Retrofit de edifício art déco no Rio acaba de receber a certificação LEEDPlatinum, o maior reconhecimento para uma construção sustentável concedido pelo Green Building Council Brasil (GBC). O prédio é um dos mais belos representantes cariocas do estilo art déco.
A certificação do Edifício Novo Mundo foi comemorada pela Prevhab Previdência Complementar, a atual proprietária, e pelos profissionais envolvidos na obra.
Localizado na avenida Presidente Wilson e degradado por anos, o prédio construído em 1937 e tombado por sua arquitetura histórica, passou por um completo processo de reforma.
Em 2011 a Prevhab, decidiu revitalizar o prédio, que estava ocupado por 22 locatários. A desocupação foi difícil, tal o apego dos locatários pelo edifício, localizado num ponto estratégico do centro carioca, próximo ao aeroporto Santos Dumont.
Rosana Corrêa, sócia da Casa do Futuro, contratada pela Prevhab para coordenar o retrofit do prédio, conta os principais desafios:
“Além da desocupação, havia na parte técnica restrições relacionadas à modernização de um prédio tombado de 80 anos de idade. O tombamento impedia qualquer intervenção nas fachadas, por exemplo. Para trocar vidros e esquadrias, o IPHAN teve que ser consultado e, aprovar um vidro que tivesse a performance energética desejada enquanto atendia às exigências estéticas. Não foi fácil”, lembra Rosana.
O Novo Mundo tem 16 andares e 12 mil m² de área construída. São 3 lojas, 2 sobrelojas e 2 escritórios por andar, sendo o do último um pavimento duplex, configuração definida após o retrofit sustentável, com vistas maravilhosas para a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar.
A Prevhab celebrou a conquista da certificação LEED Platinum, pois a expectativa era a obtenção da certificação LEED Gold, uma abaixo da alcançada. “Em meio a tantas más notícias, trata-se de uma grande conquista”, diz Mario Cardoso Santiago, diretor presidente da Prevhab.
O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma ferramenta de certificação com reconhecimento internacional que busca incentivar e acelerar a adoção de práticas de construção sustentável.
Os projetos que buscam esse certificado, são analisados em 7 categorias: Terrenos Sustentáveis, Eficiência Hídrica, Energia e Atmosfera, Materiais e Recursos, Qualidade do Ambiente Interno, Inovação e Prioridade Regional.
O nível da certificação – Certificado, Silver, Gold e Platinum – é definido conforme a quantidade de pontos adquiridos após a avaliação destes critérios.
Para o nível Platinum, é necessário obter entre 80 e 110 pontos, sendo que dos mais de 100 mil empreendimentos certificados no mundo, apenas 5% são Platinum.
Segundo o GBC, a certificação do edifício Novo Mundo é exemplo de uma tendência crescente de construções sustentáveis no Brasil.
A expectativa do GBC para este ano, apesar da epidemia do coronavírus, é de um aumento de 20% no número de certificações no Brasil, depois de um aumento de 28% em 2020.
A Prefeitura de São Paulo irá selecionar startups verdes interessadas em participar da aceleração do Green Sampa, programa que apoia projetos que promovam soluções para temáticas ambientais.
O programa funciona por meio da Ade Sampa – Agência São Paulo de Desenvolvimento, agência vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo.
Serão selecionadas 20 propostas de empreendedores que atuem na capital para receberem qualificação em formato de aceleração durante um ano no Hub Green Sampa – Centro de Inovação e Negócios Verdes, com previsão de inauguração em maio deste ano, que será instalado na Praça Victor Civita, região de Pinheiros, zona oeste.
As inscrições podem ser feitas até 11 de abril e todas as informações sobre o edital estão no link www.bit.ly/editalgreensampa
Para participar, os interessados devem apresentar projetos e soluções inovadoras sustentáveis dentro de nove eixos:
água e saneamento;
ecoagricultura e segurança alimentar;
eficiência e clean web;
eficiência energética,
energias limpas e armazenamento energético;
indústria limpa e logística reversa;
mobilidade urbana e transportes;
parques e áreas verdes;
qualidade do ar e;
resíduos sólidos.
“Com o Green Sampa, a Prefeitura de São Paulo reforça o seu compromisso de promover políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável da nossa cidade. O Programa é um estreitamento da relação entre poder público e o setor privado na busca por soluções socioambientais”, destaca a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Aline Cardoso.
“A aceleração neste momento será fundamental, tanto para apoiarmos o setor economicamente como para fortalecer o ecossistema empreendedor dessas empresas”, complementa.
Na seleção das startups, serão utilizados os critérios de impacto ambiental, modelo de negócios, tecnologia e inovação e equipe. Já no processo de aceleração, as atividades serão personalizadas de acordo com a maturidade de cada um dos negócios, que são:
Ideação: negócios que estão em fase inicial, construindo e levantando hipóteses, identificando o problema e a lacuna de mercado. Empresas já existentes no mercado que querem desenvolver um produto ou serviço novo.
Validação: negócios já existentes no mercado, cujo produto e modelo estão em experimentação, testados e com MVP – Produto viável mínimo pronto ou em construção.
Tração: negócios já existentes no mercado, com clientela, organizados e gerando receita, mas que estão em fase de identificação de áreas para crescer, fontes alternativas de renda e aumento de equipe e faturamento.
Escala: negócios estruturados, com espaço no mercado, com desafios de crescimento constante e investimento para expandir e replicar.
Durante a aceleração de 12 meses, os projetos receberão oficinas mensais de empreendedorismo para estruturação da modelagem de negócio, mentorias individuais e coletivas, acesso ao mercado através de rodadas de negócios nacionais e internacionais, entre outros.
Além disso, os empreendedores terão à disposição uma infraestrutura de trabalho, com mobiliário e internet para o desenvolvimento dos seus projetos, além de um local para exposição de sua iniciativa no Centro de Inovação da Praça Victor Civita – Hub Green Sampa, o que possibilitará maior visibilidade à solução e conexão com frequentadores do espaço.
“O Green Sampa reforça a cidade de São Paulo como agente de fomento de negócios sustentáveis e no desenvolvimento de tecnologias verdes. Assim, colaboramos com a geração de emprego e renda”, declara Frederico Celentano, presidente da Ade Sampa.
O resultado final dos projetos selecionados será divulgado no dia 30 de abril no site da Ade Sampa (www.adesampa.com.br). O processo de aceleração tem início previsto para o mês de maio.
Sobre Green Sampa
Programa que busca promover o desenvolvimento econômico sustentável por meio de ações voltadas ao empreendedorismo, qualificação e inovação de tecnologias verdes.
O programa atua em quatro eixos: mapeamento de atores locais; acompanhamento e desenvolvimento de startups verdes com desafios de problemáticas da cidade; meetups para integração do setor e qualificação.
A iniciativa já apoiou e acelerou mais de 100 iniciativas tecnológicas que promovem a sustentabilidade na capital.
Este bairro flutuante e sustentável em Amsterdã pode ajudar a enfrentar os desafios de alta densidade da cidade e do nível do mar.
A densidade populacional e as mudanças climáticas estão aumentando o interesse em opções alternativas de construções.
Com as cidades ficando sem espaço e o aumento do nível do mar previsto para colocar 800 milhões de moradores em risco até 2050, talvez alguns de nós tenham que se acostumar a viver na água.
Uma nação que está se adaptando a esse desafio é a Holanda, onde mais de um quarto do país já está abaixo do nível do mar.
Em Amsterdã, foi criado um bairro flutuante visionário chamado Schoonschip – traduzido do holandês seria algo como “navio limpo”.
O Schoonschip foi construído em um modelo de comunidade circular, que repensa como organizamos nossas cidades, tanto social quanto espacialmente, para enfrentar as raízes sistêmicas das mudanças climáticas e criar uma comunidade conectada com fortes valores sociais.
O projeto é pequeno. Pouco mais de 100 residentes vivem em 46 casas sustentáveis, na comunidade que foi projetada para ser autossuficiente, com impacto mínimo na natureza.
