Prefeitura do Rio seleciona projetos com foco em sustentabilidade

A Prefeitura do Rio selecionará empresas especializadas para desenvolver ferramentas digitais que ajudarão a monitorar impactos ambientais no município, por meio do Escritório de Planejamento da Subsecretaria de Planejamento e Acompanhamento de Resultados da Casa Civil,

O edital de chamamento público foi publicado quarta-feira (04/03), no Diário Oficial do Município, e os interessados terão até 26 de março para pleitear a execução de projetos para medição dos impactos de intervenções urbanas e de eficiência energética.

– Essas ferramentas tem como objetivo trazer para o Rio de Janeiro um novo paradigma em termos de sustentabilidade.

Isso inclui, por exemplo, a redução do consumo de energia, que gera um impacto financeiro importante, e a melhoria nas intervenções urbanas no espaço público sob aspectos urbanos e ambientais – detalha o coordenador-geral do Escritório de Planejamento, Daniel Mancebo.

A Prefeitura fará o acompanhamento técnico dos projetos, mas não há recursos financeiros públicos envolvidos no edital.

O valor de cerca de U$ 157 mil foi captado por meio do Fundo de Inovação da Carbon Neutral Cities Alliance – CNCA, organização internacional que contemplou as duas propostas apresentadas pelo município em 2019.

A empresa vencedora será contratada diretamente pela Urban Sustainability Directors Network, baseada nos EUA.

Projetos

Uma das iniciativas consiste em uma plataforma digital que medirá os benefícios de determinada intervenção urbana sob critérios de sustentabilidade, identificando, por exemplo, a redução de emissões de gases de efeito estufa e a melhoria da qualidade do ar.

A outra tem como objetivo monitorar o consumo de energia em edifícios da cidade por meio de uma plataforma online.

Além de facilitar o acesso às informações de consumo de energia para a população, a ferramenta contribuirá com um banco de dados sólido sobre os edifícios da cidade.

Ambas iniciativas integram o Plano de Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro, elaborado pela Casa Civil, e estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas.

Estão entre as iniciativas, por exemplo, a implantação de fazendas solares para geração de energia limpa e a eletrificação da frota de transporte público, além da meta de zerar, até 2050, a emissão de dióxido de carbono e outros gases causadores do efeito estufa.

Fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro

Casa Viva – arquitetura ecológica em uma ecovila

A CASA VIVA está localizada na Ecovila Clareando, na cidade de Piracaia, São Paulo, Brasil. Foi construída com a terra retirada do local da obra e materiais de baixo impacto ecológico , atendendo requisitos solicitados pelos clientes.

O projeto do escritório Gera Brasil levou em consideração itens como materiais locais, conforto térmico, iluminação, captação, reuso e tratamento de águas, havendo também grande preocupação com a área verde ao redor da casa, que foi transformado em um jardim comestível agroflorestal.

casa viva perspectiva

Os seguintes sistemas compõe os aspectos ecológicos do projeto: captação de energia solar para aquecimento das águas, captação de águas de chuva e armazenamento em cisternas enterradas, tratamento de esgoto com biodigestor e círculo de bananeiras, além de um lindo jardim comestível, feito a muitas mãos com auxílio da comunidade local.

Sistema Construtivo

CASA VIVA TAIPA
Figura 01 – Vista geral do canteiro de obras – face sul Créditos fotográficos: Bruno Chimenti

Na construção da CASA VIVA, a TAIPA DE PILÃO veio como resgate de uma técnica ancestral, executada de forma moderna, com formas metálicas e compactadores pneumáticos.

As paredes em terra ganharam boas botas e um chapéu de abas largas, ou seja, uma base estanque e um beiral largo, protegendo-a das intempéries.


Após a execução da fundação, as paredes de taipa de pilão foram erguidas no conjunto que abriga os quartos, banheiros e sala de tv.

As áreas molhadas de cozinha e lavanderia foram erguidas com tijolos maciços encomendados em olaria familiar, localizado em bairro vizinho a obra, visando fortalecer o comércio local.

Nos fechamentos da sala, telhados e esquadrias são de madeira, tomando-se o cuidado de se utilizar madeiras legalizadas.

detalhe escada e taipa

Dentre as propriedades e qualidades apresentadas pela taipa estão:

  • a inércia térmica da terra, que retarda a troca de calor entre o ambiente interno e externo, mantendo a temperatura agradável dentro do imóvel ao longo do dia;
  • as paredes em terra funcionam como um umidificador natural, absorvendo e liberando a umidade do ar, melhorando a sensação térmica no interior da casa e dessa forma purificando o ar;
  • o material utilizado é natural e facilmente reciclado.

A execução de paredes em taipa de pilão utilizou terra local, numa composição de argila e silte, peneirada e misturada, e posteriormente espalhada dentro das formas.

As camadas de aproximadamente 15cm de altura foram compactadas mecanicamente, garantindo uma estrutura durável e resistente.

taipa execução
Montagem da forma – preenchimento da terra – compactação da terra

Para a execução da parede levou-se em conta as sondagens feitas no local da obra e análise físico-química dos solos usados onde é identificada a granulometria e a CTC ( Capacidade de Troca Cationica) que identifica o tipo predominante de argilomineral do solo.

Esta Analise foi feita pelo executor da taipa de pilão, empresa Taipal, que tem parceria com a ESALQ – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP – Universidade de São Paulo, em São Carlos, interior do Estado.

Nas áreas molhadas a utilização de tijolos cozidos foi pensado para facilitar a instalação das tubulações e infraestruturas de elétrica.

Paisagismo Sustentável

jardim sintrópico
Vista do conjunto a partir do jardim sintrópico – face oeste Créditos fotográficos: Bruno Chimenti

Na face Oeste, que fica na parte de trás da casa há uma terra preta original do terreno, rica em nutrientes, que foi aproveitada para ser um jardim sintrópico, com espécies basicamente nativas que crescem vigorosamente.

Cursos do uso de PANCs (plantas não convencionais) e jardins comestíveis tem sido ministrados no local, multiplicando o conhecimento em benefício da preservação da fauna e flora da região.

Uso eficiente da Água

uso eficiente da água

Com relação ao sistema de águas, a CASA VIVA é abastecida pela água das nascentes da Ecovila, sendo utilizada para fins nobres. A água das chuvas é captada e armazenada em cisternas para utilização nos vasos sanitários e para irrigação.

A Água Cinza, proveniente de banho e cozinha, passa por filtragem e é direcionada para a área de bananeiras e pomar, e por fim, a Água Negra é tratada por um biodigestor e também infiltrada no pomar.

Eficiência Energética

casa eficiência energética

O projeto considerou as condições de implantação para que a iluminação e ventilação natural fosse aproveitada ao máximo, buscando a economia de energia elétrica.

Além disso lâmpadas LED e eletrodomésticos com selo energético nível A, garantiram o baixo nível de consumo de energia.

A água dos chuveiros e torneiras é aquecida por placas solares.

O fogão a lenha ao ser utilizado, possui uma serpentina fornece água quente na cozinha.

O controle passivo com as paredes de taipa permite controle térmico através de propriedades de absorção e emissão de umidade, regulando a temperatura interna.

Educação

Sendo o projeto, primeiro em taipa de pilão dentro da Ecovila Clareando, trouxe a experiência do uso desta técnica para a comunidade local.

Ao utilizar mão de obra e terra local, acabou-se por motivar visitas e discussões sobre conservação do meio ambiente e o emprego da bioconstrução localmente.

Os trabalhadores locais foram treinados pela equipe para executar a construção na intenção de ser posteriormente multiplicada.

Além disso, a casa, cumprindo seu papel de divulgar a arquitetura com terra, atualmente recebe visitantes interessados nos detalhes da execução da taipa de pilão, bem como outras técnicas de arquitetura com terra implantadas pela GERA BRASIL em outras casas dentro da ECOVILA CLAREANDO.

Visitantes e curiosos, ao visitarem a obra, se espantam com a beleza da parede em taipa, despojada de revestimento e ao sentirem na pele o frescor na área interna da residência, optam por utiliza-la em seus projetos.

casa planta baixa
planta cobertura da casa
casa viva fachada leste
Créditos fotográficos: Bruno Chimenti

FICHA TÉCNICA CASA VIVA

Local: Piracaia – SP
Data de início do projeto construção: 2016 / 2017
Data de conclusão da obra: 2018
Área do terreno: 1.000 m2
Área construída: 144 m2
Arquitetura: Gera Brasil Consultoria e Arquitetura
Construção: Gera Brasil Consultoria e Arquitetura
Projeto de Estrutura: Eng. Bruno Ghigiarelli
Projeto de Elétrica: Ramoska e Castellani
Projeto de Hidráulica: Ramoska e Castellani
Fotos: Bruno Chimenti e acervo pessoal
Fornecedores:
Execução da Taipa: Taipal Construções em Terra

Agrofloresta: Bento Cruz Permacultor

Sustentável Talks na Expo Revestir 2020

O Sustentável Talks é uma iniciativa da ANFACER + Sustentável, é um circuito de conteúdo elaborado em formato dinâmico de talks com dias temáticos.

