O IPESA– Instituto de Projetos e Pesquisas Socioambientais – em parceria com a Fluxus Design Ecológico, a Meridiano Filmes e o Instituto Camargo Corrêa, acaba de lançar um vídeo educativo em que apresenta em detalhes a metodologia para a construção de um biodigestor, com o objetivo de dar mais autonomia a comunidades sem atendimento de sistemas de tratamento de esgoto, de áreas rurais e urbanas.
O que é um Biodigestor?
O Biodigestor é um sistema de tratamento de águas servidas que atua por meio da decomposição da matéria orgânica em ambiente anaeróbio (sem oxigênio).
Ele gera biogás que pode ser utilizado como fonte de calor, combustível e energia.
Os biodigestores podem ser projetados para tratamento de efluentes humanos e animais em larga escala, em zonas urbanas e rurais.
O biodigestor apresentado no material é um sistema unifamiliar, projetado para atender as águas servidas de uma família de 04 a 05 pessoas, ou apenas de águas pretas para cerca de 10 pessoas.
Vantagens na construção do biodigestor
A manutenção do sistema é mínima;
A estrutura é permanente e funciona por equilíbrio hidráulico, não demandando manejo para destinação das águas;
A água sai tratada com diversos micronutrientes disponíveis para a irrigação de frutíferas, otimizando o trabalho de adubação e irrigação em pomares;
As plantas produzidas na caixa de compensação devem ser podadas periodicamente. O produto dessa poda é excelente fonte de biomassa para cobertura de solo, compostagem, ou alimentação animal;
Não precisa de reforma na estrutura do banheiro já existente e não demanda alterações no hábito de utilização;
O biogás pode ser utilizado de diversos modos, como na utilização do gás convencional de cozinha. Para uma família de 5 pessoas, por exemplo, pode gerar economia de até 4 botijões de gás por ano.
Veja o vídeo com o passo a passo para construir um biodigestor:
O material produzido busca democratizar essa tecnologia social acessível e de fácil construção.
“Precisamos de soluções que beneficiem comunidades isoladas, onde mesmo com esforço dos governos o sistema público de tratamento de esgoto não chega. O sistema permite também uma importante economia na compra de gás de cozinha”, diz Paola Samora, presidenta e fundadora do IPESA.
Conforme explicou Paola, o vídeo complementa a cartilha “Manejo da Água” produzida com a mesma finalidade.
“Trata-se de um guia prático ilustrado que apresenta formas inteligentes de lidar com a água em nossas moradias, com especial atenção às tecnologias de purificação de águas servidas, que transformam o esgoto em fonte de recursos”, explica.
OS PARCEIROS
O engenheiro e permacultor Guilherme Castagna, da Fluxus Design Ecológico, parceiro do IPESA, foi responsável por desenvolver o sistema no projeto “Manejo da Água” e lembra que o acesso à água de qualidade para todos continua sendo um desafio no Brasil.
“Apesar de 75% do planeta Terra ser constituído por água, 97% dela não pode ser consumida por ser salgada e o restante ou está congelada ou concentrada no subsolo. Isso significa que os reservatórios que abastecem residências, indústria e agricultura correspondem a menos de 1% do total, sobrando pouco para consumo próprio”, complementa.
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), mais de 35 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água tratada e há uma perda média de 37% no sistema de abastecimento.
Miro de Oliveira, pedreiro capacitado pelo IPESA especialmente para a execução da construção dos biodigestores, também falou da experiência de integrar a equipe:
”Esse sistema é uma das melhores soluções para o tratamento de esgoto onde não há saneamento, porque além de tratar ainda gera biogás, que podemos usar na cozinha. Isso sem falar que, depois do processo de tratamento do esgoto, ainda podemos usar a água como fertilizante. Sem dúvida é o melhor sistema, além do baixo custo. Eu aproveito ao máximo, uso o gás, o fertilizante e o lodo, como adubo”, disse.
E continuou: “A cartilha já era bem completa e assistindo o vídeo com a animação, não tem como errar. Qualquer pessoa consegue construir”, ressalta.
E foi justamente para que qualquer pessoa ou comunidade pudesse acessar e utilizar de maneira fácil, que o vídeo foi produzido no formato Tutorial.
“Este vídeo tutorial é a concretização de uma vontade antiga de criar um produto audiovisual que possibilitasse a difusão e o acesso à produção dessas tecnologias de saneamento ecológico. O Brasil é um país gigantesco que tem grande carência de soluções de tratamento de esgoto, principalmente nas áreas rurais. Esperamos que esse seja apenas o primeiro de uma série de vídeos que mostre, na prática, a execução dessas soluções,”, disse Caio Ferraz, diretor da Meridiano Filmes, empresa responsável pela produção do material.
Sobre o Ipesa – O IPESA – Instituto de Projetos e Pesquisas Socioambientais – é uma Organização Não Governamental focada na realização de ações que visam à preservação ambiental e o desenvolvimento social sustentável. Tem como missão incentivar a preservação e o uso equilibrado do meio ambiente, bem como a inclusão social, compartilhando conhecimentos e sensibilizando a sociedade sobre novas alternativas de vida mais integradas ao meio e com respeito ao próximo. https://ipesa.org.br/
Veja também o vídeo com um bate papo super interessante com o Guilherme Castagna da Fluxus Design Ecológico, sobre Gestão Integrada de Águas para projetos de Arquitetura Sustentável
Uma casa orgânica localizada em uma pequena vila no sul da Bahia. Região de muita biodiversidade, com mata atlântica preservada, praias paradisíacas e pequenas fazendas familiares de agricultura regenerativa.
Os moradores da casa são uma família de viajantes que andou pelo mundo a colher inspirações e práticas de comunidades sustentáveis. Decidiram criar raízes neste cantinho maravilhoso da Bahia.
Então pediram a arquiteta Irina Biletska que a casa materializasse os princípios e valores que adotaram para a vida. Daí surgiu o desejo de ter uma casa orgânica, que respeitasse ao máximo a topografia natural do terreno e que causasse o mínimo de impacto ambiental em todo o ciclo de vida da habitação.
Em termos de desenho arquitetônico o principal desafio para a baixa manutenção energética da casa foi desenvolver estratégias passivas de conforto no clima quente e úmido, sem descartar a vista privilegiada para Sul.
A solução bioclimática encontrada foi variar os níveis entre os telhados, permitindo a entrada da luz pela manhã e a saída do ar quente pela convecção natural.
No telhado, optou-se pela telha cerâmica e sistema de coberturas ajardinadas, que pelas suas propriedades de inércia térmica retardam o aquecimento interior e mantêm uma temperatura agradável. O que enriqueceu consideravelmente a linguagem arquitetônica da casa, além de promover a iluminação e ventilação naturais.
A seleção dos materiais da casa orgânica teve em consideração o critério ecológico, no qual foi analisada a origem, durabilidade, manutenção e fim de vida.
O resultado é que todo o edifício tem estrutura de madeira de demolição. Os pilares e vigas foram reaproveitados de uma antiga ponte e o pilar central da casa é de uma grande aroeira que outrora foi o poste de luz da cidade. Os vidros do estúdio de música são reaproveitados de refrigeradores comerciais, são ótimos por suas propriedades acústicas. O reuso destes materiais conferiu características singulares além de enriquecer a história da casa.
As paredes são em técnicas de construção com terra, algumas em sistemas vernaculares como o pau-a-pique e o adobe, outras em métodos mais recentes, ou importados como o hiperadobe e cordwood. Em comum, todas utilizam o material local, extraído na terraplanagem e as madeiras que sobraram dos pilares da estrutura.
A diversidade de técnicas conferiu qualidades estruturais e estéticas ao edifício, mas o reboco de barro com pintura de Tabatinga trouxe harmonia e continuidade aos espaços. As únicas paredes que não receberam reboco foram a parede de cordwood na cozinha e a parede adobe na sala de jantar. Ambas destacam-se pela geometria e variações de tons da terra regional.
parede de cordwood
parede adobe na sala de jantar
O sistema de saneamento é ecológico, com círculos de bananeiras para as águas cinzas e biodigestor para as águas de descarga. Fechando o ciclo de cuidados com a terra e água.
O melhor de tudo é que este processo de construção sustentável foi sincronizado com um programa de aprendizagem que capacitou profissionais e amadores a usar essas técnicas de construção natural e arquitetura orgânica em seus projetos.
A residência está distribuída em dois pavimentos. No térreo, ficam as áreas de convívio e no andar superior as áreas de repouso. Ao entrar, o pé direito duplo da sala de estar e de jantar, confere grandiosidade ao espaço e a ausência de paredes entre a cozinha e a sala dão amplitude além de fomentar a interação dos integrantes em diferentes ambientes.
Contudo, o grande espaço de contemplação é a varanda junto à sala com vista privilegiada para a paisagem do terreno. Neste piso, ficam também o escritório, o estúdio de música, o banheiro e o depósito. Todos localizados estrategicamente para aproveitar bem a luz e a ventilação natural.
Ao subir as escadas, o corredor que dá acesso ao banheiro e aos dois quartos é iluminado tanto pela luz nascente e poente. Os quartos foram dimensionados para atender às necessidades do casal e do seu filho e ambos têm acesso à varanda exterior e aos telhados verdes que permitem o uso recreativo da cobertura.
Texto, fotos e imagens enviados pela arquiteta Irina Biletska
Dezessete construções mais sustentáveis do mundo, incluindo o Instituto Favela Paz, em São Paulo, uma escola construída com bambu e casas de barro impressas em 3D, foram exibidos no pavilhão virtual Build Better Now durante a COP26 em Glasgow.
A exposição Build Better Now tem como objetivo demonstrar oportunidades para lidar com a emergência climática e limitar o impacto do ambiente construído, que se acredita ser responsável por cerca de 40 por cento das emissões globais de CO2.
É administrada pelo UK Green Building Council (UKGBC) com o apoio de 100 organizações parceiras da indústria da construção. A exposição virtual apresenta “ideias globais inspiradoras” de como criar um ambiente construído mais sustentável.