Os idealizadores do Schoonschip contrataram a Space & Matter, que juntamente com uma equipe de consultores multidisciplinares e os moradores desenvolveram o plano urbanístico e um cais inteligente, que liga cada casa ao bairro, e com as necessárias infra-estruturas técnicas de que necessitam.
Logo cada morador projetou sua própria casa junto com um arquiteto de sua escolha, garantindo ao bairro um aspecto único com grande diversidade de materiais, estilos e tipos de construção.
Crédito Metabolic
Algumas soluções sustentáveis do Schoonschip
As casas são muito bem isoladas e não estão conectadas à rede de gás natural.
As bombas de calor fornecem aquecimento que extraem da água do canal (aquathermie) e usam o calor solar passivo sempre que possível.
A água da torneira é aquecida por meio de caldeiras solares e bombas de calor; todos os chuveiros estão equipados com instalação para recuperação de calor.
Geração da própria eletricidade com painéis solares fotovoltaicos. Cada casa tem uma grande bateria na qual os excedentes temporários podem ser armazenados.
Todas as casas estão conectadas a uma rede de energia inteligente e compartilhada. Com 46 residências, existe apenas uma ligação à rede nacional de energia.
Há um fluxo separado para a descarga de água cinza (da máquina de lavar louça, máquina de lavar) e água preta (do banheiro). Em um piloto em colaboração com Waternet, a água preta será transportada para uma biorrefinaria para fermentá-la e convertê-la em energia.
Todas as casas têm um telhado verde que cobre pelo menos 1/3 da área do telhado.
Compartilhamento de carros elétricos, bicicletas elétricas de carga e e-bikes.
Materiais sustentáveis e instalações sustentáveis foram usados sempre que possível.
Crédito Space & Matter
Schoonschip não é apenas sustentável no sentido ecológico, mas também social: os moradores trabalham juntos para realizar e melhorar sua área residencial e coordenar seus planos.
A associação de moradores coopera com empresas inovadoras e compartilha suas experiências. O projeto do bairro flutuante é um código aberto, as informações estão compiladas nesse site – Greenprint(está em inglês, mas vale muito a pena conferir).
Bairro flutuante
Comunidades flutuantes não são novas – elas existem há gerações em algumas partes do mundo. Os exemplos incluem o povo Uros, que vive em ilhas flutuantes de junco no Lago Titicaca, Peru, e o povo Bajau do Sudeste Asiático, que vive em pequenas casas flutuantes na costa da Indonésia, Malásia e Filipinas.
Em tempos mais recentes, o interesse pela vida na água tem crescido à medida que o mundo busca soluções para as pressões duplas da densidade populacional e das mudanças climáticas que fazem com que o nível do mar suba.
Projetos em outras partes do mundo incluem residências aquáticas modulares sendo desenvolvidas pela firma de arquitetura britânica Grimshaw e pelo fabricante holandês Concrete Valley.
Eles ficam em uma estrutura de pontão flutuante que sobe com o nível da água para manter a casa segura no caso de uma maré ou inundação.
Na Dinamarca, contêineres de transporte em fim de vida foram usados para criar acomodações flutuantes para estudantes em um projeto da firma de arquitetura Urban Rigger.
Desafios Urbanos
Mais de 570 cidades costeiras de baixa altitude serão ameaçadas por aumentos do nível do mar de pelo menos meio metro, até 2050, de acordo com C40 Cities, uma rede dedicada a encontrar soluções para as mudanças climáticas.
Mas o problema se estende muito além das cidades, para nações insulares, incluindo Kiribati no Pacífico, onde 81% das famílias foram afetadas pelo aumento do nível do mar na década entre 2006 e 2016. Aqui, a migração é considerada a principal solução.
À medida que as pessoas se mudam para as cidades para viver e trabalhar, espera-se que quase 70% da população mundial viva em áreas urbanas até 2050, contra 55% atualmente.
Muitas cidades estão procurando por mais espaço no subsolo. Por exemplo, a capital da Finlândia, Helsinque, criou uma série de instalações subterrâneas, incluindo instalações esportivas e um abrigo de emergência, enquanto Montreal, no Canadá, tem uma ‘cidade subterrânea’ incluindo lojas e hotéis sob suas ruas.
UN-Habitat, o programa das Nações Unidas para assentamentos humanos e desenvolvimento urbano sustentável, estima que até 2030, três bilhões de pessoas, cerca de 40% da população mundial, precisarão de acesso a moradia adequada. Isso se traduz em uma demanda por 96.000 novas unidades habitacionais acessíveis e acessíveis todos os dias.
Construir casas na água e no subsolo pode ser parte da solução.
Vista aérea Schoonschip – Foto: Jan Willem Sieburgh
A partir de hoje, dia 31, os edifícios novos em construção na cidade de São Paulo serão obrigados a instalar pontos de recarga para carros elétricos e híbridos plug-in.
A regra valerá para os novos projetos condominiais protocolados a partir da vigência da Lei Municipal 17.336/2020.
A lei foi sancionada pelo prefeito Bruno Covas em março de 2020 e entra em vigor neste mês de abril.
O texto não define quantos pontos de recarga devem ser implantados nos edifícios novos, mas estabelece que as instalações terão de obedecer às normas técnicas brasileiras.
Outra obrigatoriedade é a medição individualizada, com cobrança da energia consumida por cada usuário de carros elétricos que utiliza o ponto de recarga, de acordo com as tarifas praticadas pelas concessionárias fornecedoras de eletricidade.
Essa modalidade é possível com o uso de aplicativos que identificam o usuário e direcionam as cobranças para contas específicas.
A norma não se aplica a “empreendimentos resultantes de programas habitacionais públicos ou subsidiados com recursos públicos, desde que comprovada a impossibilidade técnica ou econômica.
O texto legal também não faz nenhuma referência a pontos de carga para bicicletas, triciclos, quadriciclos e outros veículos elétricos leves.
O verdadeiro design sustentável deve ter impacto positivo ambientalmente, socialmente e economicamente , assim é o Cobogó da Mundaú desenhado por Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrósio e produzido pela comunidade, dentro do Entreposto do Sururu, às margens da Lagoa Mundaú, em Maceió.
O Cobogó da Mundaú é produzido com as conchas do sururu na comunidade onde são beneficiadas e agregadas ao elemento, em substituição da areia, na composição com o cimento.
O sururu é tipo um mexilhão, bastante típico na costa nordestina do Brasil, sendo o ingrediente principal para receitas tradicionais da região. Tem tanta importância econômica e cultural para a população que se transformou em Patrimônio Imaterial, pelo Conselho Estadual de Cultura de Alagoas em 2014.
A sua pesca envolve muitas famílias, e produz, apenas nessa comunidade, 300 toneladas de conchas que atualmente são descartadas ao ar livre até serem levadas pela prefeitura a um lixão, a um alto custo diário, gerando um problema ambiental e de saúde pública para a comunidade e o município.
Mundaú é uma lagoa que fica no bairro do Vergel, em Maceió, e uma das lindas lagoas que dão nome ao estado de Alagoas. Cinco favelas ocupam a orla da Lagoa Mundaú, onde vivem milhares de pessoas abaixo da linha de pobreza e sem saneamento, em casas construídas com resíduos da sociedade de consumo, com altíssimo índice de subnutrição infantil.
Este projeto tem o objetivo desenvolver produtos de design a partir dessas conchas que são descartadas, para gerar oportunidade de renda, um modelo econômico de desenvolvimento social na comunidade.
Foto: Reprodução Facebook Maceió Inclusiva Através de Economia Circular
Negócio social
O projeto Cobogó da Mundaú teve início em 2019, quando Marcelo Rosenbaum foi convidado pelo projeto Maceió Mais Inclusiva Através da Economia Circular, iniciativa do Laboratório de Inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em parceria com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, a Prefeitura de Maceió e rede de iniciativas parceiras, para criar um projeto de design com o conceito de economia circular.