Serão 3 dias com ricos e rápidos conteúdos. Veja a programação:

DIA 11 DE MARÇO – Economia Circular

Parceiro: Rede ACV
ACV Brasil: Grupo de Trabalho Economia Circular
CNI: Economia Circular Oportunidades e Desafios
Cerbras: Case Cerâmico Biometano Fortaleza
ArcelorMittal: Metodologia Steligence
Portobello: Iniciativa de economia circular na indústria

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DIA 12 DE MARÇO – Água e Energia

Parceiro: CEBDS
CEBDS: Compromisso Empresarial para Segurança Hídrica
Pacto Global: Boas Práticas na Gestão Empresarial
Sinduscon-SP: Pegada Hídrica na Edificação
Eliane: Gestão Industrial – Revestimento Cerâmico
CTE: Tecnologia Digital na Gestão de água e energia

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DIA 13 DE MARÇO – Construção Sustentável

Parceiro: CTE
CTE: Tendências na Construção Sustentável
Portobello: Fachada Ventilada em Cerâmica
Santa Luzia: Estudo de impactos ambientais
Cardim: Greenwashing na Construção
Casa Green: Projeto Retrofit Sustentável

No evento acontecerá também o lançamento do Guia para Sustentabilidade com a Tabela Ambiental da ANFACER.

Sustentável Talks:

Local: Expo Revestir – Mezanino, Sala 10
Data: 11 a 13 de março de 2020
Hora: 15h às 17h
Vagas limitadas. No formulário de inscrição é possível selecionar apenas os dias de interesse.

Programação completa: exporevestir.com.br/mais-sustentavel-talks

LINK PARA INSCRIÇÃO

Pritzker 2020 vai para dupla feminina que valoriza a cultura local

A profunda compreensão do “espírito de lugar” foi destacada na entrega do prêmio Pritzker 2020 para as arquitetas irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara, do Grafton Architects.

O prêmio é considerado a maior honraria concedida a arquitetos de todo o mundo, apelidado como o “Nobel da Arquitetura.

Segundo o anúncio do prêmio “Yvonne e Shelley praticam Arquitetura juntas há quarenta anos de uma maneira que reflete claramente os objetivos do Prêmio Pritzker: reconhecer a arte da arquitetura e o serviço consistente à humanidade, como evidenciado por um conjunto de obras construídas”.

Outras qualidades foram destacadas na entrega do Pritzker 2020 como; simplicidade, generosidade e o excelente uso da iluminação natural.

Ambas são co-fundadoras do escritório de arquitetura chamado Grafton Architects, em Dublin, na Irlanda, inaugurado em 1978.

Elas buscaram de maneira consistente e sem hesitar a mais alta qualidade da arquitetura para o local específico em que deveria ser construído, as funções que abrigaria e, especialmente, para a arquitetura. pessoas que habitariam e usariam seus prédios e espaços.

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Elas têm uma obra que inclui numerosos edifícios educacionais, moradias e instituições culturais e cívicas. Pioneiras em um campo que tradicionalmente tem sido e ainda é uma profissão dominada por homens, elas também são exemplos para os outras à medida que forjam seu caminho profissional exemplar.

Muitos de seus edifícios estão localizados em seu país natal, na Irlanda, mas através de competições, eles ganharam grandes comissões para outros lugares ao redor do mundo, como Itália, França e Peru.

Arquitetura boa para a vizinhança

Com uma profunda compreensão do lugar adquirido através de suas pesquisas, aguçados poderes de observação, explorações abertas e sempre curiosas e profundo respeito à cultura e ao contexto, Farrell e McNamara são capazes de fazer seus edifícios responderem a um cenário e cidade da maneira mais apropriada, enquanto continuam sendo fresco e moderno.

Essa profunda compreensão do “espírito de lugar” significa que seus trabalhos aprimoram e melhoram a comunidade local. Seus prédios são “bons vizinhos” que buscam contribuir além dos limites do prédio e fazer a cidade funcionar melhor.

O North King Street Housing em Dublin (2000) é um exemplo disso: cria um pátio interno e um descanso bem-vindo das ruas movimentadas adjacentes.

Sua abordagem à arquitetura é sempre honesta, revelando uma compreensão dos processos de projeto e construção, desde estruturas de grande escala até os mínimos detalhes.

É freqüentemente nesses detalhes, especialmente em edifícios com orçamentos modestos, onde um grande impacto pode ser sentido.

Por exemplo, o Urban Institute of Ireland (Dublin, 2002) emprega o que os arquitetos chamam de “pele trabalhada” para criar um edifício visualmente interessante por meio de alterações nos materiais que respondem a aberturas, dobras, necessidades de sombra e outras preocupações.

Urban institute of ireland
Urban institute of ireland Foto © ros kavanagh

Ao mesmo tempo, empregam bom senso, metodologias de controle ambiental de boas práticas para um edifício eficiente e sustentável.

Em um local particularmente sensível em Dublin, os magistrais Escritórios do Departamento de Finanças (2009) atestam seu conhecimento e cuidado na seleção de materiais e técnicas de construção com uma grade de bronze cuidadosamente feita à mão, portão e pedra calcária lixada nas fachadas.

As arquitetas são hábeis e bem-sucedidos trabalhando em várias escalas – de grandes edifícios institucionais a uma casa de pouco mais de 100 metros quadrados.

Sem gestos grandiosos ou frívolos, elas conseguiram criar edifícios que são presenças institucionais monumentais, quando apropriado, mas, mesmo assim, são divididos em zonas e detalhados de maneira a produzir espaços mais íntimos que criam uma comunidade interna.

Em seus grandes edifícios, como o Campus Universitário UTEC (2015) em Lima, Peru ou a Escola de Economia (2008) da Universita Luigi Bocconi, elas alcançaram uma escala humana através da composição de espaços e volumes de diferentes tamanhos.

pritzker 2020 Bocconi
Universita Luigi Bocconi, foto Alexandre Soria

Os diálogos que elas criam entre edifícios e arredores demonstram uma nova apreciação de suas obras e local.

Uma constante em sua abordagem, as arquitetas entendem como projetar seções complexas de edifícios de tal maneira que as vistas conectam espaços interiores profundos com o reino exterior maior e permitem que a luz natural penetre e animar espaços nas profundezas de um edifício.

Muitas vezes, a luz sai das claraboias ou das janelas do andar superior por todo o interior de seus edifícios, proporcionando calor e interesse visual, ajudando os habitantes a se orientarem facilmente nos espaços e fornecendo a conexão sempre necessária ao exterior.

Por fim o júri declarou “Por sua integridade na abordagem de ambos os edifícios, bem como a maneira como conduzem sua prática, sua crença na colaboração, sua generosidade com os colegas, especialmente como evidenciado em eventos como a Bienal de Veneza 2018, seu compromisso incessante com a excelência em arquitetura, sua atitude responsável em relação ao meio ambiente, sua capacidade de ser cosmopolita e abraçar a singularidade de cada local em que trabalham, por todas essas razões e mais, Yvonne Farrell e Shelley McNamara recebem o Prêmio Pritzker 2020 de Arquitetura.”

As arquitetas demonstraram profunda gratidão ao receberem o Pritzker 2020.

Yvonne Farrell declarou “Ganhar este prêmio é um maravilhoso endosso de nossa crença na arquitetura” e completou “A arquitetura pode ser descrita como uma das atividades culturais mais complexas e importantes do planeta”.

Shelley McNamara disse “Dentro do espírito de uma prática como a nossa, muitas vezes lutamos para encontrar espaço para a implementação de valores como humanismo, habilidade, generosidade e conexão cultural com cada lugar e contexto em que trabalhamos. Portanto, é extremamente gratificante que esse reconhecimento seja concedido a nós e à nossa prática e ao corpo de trabalho que conseguimos produzir ao longo dos anos”.

Fonte: PritzkerPrize

Soluções sustentáveis na nova estação brasileira na Antártica

A Estação Comandante Ferraz, nova base da Marinha do Brasil na Antártica, foi inaugurada recentemente com diversas soluções sustentáveis.

O conjunto de edificações tem 4,5 mil metros quadrados e substitui as instalações perdidas em decorrência de um incêndio em 2012.

O novo complexo foi idealizado com base nos princípios de eficiência energética e conforto térmico. O projeto de arquitetura foi elaborado pelo Estúdio 41, de Curitiba (PR), e contou com a consultoria da Petinelli na definição do conceito e na proposição das soluções sustentáveis.

Segundo o CEO da consultoria, Guido Petinelli, o grande desafio em termos de sustentabilidade foi proporcionar o conforto térmico das instalações, por meio de sistemas eficientes, porém simples, de fácil manutenção, dada a hostilidade do ambiente antártico.

arquitetura sustentável na antártica

“Geralmente, associa-se inovação à tecnologia. Nesse caso, pensar de forma inovadora significou ser criativo, mas buscar simplicidade. Trabalhar com soluções simples, de forma criativa, também é inovação. Essa é a arte do engenheiro”, argumenta.

Desse modo, foi dada atenção especial à vedação dos ambientes.

“Num ambiente hostil como o antártico, naturalmente se pensa em isolamento térmico. Essa é uma solução importantíssima. A vedação entre os módulos e detalhamento das esquadrias, portas e janelas asseguram a estanqueidade da edificação”, explica Guido.

Nesse sentido, a solução adotada na execução foi a implantação de estrutura elevada e envolvida por materiais isolantes que minimizam as perdas de calor para o meio ambiente.

arquitetura sustentável na antártica
ESTAÇÃO ANTÁRTICA COMANDANTE FERRAZ

Com exceção do bloco destinado ao abrigo das máquinas e sistemas de produção de energia, os outros dois blocos da estação têm a forma prismática oblonga e está sobre pilotis a cerca de 2,5 metros acima do solo.