Veja todas as 17 construções mais sustentáveis do mundo escolhidas para o pavilhão virtual da COP26:
1- Edifício Monash Woodside para Tecnologia e Design
O Monash Woodside Building para Tecnologia e Design em Melbourne, Austrália, foi projetado por Grimshaw e é o maior edifício Passivhaus certificado no hemisfério sul.
“O Woodside Building da Monash para Tecnologia e Design é um exemplo de como agir contra o clima”, disse Jorge Chapa, chefe de transformação de mercado do Green Building Council da Austrália.
“Este edifício tem um design deslumbrante que foi entregue com um foco intenso na eficiência energética e combinado com o trabalho de liderança em descarbonização da universidade. É um excelente exemplo do que outros podem realizar.”
2- Powerhouse Brattørkaia, Trondheim, Noruega
O estúdio norueguês Snøhetta projetou o edifício Powerhouse Brattørkaia, com energia positiva, em Trondheim, em torno do uso de energia solar.
Ele usa uma série de tecnologias, incluindo isolamento, soluções inteligentes para fluxo de ar e uso de água do mar para aquecimento e resfriamento, para reduzir radicalmente a quantidade de energia que usa para operação diária.
O edifício é certificado BREEAM Outstanding e gera mais energia renovável durante sua fase operacional do que foi utilizado durante a fase de construção. Também abastece edifícios vizinhos e ônibus elétricos em Trondheim com seu excedente de energia renovável.
3-TECLA, Massa Lombarda, Itália
O estúdio de arquitetura de Bolonha Mario Cucinella Architects e especialistas em impressão 3D imprimiram a casa sustentável TECLA inteiramente de argila bruta local, a primeira casa a ser construída dessa forma.
Nomeados pelas palavras “tecnologia” e “argila”, os módulos de caixa em forma de cúpula podem ser construídos por impressoras em 200 horas, consumindo em média seis kiloWatt de energia e precisam de apenas duas pessoas para construir, disse o UKGBC. O design também elimina quase inteiramente o desperdício de construção.
“Este protótipo de casa oferece um modelo circular de habitação criado com materiais reutilizáveis e recicláveis”, disse o UKGBC.
4- Sara Cultural Center, Skellefteå, Suécia
O estúdio sueco White Arkitekter projetou o Sara Cultural Center, no norte da Suécia, como o segundo edifício de madeira mais alto do mundo e afirma que ele terá carbono negativo ao longo de sua vida.
A estrutura do edifício em madeira engenheirada sequestra mais do que o dobro do carbono associado ao carbono incorporado e à energia operacional da produção de material, transporte e construção no local.
É alimentado por energia 100% hidrelétrica e construído a partir de abetos provenientes de florestas locais e manejadas de forma sustentável.
5- Favela da Paz, São Paulo, Brasil
A Favela da Paz é uma “ecovila urbana” na favela Jardim Nakamura, em São Paulo. Além de cultivar alimentos orgânicos em jardins verticais e usar sistemas de coleta de água da chuva, ela gera 100 por cento de suas necessidades anuais de energia usando um Micro Gerador de Energia Solar, com famílias que não podem pagar recebendo eletricidade gratuita e aquecimento solar de água.
O lixo orgânico é transformado em gás de cozinha, que também é utilizado pela comunidade.
“O Peaceful Slum Institute é icônico por vários motivos; ele mostra que a construção verde, a resiliência e a energia líquida zero são possíveis para todos, em qualquer lugar”, disse Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil.
“Isso prova que conceitos de planejamento urbano integrados, como espaços públicos para conectividade humana com música de qualidade, criatividade e filosofia, podem superar vulnerabilidades sociais e construir ideais humanos que harmonizem emoções e pensamentos que nos capacitam a todos como humanos.”
6 – NCH2050 Homes, Nottingham, Inglaterra
Este projeto de energia líquida zero, o primeiro de seu tipo no Reino Unido, foi encomendado pela Nottingham City Homes e adota a abordagem Energiesprong, que se concentra na modernização das casas com medidas de economia e geração de energia.
Ele “aproveita a velocidade e a eficiência que a pré-fabricação oferece” para criar edifícios que geram a quantidade total de energia necessária para aquecimento, água quente e aparelhos elétricos, e inclui um sistema de energia inteligente que fornece dados em tempo real.
“Tornar nossas casas eficientes em termos de energia é uma das medidas mais urgentes que precisamos tomar para permitir uma vida sustentável e ajudar a eliminar a escassez de combustível”, disse Sue Riddlestone, CEO e co-fundadora da Bioregional.
“Este projeto inspirador mostra como um retrofit líquido zero completo em escala pode transformar nossas antigas casas para o benefício dos residentes e do planeta e, esperamos, inspirará a escala e o ritmo de ação de que precisamos para chegarmos a zero líquido em nosso ambiente construído . “
7- Pontes de madeira laminada, Amsterdã, Holanda
Em muitas economias em desenvolvimento, as agências rodoviárias estão tentando encontrar maneiras sustentáveis de estender a vida útil de estradas e pontes. O uso de materiais naturais como madeira, como no projeto Pontes de Madeira Laminada de Amsterdã, projetado pela Arup, pode ajudar a causar um grande impacto, de acordo com o UKGBC.
Isso significa que até 75 por cento do peso total da superestrutura pode acabar sendo um material renovável, reduzindo o impacto ambiental em 70 por cento e tornando toda a estrutura de dióxido de carbono (CO2) neutra, disse o UKGBC. O conceito pode ser usado tanto em novas construções quanto em projetos de reforma.
8- Centro Empresarial da Universidade de East Anglia – Inglaterra
O Enterprise Center da University of East Anglia, que recebeu as certificações Passivhaus e BREEAM Outstanding, usa materiais biológicos locais para criar um projeto estrutural de baixo carbono incorporado.
Os materiais incluem divisórias internas feitas de pinho de origem local, palha de Norfolk e revestimento de junco. O edifício também possui isolamento 100 por cento em papel reciclado, tecido de cânhamo, vidro reprocessado, gesso de argila e placas de urtiga.
9- Parque Nacional dos Vulcões Singita, Ruhengeri, Ruanda
O antigo sítio agrícola do Parque Nacional dos Vulcões Singita foi restaurado por meio de uma iniciativa governamental que viu a terra ser redesenhada e o habitat dos gorilas das montanhas, que estão em perigo de extinção, restaurado.
O projeto foi desenvolvido pelo Milton Group e Singita usando a estrutura One Planet Living, e teve um forte foco no impacto socioeconômico. De acordo com o UKGBC, ele criou mais de 700 empregos locais na construção – 30% dos quais eram mulheres – com cerca de US $ 1,15 milhão gastos na comunidade local.
10- The Natural Capital Laboratory, Escócia
O Laboratório de Capital Natural é um “projeto de renovação da natureza de alta tecnologia” que vê cientistas, conservacionistas e especialistas em ambiente construído trabalhando juntos para restaurar florestas nativas e turfeiras e reintroduzir espécies localmente extintas em 100 acres de terra nas Terras Altas da Escócia, de acordo com o UKGBC .
As mudanças ambientais são monitoradas por sensoriamento remoto, drones, realidade virtual, realidade aumentada e eDNA. Outros países podem replicar o Laboratório de Capital Natural usando versões específicas de cada país da iniciativa para ajudar a entender melhor a importância da infraestrutura verde.
11- Modulus Homes, Karachi, Paquistão
A Modulus Homes foi projetada para ajudar com a crescente demanda do Paquistão por moradias – o país tem um acúmulo de 10 milhões de casas e 40 por cento de sua população vive em favelas, disse o UKGBC. O Paquistão também é afetado pela mudança climática e muitas casas estão se tornando inabitáveis sem refrigeração artificial.
As residências Modulus custam US $ 10 por pé quadrado e podem ser construídas em um décimo de tempo das casas convencionais. As residências com custo zero custam US $ 8.000 para uma unidade de dois quartos, o que o UKGBC diz que as torna uma das mais acessíveis do mundo.
As casas podem funcionar 100% fora da rede e são equipadas com painéis solares e resfriadas passivamente.
12- Pioneirismo em um mercado de madeira maciça na África Oriental, Nairóbi, Quênia
Este protótipo de madeira laminada cruzada (CLT) em Nairóbi é parte de um projeto mais amplo de madeira engenheirada de dois anos. A África Oriental tem alto potencial de reflorestamento e uma indústria de construção em rápido crescimento, o que a torna adequada para o mercado esse tipo de construção. Mas precisa estabelecer infraestrutura e sistemas de processamento de madeira para aproveitar as possibilidades.
A iniciativa de dois anos pode “transformar a indústria de construção da África Oriental e apoiar o crescimento sustentável por gerações”, disse o UKGBC.
13- Milan Innovation District, Milão, Itália
O Milan Innovation District (MIND) foi projetado para definir um novo padrão para a regeneração urbana sustentável e apresenta projetos que incluem um campus de ciências da Carlo Ratti Associati.
O MIND “está comprometido em ser um recinto zero carbono alimentado por fontes de energia 100 por cento renováveis”, de acordo com o UKGBC, e usa estratégias para conservar os recursos naturais, como a água.
É também a maior parceria público-privada do país, entre a Lendlease e a Arexpo. Outros estúdios de arquitetura que participam do projeto incluem MAD Architects e Mario Cucinella Architects.
14- Hope Rise, Bristol, Inglaterra
O empreendimento Hope Rise foi erguido sobre palafitas acima de um estacionamento público e consiste em 11 residências com emissão zero de carbono para jovens que correm o risco de se tornarem desabrigados. Manteve os espaços de estacionamento existentes e adicionou um upgrade de carregamento do carro elétrico.
As casas Hope Rises consistem em módulos de habitação que são 90 por cento concluídas em uma fábrica offset antes de serem instalados no local em cinco dias. Elas são projetados para serem superisoladas e apresentam sistemas de aquecimento de baixo consumo de energia, bem como painéis solares e outras tecnologias de energia renovável.
“Este conceito inovador de construir casas de carbono zero sobre palafitas de aço em locais brownfield nos centros das cidades pode mudar a maneira como os terrenos urbanos subutilizados podem superar a crise de habitação social do Reino Unido”, disse o UKGBC.