O processo de integração com a comunidade foi mediado pela ONG Mandaver, que conectou os designers ao artesão Itamácio dos Santos, produtor de vasos de cimento a partir de uma técnica que ele desenvolveu, criando uma contraforma de areia, a partir de ferramentas que ele produz com materiais reciclados.
Os designer então propuseram ao Itamácio a substituição da areia pelas conchas de sururu trituradas na composição da massa do cimento, uma iniciativa que foi apoiada em uma pesquisa realizada pela USP (Universidade de São Paulo), que demonstra as propriedades calcárias da concha, material basicamente composto por calcário, como uma possibilidade para essa substituição.
Foto: Reprodução Facebook Maceió Inclusiva Através de Economia Circular
Logo surgiu a ideia de incluir essa massa em novos elementos, como o cobogó
O desenho do Cobogó da Mundaú foi inspirado no próprio contorno das conchas, e utiliza 62,5% de cascas de sururu em sua composição.
Um produto que tem a identidade local e valor compartilhado por toda a cadeia envolvida no desenvolvimento do produto, especialmente pela comunidade que tem a possibilidade de fazer parte de um novo negócio social.
Um belo exemplo de design sustentável, que une a preservação ambiental, economia circular e um grande impacto social.
Cobogó Mundaú na Expo Revestir 2020. Crédito: Pointer
Posteriormente a empresa Portobello conduziu o desenvolvimento técnico do Cobogó da Mundaú, envolvendo seu time de sustentabilidade e produto, apoiando também na sistematização do processo produtivo, embalagem e comunicação, e será o representante exclusivo da peça.
O Projeto foi um dos 10 finalistas do Prêmio Human City Design Award 2020, uma iniciativa do Governo Metropolitano de Seul e a Seoul Design Foundation, que tem como apoiadores o Human Cities EU Network, World Design Organization (WDO), The UNESCO Creative Cities Network, Cumulus, The Silk Road Universities Network(SUN), Korean Federation of Design Associations.
A prefeitura de Barcelona está utilizando construções em contêineres para habitação social. O projeto Aprop promete abrigar aproximadamente 200 pessoas em situação de vulnerabilidade.
O projeto apresentado em 2018, prometia mais 90 apartamentos nesse mesmo ano, divididos em três edifícios, mas desde então, apenas um foi construído no bairro Ciutat Vella, com 12 apartamentos.
A vereadora para a Habitação e Reabilitação da cidade, atribuiu o atraso às “dificuldades em encontrar empresas preparadas” para um projeto tão “inovador”, mas anunciou que finalmente os outros dois edifícios prometidos em 2018 serão realidade dentro de dois anos.
As residências vão alojar temporariamente, antes de ser concedida uma habitação permanente, cidadãos em situação de emergência habitacional, jovens e famílias monoparentais.
Dessa temporalidade vem seu nome oficial, Acomodações de Proximidade Provisórias (Aprop). Terão capacidade para cerca de 200 pessoas e custarão 10 milhões de euros.
Vantagens do uso de contêineres para habitação social
A prefeitura destacou algumas das vantagens deste tipo de blocos pré-fabricados. Entre eles está que o tempo de construção é muito menor do que as construções tradicionais, que foi o maior atrativo para construir as moradias temporárias.
O impacto ambiental e acústico das obras também é menor.
Por serem edifícios modulares e industrializados, os APROPs reduzem o desperdício em 58%, e o fato de reaproveitar os contêineres marítimos permite reduzir as emissões de CO2 em 32%.
O edifício usa juntas estruturais reversíveis que permitem uma fácil desmontagem, relocação e reconfiguração, permitindo um reaproveitamento integral dos materiais, se necessário.
O primeiro Aprop entregue foi construído com 16 contêineres e demorou 4 meses para ser montado no local. É composto por 12 acomodações, 8 módulos individuais e 4 duplos.
Todas as acomodações possuem ventilação interna, neste caso, voltadas para nordeste e sudeste, o que permite a ventilação cruzada, ao mesmo tempo que favorece a captação solar nas estações frias.
Em torno deste volume compacto, projeta-se uma fachada de policarbonato. Este revestimento duplo serve como separador entre o ambiente externo e os recipientes, o que proporciona inúmeras vantagens climáticas e espaciais.
A certificação energética do edifícios é AA, portanto o consumo de energia é quatro a seis vezes inferior ao de uma construção convencional com as mesmas características
Futuros projetos
Está prevista a construção de mais dois edifícios nesse mesmo modelo.
Um localizado no distrito de Sant Martí, que terá 42 residências e será concluído no início deste ano. O outro com 40 apartamentos, no bairro de Sants, que deverá ser concluído no início de 2023.
Imagem Aprop La Bordeta / Sants
Apesar de inovadora a ideia não foi isenta de críticas. O jornal inglês The Guardian, por exemplo, indagou na manchete da matéria dedicada ao projeto Aprop “São latas de sardinhas para os pobres?”. E você, o que achou da ideia?
Uma da avenidas mais famosas do mundo, a Champs-Élysées em Paris, vai se transformar em um “jardim extraordinário”, segundo as palavras da prefeita da cidade Anne Higaldo.
O projeto elaborado pelo estúdio francês PCA-Stream, propõe fechar metade da avenida de oito faixas ao tráfego, introduzindo áreas verdes e espaços de convivência.
A ideia é transformá-la em um espaço coletivo para experimentar o desenvolvimento de uma cidade sustentável, desejável e inclusiva até 2030 por meio do foco em quatro estratégicas principais:
reduzir o impacto das mobilidades urbanas,
repensar a natureza como um ecossistema,
buscar novos usos
e o uso de dados para medição e regulação.
Champs-Élysées foi planejada por André Le Nôtre em 1667 como uma extensão dos jardins do Palácio das Tulherias, mas agora é uma das ruas comerciais mais famosas do mundo.
Porém nos últimos anos, o distrito foi invadido pelo turismo e carros. De acordo com o PCA-Stream, uma média de 3.000 veículos passam pela artéria a cada hora, resultando em níveis de dióxido de nitrogênio que são o dobro do limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde.
Isso fez com que muitos moradores locais não frequentassem o local e gerou campanhas pedindo seu redesenho.
Trabalho colaborativo para a transformação da Champs-Élysées
Um grupo local que existe para desenvolver a área desde 2018, o comitê dos Champs-Élysées, liderou esse movimento e trabalhou junto com o PCA-Stream na proposta.
O escritório intensificou sua pesquisa em metabolismo urbano, por meio de uma análise da história do território e de seu diagnóstico, traçando um paralelo entre a condição local da icônica avenida parisiense e, de forma mais ampla, a do planeta.
As perspectivas futuras da avenida não são relevantes apenas para os parisienses, pois visam remediar o desapontamento por ela, mas também para o futuro de nossa condição urbana.
O grupo afirmou que a “avenida mítica perdeu o seu esplendor nos últimos trinta anos” e que a sua renovação será “um dos projetos urbanos emblemáticos desta década”.
A maior parte da reforma está prevista para ser concluída em 2030, mas o redesenho da Place de la Concorde será concluído mais cedo, a tempo para os Jogos Olímpicos de 2024.
O primeiro edifício em madeira engenheirada do Brasil foi recentemente inaugurado em São Paulo. Ele abriga a nova loja conceito da Dengo, uma marca de chocolates que traz em sua essência a sustentabilidade.
O edifício projetado pelo escritório de arquitetura Matheus Farah e Manoel Maia tem 4 pavimentos e fica localizado na av. Faria Lima.
Edifício em madeira engenheirada
A madeira engenheirada, ou ‘mass timber’, como é conhecido lá fora, utiliza camadas de madeira maciça sobrepostas para fazer pilares, vigas e lajes suficientemente fortes para substituir o aço e o concreto e conseguir sustentar prédios de muitos andares.
O mais alto do mundo, de 25 pavimentos, está atualmente em construção em Milwaukee, nos Estados Unidos.
Nascido na Áustria nos anos 90, o método se espalhou pela Europa e outros continentes e ganhou velocidade de verdade nos últimos cinco anos.