Essa configuração evita o acúmulo de neve e reduz a perda de calor para o meio ambiente, já que seu entorno está isolado termicamente.

Além disso, utilizou-se o princípio das sucessivas camadas de proteção térmica.

Além da camada isolante exterior de 220 milímetros de espessura, há um espaço vazio entre essa e os módulos internos tipo contêiner que funciona como um buffer cuja temperatura será mantida a 10ºC e isolamento do interior dos módulos, totalizando três camadas.

Eficiência energética e simplicidade foram determinantes para a escolha do sistema de calefação principal da estação e dos sistemas elétricos de baixo consumo, que compreendem iluminação a LED e motores de alto rendimento.

soluções sustentáveis na base da antártica

Essa calefação é geração por um sistema de cogeração que recupera parte do calor dissipado para o ambiente, principalmente por meio do sistema de arrefecimento do motor e do calor proveniente dos gases de exaustão.

Os modais solar e eólico são compostos por 30 módulos fotovoltaicos e por 8 aerogeradores, priorizando a instalação de turbinas eólicas que já foram previamente comissionadas na Antártica para garantir a durabilidade e a performance do sistema.

Um Sistema de Gestão Técnica Centralizada (SGTC) gerencia tanto a oferta, quanto a demanda da energia da edificação.

Além das soluções sustentáveis para lidar com a adversidade do clima do local, outra grande preocupação dos arquitetos foi a segurança, principalmente por causa do incêndio na base anterior.

Por isso, entre todas as unidades da base foram instaladas portas corta-fogo e também sensores de fumaça e alarmes de incêndio.

Agora a nova base do Brasil na Antártica é um lugar seguro de proteção e reunião das pessoas para a produção do conhecimento científico.

Fotos: Divulgação

5 Estratégias sustentáveis para projeto de interiores

Pensar em estratégias sustentáveis nos projeto de interiores nos fará questionar o modelo atual das nossas escolhas, pois não somente teremos beleza e custo como critérios, mas também os impactos positivos e negativos que poderemos causar na nossa sociedade, na nossa qualidade de vida e dos demais ecossistemas.

Existem inúmeras estratégias sustentáveis difundidas no mercado, mas é preciso observar e analisar algumas com maior profundidade. Aqui, apresentamos algumas dicas para melhorar ainda mais seu projeto.

5 Estratégias sustentáveis para projeto de interiores:

1 – Preferir materiais com conteúdo reciclado, mas principalmente, recicláveis.

Uma das características mais estimuladas na escolha de materiais sustentáveis é escolher produtos com conteúdo reciclado. Mas é preciso observar três coisas importantes:

É pertinente?

Possuir conteúdo reciclado é pertinente àquele produto? Nem todo produto pode ter conteúdo reciclado ou pode possuir altos teores de conteúdo reciclado, por causa da qualidade e segurança do produto.

Existem normas que determinam as porcentagens de escória para cada tipo de cimento, por exemplo. E ainda não é recomendado tubulações de água e fiação elétrica com conteúdo reciclado.

É tóxico?

Nem todo resíduo precisa ou pode ser incorporado em um novo produto. Em ambientes internos, por exemplo, alguns elementos podem ser tóxicos, como pisos fabricados com resíduo de pneu.

É reciclável?

Por fim, nem todo produto com conteúdo reciclado é reciclável.

O conceito de nutriente técnico e biológico pode ajudar na escolha. Um nutriente técnico é um insumo que poderá ser reciclado quimicamente ou mecanicamente em uma fábrica como, por exemplo, metais, plásticos e vidros.

Um nutriente biológico poderá ser restaurado pela compostagem ou pode ser biodegradável, como algodão e madeira (sem tratamento).

Produtos que misturam nutrientes técnicos e biológicos, como tecidos com PET e algodão, telhas de papel reciclado com betume e placas de compósitos de papel, plástico e alumínio, inviabilizam a reciclagem, necessitando uma tecnologia de reciclagem e logística reversa especiais e muitas vezes, inviável.

2 – Toxicidade além das tintas base d´água

Fenol Formaldeído: Além de tintas e selantes a base d´água, exija dos fornecedores de compósitos (MDF, OSB) a substituição da cola uréia-formaldeído pela cola a base de fenol -formaldeído.

Qualidade do ar interno: Prefira produtos que apresentem um certificado de qualidade do ar interno, como o Greenguard. Apesar de existirem poucos produtos no Brasil com este certificado, peça ao fabricante, incentivando assim que busquem desenvolver produtos mais saudáveis e com respectiva comprovação. Esse certificado garante que alguns químicos aplicados no produto atendam a níveis seguros e podem ser encontrados em pisos, forros e revestimentos.

Amianto (asbestos): banido em muitos países e considerado cancerígeno pelo EPEA (Agência Ambiental Americana). Por características como incombustibilidade, bom isolamento térmico, elétrico e acústico, este mineral é aplicado em diversos produtos no nosso dia a dia, como: argamassa, tinta, pisos, revestimentos e cola; cabos e fitas de isolamento térmico; isolamentos térmicos e acústicos; telhas e caixas d’água. Pesquise com o fabricante e sempre que houver a opção livre de amianto, dê preferencia.

Ainda, a maior contaminação pode ocorrer na fase de demolição. Existem empresas especializadas em identificar materiais com amianto na edificação e realizar a demolição e retirada com segurança, além de descartarem corretamente esse resíduo.

amianto

3- Plantas adequadas para interiores e espaço adequado para as plantas.

A biofilia, termo que significa “amor pela natureza”, define como preferimos estar próximos a elementos naturais ou elementos que remetam a natureza. Estratégias de uso do verde em paredes e coberturas verdes estão cada vez mais comuns. Mas são necessários alguns cuidados:

Especifique espécies nativas regionais e nunca use espécies invasoras:

As plantas nativas terão menor manutenção e menor consumo de água, além de promoverem a biodiversidade local.

Atualmente, 80% das espécies vegetais usadas no paisagismo são estrangeiras. Espécies invasoras são aquelas que se alastram pelo solo e vento e se proliferam, tomando o lugar de espécies nativas. As espécies invasoras são a segunda maior causa da perda de biodiversidade no mundo.

Também evite cactáceas e suculentas (fotossíntese CAM), pois estas plantas não contribuem adequadamente com a melhoria do nosso microclima por serem de regiões desérticas. Consomem pouca água, mas em compensação não realizam serviços ambientais eficientes, ou seja, apresentam baixa evapotranspiração, que é importante para umidificar o ar e atrair a fauna local.

Escolha de espécies adequadas ao local:

Avalie primeiramente a luz do ambiente para especificar plantas de sombra, meia-sombra ou sol.

Escolha um local viável para instalar um jardim interno ou parede verde:

Alguns locais são inviáveis para instalação de jardins e paredes verdes. O ambiente precisa receber alguma iluminação natural.

Espaços sem acesso a aberturas poderão até receber plantas, mas será necessária a instalação de iluminação especial, que produza pouco calor e forneça luz nos comprimentos de onda que são mais utilizadas no processo de clorofila da planta. Ainda, isso poderá não ser suficiente para a sobrevivência e beleza da vegetação.

estratégias sustentáveis para interiores
Parede verde com espécies nativas da Mata Atlântica em ambiente interno. – Arquitetura Paisagística: Benedito Abbud e Fernando Chacel – Implantação: SkyGarden Envec

4- Durabilidade e segurança acima de tudo

Alguns produtos possuem muitas vantagens ambientais, como baixo teor de toxicidade, alto teor de conteúdo reciclado ou reciclabilidade.

Mas é preciso primeiramente checar questões como: atendimento da norma técnica específica (quando existente) e questões de segurança, como resistência ao fogo, principalmente para forro e sistemas de atenuação acústica e térmica.

5 – Lâmpada eficiente e aconchegante

Houve um tempo em que a única opção de lâmpada eficiente era a fluorescente, mas nem sempre a estética ou a cor fria agradou a todos.

Hoje, as opções com LED, por exemplo, estão mais acessíveis e existem diferentes modelos – até aqueles que lembram a extinta incandescente – para iluminar a casa com economia, cores aconchegantes e estilo.

iluminação aconchegante - estratégias sustentáveis para interiores

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Na hora de especificar, reflita sobre o ciclo de vida do produto (de onde veio? possui durabilidade? para onde vai no final de sua vida útil ?).

Não é preciso analisar documentos complexos nem relatórios, mas tenha a curiosidade de solicitar ao fornecedor essas informações, assim como aquelas que definirão a qualidade e a segurança do produto, primordiais para a escolha de qualquer material, principalmente quando consideramos sua sustentabilidade.

Alessandra Caiado

*Texto escrito por, Alessandra Caiado Cardim, Arquiteta e Urbanista, sócia da Cardim Arquitetura Paisagística , LEED® Accredited Professional, acreditada Cradle to Cradle Accredited Assessor, mestre em Tecnologia da Arquitetura pela FAU-USP e especialista em Sustainable Architecture pelo San Francisco Institute of Architecture, São Francisco, Califórnia

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Foto da capa: Escritório Etsy – Projeto Gensler Design

IAB Brasil abre chamada para projetos sustentáveis

O Instituto de Arquitetos do Brasil convida arquitetos e urbanistas a enviarem seus projetos sustentáveis para uma publicação com exemplos brasileiros alinhados aos ODS.

Como parte das atividades do Congresso UIA2020, o Instituto de Arquitetos do Brasil irá produzir, em parceria com o CAU/BR, uma publicação com exemplos de projetos brasileiros de arquitetura e urbanismo alinhados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em mais um esforço para mostrar práticas sustentáveis de arquitetura e planejamento urbano.