15- Heart of School, Green School Bali, Bali, Indonésia
A Green School Bali foi toda construída com bambu. O material local foi usado para construir espaços abobadados dramáticos e é um material versátil e rapidamente renovável, disse o UKGBC. Quando o edifício chega ao fim de sua vida útil, seus telhados de grama e paredes de bambu podem ser compostados e transformados em solo.
O projeto ajudou a lançar o Bamboo U, que ensina a construir e projetar com bambu e promove o uso do material na arquitetura.
16- 107 Niddrie Road, Glasgow, Escócia
A 107 Niddrie Road de Glasgow é o primeiro projeto a explorar como reformar os prédios residenciais da Escócia do século 19 e início do século 20, dos quais há 182.000 no país. O projeto é financiado pelo governo escocês e tem como meta uma redução de 70 a 90 por cento no uso de energia.
“Cada lugar do mundo tem seus próprios tipos de casas históricas icônicas, muito apreciadas”, disse Chris Brown, presidente executivo da Igloo Regeneration.
“A manutenção e reparo desses edifícios já é um desafio para os ocupantes, proprietários, Câmara Municipal de Glasgow e para o Governo Escocês. Portanto, é extremamente importante que a Câmara Municipal de Glasgow, a Southside Housing Association e a Universidade de Glasgow estejam colaborando com os principais profissionais locais e empreiteiros para entender a melhor forma de reformar esses prédios para isolá-los adequadamente, eliminar os danos que o aquecimento por combustível fóssil que esses prédios antigos fazem ao planeta e dar a seus residentes uma casa saudável e acolhedora que seja barata para aquecer. “
17- O Programa dos 5 Sistemas: Nga Kāinga Anamata, Auckland, Nova Zelândia
Este programa visa construir casas de acordo com os padrões de 2030 hoje, incorporando os valores da cultura indígena da Nova Zelândia. É liderado pela Autoridade de Desenvolvimento Urbano do país e desenvolverá cinco prédios de apartamentos no total.
Estes terão sistemas estruturais diferentes: aço, concreto, madeira leve, madeira laminada / cruzada (CLT) e um híbrido madeira leve. Todas terão painéis solares para fornecer eletricidade gratuita aos inquilinos e as casas também receberão a certificação Passivhaus.
“Podemos construir casas saudáveis com energia nula zero para pessoas vulneráveis e podemos fazer isso com o crescimento da indústria”, disse Brian Berg MBSc, Gerente de Habitação de Carbono Neutro, Kāinga Ora.
“Provamos que o uso de madeira laminada, a Passivhaus e a geração de energia local podem beneficiar as pessoas e o planeta por muitos anos.”
TerraBrasil 2022 é a oitava edição do maior Congresso de Arquitetura e Construção com Terra no Brasil, que ocorre pela primeira vez na região Sul, será realizado entre os dias 1 e 4 de fevereiro, na cidade de Florianópolis, dentro do campus da UFSC.
O evento conta com o apoio do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC, Instituto de Arquitetos do Brasil (núcleo Rio Grande do Sul) – IAB/RS, Instituto ÇaraKura, Rede PROTERRA e grupo de pesquisa VirtuHab/UFSC, bem como com o patrocínio de diversas organizações como os escritórios de arquitetura Baixo Impacto, MateriaBase, Oikos, Ricardo Piva e Zona Zero Arquitetura Ecológica, cujo profissionais são membros da Rede TerraBrasil, e também pela cooperativa de crédito CrediSeara e Instituto de Permacultura Vale do Itajai.
O tema desta edição, Habitar a Terra, evidencia a necessidade de olhar para o projeto voltado à construção com terra e para as questões culturais relacionadas ao habitat, abordando a responsabilidade social e o empoderamento das comunidades rurais de agricultores familiares, indígenas e quilombolas, em suas dimensões técnica, processual, conceitual e estética.
É propósito do evento promover o diálogo entre as produções eruditas e populares de Arquitetura e Construção com Terra – ACT, por meio da valorização dos saberes empíricos e científicos.
Programação geral – TerraBrasil 2022
Em decorrência da pandemia de Covid-19, o público será limitado a 200 participantes, de forma presencial, mas o cenário ainda pode mudar.
Entre as atividades, destacam-se as sessões técnicas que são apresentações de trabalhos dos conferencistas, os quais são classificados pelo comitê científico e de exposição, nas seguintes modalidades: artigo, projeto e obra (P&O) e pôster; agrupadas entre os 4 principais temas do evento:
Materiais e técnicas construtivas;
Patrimônio, documentação, conservação e restauro;
Arquitetura contemporânea;
Ensino, capacitação e transferência tecnológica.
Além das sessões, também serão oferecidas atividades como vivência na área de projeto arquitetônico, palestras, mesas redondas e oficinas de sensibilização sobre técnicas e sistemas construtivos com terra.
Para o desenvolvimento destas atividades foram convidados pesquisadores renomados e construtores expoentes da construção com terra no Brasil, cada um compartilhando sua experiência.
Em especial, esta edição terá uma discussão da norma ABNT NBR 16814:2020 – Adobe – Requisitos e métodos de ensaio, recentemente publicada em 23/01/2020. Esta norma é o resultado de um trabalho coletivo e voluntário da Rede TerraBrasil.
Além do mais, o evento traz como inovação o concurso de arte gráfica para a confecção de camisetas e para o mural que será executado durante a oficina de tintas de terra.
O evento TerraBrasil 2022 é coordenado por Cecília Prompt, Sumara Lisbôa, Ricardo Wiese chefe de Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e Jaqueline Vale, coordenadora da Rede TerraBrasil.
A Universidade de Idaho anunciou recentemente que recebeu quase US $ 4 milhões do Programa de Melhoria da Infraestrutura de Pesquisa EPSCoR da National Science Foundation (NSF) para desenvolver tecnologia de impressão 3D para a conversão de resíduos de madeira em materiais de construção.
A pesquisa se concentrará no futuro desenvolvimento e teste de um processo de manufatura aditiva, bem como no projeto e construção de uma impressora 3D capaz de produzir painéis modulares de parede, piso e telhado impressos em madeira. O financiamento da pesquisa se estende até 2025.
“Estamos desenvolvendo um novo material composto, usando recursos totalmente biológicos em uma escala verdadeiramente grande”, disse o professor assistente da Faculdade de Engenharia da Universidade de Idaho e líder de pesquisa Michael Maughan.
“Com essa tecnologia, casas e prédios comerciais podem ser feitos de maneira totalmente diferente. Podemos superar as mudanças climáticas, mitigar o impacto em nosso meio ambiente e fazer um uso melhor dos recursos naturais de que dispomos. “
Junto com a sustentabilidade, o foco da pesquisa também será na resistência do material ao fogo, danos causados pela água, pragas e outros agentes degradantes.
Desde 2019, a equipe de pesquisa trabalha em colaboração com o Laboratório de Design Integrado da Faculdade de Arte e Arquitetura e a Faculdade de Recursos Naturais.
Juntos, eles desenvolveram uma tecnologia avançada de impressão 3D usando um agente aglutinante e fibras de madeira não utilizadas pelo mercado madeireiro, como resíduos de madeira e serragem de fábricas e fábricas de processamento de madeira. Além disso, como parte do financiamento, pesquisadores da Auburn University se juntarão à equipe para auxiliar no refinamento do agente de ligação.
A Universidade de Idaho já tem experiência na produção de projetos de construções sustentáveis com madeira engenheirada. No final deste mês, a Idaho Central Credit Union Arena está programada para inaugurar um prédio que é o primeiro local de madeira projetada do país, de acordo com a universidade.
Conforme mencionado no comunicado à imprensa da universidade, os EUA A Administração de Informações sobre Energia relata que 60% dos resíduos globais são produzidos no setor de construção.
Maughan acredita que, com seu potencial único de sequestro de carbono, este novo material impresso em 3D tem o potencial de reduzir isso significativamente.
A exposição “Futuro Agora – Revisitando a Arquitetura em Terra”,na Praça Mauá, traz novo olhar sobre os materiais primários utilizados na construção, o significado para a sustentabilidade e as soluções técnicas e arquitetônicas em projetos contemporâneos.
De 8 de setembro a 17 de outubro, com entrada franca
Idealizada por Jason Baumann, da Insight Architecture, a mostra oficial da Suíça no 27º Congresso Mundial de Arquitetos UIA2021RIO apresenta também quatro webinares online com palestrantes internacionais
Um pavilhão de madeira sustentável de reflorestamento formado por 24 painéis fotográficos e tipográficos, em plena Praça Mauá, irá receber, de 8 de setembro a 17 de outubro, a exposição Futuro Agora –Revisitando a Arquitetura em Terra, contribuindo com novas formas de pensar e entender os desafios da arquitetura contemporânea, com questões urgentes.
A mostra proporciona uma experiência arquitetônica unindo o conhecimento do que se tem de mais novo na alta tecnologia a um dos primeiros materiais usados na construção, a terra (como a argila e o barro), e suas aplicações contemporâneas.
O evento a céu aberto, com entrada franca, é a mostra oficial da Suíça no 27º Congresso Mundial de Arquitetos UIA2021RIO.
Dividida em dois pilares: exposição e webinares gratuitos, abordando temas como inovação tecnológica, fabricação digital, cultura e história do pisé (técnica de construção em argila,chamado taipa no Brasil)e sustentabilidadedos materiais usados.“Futuro Agora”é realizado pela Insight Architecture,empresa suíça que valoriza a arquitetura através de viagens arquitetônicas, eventos e design com foco no Brasil, em parceria com os arquitetos Diego Baloian, do Chile, e Pedro Rivera, do Brasil e com a colaboração do Instituto Federal Suíço de Tecnologiade Zurique ETH.
O pavilhão de exposições, na Praça Mauá, foi desenhado pelo arquiteto chileno Diego Baloian, (em parceria com Sebastián Silva, Matías Baeza e Juan Pablo Peró), com a colaboração da ITA, construtora brasileira especializada em madeira sustentávelde reflorestamento.