Nos Estados Unidos, onde o primeiro edifício de madeira foi construído em 2011, já existem quase 400 prédios em mass timber prontos e mais 500 em construção, entre residenciais, comerciais, universidades e outros.
A rede de supermercados Walmart resolveu fazer a sua nova sede em madeira, enquanto Google e Microsoft também optaram pelo método construtivo em alguns de seus planos de expansão. A Forest Business Network, associação americana do setor, calcula que o número pode atingir 24 mil edifícios no país em 2034.
Vantagens
Uma das vantagens é a racionalização da forma de construir, que permite a industrialização dos processos, com menos resíduos e desperdício no canteiro de obras, e o forte apelo ambiental.
A substituição da tradicional dupla aço e concreto reduz as emissões de CO2 do processo construtivo em mais de 60%, segundo algumas estimativas.
E, além disso, a madeira é um depósito natural do carbono. As árvores absorvem o dióxido de carbono e água e liberam oxigênio, principalmente na fase de crescimento.
O carbono absorvido é armazenado até que as árvores apodreçam ou sejam consumidas em um incêndio, quando o CO2 é liberado na atmosfera. Mesmo cortada, a madeira segue estocando o carbono.
Há quem aponte que, tudo somado, o sequestro de carbono superaria as emissões do processo construtivo, o que torna esses edifícios carbono positivos.
Aqui no Brasil, a cadeia em torno da madeira engenheirada está começando a se estruturar.
As lajes de CLT do primeiro edifico de madeira engenheirada do Brasil foram fornecidas pela Urbem, uma empresa Amata, que está em fase de implementação da primeira fábrica nacional em larga escala do material, por meio de sua parceria com a KLH, empresa austríaca líder mundial e precursora da tecnologia.
Já as vigas e pilares, foram produzidos pela empresa brasileira Rewood, que também foi responsável pela montagem da estrutura de madeira.
Piso de caquinhos de cerâmica
O piso no interior da loja é feito de caquinho, material tradicionalmente paulista, que surgiu do reaproveitamento da produção de cerâmica na cidade se tornando muito comum entre os revestimentos nacionais.
Ele também remete ao piso vermelho das fazendas de cacau na Bahia. As cores da fruta também ditaram a paleta escolhida que ficou entre o vermelho, o amarelo e o preto, com destaque para a madeira da estrutura aparente no interior da loja.
Stefano Boeri, famoso arquiteto do Bosco Verticale, está a frente do projeto dos pavilhões de vacinação contra Covid na Itália. Ele escolheu a prímula, uma flor que representa o renascimento, como símbolo da campanha.
A ideia da prímula vem do livro de Pier Paolo Pasolini. País de tempestades e prímulas, que reúne escritos de intelectuais entre 1945 e 1951, que inspirou o arquiteto.
A Itália está passando por uma tempestade há meses – a pandemia de Covid-19 – e agora é hora das prímulas e, portanto, do renascimento.
Para administrar as doses da vacina aos italianos será necessário criar estruturas temporárias para este fim. Para isso Boeri e uma equipe de consultores trabalharam às pressas e de forma voluntária em um projeto que será construído com materiais recicláveis e biodegradáveis e terá energia solar.
Inicialmente serão montados 300 pavilhhões, depois na fase de massa serão mais de 1.500.
Mas como funcionará esta enorme campanha de vacinação, acompanhada pela campanha de informação para ilustrar o plano aos cidadãos? O comissário da emergência Domenico Arcuri e o arquiteto Stefano Boeri explicaram isso.
O Comissário Arcuri explicou que se está a “preparar um orçamento e também a forma de custos de construção das estruturas. Achamos que haverá muitas pessoas e muitas empresas que desempenharão essa função de doação como o arquiteto Boeri fez. Muitos nos darão o fruto de sua engenhosidade para que os italianos possam se vacinar.
Estruturas que, segundo o projeto de Boeri, terão a forma de uma flor, serão sustentáveis e irão simbolizar – até nos materiais com que serão construídos – o renascimento do país, disse Boeri.
No interior, os espaços serão concebidos de forma a gerir o fluxo das deslocações, separando as áreas de espera das áreas administrativas, bem como as dedicadas aos serviços para operadores e cidadãos.
O desafio, explicou Boeri, é “esta ideia de um sistema de pavilhões, que de alguma forma floresce, cresce nas praças italianas e se torna o símbolo de um país que foi um dos primeiros a ser atingido.
Este é o país que hoje talvez possa dizer melhor do que ninguém que a beleza pode nos ajudar num momento tão difícil – disse Boeri -. A beleza das praças, das nossas cidades e de uma flor que nos faz entender que podemos sair de um momento de escuridão.
O Programa Gentileza Urbana procura criar pequenos espaços nas ruas e avenidas do Centro de São Paulo para ampliar as possibilidades de estar, lazer, permeabilidade e biodiversidade.
O projeto foi lançado em maio de 2019, idealizado por uma equipe de profissionais que atua na Subprefeitura da Sé.
O ‘cinza’ urbano que predomina no centro da cidade de São Paulo está sendo, aos poucos, quebrado.
A região que compreende oito distritos, cerca de 600 mil moradores fixos e um fluxo médio diário que alcança 4 milhões de pessoas está mais ‘verde’ e sustentável aos olhos da população e mais funcional quando falamos em meio ambiente.
A iniciativa foi vencedora do Prêmio FNA 2020.
Com o aval do subprefeito Roberto Arantes, o arquiteto e urbanista André Tostes Graziano, o biólogo Rodrigo Soares Silva e o engenheiro Remy Silva, deram início ao trabalho de intervenção em pontos sensíveis da capital paulista – detectados pelo histórico acúmulo de água da chuva que por muitas vezes gera transtornos a pedestres e a motoristas.
Equipe do Gentileza Urbana: Rodrigo Silva, Roberto Arantes, Remy Silva e André Graziano
Vale lembrar que a região da é reconhecida como a menos arborizada da cidade de São Paulo por conta do seu caráter histórico de ocupação.
A primeira ação, com o apoio da equipe de obras da Subprefeitura da Sé, foi a criação de Bosques de Conservação Urbanos – considerados pela subprefeitura uma nova unidade de conservação municipal.
Foi na região da Avenida do Estado, no Parque Dom Pedro, com a implantação de dois bosques que levam o nome de pássaros: Maritacas e Bem-te-vi. No Maritacas, por exemplo, toda a topografia foi refeita em uma área de 3.600 metros quadrados junto a alça de acesso ao viaduto.
O projeto buscou manter a água da chuva ali mesmo, sem escorrer para outros pontos. Ou seja, o que o bosque recebe de contribuição de chuva que fica no local. No Bem-te-vi, além da mesma proposta, foram plantadas 1.400 mudas de árvores, numa iniciativa que teve o Governo do Estado como parceiro.
“As intervenções consistem na revitalização dos espaços, com o uso de bastante verde, onde predominam também aspectos como humanização, sustentabilidade e atratividade”, destaca Graziano.
Segundo ele, em todas as obras, vão sendo aplicados, paralelamente, conceitos considerados complementares, que são acessibilidade, dinamismo, paisagismo.
“Não é só quebrar o chão e abrir área para conseguir a infiltração da água. A proposta é já que vamos fazer isso, que seja o melhor projeto paisagístico possível, com muita biodiversidade”, afirma o arquiteto e urbanista, cuja equipe começa a ganhar fama de ‘quebra asfalto”.
No Bem-te-vi, foram plantadas 1.400 mudas de árvores, numa iniciativa que teve o Governo do Estado como parceiro.
Cada intervenção do Programa Gentileza Urbana gera outra Gentileza Urbana por parte da população. O que começou de forma tímida ganha cada vez mais visibilidade e apoio da comunidade.
É comum o retorno positivo da população – o que se dá principalmente por meio de associações de bairros e jornais de bairros. O próprio subprefeito, Roberto Arantes, é um dos maiores incentivadores do projeto, tanto que acompanha pessoalmente muitas vezes as equipes nas obras da região central.