Os ODS integram a Agenda 2030 lançada Organização das Nações Unidas (ONU) para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos.

Arquitetos e Urbanistas interessados em enviar projetos para fazer parte da publicação, podem preencher o formulário de inscrição no link https://forms.gle/wwPqKdP3kBfNZDot7 até 15 de março de 2020.

Os projetos selecionados poderão também ser apresentados em uma exposição que está sendo preparada em parceria com a Comissão de Acompanhamento dos ODS da UIA, da qual o IAB faz parte. Sem dúvidas, um caminho importante a fomentação de práticas sustentáveis.

“A publicação firma o compromisso do IAB com a Agenda 2030, bem como reforça o alinhamento com o trabalho que vem sendo desenvolvido pela comissão de acompanhamento dos ODS da UIA, diz o representante do IAB na Comissão da UIA, Cid Blanco Júnior, que faz parte também do Grupo de Trabalho do IAB para a Agenda 2030.

Sobre a Agenda 2030

O documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” (A/70/L.1) foi adotado pelos países integrantes da ONU em 2015.

É um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas.

São objetivos e metas claras para que todos os países adotem de acordo com suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro.

Se você tem um projeto sustentável, não deixe de participar. 😉

Edifícios públicos na França terão que ser 50% de madeira

O governo do Macron anunciou recentemente que todos os edifícios públicos na França terão que ser construídos com pelo o menos 50% de madeira ou outro material orgânico até 2022.

Os materiais de base biológica são feitos de matéria derivada de organismos vivos, com exemplos incluindo cânhamo e palha.

Como a madeira, eles têm uma pegada de carbono incorporada significativamente menor em comparação com outros materiais de construção, como concreto e aço.

O anúncio do governo faz parte de um esforço de sustentabilidade de Macron, que quer que a França dê o exemplo diante das mudanças climáticas. Está alinhado com o plano da Cidade Sustentável da França, lançado em 2009, e também com o desejo do presidente de que o país seja neutro em carbono até 2050.

Com o foco em conseguir “uma cidade sóbria em carbono, solidária e capaz de se adaptar às ondas de calor e inundações”, o ministro francês da coesão territorial, Julien Denormandie pretende ainda rotular 90 novos ‘eco bairros’ criando uma associação nomeada ‘France Ville Durable’.

“Nós assumimos este compromisso para os Jogos Olímpicos de 2024. Não existe motivo para que aquilo que é possível para os Jogos Olímpicos não o seja para construções comuns”, declarou o ministro.

Ele explicou que sua decisão de introduzir a lei que incentiva o uso de materiais de base biológica nos edifícios públicos na França foi motivada pela construção do complexo das Olimpíadas de Paris em 2024. Qualquer edifício no empreendimento que ultrapasse mais de oito andares será construído inteiramente de madeira.

Os planos de Denormandie de tornar a indústria de construção da França mais sustentável seguem uma série de outras iniciativas ecológicas nos últimos meses, em resposta aos efeitos crescentes das mudanças climáticas.

No ano passado, Paris revelou seus planos de se tornar verde plantando “floresta urbana” em torno de marcos arquitetônicos, e no Reino Unido a RIBA publicou o Guia de Resultados Sustentáveis ​​para ajudar seus membros e o setor de arquitetura em geral a evitar o desastre climático.

Vive la France! 😉


Imagem: Odile Guzy Architectes – por David Foessel

Salvador inaugura nova sede da Secis com uma linda fachada verde

Salvador inaugura nova sede da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência com uma linda fachada verde.

Em meio ao cenário urbano do Comércio, o edifício com um design arrojado e uma fachada de 200 metros quadrados coberta por mais de 1,2 mil plantas, de 17 espécies, chama a atenção de quem passa entre as ruas Miguel Calmon e a da Grécia.

O prédio da secretaria, aliás, não apenas chama atenção por fora, como também por dentro, contendo estruturas e elementos que reúnem mais de 20 iniciativas sustentáveis.

Ecologia:

Ao todo, a nova sede da Secis tem 23 iniciativas sustentáveis nas instalações. A lista traz desde a opção por lâmpadas de LED e torneiras com temporizadores, até a instalação de placas solares produtoras de energia fotovoltaica e o aproveitamento de água da chuva para irrigação da fachada verde do prédio e da grama do terraço, além de horta e bicicletário.

secis salvador fachada verde
Foto: Reprodução Instagram

Biodiversidade:

Além de tornar a região do Comércio mais bonita, as plantas da fachada da nova sede da Secis proporcionam a melhoria do microclima das redondezas e reduz a demanda por refrigeração no próprio edifício. A vegetação possui um sistema de irrigação automatizado, que reaproveita a água da chuva e dos condensadores dos aparelhos de ar-condicionado.

O espaço também contribui com a biodiversidade ao contar com uma criação de abelhas sem ferrão da espécie Jatahy, que são abelhas nativas que prestam importante papel na polinização das plantas e têm baixa presença em áreas urbanas. Este é o primeiro meliponário dentro de um prédio público de Salvador inserido totalmente no ambiente urbano.

Assim como faz em vários espaços da cidade, a Secis implantou uma horta no terraço da sede, destinada aos colaboradores da pasta. Nos vasos, são cultivados manjericão, alecrim, coentro, salsa, sálvia, tomilho, orégano, cebolinha, hortelã-miúda e couve.

Um quarto do terraço do prédio é ocupado por um sistema de cobertura verde, com grama da espécie Zoysia japonica, conhecida popularmente como Esmeralda. São 185 m² que também ajudam a regular o microclima e reduzir a demanda por refrigeração, consequentemente reduzindo, também, o consumo de energia elétrica.

De acordo com estudos desenvolvidos na Universidade de São Paulo (USP), as coberturas verdes podem reduzir em até 5°C a temperatura em um microclima.

secis salvador cobertura verde
Foto: Divulgação

Encontros:

Além dos elementos sustentáveis, a laje da Secis também é palco para reuniões, encontros, integrações e rodas de conversas.

Foi dentro dessa perspectiva que nasceu o Laje Talks, um projeto com acesso gratuito no qual são realizados bate-papos com a proposta de conversar sobre temas de interesse público associados à sustentabilidade e que dialoguem com a cidade. Em sete edições realizadas, cerca de 700 pessoas já participaram do evento, que acontece todas as terças, às 18h.

Eficiência e energias renováveis:

A nova sede também é referência em relação ao uso de energia. Parte do consumo de energia do edifício é gerada a partir de um sistema que conta com 34 painéis solares fotovoltaicos instalados no terraço, gerando 1.428,269 kW por mês, o que evita a emissão de 421,55 kg de CO2 em um ano.

A iluminação do prédio foi pensada para depender o mínimo possível de energia comum. O projeto interno foi constituído para aproveitar, ao máximo, a iluminação natural e reduzir o consumo de energia. Para isso, foram instaladas divisórias de vidro e nenhuma película foi usada nas janelas nos espaços integrados de trabalho.

Todas as luminárias usadas no local possuem lâmpadas em LED, que consomem pouca energia e têm grande durabilidade.

Além de todas essas medidas, os equipamentos que foram adquiridos tiveram o selo de eficiência energética do Programa de Nacional de Conservação de Energia (Procel), como um elemento definidor para a aquisição.

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Gestão de resíduos:

Todos os andares contam com coletores de resíduos de materiais recicláveis, que, após triados, são encaminhados para a cooperativa Coopcicla. Os resíduos orgânicos provenientes do refeitório são destinados a uma composteira que funciona com minhocas, transformando cascas de frutas e verduras em composto usado na horta do terraço.

Na Secis, passa a funcionar também um ponto de entrega para diversos materiais que não devem ser descartados no lixo comum. Ou seja, no local, qualquer cidadão pode levar equipamentos eletroeletrônicos usados ou quebrados, lâmpadas queimadas, óleo usado além de pilhas e baterias que a secretaria dará a destinação adequada.

Gestão das águas:

A gestão de todas as águas dispostas no edifício também é sustentável. Por exemplo, a água da chuva que cai no terraço é captada e utilizada para a irrigação da fachada verde.

A água de condensação do sistema de ar-condicionado é captada e também utilizada para a irrigação das plantas da fachada. Serão cerca de 13 mil litros de água aproveitados mensalmente.

As torneiras do edifício possuem dispositivos economizadores de água, como arejadores, spray e/ou temporizadores, que reduzem em até 70% o uso de água.

Já as descargas dos vasos sanitários possuem comando duplo, que, associado a uma campanha de engajamento, proporciona uma maior economia do uso da água.

Zero descartáveis:

A Secis adota a prática de não utilizar descartáveis nas suas dependências. Copos e canudos, por exemplo, são substituídos por canecas e garrafas.

Até os visitantes são incentivados a levarem suas garrafinhas quando visitam o prédio para alguma reunião ou evento.

Arte:

Em paredes e escadas da secretaria existe arte de artista baianos por toda a parte, desde o primeiro degrau do térreo até o refeitório, no primeiro andar, e em outros espaços do prédio, como no terraço.

Quem optar em subir por escada vai encontrar letras de músicas desenhadas em cada degrau.

A ideia é estimular, de maneira criativa, a prática da atividade física no cotidiano do servidor e, por consequência, a redução do sedentarismo. Cada arte exposta tem o objetivo de trazer beleza e reflexão para o ambiente, além de bem-estar para quem trabalha nele.