A curadoria da exposição é da Insight Architecture, com conteúdo em parceria com a ETH Zuriqueecom os arquitetos Fabio Gramazio e Matthias Kohler, da Gramazio Kohler Research, e Roger Boltshauser, do Studio Boltshauser. Tem ainda oapoio da Pro Helvetia e do Consulado Geral da Suíça no Rio de Janeiro.
O objetivo do projeto é apresentar novas perspectivas de futuro através de uma arquitetura mais sustentável, que dê início a um novo capítulo na história da arquitetura contemporânea, com o uso da terra, um material inteiramente renovável e neutro em carbono que, ao contrário do cimento, não precisa ser queimado durante o processo de refinamento, utilizando um método de fabricação digital que amplia as possibilidades à prática da arquitetura e construção.
“É a união da low-technology, a milenar argila, com o high-tech, aliado ao que há de mais inovador em robótica, garantindo precisão na construção e criando outros horizontes para a arquitetura. Queremos sugerir novos caminhos”, diz o idealizador da exposição Jason Baumann, da Insight Architecture.
O pavilhão vai abrigar painéis com ilustrações das obras Kiln Tower – Torre do Forno e Robotic Clay Rotunda além de uma breve historia do uso da argila na arquitetura. Haverá ainda QR Code com diversos vídeos sobre as obras, além de textos informativos adicionais.
“A geometria circular do pavilhão, que propõe um sistema de construção modular e pré-fabricado baseado em peças de madeira, interage com o público por meio de uma rampa de acesso livre e um espaço interior capaz de se adaptar a múltiplas formas de apropriação pelo cidadão”, diz o arquiteto Diego Baloian.
Kiln Tower” – Torre do Forno é o mais recente projeto de Studio Boltshauserda ETH Zurique. Uma torre de 9m, construída com a técnica do barro pisé, uma técnica de compactação da argila crua em formas, semelhante à taipa de pilão. Projetada para ser um espaço de exposição e ao mesmo tempo um forno para queimar argila, no terreno do Museu Cham Brickworks, na Suíça. Outra obra exibida nos painéis da mostraé a Robotic Clay Rotunda, da Gramazio Kohler Research,também da ETH Zurique.
A estrutura em escala arquitetônica foi construída com um método de construção robótica, utilizando menos material e gerando menos emissão de carbono, reduzindo o impacto à natureza. O processo agrega cilindros de argila, os chamados tijolos macios por prensagem, que possibilitam a produção de estruturas geometricamente complexas.
“O fato de ser na Praça Mauá é superbacana, um espaço público muito frequentado por todo tipo de gente. A exposição pode despertar nas pessoas desejos, saberes, vontades, curiosidade. Isso é o mais importante”, comenta o arquiteto Pedro Rivera.
Novas possibilidade na arquitetura contemporânea
“Futuro Agora” pretende atingir, não só o público especializado em arquitetura, mas também a todos que se propõe a conhecer novas formas de uma construção mais sustentável.
Ter conhecimento do potencial da argila crua, um dos materiais de construção mais antigos que se tem conhecimento, disponível em grandes quantidades em todo o mundo, e totalmente reutilizável e neutro em carbono, é de interesse global.
Ao longo da história, o desenvolvimento tecnológico reduziu gradativamente o uso da argila a partir da introdução do calcário queimado, usado para produzir cimento, o ingrediente obrigatório para produzir concreto armado.
O uso massivo do concreto como um material muito versátil e supostamente eterno, foi possibilitado pela disponibilidade quase infinita de energia barata baseada em carvão e petróleo, ao longo do século XX, mas que já se provou danoso para o meio ambiente.
Hoje, cerca de 30% dos edifícios residenciais em todo o mundo são construídos com terra ou argila. Quase 100 dos mais de 500 monumentos na lista de 2004 do Patrimônio Mundial da UNESCO foram construídos parcial ou totalmente com argila. Alguns exemplos bem conhecidos são a Grande Muralha da China,os “arranha-céus” argilosos em Shibam e a Alhambra em Granada.
Para tornar esse projeto possível, os professores do Instituto Federal Suíço de Tecnologiade Zurique ETH do Studio Boltshauser e Gramazio Kohler Research vem investigando o potencial das construções de argila através de dois projetos de protótipos que foram desenvolvidos em conjunto com estudantes e jovens pesquisadores.
Mesmo que a engenharia estrutural avançada, o design computacional e a fabricação robótica possibilitem essas investigações arquitetônicas, seu potencial total só será possível quando e se houver uma mudança no sistema de valores tradicional da sociedade.
“Devemos reconhecer que nada é para a eternidade e que o ambiente de construção precisa de manutenção e transformação constantes. Esta descoberta simples torna imperativo construir com desperdício zero e materiais neutros em carbono para procurar uma expressão arquitetônica radicalmente contemporânea, é necessário escrever um novo capítulo sobre a rica história das construções de argila, que é radicalmente projetada no futuro. E o futuro é agora”, explica Fabio Gramazio, da ETH Zurich.
Serviço:
Exposição Futuro Agora – Revisitando a Arquitetura em Terra
Praça Mauá, s/n – Centro do Rio
De 08/09 a 17/10 de 2021
Horário: de 10h às 18h
Entrada Franca
WEBINARES – PROGRAMAÇAO E TEMAS – FUTURO AGORA
Como parte da mostra e paralelo ao congresso UIA 2021 Rio, a Insight Architecture também produz, em colaboração com a Swissnex Brasil, uma série de quatro webinaressobre desenvolvimentos tecnológicos e o impacto na arquitetura contemporânea, com transmissão ao vivo e gratuita através do link https://insight-architecture.com/future-now-webinars-events.
Irão participar Fabio Gramazio, Fabian Scheurer, Roger Boltshauser (Suíça), Martin Rauch (Áustria), Benjamin Dillenburger (Holanda), Josep Ferrando (Espanha), Fernando Minto, Marcos Acayaba e Marcelo Aflalo (Brasil),
Os eventos serão realizados em português e inglês, com tradução simultânea para as duas linguas. Segue abaixo a programação:
Dia 10/09 às 14h – REVISANDO A ARQUITETURA DA TERRA
Dando um novo significado e investigando novas maneiras, com Fabio Gramazio e Roger Boltshauser (ambos Suíça), professores do Instituto Federal Suíço de Tecnologiade Zurique ETH, moderação Pedro Rivera, fundador Rua Arquitetos (Brasil)
Dia 29/09 às 14h – USO DE ARGILA NA CONSTRUÇÃO
Com Martin Rauch (Áustria) e Fernando Minto (Brasil), moderação Igor de Vetyemy (Brasil)
Dia 06/10 às 14h – SOBRE FABRICAÇÃO DIGITAL NA ARQUITETURA
Com Fabian Scheurer (Suíça) e Benjamin Dillenburger (Holanda), moderação Cheryl Jacobs (EUA)
Dia 14/10 às 14h – USO SUSTENTÁVEL DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO
Projeto Legado é um edifício inovador Cradle to Cradle projetado por William McDonough + Partners para a EAN University (UEAN) em Bogotá, Colômbia.
O novo centro de tecnologia e empreendedorismo da universidade foi projetado e construído com a economia circular em mente – minimizando o desperdício, com seleções demateriais sustentáveis e capitalizando sistemas de eficiência energética.
Tanto a escola quanto o projeto arquitetônico se concentraram nos princípios da economia circular.
“Os elementos de design que compõem o edifício refletem as ambições dos pequenos e médios empresários que aprendem a desenhar e executar planos de negócios orientados pelo Cradle to Cradle e pela Economia Circular. Que privilégio surpreendente ter um edifício que incorpora os princípios da pedagogia real que é ensinado no currículo da universidade ”, disse o arquiteto William McDonough.
A característica mais proeminente é marcante e funcional. É chamada de estrutura de sombra WonderFrame ™ e cobre o edifício com painéis multicoloridos e multifuncionais, evocando metaforicamente as folhas das árvores.
Projetado por McDonough e construído em uma fábrica local da Hunter Douglas, o WonderFrame ™ foi construído para uma montagem rápida e pouco desperdício.
Os painéis fornecem sombra e, ao mesmo tempo, permitem a entrada de luz natural no espaço. O sistema também fornece ventilação e as janelas envidraçadas oferecem eficiência energética e são insonorizadas. O excesso de calor é liberado pela exaustão da chaminé.
Esses sistemas combinados renderam ao edifício o rótulo de primeiro edifício do mundo a se qualificar para um novo LEED Alternative Compliance Path (ACP) para projetos comventilação natural.
O Projeto Legado obteve a certificação LEED Gold e está entre os primeiros edifícios acadêmicos na Colômbia a ser certificado pelo LEED.
Desde o início, o projeto legado foi pensado para ser um exemplo de design verde e construção sustentável.
O pensamento da economia circular entrou em ação a partir da demolição, onde 99% dos entulhos da construção ganharam vida nova e foram desviados dos aterros. Isso não é apenas uma vitória para o meio ambiente, mas também para o orçamento.
“Em vez de gastar US $ 80.000 em taxas de descarte, recebemos US $ 55.000 pelo nosso resíduo”, disse Miguel Orejuela Duarte, líder do projeto da Universidade EAN.
O projeto UEAN exigia que os fornecedores atendessem a certos padrões de sustentabilidade. A política se chama RISE EAN, ou “Rota da Inovação e Empreendedorismo Sustentável”, que identificou 28 empresas que se encaixam em seus critérios e ajudou a melhorar as práticas de 14 fabricantes.
Um exemplo de empresa abrangida pelo programa é a Acemar, que forneceu painéis folheados de madeira com certificação FSC para o edifício.
Crescendo para atender aos padrões estabelecidos pela RISE EAN, a Acemar finalmente obteve a certificação Cradle to Cradle nível Bronze para seu produto, sendo o primeiro na América Latina.
Além do design inovador, o espaço oferece espaço funcional para salas de aula, escritórios administrativos, salas de seminários, refeitório, quadra de basquete coberta, academia de ginástica e auditório para 500 lugares. Além disso há também um enorme espaço ao ar livre para se reunir, relaxar ou estudar.
A Eletrobras, por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), lançou hoje (20) o edital da Chamada Pública Procel – Eficiência Energética no Setor Público.