Um dos modelos de jardins de chuva implantados
O entorno dos bosques implantados na região do Parque Dom Pedro ainda recebeu modelos de jardins de chuva e de biovaletas para coletar água da chuva dentro do foco de se buscar a permeabilidade do local.
As ações de colheitas de água pluvial têm sido implantadas em todos os distritos da região central, no entanto, o primeiro grande sistema de chuvas foi feito na região do Pacaembu, na Rua Major Natanael, que liga a Avenida Doutor Arnaldo ao Estádio do Pacaembu, com forte declividade.
Em quase três mil metros quadrados foram implantados 13 jardins de chuva de diferentes dimensões.
Em um ano de implantação, o sistema apresentou capacidade de retenção de água equivalente a 5% do piscinão do Pacaembu.
“Nenhum grama de terra saiu do lugar, mesmo com as fortes chuvas recentes na cidade. Isso mostra que a vegetação tem se apropriado dessa água e a devolvido nesta primavera, em forma de flores e vida”, comemora Graziano, salientando que o projeto é desenvolvido em áreas de diferentes tamanhos, de “minúsculas a gigantescas”.
O Programa Gentileza Urbana ainda reserva uma ação totalmente inovadora no Brasil, que são as chamadas Vagas Verdes. A modalidade consiste na remoção do espaço ocupado por um carro estacionado para ser transformado em um jardim que coleta água da chuva – permitindo o plantio de árvores e até mesmo mobiliários como bancos e mesa de jogos.
Além da escolha do local que respeita diversos critérios técnicos para não entrar em conflito com outras instâncias municipais, o projeto ainda recebe pedidos de moradores interessados em transformar vagas em jardins.
“Fizemos um chamamento para saber quem tinha interesse nas Vagas Verdes. De imediato recebemos 36 retornos positivos”, relata Graziano.
Além do projeto em si, que transforma o local num espaço agradável e de convivência, o programa Gentileza Urbana produz algo que muitas vezes supera o projeto em si.
“A comunidade passa a fazer parte disso tudo. Cuida para que não seja depredado. São ações gentis ao ponto de as pessoas começarem a responder a elas e à cidade fazendo parte desses processos”, define o arquiteto.
A proposta agora é fazer com que as ações do Gentileza Urbana se tornem políticas públicas permanentes, independentemente de governos que assumam a cidade.
Enquanto isso não acontece, as ‘gentilezas’ continuam e devem chegar no final do ano com mais de 10 mil metros quadrados de jardins de chuva implantados – um volume que supera o plano da cidade de Nova York para 2021, além de mais 10 mil metros quadrados de bosques de conservação urbanos.
As Vagas Verdes devem somar 22 pontos até o final de 2020, ocupando espaços que variam de 10 a 25 metros quadrados.
O 8º Prêmio Saint-Gobain AsBEA de Arquitetura é uma iniciativa do Grupo Saint-Gobain e da AsBEA, que se uniram nessa edição a fim de reconhecer e premiar projetos de arquitetura que se destacaram na proposição de soluções para oconforto do ambiente, bem como a inovação, sustentabilidade, arquitetura, além mobilizar profissionais e estudantes que acreditam que a construção civil exerce significativa contribuição o bem-estar dos usuários.
O Prêmio ainda incentiva o uso de tecnologias e soluções inovadoras, e a correta especificação de produtos e processos construtivos.
Categorias do Prêmio Saint-Gobain AsBEA de Arquitetura:
–Categoria Profissional
Modalidades Projeto e Edificação Nesta categoria os escritórios, coletivos e profissionais de Arquitetura podem apresentar seus projetos mais inovadores. Considerando as tipologias:
Comercial Exclusivamente para edificações de uso comercial, corporativo ou serviço, instalações industriais e ou edificações de uso misto (comercial e residencial) cujo uso predominante seja comercial.
Residencial Exclusivamente para edificações de uso residencial – unifamiliar ou multifamiliar ou, ainda, de uso misto (comercial e residencial) cujo uso predominante seja residencial.
Institucional Exclusivamente para edificações institucionais (aeroportos, terminais rodoviários, ferroviários, hidroviários, hospitais, escolas, órgãos públicos, museus, instituições, entidades e centros esportivos, religiosos e de lazer, entre outros).
– Categoria Acadêmica
Modalidade Projeto Acadêmico Nesta categoria os melhores estudantes de arquitetura da atualidade podem ganhar destaque com projetos inovadores. Estão aptos a participar estudantes do último semestre de Arquitetura, graduados no 1º semestre de 2020 ou formados em 2019. Inscreva seus melhores projetos desenvolvidos para o prêmio, ao longo da graduação ou trabalhos de conclusão de curso.
Calendário:
até 15 de janeiro – inscrição até 29 de janeiro – envio do projeto até 23 de março – divulgação dos selecionados | 1ª etapa até 23 de abril – divulgação dos selecionados | 2ª etapa (sem ordem classificatória) até 31 de maio – evento de premiação e divulgação do resultado
Depois de anunciar o compromisso de compensar 100% da quantidade de embalagens longa vida produzidas por ano e dar novos formatos para os resíduos, uma empresa de bebidas mais saudáveis, amplia o processo de ressignificação das embalagens e transforma os materiais em telhas recicladas que serão utilizadas nas construções da ONG TETO.
A organização, que constrói moradias emergenciais, desenvolve projetos comunitários em áreas de vulnerabilidade em diversos estados do Brasil.
Para celebrar o início dessa parceria, a marca convidou cinco artistas urbanos, com estilos e traços distintos, que se conectam com propósito do projeto para utilizarem as telhas como fundo em branco e dar um mood urbano e moderno às criações.
As obras especiais serão leiloadas e todo o valor arrecadado será destinado à TETO.
A partir de 30 de novembro, as peças dos artistas Eve Queiroz, Crica Monteiro, Coletivo SHN, Tikka Meszanos e Nina Satie estarão disponíveis para os lances.
Para participar, os interessados devem fazer um breve cadastro por meio da plataforma SuperBid. As peças ficarão disponíveis para arremate até dia 10 de dezembro.
É importante destacar que cada artista foi responsável por indicar o lance mínimo inicial de cada peça.
“Nosso compromisso é transformar embalagens recicladas em diferentes produtos que serão destinados para iniciativas do bem. As telhas são mais um exemplo de como a inovação e a tecnologia podem juntas construir uma energia criativa que transforma“, explica Tiago Schmidt, gerente de marketing da do bem™.
“Queremos incentivar esse debate de transformação dos resíduos em arte. Porque além de colaborar com a iniciativa e adquirir uma obra exclusiva, as pessoas ajudarão a potencializar o trabalho da organização e o aproveitamento dos materiais recicláveis”, conclui Schmidt.
Para o projeto, a empresa conta com a parceria da empresa IBAPLAC, que transforma as embalagens longa vida em telhas.
No processo de transformação são necessárias em média 500 caixinhas para produzir uma telha, sendo que a TETO utiliza 12 telhas e quatro cumeeiras na construção de cada casa, um total de 6347 caixinhas.
Todas as construções do próximo ano serão feitas com as telhas recicladas, produzidas com as embalagens longa vida.
A maior fachada de vidro com filmes solares do mundo foi instalada pelo Grupo Caoa em seu Centro de Pesquisas e Eficiência Energética (CPEE) localizado no interior da fábrica de Anápolis (GO).
Os vidros da fachada do edifício receberam filmes fotovoltaicos orgânicos (OPV), em uma superfície de 850 m2 que gera energia elétrica renovável com a incidência de radiação solar, suficiente para fornecer toda a energia mensal consumida em todas as estações de trabalho do prédio.
A instalação foi realizada pela SolarVolt, empresa brasileira especializada no desenvolvimento de soluções e projetos de energia solar fotovoltaica
O que é OPV?
Do inglês organic photovoltaic (OPV), é um filme fotovoltaico orgânico considerado uma tecnologia de células solares de terceira geração.
Devido à sua versatilidade, permite a geração de energia em qualquer superfície, desde fachadas de vidro de edifícios inteligentes até veículos e mobiliário urbano.