Mobilidade:

Desde 2017 a Secis estimula o seu servidor a se deslocar de casa para trabalho de bicicleta, concedendo abono de um dia de serviço para quem, durante 15 dias úteis por mês, utilizar a bike como meio de transporte.

Por isso, na reforma do prédio não poderia faltar bicicletários e um banheiro para suporte aos adeptos à mobilidade ativa.

A mudança da sede da Secis – que antes funcionava no Edifício Oxumaré, na Ladeira de São Bento, no Centro – para o Comércio faz parte do #vemprocentro. O programa foi lançado pela Prefeitura com o objetivo de ocupar e movimentar o bairro do Comércio, que levará 80% dos órgãos municipais para o local. Com a Secis, já são cinco secretarias instaladas na região.

Funcionam no local as secretarias de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre); Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SMPJ); Cultura e Turismo (Secult); e da Saúde (SMS).

Além delas, estão no bairro a Ouvidoria Geral do Município (OGM), Empresa Salvador Turismo (Saltur), Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm), Central Integrada de Licenciamento de Eventos (CLE) e Centro do Empreendedor Municipal (CEM).

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Informações: Prefeitura de Salvador

Arquitetura bioclimática e permacultura em uma comunidade no Maranhão

Projeto do Estudio Flume incorporou os princípios da arquitetura bioclimática e da permacultura em uma comunidade produtora de castanhas de caju em Nova Vida – MA .

A proposta de reforma e ampliação de uma pequena casa para se tornar a nova sede da cooperativa foi desenvolvida com a comunidade, e considerada técnicas e materiais tradicionais de construção.

Sementes Vida Nova é um empreendimento constituído por mulheres e, a possibilidade de adquirir uma sede própria significou uma conquista, não apenas de um local de trabalho, mas também a oportunidade de um espaço projetado especificamente para suas necessidades.

Arquitetura bioclimática e permacultura em uma comunidade no Maranhão
fachada bioclimática
Mulheres da cooperativa Sementes Vida Nova em produção das castanhas de caju
Mulheres da cooperativa Sementes Vida Nova em produção

Baseado em princípios da arquitetura bioclimática, o projeto incorpora conceitos de conforto térmico, e atende à demanda por um espaço com baixos custos de manutenção, num clima tropical semi-úmido.

O orçamento apertado e os prazos de construção estimularam a reutilização do máximo possível da estrutura do edifício existente, e a introduzir uma paleta limitada de materiais. Daí o uso dos tijolos cerâmicos e das técnicas tradicionais de alvenaria.

Arquitetura bioclimática e permacultura em uma comunidade no Maranhão

A confecção de elementos vazados, aproveitando os próprios blocos cerâmicos de 8 furos, assentados horizontalmente, garantem a constante ventilação natural dos ambientes, assim como iluminação e vistas para o exterior.

portas venezianas para ventilação natural
Portas venezianas pivotantes também favorecessem a ventilação natural

A construção, além do espaço de produção, destina-se a gerar um ponto de encontro e convívio dos vizinhos. A falta de espaços públicos na cidade motivou a introdução de instalações como a marquise e o banco de concreto na fachada para convidar a comunidade a se encontrar.

Os princípios de permacultura foram incorporados ao projeto por ele está inserido em uma região que não possui sistema de esgoto ou fornecimento constante de água potável.

Dessa maneira também garante-se uma construção com o menor impacto possível ao meio ambiente.

blocos cerâmicos vazados para ventilação natural
Projeto Sementes Vida Nova - Estudio Flume

A coleta de água da chuva, possibilita às produtoras, gerenciar seus recursos hídricos durante a estação seca.

A fossa séptica biodigestora, no tratamento de esgoto e o círculo de bananeiras, na filtragem das águas cinzas, garantem o saneamento básico.

Esses sistemas requerem manutenção, incentivando a conscientização da comunidade sobre os recursos disponíveis. O contato direto com essas técnicas econômicas também permite que elas sejam disseminadas e recicladas na comunidade.

Esse projeto faz parte de um plano mais amplo de obras de renovação para pequenas cooperativas e associações nos estados do interior do Maranhão e Pará, no norte e nordeste do Brasil.

perspectiva estudio flume - casa de castanha de caju
Perspectiva

Em um país com enorme diversidade continental e riqueza cultural, este projeto representa a oportunidade de defender algum senso de justiça social, garantir segurança no emprego, conforto na rotina de um grupo de mulheres.

Esperamos ver em breve projetos como esse! E você? 😉

Fonte e fotos: Estudio Flume

Certificação LEED – O que é e como funciona?

O que é a certificação LEED?

Falamos muito por aqui sobre edificações com a certificação LEED, e sobre os selos para construção sustentável, mas nessa matéria vamos explicar melhor o que é, como funciona e como obter a certificação mais utilizada no mundo.

  • LEED é a sigla de Leadership in Energy and Environmental Design (Liderança em Energia e Design Ambiental)
  • É um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações
  • Foi criada em 1993 nos Estados Unidos
  • Tem com objetivo incentivar a sustentabilidade em projetos e obras, assim como nas operações das edificações
  • Está presente em mais de 160 países

Como funciona a certificação?

  • O LEED funciona como um sistema de pontuação;
  • Em primeiro lugar é necessário definir a tipologia de acordo com as características do empreendimento;
  • Posteriormente são analisadas as estratégias sustentáveis adotadas dentro das categorias de cada tipologia. Cada qual conta com pré-requisitos (ações obrigatórias) e créditos (que somam pontos);
  • Conforme o número de pontos alcançados (mínimo 40 – máximo 110 pontos), o projeto pode ganhar um dos quatro níveis de classificação LEED: Certificado (Certified), Prata (Silver), Ouro (Gold) ou Platina (Platinum).
como funciona a certificação LEED
Níveis da certificação LEED

Tipologias:

Primeiramente as mais utilizadas no Brasil:

  • LEED BD+C – para Novas Construções e Grandes Reformas
  • LEED ID+C – para interiores
  • LEED O+M – para Operações e Manutenção
  • LEED ND – para Desenvolvimento de Bairros
tipologias no Brasil
Fonte: GBC Brasil

Mas também existem as seguintes tipologias:

  • LEED Homes – para casas e edifícios residenciais até 6 andares
  • LEED Cities and Communities – Para cidades inteiras e subseções de uma cidade
  • LEED Recertification – Aplica-se a todos os projetos ocupados e em uso, desde que já tenha obtido anteriormente a certificação LEED
  • LEED Zero – para projetos com metas Net zero em carbono e / ou recursos.


Categorias avaliadas na certificação LEED:

  • Localização e Transporte
  • Espaço Sustentável
  • Eficiência do uso da água
  • Energia e Atmosfera
  • Materiais e Recursos
  • Qualidade do Ambiente Interno
  • Inovação
  • Prioridade Regional
categorias da certificação leed
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Vantagens de obter a certificação LEED:

  • As vantagens econômicas vão desde a diminuição dos custos operacionais, até a valorização do imóvel para revenda ou aluguel, o aumento na velocidade de ocupação e retenção, bem como a modernização e menor obsolescência da edificação.
  • Os benefício sociais são os menos comentados, mas não os menos importantes. A certificação leva em conta a saúde dos trabalhadores e ocupantes, a inclusão social e o senso de comunidade, assim como a capacitação profissional e a conscientização de trabalhadores e usuários.
  • Por fim as vantagens ambientais que são inúmeras! Não só a redução da extração dos recursos naturais, do consumo de água e energia, da emissão de CO2 e dos resíduos gerados, como também a mitigação dos efeitos das mudanças climática.
vantagens das construções sustentáveis certificadas
Média de redução de consumo em edificações certificadas – Fonte: GBC Brasil

Como é o processo para obter a certificação?

  • PASSO 1Fazer o registro do projeto junto ao USGBC via plataforma LEED Online.
  • PASSO 2Reunir toda a documentação: Primeiramente deve-se documentar, ao longo das etapas de projeto e obra , todos os pré-requisitos e créditos do LEED.
  • PASSO 3 – Submeter a documentação. Posteriormente o administrador do projeto deve submeter a documentação na plataforma. Esta submissão pode ser feita em uma (combined review) ou duas etapas (split review).
  • PASSO 4Análise da documentação. Ao passo que o material for enviado, este será analisado pelo revisor do GBCI, e se necessário, ele poderá solicitar informações adicionais ou esclarecimentos, que logo deverão ser enviadas pela equipe de projeto.
  • PASSO 5: Certificação: Assim que a análise final do material tiver sido concluída, caso tudo estiver correto, é divulgado o nível da certificação obtida. No entanto a equipe pode recorrer e solicitar a revisão, se não concordar com a pontuação recebida, desde que seja paga uma taxa adicional ao GBCI.
ETAPAS DO PROCESSO DA CERTIFICAÇÃO LEED
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É preciso ser um profissional credenciado pelo LEED para fazer o registro?

Não necessariamente, mas se no projeto a ser certificado houver o envolvimento de um profissional LEED AP, com especialização na mesma tipologia escolhida, soma-se 1 ponto no processo de certificação, que será acrescido na categoria de Inovação.

Quanto custa a certificação LEED?

O valor da certificação pode variar conforme a tipologia da certificação escolhida, de acordo com a metragem da área que será certificada e o modelo de avaliação.

Confira a tabela com os valores em dólares: https://new.usgbc.org/cert-guide/fees

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Ficou interessado em ser um profissional acreditado pelo LEED? Conheça o Curso Online Como se Tornar um LEED, ministrado pelo organização oficial da certificação no país, o GBC Brasil.