O projeto, que faz parte do 3º Plano de Aplicação de Recursos do Procel (PAR-Procel 2020/2021), vai disponibilizar R$ 67,5 milhões para propostas com objetivo de tornar modernas e eficientes as edificações públicas em todo o país.
A Chamada Pública contempla todo o território nacional e podem participar edificações públicas federais, estaduais e municipais já existentes.
As inscrições terão início no dia 1º de setembro e, no dia 26 de agosto, será realizado um evento on-line gratuito para esclarecer dúvidas dos interessados.
Uma página especial foi desenvolvida com as informações detalhadas sobre a Chamada Pública Procel – Eficiência Energética no Setor Público. Para saber mais, clique aqui.
Para mais informações sobre a Chamada Pública Procel – Eficiência Energética no Setor Público, envie um e-mail para cpedifica@eletrobras.com.
Um Guia Prático para Construções Resilientes ao Clima do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é uma publicação em resposta ao relatório do sobre Mudança do Clima do IPCC, liberado recentemente, que fez o mundo voltar os olhos para as ameaças eminentes e a necessidade de ações.
O artigo contém algumas soluções baseadas na natureza e voltadas para a infraestrutura que podem se mostrar essenciais para lidar com os efeitos advindos das mudanças climáticas.
Desenvolvida pelos maiores especialistas em mudanças climáticas, a compilação de estudos publicada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) indica que a temperatura média do planeta tende aumentar 1,5 ºC nas próximas duas décadas, trazendo devastação generalizada.
Muitas das mudanças descritas são sem precedentes. Algumas estão em andamento agora, enquanto outras — como o aumento contínuo do nível do mar — permanecerão “irreversíveis” por séculos a milênios.
Atento à necessidade de agir diante das evidências apresentadas, o PNUMA suscitou o relatório Um Guia Prático para Construções Resilientes ao Clima, que mostra, por exemplo, como edifícios e espaços comunitários podem ser construídos para aumentar a resiliência, especialmente em países em desenvolvimento, onde os assentamentos são em grande parte autoconstruídos.
O relatório também demonstra como a combinação de soluções de construção ‘cinza’ com soluções ‘verdes’ baseadas na natureza pode ter resultados promissores.
A última década foi a mais quente da história da humanidade. Incêndios e inundações apocalípticos, ciclones e furacões são cada vez mais o novo normal, e as emissões são 62% mais altas agora do que quando as negociações internacionais sobre o clima começaram em 1990. A evidência é clara.
Estamos em uma corrida contra o tempo para nos adaptarmos a um clima em rápida mudança – uma das três crises planetárias que enfrentamos junto com a perda de biodiversidade, poluição e resíduos.
Responsável por 38% do total das emissões globais de CO2 relacionadas com a energia, a indústria da construção terá um papel importante no cumprimento de nossa meta de limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2 °C.
De acordo com algumas estimativas, investir em infraestrutura mais resiliente também pode economizar para a humanidade impressionantes US$ 4,2 trilhões com os danos causados pelas mudanças climáticas, de acordo com o Banco Mundial.
Confira abaixo cinco maneiras de tornar as construções resilientes ao clima com alguns exemplos da região:
1. Construindo resiliência a ondas de calor
Estudos mostram que, em 2050, 1,6 bilhão de pessoas que vivem em mais de 970 cidades estarão regularmente expostas a temperaturas altas extremas. Juntamente com o “efeito de ilha de calor urbana“, que torna as cidades mais quentes do que a área rural circundante, isso coloca os moradores urbanos em alto risco.
Mas a natureza oferece soluções poderosas. As comunidades podem criar florestas urbanas e espaços verdes para reduzir as ondas de calor nas cidades, pois as árvores e outras plantas resfriam o ambiente ao redor, oferecendo sombra e liberando água por meio de suas folhas.
Projetos estruturais também podem ajudar a reduzir o calor dentro de edifícios. No Vietnã, os projetos de habitação tradicionais, como a orientação ideal das construções, salas altas e grandes aberturas, melhoram a ventilação. Paredes de trombe – estruturas pesadas de concreto, pedra ou outro material pesado que capturam o calor solar são usadas na China, Chile e Egito.
Telhados verdes e superfícies reflexivas também podem reduzir as temperaturas dentro e ao redor das construções.
Imagem:Reprodução Youtube UNEP
2. Construindo resiliência à seca
A mudança climática está afetando os padrões de precipitação em todo o mundo. Os sistemas de coleta e recarga de água da chuva que capturam água nos telhados dos edifícios são comumente usados para armazenar água durante a seca e reduzir o risco de inundações durante chuvas fortes. A água captada pode ser armazenada em tanques e utilizada no interior da construção durante os períodos de estiagem.
Outra maneira econômica e baseada na natureza de lidar com secas e inundações é plantar árvores ou outra vegetação ao redor dos edifícios. As raízes das plantas agem como esponjas para recarregar as águas subterrâneas e, durante chuvas fortes, as raízes permitem que a água penetre no solo e reduzem o risco de inundações.
Na China, o Projeto Sponge Cities está testando soluções de eco-engenharia para absorver e reutilizar a água da chuva em mais de 30 metrópoles para reduzir os riscos de inundações.
Imagem Reprodução
3. Construindo resiliência à inundações costeiras e ao aumento do nível do mar
Em 2025, 410 milhões de pessoas nas comunidades costeiras podem correr o risco de inundações costeiras e aumento do nível do mar.
Em Kerala, Índia, casas resistentes a enchentes são construídas sobre pilares para permitir que a água das enchentes flua por baixo. Nas costas da Malásia, edifícios elevados 2 metros acima do solo permitem que o fluxo de água e a vegetação do pântano cresçam embaixo, com casas e áreas públicas conectadas por passagens elevadas.
Uma abordagem proposta em Bangladesh é construir um edifício multifuncional flutuante que se apoiaria em pilares com tanques flutuantes que o elevam durante as enchentes. O prédio funcionaria como um centro comunitário e também forneceria abrigo de emergência durante as enchentes.
Abrigo da bondade – Proposta de salão polivalente em Bangladesh, que também funciona como uma emergência levantada abrigo. (Imagem: GiantGrass, 2011, permissão concedida – https://www.giantgrass.com/project/shelter-of-kindness-2/)
4. Construindo resiliência a ciclones e ventos fortes
Prevê-se que ciclones e tempestades se tornem mais frequentes e fortes com as mudanças climáticas. Eles podem afetar as construções de várias maneiras, como derrubar telhados e danificar as estruturas e fundações. Para mitigar esses danos, as comunidades podem construir casas redondas e considerar a orientação aerodinâmica ideal para reduzir a força dos ventos.
O design do telhado também desempenha um papel importante. Conexões fortes entre as fundações e o telhado são essenciais para a construção de casas resistentes ao vento. Telhados com várias inclinações podem resistir bem a ventos fortes, e a instalação de poços centrais reduz a força do vento e a pressão no telhado, sugando o ar de fora.
Os telhados que cobrem varandas ou pátios também podem ser projetados para quebrar durante ventos fortes para evitar danos estruturais adicionais às partes essenciais da casa. Isso é chamado de arquitetura frangível ou abordagem de “planejamento para danos”.
Construção de telhado para ventos fortes (imagem de: Agarwal, 2007)
5. Construindo resiliência ao frio
A adaptação a climas frios e temperados requer a captura de calor e a minimização da perda de calor. Isolamentos em telhados, paredes, tetos e janelas com vidros duplos ajudam a minimizar a perda de calor e levam a construções com maior eficiência energética.
Em regiões mais frias, as paredes de Trombe podem absorver calor durante o dia e irradiá-lo à noite quando está mais frio. A água tem alta capacidade de armazenar calor e pode ser usada em “paredes de água” – que, em vez de concreto, contêm tambores de água para armazenar calor.
Os edifícios também devem ser orientados para maximizar a exposição ao sol, e as superfícies externas das paredes devem ser pintadas de escuro.
Os telhados verdes que suportam o crescimento das plantas em telhados são usados em muitas cidades ao redor do mundo e têm demonstrado fornecer isolamento e reduzir a demanda de energia para refrigeração durante o verão e aquecimento durante o inverno.
Para baixar o Guia Prático para Edifícios e Comunidades Resilientes ao Clima clique aqui
Veja o vídeo com um resumo do guia produzido pelo UNEP:
O Concurso “Habitação de Interesse Sustentável” é fruto de uma parceria da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) com a Secretaria Nacional de Habitação (SNH), através do projeto “Eficiência Energética para o Desenvolvimento Urbano Sustentável: Foco Habitação Social” (EEDUS), e com a Associação Brasileira de COHABs e Agentes Públicos da Habitação (ABC).
O EEDUS foi financiado pelo Ministério para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), e nasceu da cooperação com a SNH e do objetivo comum de melhorar a Eficiência Energética da produção habitacional pública no Brasil.
Foram premiadas três propostas classificadas em 1º lugar e outros três trabalhos classificados em 2º, 3º e 4º lugares. Outorgou ainda uma Menção Honrosa ao trabalho distinguido pela Comissão Julgadora entre os demais trabalhos apresentados.
Conheça os projetos premiados no concurso de Habitação de Interesse Sustentável:
Primeiros lugares:
– Ricardson Ferreira Ricardo – Síntese Arquitetura Ltda SANTOS/SP – Equipe: Ricardson Ricardo (Autor, responsável técnico); Carina Costa (Coautor); Caroline Tavares (Coautor); Igor Augusto Coimbra (Coautor).
–Paula Vilela E Souza – Filmes De Bolso Produções Ltda SÃO PAULO/SP – Equipe: Paula Vilela E Souza (Autor, responsável técnico).
-Luís Eduardo Loiola De Menezes – Mira Arquitetos Ltda Epp SÃO PAULO/SP – Equipe: Luís Eduardo Loiola (Autor, responsável técnico); Maria Cristina Motta Oliverio (Coautor); Rachel Buzzini (Colaborador); Paulo Henrique Oliveira (Colaborador)
Segundo lugar:
-Fabiano José Arcadio Sobreira – Gsr Projetos E Consultoria Empresarial Ltda BRASÍLIA/DF Equipe: Fabiano Sobreira (Autor, responsável técnico); Luana Alves (Colaborador); Luísa Porfírio (Colaborador); Maria Schulz (Colaborador); Mariana Albuquerque (Colaborador); Elcio Gomes (Coautor); Paulo Ribeiro (Coautor).