O produto instalado no edifício em Goiás é da empresa brasileira Sunew, que segundo eles, possui uma cadeia de produção totalmente sustentável.
Usando uma tecnologia inovadora, a eficiência do OPV da empresa cresce com o aumento da temperatura externa, o que o torna ideal para áreas expostas à forte radiação solar, independente do posicionamento em direção ao sol.
“Os benefícios são inúmeros, tanto para o meio ambiente como para a empresa. A instalação do OPV na fachada do prédio contribui para suprir grande parte da demanda por energia elétrica e, assim, potencializar a eficiência energética e contribuir com a redução da pegada de carbono”, destaca Tiago Alves, CEO da Sunew.
“Temos feito grandes avanços nos estudos de biocombustíveis no CPEE e agora com a parceria com a Sunew e Solar Volt agregamos mais uma frente importantíssima na busca por soluções inovadoras na linha de pesquisa de células fotovoltaicas de baixo peso e alta capacidade. Esta é mais uma ação que reforça o nosso compromisso com a busca da sustentabilidade através da pesquisa e inovação realizada no Brasil, em um momento em que a indústria automobilística ingressa em uma fase de transformação tecnológica sem precedentes”, afirmou Marcio Alfonso, diretor técnico da planta e CEO da montadora.
Além de ser a maior fachada de vidro com filmes solares do mundo é a segunda maior instalação de OPV do planeta.
Um escritório em Londres une os conceitos do design biofílico e tecnologia para proporcionar um local de trabalho mais saudável e feliz.
O espaço de trabalho experimental foi projetado pelo Daewha Kang Design , em colaboração com a Dra. Marcella Ucci (chefe do MSc em Saúde, Bem-estar e Edifícios Sustentáveis da University College of London), para uma das principais empresas de terceirização e gerenciamento de instalações no Reino Unido, localizado no 12º andar do edifício The Shard.
O projeto – apelidado de Living Lab at The Shard – imita a natureza desde sua paleta de cores, uso de plantas vivas e materiais naturais como o bambu, até o sistema de iluminação circadiana ligado a um relógio astronômico.
O propósito do projeto é medir o impacto do design biofílico no bem-estar e na produtividade do trabalhador.
Um estudo pós-ocupação irá comparar pesquisas diárias dos funcionários da Mitie que trabalharão nas mesas do Living Lab por quatro semanas seguidas por um período de trabalho de quatro semanas, e logo em uma “área de controle” no mesmo andar com condições ambientais semelhantes, mas sem design biofílico.
Biofilia se refere à necessidade inata dos seres humanos de uma conexão com a natureza.
“A fisiologia humana está programada para buscar qualidades de luz, visão, material e outros fatores comuns no mundo natural. O Living Lab é totalmente envolvente, com padronização rica, materiais naturais e iluminação interativa e dinâmica. ” disse DaeWha Kang Design em seu comunicado à imprensa.
O bambu foi usado para as telas escultóricas de privacidade que se curvam no teto; diferentes texturas e tons do material também foram usados para o chão, mesas e luzes de trabalho, proporcionando um contraste quente com a paleta de vidro e metal do edifício The Shard.
As estações de trabalho feitas de bambu natural incorporam plantas vivas, mas também incorporam tecnologia substancial.
Sensores de mesa detectam a qualidade do ar, níveis de luz e temperatura e umidade. Um leitor identifica os usuários e permite que eles ativem as luzes de tarefas, enquanto um sensor sob a mesa registra quando eles estão trabalhando ativamente na mesa. Todos esses dados são coletados e correlacionados com os resultados da pesquisa.
O sistema de iluminação circadiana usa luzes que mudam de cor para imitar o sol – um azul frio é lançado pela manhã que muda para branco brilhante à tarde e finalmente atinge um laranja ardente próximo ao pôr do sol.
O projeto compreende dois espaços principais: o ambiente de trabalho imersivo “Living Lab” e dois “Regeneration Pods” para descanso de curta duração e meditação.
Os “Regeneration Pods” fazem parte da iniciativa de saúde mental e bem-estar da empresa e fornecem um momento de meditação durante o dia de trabalho.
Também construídos em bambu, foram criados combinando a fabricação digital com técnicas de acabamento à mão e apresentam assentos embutidos estofados voltados para paredes de vidro com vistas da cidade.
Fornecem uma sensação de abrigo e refúgio, ao mesmo tempo que mantêm belas vistas para o exterior.
Um jardim de cactos envolve esses elementos e oferece uma conexão direta com a natureza viva, além do material e da forma da experiência.
A tecnologia também desempenha um papel importante nesse espaço. Para os que desejarem é possível ativar um sistema de som e paisagem luminosa projetada para atenção plena e reflexão. Um sino toca três vezes para indicar o início de um período de quinze minutos e novamente no final para indicar que é hora de retornar à rotina de trabalho.
A equipe de bem-estar da empresa que encomendou este projeto ultrapassou os limites do campo arquitetônico com seu compromisso determinado de reunir design biofílico e tecnologia de uma forma que demonstre um impacto mensurável no bem-estar.
A decisão de reunir cientistas, técnicos, designers e acadêmicos especializados em dados, não apenas por meio do projeto, mas também da operação e do estudo piloto, resultou em algo novo!
Fotos: Kyungsub Shin, Tom Donald for Aldworth James & Bond.
O 1º edifício LEED Zero Carbon do Brasil é um escritório de advocacia localizado em Curitiba (PR).
O que é o LEED Zero Carbon?
É uma certificação concedida pelo USGBC (U.S. Green Building Council), que reconhece os edifícios que zeram a emissão de carbono integralmente no período de um ano, utilizando fontes de energia renováveis e meios de transporte alternativos.
O edifício em questão agora deixa de emitir, anualmente, 6,9 toneladas de gases de efeito estufa no meio ambiente, através da geração de 100% da energia necessária para a sua operação, por meio de painéis solares e do incentivo ao uso de meios de transportes alternativos aos ocupantes.
Essa autossuficiência em energia, que também garantiu à edificação a certificação LEED Zero Energy, foi o primeiro passo para zerar a sua pegada de carbono.
Além disso, o escritório é LEED Platinum, o que assegura um outro importante marco para o projeto: é um dos poucos no mundo e o primeiro do Brasil com tripla certificação LEED.
“Esse é o reconhecimento de que o escritório alcançou o mais elevado padrão de sustentabilidade. Não se trata apenas de neutralizar nossa pegada de carbono, de gerar toda a energia consumida em nossas instalações, de reciclar todos os resíduos, de utilizar produtos de limpeza biodegradáveis, mas também de propiciar a toda equipe, clientes e parceiros, um ambiente de trabalho e de convivência com total conforto, saúde e bem-estar”, comenta o sócio do escritório, Leonardo Sperb de Paola.
O escritório fica numa casa de 581 m², que foi construída na década de 70 para abrigar uma família. Em 2015, ela foi reformada e ampliada para a instalação do escritório. O imóvel tem sete salas de trabalho, duas salas de reuniões, recepção, lobby, auditório, oito banheiros, duas cozinhas, uma sala técnica, uma copa e uma sala de arquivos. O espaço abriga 11 pessoas, atualmente.
Autossuficiência em energia
Segundo o sócio da Petinelli, empresa de engenharia e consultoria em sustentabilidade, André Belloni, as soluções de eficiência e geração de energia renovável garantem ao De Paola & Panasolo uma economia de R$ 20 mil por ano em energia.
Para se chegar a esse resultado, a primeira premissa foi reduzir o consumo de energia, com 100% da iluminação por lâmpadas de LED e todo o sistema de ar-condicionado com tecnologia Inverter.
André explica que essas medidas garantem que a intensidade de consumo de energia da edificação seja bastante baixa, apenas 31 kWh/m² ao ano.
“Isso é menos da metade do que é consumido em edifícios de escritórios similares. Investir em eficiência energética é importante porque reduz a necessidade de compra de painéis fotovoltaicos”, explica.