Manifesto de sustentabilidade por Foster + Partners foca na escolha de materiais

Manifesto de sustentabilidade lançado pelo escritório de arquitetura Foster + Partners descreve sua metodologia para projetar edifícios que vão além dos atuais esquemas de certificação ambiental para atender às demandas do Acordo de Paris.

O estúdio liderado por Norman Foster desenvolveu sua metodologia de avaliação, descrita em seu manifesto de oito páginas, pois acredita que projetar edifícios com os padrões ambientais atuais não reduzirá as emissões de carbono o suficiente para atender aos requisitos do acordo climático de Paris.

Manisfesto de Sustentabilidade Fostner + Partners
Imagem : Manisfesto de Sustentabilidade Fostner + Partners

Foster + Partners calcula que, mesmo que os edifícios sejam projetados para atender aos padrões estabelecidos pelos atuais esquemas de certificação, isso ainda levará a um aumento de três graus Celsius nas temperaturas globais.

Para cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius, os edifícios precisam ser mais eficientes em termos ambientais.

Nos últimos cinco anos, aproveitando a experiência, o conhecimento e a colaboração da prática, a Foster + Partners criou um sistema único que pode determinar efetivamente as emissões de carbono em todas as etapas do projeto.

Esse processo fornece uma visão melhor dos diferentes aspectos que afetam o impacto ambiental de um projeto e fornece ferramentas para mitigar e diminuir seu conteúdo de carbono.

Foi projetado para quantificar as emissões totais de carbono produzidas ao longo de toda a vida útil de um edifício, incluindo projeto, construção, instalação e reforma futura.

Ele se concentra na redução do carbono incorporado no projeto, e não somente na energia usada pelos ocupantes do edifício.

Fornece aos arquitetos ferramentas para entender e reduzir o carbono incorporado ao longo do ciclo de vida de um projeto – isso geralmente é ignorado por outros esquemas de classificação, além de fornecer ferramentas para prever e monitorar as emissões operacionais de carbono.

Manisfesto de Sustentabilidade Fostner + Partners
Imagem : Sete componentes do Manisfesto de Sustentabilidade Fostner + Partners

“Estratégias passivas como o olhar para massa térmica, orientação, energia operacional e bem-estar dos ocupantes sempre foram uma parte essencial do design sustentável e isso deve continuar” disse Chris Trott, chefe de sustentabilidade da Foster + Partners.

“No entanto, agora os arquitetos precisam se concentrar mais na eficiência do material, usando menos e usando melhores materiais para reduzir o carbono incorporado” , continuou Trott.

A Foster + Partners visa tornar seus edifícios mais sustentáveis, concentrando-se no uso de menos materiais e na escolha de materiais com menos carbono incorporado.

Aplicando os princípios do seu manifesto de sustentabilidade a suas próprias operações, a Foster + Partners compra 100% de sua eletricidade de fontes renováveis ​​nos últimos três anos.

Além disso, também está compensando totalmente suas emissões globais anuais de carbono associadas ao transporte (linhas aéreas e veículos), bem como aquelas associadas ao aquecimento e resíduos do campus de Londres.



emissões de carbono dos edifícios
Imagem : Manisfesto de Sustentabilidade Fostner + Partners

No início deste ano, a Foster + Partners foi um dos muitos estúdios britânicos, incluindo Zaha Hadid Architects e David Chipperfield Architects, que se juntaram ao Architects Declare, para declarar uma emergência de clima e biodiversidade.

Esse sentimento foi ecoado pelas instituições de arquitetura, com a RIBA declarando uma emergência climática e a AIA tornando a crise climática sua “principal prioridade”.

Segundo Trott, o maior papel que os arquitetos podem ter na criação de mudanças é influenciar outras pessoas a lidar com as mudanças climáticas.

Nós estamos com eles, e você?

Lei sobre acessibilidade em residências já está em vigor

Acessibilidade também é sustentabilidade! Não podemos pensar em cidades ou construções sustentáveis, se elas não forem inclusivas! Para incentivar essa prática entrou em vigor no dia 27 de janeiro de 2020 a Lei sobre acessibilidade em residências.

O Decreto 9.451/2018, que regulamenta o artigo 58 da Lei Brasileira de Inclusão – LBI (Lei 13.146/2015), obriga novos empreendimentos residenciais a incorporarem recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência.

A lei sobre acessibilidade será válida para novas unidades residenciais com regramento específico, com exceção de habitações de interesse social.

O Decreto abrange somente Edificações de Uso Privado Multifamiliar e estabelece os requisitos para acessibilidade nas Unidades Autônomas
(áreas privadas)
, definidos em conformidade com os princípios do Desenho Universal. Sendo que:

– Os empreendimentos de uso privado multifamiliar devem ser projetados e
construídos com 100 % de Unidades Autônomas Adaptáveis.

– Nos empreendimentos com sistemas construtivos que não permitam alterações posteriores, pode-se optar por construir no mínimo 3%
de Unidades Autônomas Internamente Acessíveis
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2% das vagas de garagem ou estacionamento vinculadas ao empreendimento devem ser reservadas para veículos que transportam pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

Cabe ao empreendedor, até a emissão do Habite-se, converter a unidade
adaptável em internamente acessível e/ou executar a adaptação razoável, desde que esta demanda seja solicitada pelo comprador, por escrito, até o início da obra.É vedada a cobrança de valores adicionais para isso.

lei sobre acessibilidade em residências
Imagem: Guia Prático Acessibilidade em Unidades Residenciais

As áreas de uso comum dessas edificações também deverão ser acessíveis, mantendo a regra praticada, atendendo aos requisitos estabelecidos nas normas técnicas de acessibilidade vigentes (ABNT NBR 9050)

Diante da importância do tema, em específico sobre Acessibilidade em Unidades Autônomas de Edificações de Uso Privado Multifamiliar, o Secovi-SP, a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e a AsBea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) se uniram para elaborar uma cartilha.

Na publicação são apresentados os novos requisitos para uma moradia inclusiva, de acordo com o que estabelece a regulamentação do Artigo 58 da LBI, conforme o Decreto nº 9.451, de 26 de julho de 2018.

Baixe gratuitamente o Guia Prático para Edificações de Uso Privado Multifamiliar – Acessibilidade em Unidades Residenciais



Capela de garrafas de vidro foi construída por amigas em Chapecó

Duas amigas com a intenção de inovar e ajudar o meio ambiente, construíram uma capela com cinco mil garrafas de vidro.

Myriam Vivian Jung e Rita Sautier, professoras aposentadas, começaram a obra em fevereiro de 2016 e concluíram os trabalhos na metade de 2017.

O projeto era ter um espaço colorido e cheio de espiritualidade.



A capela fica localizada no sítio Passárgada, onde o nome faz alusão a um poema de Manuel Bandeira que fala do mundo imaginário e, ao mesmo tempo, um pedaço do céu.

capela de garrafas de vidro-amigas
Rita e Myriam – Foto: Ezequiel Marsango/NDTV/ND

Com alguns esboços e a vontade de criar, a construção deixou o papel, sem seguir uma referência da arquitetura antiga ou contemporânea.

Relacionado: O Templo das Milhões de Garrafas

“Gosto muito de guardar coisas e estava armazenando garrafas para que um dia tivesse uma ideia diferente. Aí surgiu esta ideia: vamos fazer uma capela com as garrafas que temos, e deu certo”, disse Myriam Vivian Jung, professora aposentada.

capela de garrafas
Foto: NSC TV

Através das sugestões de Mirian e o olhar profissional de Rita, que é professora de artes, que a construção se tornou uma realidade.

“É um processo de muita paciência e de muita dedicação, pois começava às 10h da manhã e terminava 11h da noite, era algo que não conseguia largar. Foi algo que nos segurou mesmo, nos deixou bastante eufórica”, comenta Rita Sautier.

Para a construção da capela, as professoras utilizaram o conceito de reaproveitamento de recursos. Das garrafas armazenadas ao longo do tempo e também recolhidas no comércio, aos objetos que compõe a capela.

“Todos os santos que compõem a capela foram ganhos de amigos e pessoas queridas que nos presentearam”, lembra Rita.

A base da capela partiu de uma rocha que existe na propriedade. Além das quatro mil garrafas colocadas nas paredes, outras mil estão no piso, que depois de quebradas, foram concretadas.

 cinco mil garrafas na construção
Professoras utilizaram mais de cinco mil garrafas (Foto: NSC TV)
Foto: Ezequiel Marsango/NDTV/MD

Não tivemos informações se as amigas contaram com a ajuda de algum profissional de arquitetura para a construção, mas esperamos que sim. 😉

Fonte: ND+ e Oeste Mais

Foto da capa: Ezequiel Marsango/NDTV/ND



9ª Ecoenergy – Feira e Congresso Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis

A 9ª Ecoenergy – Feira e Congresso Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis para Geração de Energia, acontecerá entre os dias 08 a 10 de Junho de 2021 no São Paulo Expo.

Em virtude do momento ainda adverso pelo cenário da pandemia de Covid-19 em todo o país, a Cipa Fiera Milano, organizadora da Ecoenergy, decidiu transferir 2021 a 9ª edição da feira e congresso.

“Colocar a saúde, o bem-estar e a segurança de expositores, visitantes, fornecedores, prestadores de serviços, colaboradores e de toda a sociedade civil é para nós um compromisso de fundamental importância. Some-se a isso a insegurança provocada pela volatilidade da economia, premissa com a qual também nos solidarizamos”, afirma Maurício Duval Macedo, diretor geral da Cipa Fiera Milano.