Patricia Peixoto Leão De Souza – Starcke E Kubaski Arquitetura Ltda Me BRASILIA/DF – Equipe: Patricia Leão (Autor, responsável técnico); Gabriel Kubaski (Coautor); Paula Do Monte (Coautor); Isadora Cury (Coautor); Kareen Diener (Colaborador).
Menção honrosa:
Felipe Braibante Kaspary – Terreo Arquitetos Ltda BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC – Equipe: Felipe Kaspary (Autor, responsável técnico); Oliver Uszkurat (Coautor).
O Concurso de Habitação de Interesse Sustentável foi organizado pelo IAB/DF, com o apoio da Secretaria Nacional de Habitação e da Associação Brasileira de COHABs, que buscou ressaltar o papel social do arquiteto em contextos de vulnerabilidade da população, resgatando a importância da atuação do profissional para a transformação da realidade.
O foco da proposta foi a eficiência energética das construções, mas também foram avaliadas as técnicas construtivas, viabilidade econômica, acessibilidade, durabilidade e replicabilidade nas diferentes Zonas Bioclimáticas do Brasil.
Foi inaugurada recentemente a primeira estação de trem sustentável de São Paulo, a Vila Olímpia, na linha 9-Esmeralda da CPTM.
Em parceria com a iniciativa privada a remodelagem estrutural da estação teve como objetivo a redução de impactos ambientais, com novos equipamentos e infraestrutura que beneficiam passageiros, priorizam energia limpa e preservam recursos naturais.
A partir de agora, a estação conta com infraestrutura própria para gerar, captar ou reaproveitar a maior parte dos insumos necessários na operação do local.
A modernização permite que a parada alcance até 100% de autossuficiência nos meses em que houver disponibilidade para geração de energia limpa ou reuso hídrico.
A parceria entre o Governo do Estado e as empresas Eletromidia e Santander permitiu a instalação de 234 placas solares sobre a cobertura da estação Vila Olímpia. Juntas, elas vão gerar cerca de 8.500 quilowatts-hora por mês e zerar a tarifa de energia elétrica do local, estimada em torno de R$ 300 mil anuais custeados pelo poder público.
Estação de trem sustentável
A remodelagem sustentável também permite captação e armazenagem a partir de 46 mil litros por mês de água para reuso em irrigação de áreas verdes e limpeza dos banheiros reformados para não poluir o rio Pinheiros.
A água de reuso passa pelas raízes de plantas e chega limpa no novo sistema de irrigação, com economia estimada em mais de 150 mil litros mensalmente.
A estação ainda conta com um novo bicicletário para 90 bicicletas. Se usado em sua capacidade máxima, o equipamento permite cortar a emissão de 360 quilos de dióxido de carbono diariamente.
O cálculo considera que cada bicicleta representa um carro a menos em circulação na capital, com redução média de quatro quilos de poluentes por dia.
A estação passa a contar com pontos de recarga para bicicletas elétricas e calhas nas laterais das escadas fixas para facilitar o transporte dos veículos.
A recriação do paisagismo também recebeu destaque e resultou em 1.454 metros quadrados de área verde, com plantio de árvores no jardim central e cobertura vegetal de paredões dentro e fora da estação.
São nove espécies nativascom potencial para reduzir o impacto de ilhas de calor, melhorar a qualidade do ar e atenuar o odor de efluentes do rio Pinheiros.
A estação também recebeu soluções ambientais produzidas com material reciclável como novas plataformas de coleta seletiva de lixo, bebedouros, bancos com pontos de carregamento USB e uma marquise de proteção contra chuvas.
Ao lado das catracas também está o LAB, espaço de convivência com assentos para descanso e pontos para recarga de celular.
Além das melhorias em sustentabilidade, a estação Vila Olímpia ganhou uma obra do artista plástico Kobra, em referência ao uso do rio Pinheiros na primeira metade do século 20.
Com dimensões de 10,7 metros de comprimento por 2,6 m de largura, o painel usa cores vibrantes para retratar remadores cruzando as águas então limpas do Pinheiros.
Empresa brasileira que aposta por sustentabilidade e inovação desenvolveu um modelo de telha de plástico reciclado que gera energia solar com a utilização do grafeno, material que é fino como carbono.
Segundo a empresa, as telhas podem gerar até 30 KW mês por unidade, isso quer dizer que com apenas 4 unidades uma residência poderia ser auto suficiente, com o custo de apenas 35% superior ao da Telha Colonial Plástica comum. Acima deste número de telhas será possível vender o excesso para as concessionárias de energia.
A tecnologia de grafeno pode ser utilizada em qualquer telha, levando energia elétrica de forma acessível, rápida e inteligente, mesmo com tempo nublado ou chuvoso.
Telha de plástico reciclado
A Telite, empresa de Leonardo Retto, começou em 2013 como um negócio familiar. Por se tratar de uma pequena cidade no interior do Rio de Janeiro, os limites de crédito eram baixos e logo o empresário sentiu a necessidade de buscar investidores.
Após encerrar as operações em uma fábrica de telhas de fibra de vidro, que havia fundado com seu pai, Leonardo passou a estudar sobre inovação e sustentabilidade. Suas pesquisas o levaram à elaboração de um produto fabricado a partir de insumos descartáveis, que entram em um processo de reciclagem, como garrafas, embalagens e diversas variedades de materiais plásticos.
No mesmo ano, a Telite recebeu um aporte financeiro de R﹩ 700 mil feito por acionistas da Gávea Angels. Em seguida, iniciou o processo de produção da Telha Colonial Plástica, que utiliza 100% de resíduos plásticos retirados do meio ambiente, cerca de 150 toneladas por mês.
A telha é desenvolvida em PEAD, polietileno de alta densidade que é um polímero da família das poliolefinas. Devido às suas propriedades mecânicas e térmicas, esse material atende segmentos de infraestrutura com alta durabilidade e facilidade na instalação.
Desafios
Apesar de ser uma promessa animadora, a empresa ainda enfrenta alguns desafios para lançar o produto no mercado. O primeiro é encontrar um fornecedor seguro de grafeno, a extração do material ainda é muito cara, no Brasil. Depois disso será necessário uma rodada com investidores para captar fundos para começar a produção em larga escala.
Outro passo a ser concluído é a certificação do Inmetro, algo que deve ser concluído entre junho e julho, segundo a empresa. Depois disso a ideia é testar a eficácia da telha em regiões diferentes, com climas distintos, antes de lançá-la ao mercado.
Mas de acordo com a empresa, as telhas de plástico reciclado devem ser colocadas à venda ainda em 2021. Vamos aguardar!
Já falamos por aqui das diversas vantagens dos jardins verticais, de fato é uma boa alternativa para acrescentar verde onde não tem muito espaço horizontal, podem ser instalados em paredes internas; assim como em fachadas, muros e empenas cegas.
Existem muitas maneiras de fazer um jardim vertical; desde a forma mais simples, pendurando vários vasos nas paredes, até sistemas prontos; mas aqui vamos explicar um passo a passo inspirado na técnica utilizada pelo famoso botânico Patrick Blanc.
Patrick Blanc e o Jardim vertical do Museu Quai Branly – Crédito das fotos: Fotos site Patrick Blanc
Passo a passo de como fazer um jardim vertical:
Primeiramente é necessário escolher o local. Analisar quantas horas de sol a parede recebe, se tem muito vento, para saber se é viável.
Posteriormente instala-seuma estrutura de apoio ou um espaçador na parede existente para protegê-la.
A seguinte camada é uma placa impermeável, com a finalidade de manter a água longe da parede.
Então aplica-se duas camadas de feltro na placa impermeável, fixe com parafusos galvanizados e grampos de aço inoxidável, de forma que fiquem bem esticado, sem dobras.
Em seguida abrem-se bolsos na primeira camada do feltro usando uma pistola de grampos, inserindo grampos de aço inoxidável formando um semicírculo, criando um envelope seguro.
Logo após coloque o substrato nesses bolsos.
E depois a vegetação. Escolha as espécies mais indicadas de acordo com o clima, e dê preferência sempre a plantas nativas e ou adaptadas.🌿
Se quiser rega automática, é necessário fazer um sistema de irrigação. Idealmente com uma bomba para reaproveitar a água. Esse sistema pode estar conectado com a coleta da água da chuva ou das águas cinzas. Também é preciso instalar um timer para automatizar a rega.
Pronto! 😉💚
O que achou? Conhece outra maneira de fazer um jardim vertical? Deixe seu comentário.
Considerada a terceira rua mais bonita do mundo, segundo ranking da revista norte-americana Architectural Digest, a rua do Bom Jesus, agora é exclusiva para pedestres.
Além da beleza, outra curiosidade sobre essa via histórica são os achados arqueológicos de um muro de mais de 300 anos encontrados em 2000 durante escavações para obras no local, tombado desde então pelo Patrimônio Histórico.
A intervenção em prol da mobilidade ativa na rua do Bom Jesus dá sequência a outras medidas de fechamento ao tráfego motorizado realizadas pela Prefeitura desde 2014. É o caso da Rua da Moeda, já pedestrianizada, e outras ações no Bairro do Recife, como por exemplo a construção do boulevard da Avenida Rio Branco e a implantação de uma Zona 30 em alguns trechos dessa região.
Mobilidade ativa
“Pedestrianizar a Rua do Bom Jesus não é apenas uma atitude para ficar mais próximo da beleza da rua, mas para viver uma experiência diferenciada de mobilidade urbana sustentável“, destaca Taciana Ferreira, presidente Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), órgão responsável pela medida.
A ação integra a programação do Maio Amarelo na Capital pernambucana, que tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito na cidade, assim como ocorre em outras partes do mundo.
Mortes no trânsito
A intervenção na Rua do Bom Jesus foi ancorada em dados do Comitê Municipal de Acidentes de Trânsito (Compat), que gerou a publicação do Relatório Preliminar de Vítimas Fatais no Recife.