Para a geração da própria energia, foi implantado sistema fotovoltaico de 90 m², com 56 módulos, no telhado da edificação principal, com potência instalada de 14,8kWp e capacidade de geração de 17,8Mwh por ano.
“O escritório investiu recursos próprios para a colocação do painel, o que será recuperado em menos de cinco anos de funcionamento do sistema”, ressalta Belloni.
A edificação tem ainda comando de iluminação externa por fotocélula (para desligamento durante o dia) e timer (para desligamento durante a noite); metais e louças sanitárias de baixa vazão para redução do consumo de água potável; separação de lixo reciclável e compostagem de resíduos orgânicos.
Além de uma cisterna para captação da água da chuva, que é utilizada para limpeza das dependências, reduzindo significativamente o consumo da rede pública, o que, nesse período excepcional de seca, contribui para a economia de água.
Bem-estar e saúde
Outras intervenções foram feitas para promover a saúde e o bem-estar dos ocupantes, como a instalação de sistema de ventilação mecânica em ambientes e corredores onde não havia janelas ou que estavam muito distantes delas.
“Isso contribuiu significativamente para melhorar a renovação e qualidade do ar, com filtragem fina de partículas”, explica Belloni.
Outro aspecto que resulta em mais conforto aos ocupantes é a integração do ambiente interno com o externo.
A maioria dos cômodos têm janelas amplas com vista para o bosque de aproximadamente 400 m², que conta com dezenas de árvores nativas e é visitado por animais silvestres.
“Essa solução oferece mais conforto aos ocupantes e, segundo estudo internacional da California Energy Commision, favorece a concentração e aumenta a produtividade entre 10% e 25%, comparado ao desempenho de funcionários que trabalham em locais sem acesso visual às áreas externas”, ressalta Belloni.
O escritório de advogados é um dos signatários do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidades). Em 2016, a organização intergovernamental propôs aos líderes mundiais e empresários 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para eliminar a pobreza, reduzir as desigualdades e conter o aquecimento global.
“Esperamos que esse projeto inspire outras iniciativas, já que prova que as construções verdes são possíveis e viáveis. A partir dele, estamos cumprindo nossa responsabilidade como cidadãos em construir uma sociedade melhor”, diz o sócio do escritório.
Na verdade a expressão mais correta seria profissional acreditado LEED.
Existem 3 tipos de acreditações possíveis:
LEED GA (Green Associate)
LEED AP (Accredited Professional)
LEED Fellow
Quem pode ser um profissional acreditado?
Não existe pré-requisito para se tornar um profissional acreditado pelo LEED. Qualquer pessoa, independente da sua área de atuação pode estudar e se preparar para receber a credencial.
Tipo de profissionais acreditados:
– LEED GA (Green Associate):
O profissional LEED GA, tem um conhecimento amplo sobre a ferramenta LEED e o mercado de construção sustentável. Para receber esta credencial é preciso realizar uma prova.
– LEED AP (Accredited Professional):
Quem tem um conhecimento mais avançado sobre a certificação, mais especificamente acerca de uma tipologia, após realizar e passar na prova de LEED GA, pode realizar uma segunda prova, escolhendo uma especialização, para ser um profissional LEED AP.
Existem 5 especializações neste estágio:
Building Design + Construction (BD+C), atuação no segmento comercial, escolas e hospitais.
Interior Design + Construction (ID+C), atua na concepção, construção e aprimoramento de espaços inteiores comerciais.
Building Operations and Maintenance (O+M), atua em edifícios existentes através de eficientes operações e manutenção.
Neighborhood Development (ND) participa do planejamento, projeto e desenvolvimento de bairros e comunidades.
Homes atua no mercado residencial, porém não é muito aplicável no Brasil.
É possível optar por mais de uma especialização, devendo assim realizar as provas referentes às escolhas. Todas as provas são bilíngues!
– LEED Fellow:
Não existe prova para receber esta credencial.
Trata-se de um reconhecimento dos feitos do profissional, que deve ter um conhecimento técnico excepcional e contribuições significantes para o mercado, como pesquisas ou feitos incríveis e reconhecidos.
Esta credencial foi criada para ser um “prêmio” aos melhores LEED APS do mundo.
Vantagens de ser um profissional LEED:
Reconhecimento internacional: A credencial LEED é uma qualificação profissional internacional, presente em 163 países, o que consequentemente implica o reconhecimento e prestígio do profissional em sua carreira.
Networking: o profissional começa a fazer parte de um grupo seleto de profissionais que estão engajados e disseminando este conceito de construção sustentável pelo mundo.
Credibilidade: por ser um selo com credibilidade internacional, o profissional acreditado recebe esse respaldo da instituição.
Como se tornar um profissional LEED?
Para se tornar um profissional acreditado é necessário realizar primeiramente a prova para LEED GA e posteriormente, se desejado, escolher uma ou mais tipologias para a prova do LEED AP.
É possível estudar através do material disponibilizado pelo USGBC, mas recomendamos a realização de cursos com simulado das provas para melhor chance de aprovação.
O valor da prova para LEED GA é US$ 250 ou US$ 200 para Membros USGBC, e a prova LEED AP custa US$ 350 ou US$ 250 para Membros USGBC. Caso haja o interesse de realizar os dois exames juntos, a taxa de investimento é US$ 550 ou US$ 400 para Membros USGBC. (preços de 2020)
Após a inscrição e pagamento, você será direcionado para o site da Prometric, aonde poderá agendar o local, dia e hora que sua prova será realizada.
Projeto de casa no Amazonas do premiado arquiteto belga Laurent Troos tem estrutura de madeira local e brise vegetal.
Localizada em uma antiga área de piscicultura no interior do estado, a casa Guaporé será construída em um dos lagos que hoje se encontra abandonado.
Após estudar a orientação solar e a direção dos ventos, foi definida a implantação da casa, que está pensada para tirar o melhor proveito da iluminação e aventilação natural.
Um pátio interno também favorece a ventilação e a iluminação e recebe as águas pluviais do telhado, que quando estiver chovendo formará uma pequena cachoeira no interior. Um sistema de coleta da água do lago também está previsto para que a pequena cachoeira funcione, mesmo sem chuva, quando os proprietários desejarem.
A estrutura de madeira está projetada com um malha modular, visando a economia de materiais.
A madeira será extraída do próprio terreno de forma responsável e beneficiada no local, diminuindo assim o impacto do transporte. Está sendo elaborado um plano de replantio para compensar o material utilizado.
Um dos destaques do projeto é um brise vertical vegetal feito com uma treliça metálica pré fabricada que envolverá toda a casa.
A ideia é que a vegetação tome conta da construção de forma controlada, simulando o ambiente circundante tropical.
Apesar de não estarem representadas nas imagens, também estão previstas placas fotovoltaicas para captar a energia solar.
O arquiteto está radicado em Manaus, possui mestrado em Arquitetura e Urbanismo em Bruxelas (2001), e especialização em “Geografias e Cidades” pela Escola da Cidade, São Paulo (2010) )
Laurent desenvolveu vários projetos urbanos e arquitetônicos em todas as escalas e ganhou vários concursos e prêmios internacionais. Entre eles, o Prêmio Dezeen 2019 na categoria Casa Rural pela Casa Campinarana.
Desde 2013, é também Diretor de Planejamento Urbano da Prefeitura de Manaus e cofundador do LABVERDE, Programa de Imersão em Arte na Amazônia.
A Greenbuilding Brasil 2020 Conferência Internacional é o principal evento de construções sustentáveis da América Latina. Este ano o evento será completamente digital.
O evento reune líderes da indústria, especialistas e profissionais de linha de frente dedicados à construção sustentável.
A Greenbuilding Brasil Conferência Internacional é organizada pelo Green Building Council Brasil, que tráz o evento como um fórum para a comunidade da construção se unir, mudar vidas, revolucionar negócios e resolver os problemas mais prementes do mundo.
A Greenbuilding Brasil 2020 está mudando para um formato digital este ano, e acontecerá entre os dias 16 e 20 de Novembro.