Os preparativos para a próxima edição do evento seguirão para apresentar uma experiência ainda melhor para expositores, profissionais do setor e todos os interessados em conhecer as mais recentes inovações e tendências para toda a cadeia produtiva de energia solar e eólica, biomassa, GTDC e painéis fotovoltaicos.

O visitante que fizer o pré-credenciamento gratuito pelo site receberá a credencial no endereço indicado na ficha de inscrição e, desta forma, seu acesso à feira será facilitado.

Profissionais de todas as regiões do Brasil já estão se credenciando para acompanhar as novidades na próxima edição da feira Ecoenergy, plataforma de soluções voltadas para toda a cadeia produtiva de energia solar e eólica, biomassa, GTDC e painéis fotovoltaicos, tendo como objetivo promover o desenvolvimento do setor de fontes de energia sustentáveis, como combustíveis gasosos, líquidos e sólidos, e também de energia geotérmica e hidroelétrica.

O credenciamento antecipado pode ser feito gratuitamente através do site https://feiraecoenergy.com.br/16/.

Organizada pela Cipa Fiera Milano, a feira reunirá profissionais de renome no mercado que debaterão questões regulatórias imprescindíveis para o desenvolvimento da energia limpa no país, disponibilização de linhas de financiamento e novas iniciativas para que sejam adequadas às necessidades dos empreendedores, assim como tecnologias disruptivas e alianças estratégicas entre os agentes.

Já na área de exposição, empresas do setor estarão apresentando o que há de mais moderno na atualidade.

Também, durante os três dias da feira, acontecerá o tradicional Techshow, um espaço para expositores realizarem palestras gratuitas, fornecendo detalhes de produtos e serviços aos visitantes.

Outro destaque é que junto com a Ecoenergy acontecerá, pela segunda vez consecutiva, a feira Ecomondo Brasil, focada nas principais novidades e tendências na Gestão de Resíduos (Urbano, Industrial e Automotivo) e Energia (Biogás e Biomassa).

Além da 10ª edição do Congresso Ecoenergy o evento também abriga o 4º Biomass Day – Congresso Internacional da Biomassa. O Biomass Day oferecerá uma agenda intensa de palestras, debates e cases de sucesso no setor de biomassa.

Mais informações e inscrições pelos sites:
www.feiraecoenergy.com.br
www.congressoecoenergy.com.br
www.congressobiomassday.com.br

Serviço:
Ecoenergy 2021
Data: 08 a 10 de junho
Horários: Congressos – 9h às 18h | Feira – 13h às 20h
Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center
Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5 – São Paulo/SP
www.feiraecoenergy.com.br

Edifícios melhores significam vidas melhores

Através de uma comunicação focada e ferramentas como o Arc, podemos mostrar como edifícios melhores significam vidas melhores.

Atualmente, a sustentabilidade está incorporada em todas as partes de nossas vidas – e o mundo dos negócios não é exceção.

Os problemas associados aos riscos climáticos têm implicações no mundo real e apresentam desafios existenciais para muitas empresas. Como resultado, os líderes empresariais estão se concentrando cada vez mais na sustentabilidade para ajudar a diferenciar sua marca, seu desempenho e sua estratégia.

E cada vez mais as empresas reconhecem que enfrentar esses desafios exigirá a implementação de planos significativos de responsabilidade social corporativa e forte trabalho em direção à eficiência energética, economia de água, maior resiliência, emissões reduzidas e estratégias de carbono e desperdício zero.

E os números ajudam a contar a história. Somente em 2017, o governo dos EUA gastou uma quantia recorde se recuperando de desastres naturais.

No total, 16 grandes desastres naturais – que vão de furacões e incêndios florestais a inundações e secas – custaram aos EUA US$ 306 bilhões. O impacto real nas empresas causado por esses desastres ainda não foi totalmente quantificado, mas podemos estimar que será equivalente ao que o governo dos EUA gastou, se não mais.

 



É por isso que a sustentabilidade nos negócios não é mais algo “boa de se ter”. Em vez disso, tornou-se parte essencial de como todas as empresas planejam seu futuro, visto que representa a maior e mais simples oportunidade para qualquer empresa adotar o tripé da sustentabilidade: pessoas, planeta e lucro.

As construções sustentáveis são uma das melhores maneiras pelas quais as empresas podem se preparar para o futuro, apoiar ações climáticas e causar impacto imediato.

Relacionado: Por que construir sustentável?

Embora ainda não seja amplamente reconhecido pelo público, os edifícios são responsáveis ​​por grande parte do consumo global de energia, de recursos e emissões de gases de efeito estufa.

De acordo com o Relatório do PNUMA sobre edifícios e clima, os edifícios são responsáveis ​​por mais de 40% do uso global de energia e um terço das emissões globais de gases de efeito estufa.

Portanto, o setor de construção, em particular, tem o maior potencial para reduzir significativamente o esgotamento de recursos naturais e mitigar os riscos relacionados ao clima.

Edifícios sustentáveis usam menos energia e água, evitam desperdícios, economizam em custos de operacionais, melhoram a qualidade do ar interno e oferecem conforto aos ocupantes. Como um benefício adicional, também aprimoram a saúde e o bem-estar dos ocupantes.

Esta última parte é fundamental, pois pesquisas sugerem que o que as pessoas mais desejam é um ambiente saudável. O Relatório SmartMarket do Dodge Data & Analytics World Green Building Trends 2018 mostra que o principal fator social para a construção sustentável foi a melhoria da saúde ocupacional, seguido pelo incentivo a práticas comerciais sustentáveis ​​e à produtividade do trabalhador.

Essa é uma grande razão pela qual tantas empresas, proprietários e legisladores estão recorrendo ao LEED e a outros programas de construção sustentável para abordar estrategicamente algumas das preocupações sociais e ambientais mais críticas de nossos tempos.

Green buildings criam espaços mais saudáveis ​​para as pessoas, usam menos recursos e economizam dinheiro.

Esses projetos estão ajudando a elevar a qualidade de vida em populações de todos os cantos do planeta e a criar mudanças duradouras e mensuráveis ​​em nossas comunidades.

Uma história interessante é a de Kamal Meattle, CEO do Paharpur Business Center, o primeiro edifício LEED Platinum da Índia.

Kamal sempre morou em Délhi, mas 25 anos atrás, ele aprendeu algo devastador: a cidade que ele amava o estava matando. Os médicos informaram Kamal que ele havia se tornado alérgico ao ar poluído e sua capacidade pulmonar havia diminuído em 30%. Eles pediram que ele deixasse Délhi por causa de sua saúde.

Mas Kamal se recusou, e ao invés de abandonar sua cidade natal e desenraizar sua empresa em busca de ar puro, ele decidiu cultivar seu próprio ar.

Kamal descobriu que existem três plantas comuns que produzem todo o ar fresco necessário para se manter saudável em ambientes fechados, então ele começou a cultivá-las dentro de seu escritório.

Edifícios melhores  para as pessoas
Paharpur Business Centre

Hoje existem mais de 1.200 mudas de plantas – cerca de quatro para cada funcionário – que estão fazendo muita diferença em suas vidas: doenças respiratórias caíram 34%, dores de cabeça e irritação nos olhos caíram e a produtividade aumentou.

Graças à visão de Kamal, o Paharpur Business Center é agora um dos ambientes internos mais saudáveis ​​de toda a Délhi e permanece como um modelo do que é possível – a noção de que um edifício pode realmente contribuir para a saúde e a felicidade.

No USGBC, explora-se se existe mais do que apenas uma experiência anedótica. Em abril deste ano, como parte da campanha Living Standard, foi lançado o primeiro relatório que examina exatamente isso.

Reuniram grupos focais em cinco regiões dos EUA entre uma ampla gama de comunidades em uma pesquisa com o público em geral, e descobriram que os entrevistados estão profundamente preocupados com a saúde do meio ambiente a longo prazo. Eles querem ar mais limpo e menos desperdício, querem reduzir o uso de energia, economizar água. E não apenas querem, mas esperam isto!

Felizmente, os edifícios sustentáveis podem atender a todas essas expectativas. Mas ainda temos muito trabalho a fazer para mostrar às pessoas que os edifícios estão por trás desses benefícios.

A pesquisa mostra que as pessoas nem sequer estão totalmente convencidas de que os edifícios, de fato, desempenham um grande papel em seu próprio bem-estar.

Relacionado: Construção saudável: saiba o que é este conceito que é tendência no mercado

Muitos desses mesmos indivíduos não conseguem explicar nem descrever qual o papel de um edifício em sua saúde e felicidade. Os problemas de longo prazo decorrentes da ausência desses benefícios não fazem parte das considerações do dia a dia. De fato, descobrimos que apenas 11% do público pesquisado associam a frase “construção sustentável” a uma forte relação com o meio ambiente.

As pessoas podem acreditar na ideia do LEED e geralmente apoiam a construção sustentável – mas não entendem muito bem como está contribuindo para sua própria saúde e qualidade de vida. Eles não dão o passo que precisamos: edifícios melhores são iguais a vidas melhores.

Uma maneira de resolver isso é concentrando-nos em dados, desempenho e benchmarking.

Pessoas e dados definem o futuro da construção sustentável

Mais e mais empresas estão começando a usar plataformas que medem o desempenho de seus edifícios. Ferramentas como a plataforma Arc ajudam a criar melhores edifícios e espaços para as pessoas e meio ambiente, possibilitando os usuários a entender e melhorar seu desempenho em sustentabilidade, promover a saúde e o bem-estar humano e contribuir para uma maior qualidade de vida.

