.
O que é um edifício Net-Zero?
A definição de edifícios de Zero Energia ainda é fruto de extenso debate, devido às diferentes interpretações possíveis do termo por parte de diferentes autores, organizações e países.
Podem englobar, de maneira mais ampla: todo o ciclo de vida de uma edificação, o ciclo de vida adicionado da energia do transporte dos usuários, e até a inclusão da energia na produção de alimento e seu transporte até o edifício.
As principais e mais utilizadas definições de edifícios edifícios de Zero Energia (net-zero) internacionalmente são:
Um edifício de zero energia local é aquele em que a produção anual de energia é igual ao seu consumo anual, verificado no medidor de consumo elétrico do próprio edifício.
Um edifício de zero energia primária é aquele em que a produção anual de energia é igual ao consumo anual de energia primária – contabiliza-se assim toda a energia utilizada no processo de produção e transmissão até chegar ao edifício, bem como a natureza da fonte de energia.
Um edifício de custo zero de energia é aquele em que a produção anual de energia local é, em custo, igual ao seu consumo anual.
Um edifício de zero carbono é aquele em que a produção de energia renovável é igual ao seu consumo de energia de fontes não-renováveis.
Edifícios de Zero Energia e mudanças climáticas no Brasil
A redução do consumo de energia em edificações é uma das estratégias chave na mitigação da emissão de CO2 – opções tecnológicas, boas práticas de design e mudanças de comportamento podem atingir de 50 a 75% de redução em edifícios existentes, e de 50 a 90% em novas construções, de acordo com o IPCC.
Dentre os esforços nacionais em busca da redução de emissões de gases a efeito estufa no Brasil, historicamente o setor de edificações tem recebido pouca ou nenhuma prioridade para projetos. Isso se deve basicamente ao consumo relativamente baixo desses edifícios quando comparados a grandes plantas industriais, bem como devido à matriz energética limpa, dominada pela energia hídrica.
Apesar disso, nos últimos anos uma forte tendência de crescimento do consumo energético em edificações residenciais e comerciais foi registrada, devido ao aumento do estoque construído e à maior demanda por serviços com alto consumo de energia, como sistemas de ar condicionado.
Paralelamente, a matriz energética passou a depender mais das usinas termoelétricas a gás natural, triplicando as emissões por unidade de energia final nos momentos de maior dependência das fontes fósseis. Esses fatores associados fizeram com que, em 2015, o setor energético passasse a ser o maior gerador de emissões de CO2 no país.
No cenário atual, construir e certificar edificações e comunidades de baixo impacto de carbono se mostram fundamentais para que o país atenda aos seus compromissos de redução de emissões de CO2 firmados no Acordo de Paris.
Emissões de carbono em edificações
As emissões de CO2 em edificações estão relacionadas ao consumo direto de energia, nas suas mais diversas fontes.
Em todas as fases do ciclo de vida de um edifício o consumo de recursos naturais é impactante ao meio ambiente e à atmosfera – e, por ter uma longa vida útil e abrigar as mais diversas atividades humanas, a fase de uso e operação é de extrema importância no desenvolvimento de programas e políticas públicas de mudanças climáticas.
As emissões de carbono em edifícios podem ser dar de maneira direta, quando há o consumo de fontes de energia primária (como a queima de combustíveis fósseis), e de maneira indireta, quando há o consumo de fontes secundárias, como é o caso da eletricidade. Dada que a maior parte do consumo se dá na forma de energia elétrica, entender a matriz energética nacional e suas emissões passa a ser fundamental no estudo de emissões por edificações.
A figura abaixo traz a evolução das emissões de carbono pelo setor de edificações, que apresentou um aumento significativo nos últimos cinco anos, devido principalmente à diminuição das fontes renováveis na matriz elétrica brasileira.
Dado que as previsões para as próximas décadas são de aumento do consumo de energia elétrica em edifícios e de aumento do fator de emissão na geração elétrica, ações que minimizem o consumo, tornem o estoque nacional mais eficiente e aumentem a geração local distribuída se fazem necessárias e urgentes.
Potencial para edifícios de Zero Energia no Brasil
Independentemente da definição escolhida para edifícios net-zero, existem alguns fatores críticos para alcançar seu objetivo: o número de andares, as cargas de equipamentos e processos, as atividades realizadas e a localização geográfica.
Existem, portanto, tipologias que podem alcançar o net-zero com mais facilidade do que outras. Edifícios de muitos pavimentos, por exemplo, possuem área de projeção muito inferior à sua área útil total, limitando assim o número de geradores fotovoltaicos ou eólicos na cobertura.
A fim de levantar o potencial para edifícios de Zero Energia (Net-Zero) no Brasil, fundamentar e fomentar discussões e o desenvolvimento de programas nacionais para edifícios de zero carbono, o Instituto Clima e Sociedade contratou um estudo técnico sobre edifícios de baixo carbono, realizado pela equipe da Mitsidi Projetos.
No estudo, foram realizados balanços energéticos para seis tipologias visando zerar o consumo energético e as emissões de carbono anuais através da geração fotovoltaica distribuída, utilizando apenas a área do telhado, por ser a fonte energética que mais cresce no país.
Para avaliar e estimar o consumo de energia típico anual de cada tipologia, foram utilizados estudos prévios de benchmarking e gestão de energia. Além dos dados do Balanço Energético Nacional (BEN) e dos Inventários de Emissão de Carbono disponibilizados pelo MCTI.
Graças ao seu consumo de energia relativamente baixo e aos elevados níveis de radiação solar no país, é relativamente fácil para tipologias como escolas e habitações unifamiliares atingir níveis de net-zero.
No entanto, os edifícios maiores e aqueles que são totalmente climatizados, como os edifícios de escritórios corporativos, serão incapazes de cumprir os níveis de net-zero com geração local, mesmo nos cenários mais otimistas. Poderia ser adotada uma combinação de alta eficiência, geração local e geração renovável offsite.
Escrito por Isabela Issa, consultora da Mitsidi Projetos. Créditos das imagens e referência bibliográfica (relatório completo): Instituto Clima e Sociedade (iCS). Edifícios de Baixo Carbono no Brasil: Aspectos e Subsídios para Programas Nacionais. Desenvolvido por Mitsidi Projetos. Agosto de 2017.