Esta mudança amplia as ofertas de educação da Greenbuilding Brasil 2020 para incluir sessões educacionais mais avançadas sobre tópicos em alta demanda, como equidade social, materiais, economia circular, saúde e bem-estar, resiliência, responsabilidade social corporativa e muito mais.
Para o GBCBrasil é fundamental nos reunirmos como uma comunidade para criar uma mensagem coletiva.
Segundo eles, este é o momento de estarmos juntos o máximo que pudermos, por todos os meios possíveis, para compartilhar idéias, histórias e esperanças, mas também medos, obstáculos e preocupações.
Podemos nos sustentar nesse período, lembrando a nós mesmos que, embora possamos estar isolados à distância, não estamos isolados da mente um do outro, de nosso espírito e de nossa energia para criar mudanças.
Participantes de todo o mundo construirão coletivamente a visão para este evento através de uma série de painéis e apresentações colaborativas e impactantes que criam soluções para as questões mais prementes de nossos tempos.
Confira a programação completa da Greenbuilding Brasil 2020 neste link.
As trilhas de aprendizado da Greenbuilding Brasil incluem uma variedade de tópicos de construção sustentável, desde sessões gerais sobre a certificação LEED até sessões técnicas detalhadas sobre materiais, água, energia, planejamento urbano, saúde e desempenho.
Para fazer seu registro gratuitamente a conferência acesse aqui.
Projeto brasileiro do Estúdio Leonardo Zanatta foi premiado com menção honrosa no concurso internacional “Cool Abu Dhabi”
O concurso foi um convite do Departamento de Municípios e Transporte de Abu Dhabi aberto a designers, arquitetos, paisagistas, engenheiros, fabricantes de materiais, educadores, pesquisadores, estudantes, artistas e equipes interdisciplinares, para projetar ideias criativas para enfrentar as mudanças climáticas e fornecer soluções para oefeito da ilha de calor urbana na cidade.
A proposta de Leonardo intitulada Abu Dhabi Skins – (Bio)Reactive Urbanscape, foi uma das 20 escolhidas, e a única das Américas.
Além disso o projeto também recebeu menção honrosa do corpo docente do Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha no 8º AAC e venceu o Radical Design Award do portal Arcdeck.
Nesta investigação foi proposto um dispositivo urbano, que pode reproduzir sinteticamente os benefícios da vegetação com consumo zero de água doce, aumentando as discussões em torno da biônica e como as interações entre organismos vivos e tecnologia podem resolver os principais problemas ambientais nas cidades contemporâneas.
O experimento Urban Skin cria um ambiente termicamente confortável para as pessoas circularem sem carros, mitigando o efeito de ilha de calor urbana, absorvendo CO2 e reduzindo os níveis de energia usados em resfriamento mecânico por períodos mais longos do ano.
O projeto teve como ponto de partida o conceito de biônica, em que mecanismos naturais e artificiais são utilizados de maneira integrada.
Neste caso, as estruturas foram feitas para receberem uma fina camada de água do mar, que serve como cultura para algas do gênero Spirulina e Noctilluca.
Desta forma, o sistema dissolve a camada de poluição que prende o calor sobre a cidade, enquanto as estruturas sombreiam superfícies de baixo albedo.
A água, por sua vez, arrefece o ambiente através de resfriamento radiante e evaporativo, em uma composição que, ao ter modelos térmicos ensaiados, demonstrou ser capaz de diminuir a temperatura local de centros urbanos em biomas desértico em até 10ºC (variando de acordo com níveis de umidade).
Quando usado em conjunto com biorreatores, microalgas são até 400 vezes mais eficientes do que uma árvore na remoção de CO2 da atmosfera e um kg de algas requer cerca de 1,8 kg de dióxido de carbono, que é convertido em biomassa e oxigênio e consequentemente, recurso financeiro.
Aproveitando as propriedades de absorção e transmissão da água, que se aproximam às do vidro low-E, a camada de água atua bloqueando a radiação ultravioleta e infravermelha, protegendo a superfície do tanque de absorver o calor.
A água resfriada geotermicamente se aproxima de uma temperatura de bulbo úmido de 15 ° C (uma superfície de asfalto típica atinge 60-100 ° C).
A temperatura ambiente é de aproximadamente 50% do calor radiante da radiação superficial e 50% da temperatura do ar, o que significa que sob grandes composições do sistema com a temperatura do ar de 35 ° C, uma temperatura radiante média da estrutura e do ar de 25 ° C é alcançada
Um centro comunitário em Bangladesh feito de bambu e terra, projetado pela arquiteta alemã Anna Heringer, ganhou a segunda edição do prestigioso Prêmio Obel.
Chamado de Anandaloy, que significa lugar de profunda alegria no dialeto local, o prédio contém um centro de terapia para pessoas com deficiência no andar térreo, com uma oficina de tecidos dirigida por mulheres no andar superior.
O edifício foi nomeado o segundo vencedor do Prêmio Obel, que é concedido anualmente pela Fundação Henrik Frode Obel para homenagear “contribuições arquitetônicas recentes e notáveis para o desenvolvimento humano em todo mundo.
“Para todos nós do júri, Anandaloy é um projeto excepcional”, disse Martha Schwartz, presidente do júri do Obel Award 2020 e fundadora do estúdio americano Martha Schwartz Partners.
Anna Heringer
“Anna consegue integrar todos os seus valores: ela está construindo de forma sustentável, usando os materiais que existem, tendo pessoas envolvidas, para que elas possam aprender a construir para si mesmase criando mais oportunidades para mulheres e pessoas com deficiência”, acrescentou. “Você pode sentir que ela tem um verdadeiro respeito pela cultura, pelas pessoas, pela terra.”
Bambu e terra – materiais naturais e locais
A Heringer usou taipa, feita com lama de lagoas locais, para os elementos estruturais. Isso inclui as paredes e uma rampa que envolve o prédio, que foi projetada para tornar o centro comunitário inclusivo.
“O que quero transmitir com esse prédio é que há muita beleza em não seguir o padrão típico”, explica Heringer.
“Anandaloy não segue um layout retangular simples”, ela continuou. “Em vez disso, o prédio está dançando, e dançando com ele é a rampa que o acompanha.”
“Essa rampa é imprescindível porque é o símbolo da inclusão. É a única rampa da área, e como o mais predominante na edificação, ela suscita muitos questionamentos. Dessa forma, a própria arquitetura desperta a consciência do importância de incluir todos. “
No andar térreo do prédio, as paredes de terra encerram um escritório, banheiro e sala de terapia para o centro comunitário de um lado da rampa central com uma segunda sala de terapia e “sala de estar” principal do outro lado.
Quatro espaços semelhantes a cavernas foram criados ao lado deste espaço principal dentro das paredes de taipa.
“É importante para mim mostrar que é possível construir uma casa moderna de dois andares com recursos simples”, disse Heringer.
“A lama não é apenas sujeira – é um material de construção real de alta qualidade que você pode usar para construir estruturas muito exatas – não apenas pequenas cabanas, mas também grandes estruturas de engenharia e até edifícios públicos.”
Acima do centro de terapia, o prédio contém um escritório, loja e oficina para Dipdii Textiles – um projeto de confecção de roupas lançado pela Heringer com Veronika Lang e a ONG Dipshikha para melhorar as oportunidades de trabalho para as mulheres locais.
“O último andar do Anandaloy também é muito especial para mim, porque além da arquitetura, também somos responsáveis pela programação, pelo conteúdo”, disse Heringer.
“Normalmente, como arquiteto, você constrói a embarcação, e o que se passa lá dentro não é da sua conta. Mas para nós, é muito da nossa conta”, continuou ela.
“O projeto expande os limites do meu trabalho. Eu me vejo muito mais do que uma arquiteta, mas também como assistente social e como ativista”.
Bambu de uma floresta local foi usado para criar uma varanda ao redor do prédio e para seus tetos e telhado.
Os materiais naturais significam que no final da vida o edifício pode decompor-se.
“Quero fazer prédios decomponíveis; não quero deixar lixo para trás”, explica Heringer.