Esse relatório indica o perfil das pessoas que morreram no trânsito da cidade entre os anos de 2017 a 2019. Dessas, 46% são pedestres e 36% são motociclistas; 80% são homens e 35% têm entre 20 e 39 anos.
Além da consultoria para o adequado desenho das vias do entorno, de modo a dar mais segurança viária aos pedestres, serão fornecidos por parceiros da administração o mobiliário urbano e as esferas de concreto que isolam os extremos das vias.
Nas áreas de cruzamento, por segurança, a sinalização horizontal foi redesenhada de modo a diminuir o espaço de travessia dos pedestres.
A Prefeitura do Recife contou com o apoio da Nacto-GDCI, organização de referência mundial em mobilidade sustentável, que, por meio da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária, prestou consultorias e fornecerá mobiliário urbano e elementos da sinalização.
A impressão 3D é uma tecnologia que promete revolucionar vários mercados, desde a fabricação de próteses de órgãos vitais humanos até a construção de casas.
Recentemente foi anunciado o lançamento de uma nova impressora 3D que utiliza restos de madeira para imprimir objetos que são estruturalmente sólidos, como uma madeira entalhada. A Forust foi criada por Andrew Jeffery e uma equipe de pesquisadores, a máquina usa serragem fina, que é transformada em objetos sólidos.
Criada para tornar a impressão 3D em madeira de alto volume acessível, confiável e sustentável, aplicando velocidade, precisão e qualidade no jato de aglutinante para produzir componentes de madeira fortes e leves.
“Desde que começamos em 2019, nosso foco tem sido usar serragem para criar produtos de madeira de forma sustentável”, disse Jeffery. “Esse esforço de R&D [sigla em inglês para “Pesquisa e Desenvolvimento”] levou à Desktop Metal lançar hoje nosso processo Forust.”
A máquina funciona de forma semelhante a uma impressora que usa jato de tinta e injeta um agente aglutinante em uma camada de serragem. Como a maioria das impressoras 3D, o objeto se eleva da camada de serragem e, quando concluído, pode ser lixado e acabado como madeira normal.
O idealizador da impressora 3D acredita que o sistema é uma forma de salvar árvores.
Jeffrey disse que “Dois anos atrás, começamos a estudar como poderíamos imprimir em 3D em um novo material, Resíduos de madeira foi um dos materiais com os quais começamos desde o início e percebemos que ele poderia ser reaproveitado e reciclado com tecnologia de impressão 3D. A partir daí, nos concentramos em construir o processo usando subprodutos de madeira para criar resultados reais de madeira trabalhada. Formamos a empresa realmente para salvar as florestas”.
A empresa Desktop Metal tornou-se pública em agosto de 2020 por meio de uma SPAC (sigla em inglês para “Empresa de Aquisição de Fins Especiais”, que tem o objetivo de angariar fundos e que não tem exatamente uma atividade comercial). Sua missão é tornar a impressão 3D acessível a todos os engenheiros, designers e fabricantes, reinventando a maneira como as equipes de engenharia e manufatura produzem peças – desde a prototipagem até a produção em massa.
A impressora 3D Forust é um produto derivado da empresa que incluirá um sistema de design de amostra online para os fabricantes experimentarem a tecnologia.
Um pavimento solar de 50 m2 irá gerar eletricidade em Barcelona, na Plaça de las Glòries. A proposta venceu o desafio municipal “Gerar pavimentos”, com o qual se pretende encontrar soluções inovadoras para a geração de energias renováveis nas infraestruturas da cidade.
O objetivo é avançar na mudança do modelo energético e apostar na autogeração e autoconsumo, para um futuro mais sustentável.
A instalação vai gerar 7.560 kWh / ano, consumo anual de três residências, que serão monitorados em tempo real para controlar a eficiência do sistema.
Uma comissão avaliará os resultados e analisará a conveniência de reproduzir a fórmula em outras partes da cidade.
A viabilidade do projeto será avaliada após seis meses, se o resultado for positivo, a medida será implantada em outras áreas da cidade.
O desgaste terá que ser avaliado porque, obviamente, não é o mesmo que colocar painéis fotovoltaicos em um telhado, mesmo que sejam muito resistentes. Na França foi testada uma estrada solar que não teve muito êxito, mas o desgaste era muito maior por causa do peso dos veículos. Já na Holanda a tecnologia foi instalada em uma ciclovia e teve os resultados melhores que o esperado.
Como funciona o pavimento solar?
O pavimento é constituído de um vidro altamente resistente e antideslizante conectado a módulos fotovoltaicos e fiação que irá descarregar a energia para a rede geral.
O piso terá duplo uso, pois manterá sua função de espaço de tráfego, ou seja, pode ser percorrido ou circulado por cima.
A instalação terá uma potência de 9 kWp, irá gerar uma energia de 6,7 kWh e será ligada em modo de autoconsumo num ponto de Bicing (bicicleta compartilhada) da praça. Com essa área de superfície e energia, a energia gerada significará uma economia equivalente a cerca de 2.722 kg de dióxido de carbono por ano.
Por um futuro mais sustentável
A iniciativa responde ao objetivo global da cidade de mudar o modelo energético para contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, 50% em 2030 em relação a 1992, e para a cidade ser neutra em carbono em 2050.
A cidade financiou a instalação com 30.000 euros, sendo o restante pago pelo fabricante.
Recentemente, com o mesmo objetivo de criar uma cidade mais sustentável e contribuir para a adaptação dos efeitos causados pelas mudanças climáticas, a prefeitura promoveu um Concurso de Telhados Verdes onde os projetos vencedores receberão uma doação de 75% do valor do conjunto de ações e estudos técnicos necessários e até um limite de 100.000 euros para cada cobertura verde.
Já falamos por aqui das diversas vantagens dos telhados brancos , que uma delas é justamente ajudar a diminuir a temperatura nos ambientes internos.
Tendo em conta os benefícios das superfícies claras na eficiência energética das edificações, pesquisadores da Purdue University desenvolveram uma tinta ultra branca que reflete 98% da luz solar e desvia o calor infravermelho, permitindo que os edifícios resfriem abaixo da temperatura do ar circundante.
Mas qual a diferença para uma tinta branca tradicional?
A tinta, que a universidade descreve como a “tinta mais branca já registrada”, deve seu poder de resfriamento ao sulfato de bário – um pigmento derivado do mineral barita – e reflete até 98,1% da luz solar.
Ao contrário do dióxido de titânio usado nas tintas brancas tradicionais, que absorve a luz ultravioleta, o sulfato de bário também é capaz de desviar o calor infravermelho da superfície na qual é aplicado.
Os pesquisadores usaram sulfato de bário em uma alta concentração de 60 por cento e em partículas de pigmento de vários tamanhos, o que permite que a tinta espalhe mais do espectro de luz do sol.
“Uma alta concentração de partículas que também são de tamanhos diferentes dá à tinta a mais ampla dispersão espectral, o que contribui para a mais alta refletância”, explicou Joseph Peoples, aluno de doutorado em engenharia mecânica da Purdue University.
Isso é o que permite que a tinta resfrie uma superfície abaixo da temperatura do ar circundante, ao contrário de outras tintas brancas reflexivas no mercado, que geralmente refletem 80 a 90 por cento da luz solar enquanto absorvem o calor infravermelho.
Uma concentração mais alta de sulfato de bário provavelmente faria a tinta quebrar ou descascar, de acordo com os pesquisadores.
imagens de câmera infravermelhasmostram que a tinta resfria uma superfície abaixo da temperatura ambiente
Quando aplicada no telhado e nas paredes de um edifício, a tinta ultra branca pode reduzir a necessidade de ar-condicionado e as emissões de carbono associadas.
Adotada em escala, os pesquisadores da universidade dizem que a tecnologia de resfriamento passivo pode ajudar a combater o efeito de ilha de calor urbana, que vê as cidades reter calor por meio de sua infraestrutura, em vez de transformá-las em ilhas reflexivas – assim como as calotas polares – para ajudar a combater o aquecimento global.
Testes mostraram que a tinta é capaz de manter uma determinada superfície quatro graus Celsius mais fria do que sua temperatura ambiente à luz do sol do meio-dia e até 10 graus Celsius mais fria à noite.
“Se você usasse essa tinta para cobrir uma área de telhado de cerca de 93 metros quadrados, estimamos que poderia obter uma potência de resfriamento de 10 quilowatts”, disse Xiulin Ruan, professor de engenharia mecânica que liderou a pesquisa na Purdue University.
“Isso é mais poderoso do que os condicionadores de ar centrais usados pela maioria das casas.”
A tinta é o resultado de um projeto de pesquisa de seis anos, no qual a equipe de Ruan avaliou mais de 100 materiais antes de testar 50 formulações para cada uma das 10 mais promissoras.
Em outubro passado, a equipe revelou outra tinta feita de carbonato de cálcio que reflete 95,5% da luz solar.
Os pesquisadores acreditam que seu mais recente material com patente pendente é o “equivalente mais próximo” do Vantablack – o preto mais escuro desenvolvido pelo artista Anish Kapoor, que absorve 99,9 por cento da luz visível.
De acordo com um estudo publicado na revista ACS Applied Materials & Interfaces, a tinta pode resistir às condições externas e pode ser fabricada usando os mesmos processos usados na produção de tintas comerciais.
A tinta ultra branca pode estar no mercado em um ou dois anos por um preço comparável ao da tinta convencional, disse a Purdue University ao Guardian.
Estudos mostraram que a prática pode ajudar a reduzir as temperaturas máximas nas cidades durante uma onda de calor em dois graus Celsius ou mais, enquanto os pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley estimam que a implementação de telhados e pavimentos reflexivos em todo o mundo poderia produzir um efeito de resfriamento equivalente a 300 milhões de carros fora da estrada por 20 anos.
No entanto, outros estudos alertaram que a prática pode levar a efeitos colaterais indesejados, como a redução das chuvas em cidades localizadas em climas mais secos.
Outra coisa a se levar em consideração é analisar o ofuscamento que a tinta ultra branca pode causar na vizinhança.
Crédito da foto da capa: Purdue University/Jared Pike – Fonte: Dezeen
A maioria dos edifícios criados antes da era da industrialização são representantes da arquitetura vernacular, que inclui diversos tipos de métodos construtivos e tradições.
O que é Arquitetura vernacular?
É caracterizada pela adaptação das condições do local
Utiliza materiais naturais disponíveis na região
Reflete as tradições e técnicas culturais locais
Também conhecida como arquitetura vernácula
A palavra vernacular é derivada do latim, vernacŭlus, que significa, pertencente àquele lugar ou país de nascimento, nativo.
Sendo assim, a arquitetura vernacular é aquela típica do lugar, que reflete sua cultura e tradições, é adaptada ao clima local e construída com técnicas e materiais regionais.
Arquitetura vernacular e a sustentabilidade
A relação da arquitetura vernacular com a arquitetura sustentável está justamente na adaptação da construção ao clima da região, no uso de materiais regionais naturais, e pela utilização de estratégias passivas para alcançar o conforto.
Atualmente essas técnicas de arquitetura antigas estão voltando a ser aplicadas por profissionais contemporâneos que visam projetar de forma mais sustentável.
10Exemplos de arquitetura vernacular no Brasil e no mundo:
1- Ocas do Xingu – Brasil
Habitação típica dos povos indígenas, tem estrutura feita de madeira e bambu, e cobertura feita com sapê ou folhas de palmeira.
2- Palafitas da Amazônia
Crédito: Embrapa
Palafitas são edificações elevadas, um sistemas construtivo de madeira típico de edificações localizadas em regiões alagadiças. Na Amazônia foram utilizadas inicialmente no processo de ocupação da Amazônia, na segunda metade do século XIX.
Atualmente seus habitantes são conhecidos como ribeirinhos, em sua maioria caboclos descendentes de indígenas e migrantes que se estabeleceram nas margens dos rios e igarapés da região, de onde tiram seu sustento principal.
Construídas com técnicas vernáculas da tribo, ocupam uma comunidade que tem pouco mais de um hectare de área e são feitas com uma mistura de argila, palha e fezes de vaca umedecidas, tudo misturado com os pés, formando uma argamassa capaz de criar fortes estruturas.
Nas casas são adicionadas várias camadas da massa, mantendo a parede com uma espessura suficiente para suportar tempestades e temperaturas extremas.
A característica mais surpreendente, porém, é a ornamentação geométrica pintadas com barro colorido feita pelas mulheres da tribo.
4- Trulli – Itália
São construções de pedras calcárias, coletadas de campos vizinhos, trabalhadas rudemente com um telhado cônico. É tradicional da região italiana de Apúlia.
São exemplos notáveis de construção sem argamassa, uma técnica de construção pré-histórica ainda em uso nesta região.
A época de ouro dos trulli foi o século XIX, principalmente suas décadas finais, que foram marcadas pelo desenvolvimento da viticultura.
5- Os Iglus – Polo Norte
Crédito: BBC
Os iglus são feitos de neve que devem estar suficientemente secas e firmes para serem manipuladas e cortadas com uma serra. Um pequeno buraco a mais ou menos três quartos da altura do iglu funciona como um duto de ventilação, que deixa entrar o ar fresco.
A cidade de Shibam localizada no centro-oeste do Iêmen, apelidada de ‘Manhattan do deserto’ por seus edifícios de terra, apresenta um dos primeiros exemplos de planejamento urbano baseado na construção verticalizada”, segundo o site da UNESCO.
O complexo urbanístico data do século XVI e conta majoritariamente com edifícios de 4 a 8 metros de altura feitos de argila composta por materiais encontrados no local.
As casas têm uma grande fundação de pedra com uma estrutura de madeira para segurar uma ou duas pilhas de grama. A empena [ou gaflar] da casa é de madeira com uma porta dupla para impedir a entrada dos invernos islandeses. Esta casa é um exemplo do final do século 18 chamado burstabær.
8- Obos – Cúpulas catenárias de argila – Camarões
Estas cúpulas catenárias de argila, chamadas obos, do povo Musgum nos Camarões. Eles fornecem resfriamento eficiente no calor escaldante com um orifício de ventilação redondo na parte superior e uma pequena entrada sem janelas. A cúpula alta coleta o ar quente movendo-o para longe da sala de estar.
9- Casas de Palheiros, Madeira – Portugal
Estas pequenas casas triangulares localizadas em Santana, na ilha de Madeira, eram feitas de madeira e cobertura de palha, materiais que antigamente eram abundantes na região.
Tradicionalmente, os sótãos eram usados para armazenar alimentos mantendo o piso térreo como área de estar.
10- Arquitetura vernacular Shinmei-zukuri – Japão
Shinmei-zukuri é um antigo estilo arquitetônico japonês, mais comum na província de Mie, típico do Grande Santuário de Ise, o mais sagrado dos xintoístas.
O projeto original deste templo tem 1.300 anos feito de estrutura de madeira. Ele foi reconstruído exatamente da mesma maneira, usando as mesmas técnicas a cada 20 anos ao longo de sua história como parte da crença Shinto de morte e renovação da natureza e da impermanência de todas as coisas.
Este ciclo de renovação preservou as técnicas tradicionais de construção de uma geração para a outra. O material antigo substituído durante a reconstrução é enviado para outros santuários em todo o Japão para reciclagem, portanto, não há desperdício.
Já falamos por aqui das diversas vantagens dos telhados verdes, sendo que algumas delas são que, o sistema promove a biodiversidade e a eficiência energética nas edificações.
Tendo em conta todos esses benefícios, o escritório de arquitetura Scott Brownrigg usou um grande telhado verde curvo como estrela do seu projeto para a nova sede na Inglaterra da organização internacional sem fins lucrativos, CABI.
O CABI aplica conhecimentos científicos para resolver problemas na agricultura e no meio ambiente, por isso um dos objetivos principais deste projeto era evidenciar o compromisso da organização em promover a biodiversidade e proteger o meio ambiente.
Localizada em uma área de grande beleza natural, a nova sede do CABI responde ao seu ambiente com exuberantes telhados vivos e uma abundância de vidraças que permitem vistas da paisagem em todas as direções e iluminação natural.
O edifício também utiliza princípios solares passivos com sua orientação leste-oeste para minimizar ganhos solares indesejados, reduzindo assim as demandas de energia.
O edifício combina um belo design com o bem-estar dos funcionários e sustentabilidade ambiental.
O escritório de arquitetura trabalhou ao lado da empresa de consultoria de sustentabilidade Ridge e Partners para concluir um projeto de baixo consumo de energia que oferece um espaço de dois andares de espaço de escritório flexível para seus 180 funcionários.
O telhado curvo do edifício é coberto por vegetação, que ajuda a integrar a sede com a paisagem e promove a biodiversidade.
A ventilação natural também foi uma das grandes preocupações no projeto.
Para reduzir ainda mais a pegada energética do edifício, os arquitetos envolveram a sede com uma fachada perfurada com janelas operáveis que permitem o acesso constante ao ar puro – uma prioridade fundamental para os trabalhadores de escritório devido à pandemia COVID-19.
No inverno, os sistemas de ventilação com recuperação de calor são usados para pré-aquecer o ar fresco antes de ser bombeado para o interior.
“Um sistema de semáforo alerta os usuários quando o prédio fica muito quente ou não tem ar fresco o suficiente”, explicou o diretor Ed Hayden de Scott Brownrigg em um comunicado à imprensa. “Isso fará com que os ocupantes abram as janelas e aumentem os níveis de ar fresco no prédio. É projetado para contar com a comunicação e cooperação entre o edifício e seus usuários, ao invés de ser fortemente orientado para M&A, proporcionando um ambiente natural, saudável e seguro. ”
Para além dos espaços de trabalho com ventilação natural, os colaboradores também têm acesso a comodidades como café-restaurante, salas de reuniões, sala de conferências e auditório.
Assista um vídeo do tour virtual pelo edifício (em inglês):
A Ecocasa Atelier foi projetada e construída, pela Encaixe Soluções Alternativas, para atender as demandas de um jovem casal de artistas, e sua pequena filha, sua rotina de eventos e shows, sem perder a privacidade e o aconchego de uma pequena reserva de mata atlântica.
Situada no cerne da Rota do Vinho em São Roque no interior de São Paulo, cercada por vinícolas, plantações de alcachofra e impressionantes flora e fauna, a residência desfruta do melhor de dois mundos, o conforto e conveniência da cidade e a bucólica e pacata vida no campo.
Para estar compatível à tudo isso a casa conta com design integrado a natureza, ciclo completo da água, paredes de taipa de pilão feitas com terra do próprio terreno.
Além de um confortável pátio central com uma bela clarabóia que permite as estrelas entrarem e uma desafiadora varanda de bambu que amplia a área útil, suspensa a 6m no desnível entre platôs.
Com o intuito de gerar o menor impacto e a maior eficiência, utilizou-se materiais e mão de obra locais sob a metodologia do Design-Build, ou seja, o desenho arquitetônico foi adaptado em todas as etapas da construção.
Com isso, os materiais foram encomendados sem excedente, não houve desperdício nem descarte, resultando em uma obra sem resíduos.
Todo o material e a mão de obra utilizados no projeto eram provenientes do entorno imediato, o que reduziu os impactos ambientais com transporte, além de fomentar a economia local.
A materialidade da casa foi escolhida para existir sem a necessidade de acabamentos, tanto os elementos em terra, quantos os blocos estruturais de concreto necessitam apenas de novas demãos de resina, o que reduz significativamente a manutenção e traz extremo conforto estético pela inegável integração com a paisagem local.
Com o intuito de agrupar a diversificada materialidade da Ecocasa e seus módulos, projetou-se uma laje única, pré-moldada, que interliga todos os cômodos em um pátio central que se tornou o eixo de circulação principal da casa.
O projeto foi pensado para unir técnicas de pouco impacto ambiental e de simples execução a um baixo orçamento, mantendo os gastos totais dentro do CUB, para fomentar o uso de materiais naturais em construções convencionais.