A geração de relatórios e pontuação também permite que as empresas quantifiquem seus investimentos e contribuições para tornar este planeta um lugar melhor e para garantir que seus edifícios estejam realmente trazendo benefícios para as pessoas que os habitam.

Mas, mais importante, precisamos fazer um trabalho muito melhor falando sobre as pessoas por trás dessas métricas.

Temos que contar histórias, como a de Kamal, que muitas vezes não foram contadas. Se pudermos fazer isso, não apenas educaremos as pessoas sobre os benefícios do LEED e da construção sustentável, mas também aumentaremos a demanda por construções melhores.

E, ao fazer isso, ajudaremos todas as pessoas a viverem mais e melhor.

 



Por Mahesh Ramanujam, originalmente publicado em usgbc.org – via:GBCBrasil

Edifícios na Suíça terão que se adaptar às exigências ecológicas

Os edifícios na Suíça são responsáveis por mais de um quarto de todas as emissões do país .

Apesar dos incentivos governamentais e da necessidade de reduzir o impacto sobre o clima, reformas visando a melhoria da eficiência energética de casas e edifícios avançam lentamente. Por quê?

“No início tinha planejado substituir apenas portas e janelas. Mas quando ouvi falar da possibilidade de apoio financeiro, decidi fazer uma reforma completa”, diz Luca Berini. Ele possui uma casa construída em 1964 no município de Insone, em Lugano, no cantão suíço do Ticino. “Acho que é importante cuidar especialmente do meio ambiente”, diz ele.

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Renoviertes Haus- A casa reformada de Luca Berini – (Aldo Coldesina)

Um revestimento de lã mineral com 24 centímetros de espessura, vidros triplos, um sistema de ventilação automática e a substituição do boiler a óleo por uma bomba de calor transformaram a antiga casa numa construção moderna. Ela precisa de menos energia, e nela se vive muito melhor. Segundo a mãe de Berini, de 80 anos, “a temperatura é a mesma em todas as salas, e não há mais correntes de ar”.

Graças às reformas, Berini estima que o valor do imóvel também aumentou de 30 a 40%. Ele ficou espantado quando lhe mostramos que, na Suíça, sua história é uma exceção.

Um milhão de casas com isolamento térmico ruim ou inexistente

Na Suíça, os edifícios são responsáveis por cerca de 40% do consumo de energia e por mais de um quarto de todas as emissões. Como mostra o gráfico abaixo, os edifícios produzem mais gases com efeito estufa do que a indústria.

Aquecimento residencial é responsável por mais de um quarto das emissões.

edifícios na Suíça terão que se adaptar às exigências ecológicas
Gráfico: swissinfo.ch Fonte: Depto. Federal de Meio Ambiente

As emissões dos edifícios na Suíça não são uma surpresa. Cerca de dois entre três edifícios foram construídos antes de 1980, e a Suíça é o país da Europa que mais usa aquecimento com óleo combustível.

A isto soma-se o fato de que de um total de cerca de 1,7 milhões de lares, mais de um milhão está mal ou totalmente sem isolamento térmico, resultando em consideráveis perdas de calor.

edifícios na Suíça terão que se adaptar às exigências ecológicas
(Kai Reusser / swissinfo.ch)


Apesar de um declínio acentuado desde 1990, as emissões dos edifícios na Suíça permanecem acima da média em comparação com a Europa. De acordo com os últimos números da Associação Europeia de Fabricantes de Isolamentos (Eurima) para 2014, as emissões de CO2 no sector da construção civil na Suíça foram de cerca de 1,2 toneladas per capita.

(Em comparação: Alemanha: 0,6, Reino Unido e Portugal: 0,8, França: 1,1. Apenas Espanha (1,8), Finlândia (1,6), Itália (1,5), Bélgica e Áustria (1,4) tinham valores mais elevados).

Apenas um em cada cem edifícios foi reformado.

Desde 2010, o programa federal suíço de saneamento de edifícios tem apoiado proprietários que querem melhorar a eficiência energética de suas propriedades. O programa, financiado pela Confederação através da taxa CO2 e pelos cantões, forneceu subsídios de CHF 211 milhões em 2018.

“Observamos um interesse crescente. Enquanto há quatro ou cinco anos tínhamos entre 200 e 300 consultas por ano, agora temos mil”, diz Luca Pampuri, da companhia Ticino Energia. Esta companhia também opera o Certificado Cantonal de Desempenho Energético para Edifícios (GEAK) da Suíça de língua italiana.

O GEAK é reconhecido por todos os cantões como um instrumento que permite determinar a condição de um edifício a partir de seu perfil energético e avaliar se ele pode se beneficiar de possíveis subsídios.

No entanto, apesar das boas intenções e dos incentivos governamentais, que podem representar entre 10 e 30% dos investimentos, a modernização dos edifícios na Suíça está progredindo apenas lentamente.

De acordo com a Fundação Suíça para a Ciência, a taxa de reformas visando a eficiência energética dos edifícios existentes é de apenas 1% ao ano. Segundo ela, “isto significa que as metas da Estratégia Energética 2050 não podem ser alcançadas dentro do cronograma”.

Esta quota deve ser pelo menos duplicada, caso contrário vai ser necessário um século para que os edifícios alcancem um padrão que atenda aos requisitos do desenvolvimento sustentável.

A situação é diferente para edifícios novos que, em 2017, constituíam 12.315 novos imóveis. Embora não exista uma proibição geral de instalação de sistemas de aquecimento a óleo na Suíça, tem havido desde os anos 2000 um forte aumento de instalações com bombas de calor.

E cada vez mais proprietários estão a optar por uma casa com certificação “Minergie”, o mais alto padrão de eficiência energética e qualidade para edifícios. “Dependendo da região, isto representa entre 10% e 25% das novas construções”, diz Andreas Meyer Primavesi, diretor da Minergie Suíça.

Pouca informação e lacunas na lei

As razões para a baixa taxa de reformas podem ser de vários tipos, diz Pampuri, da Ticino Energia. “A geração de proprietários tem na sua maioria entre 50 e 60 anos de idade. Talvez eles não estejam tão interessados em fazer um grande investimento que se amortize apenas depois de cerca de trinta anos. Também deve ser dito que os proprietários frequentemente substituem um velho sistema de aquecimento a óleo por um mais eficiente em termos energéticos, mas do mesmo tipo.

Massimo Filippini é Professor de Economia no Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique e na Universidade da Suíça Italiana. Ele enfatiza outros fatores que tendem a dificultar os investimentos em eficiência energética.

“Estudos recentes em nível suíço e europeu mostram que muitos consumidores não estão informados sobre possíveis soluções tecnológicas e incentivos financeiros do Estado para promover investimentos em eficiência energética. Quem sabe da possibilidade de se obter subsídios estará mais inclinado a agir, a investir”, disse ele à swissinfo.ch.

Os estudos também mostraram que uma parte da população não possui conhecimentos suficientes para avaliar os investimentos em eficiência energética do ponto de vista econômico e financeiro.

“Finalmente, é muitas vezes esquecido que, além da economia de energia, a renovação energeticamente eficiente também traz mais conforto e melhor qualidade do ar no edifício. Estes são benefícios que também têm um valor financeiro importante”.

Hans Rudolf Schalcher, chefe do Programa Nacional de Pesquisa “Transformação do sistema energético”, menciona lacunas na lei: “Bombas de calor, aquecimento com lenha, calor residual industrial e coletores solares poderiam fornecer aquecimento e água quente de forma renovável ou neutra em CO2”, escreve ele em um comunicado de imprensa.

Mas “as leis e regulamentos vigentes não atendem mais aos requisitos e possibilidades de hoje”, diz Schalcher. “Os cantões devem centrar suas leis de planejamento, construção e energia na implementação rápida e econômica da Estratégia Energética 2050 e simplificar os procedimentos de licenciamento e aprovação”.

Relacionado: Conheça os Impactos Ambientais da Construção Civil

Neste verão, a ONG ambiental WWF declarou a política energética dos cantões no sector da construção civil como “um fracasso”.

Como fazer a mudança de curso?

Aumentar a taxa de CO2 sobre combustíveis ou substituir um sistema de aquecimento a óleo por uma bomba de calor sem otimizar o isolamento do edifício não é suficiente, diz Christian Zeyer, diretor da Swisscleantech.

No jornal Neue Zürcher Zeitung, ele sugere a ideia de um fundo para a modernização de edifícios, que seria alimentado por companhias de seguros, fundos de pensão e bancos.

Ao contrário do programa estatal existente, que cobre apenas uma pequena parte dos custos da renovação relacionada com a energia, o novo fundo pode cobrir até 100% dos custos para tornar uma propriedade eficiente do ponto de vista do clima“, escreve Zeyer. O empréstimo seria reembolsado ao longo de todo o ciclo de vida do investimento.

Segundo Zeyer, todos se beneficiariam deste sistema. “A fim de minimizar os riscos para os investidores, o Estado assume o risco de inadimplência que decorre do prazo mais longo do empréstimo. Em troca, o Estado se beneficia porque consegue cumprir as obrigações do Acordo Climático de Paris no setor da construção civil”, escreve ele.

O governo suíço reconhece que os esforços feitos até agora não são suficientes para atingir os objetivos da estratégia energética e do Acordo de Paris.

No final de novembro, o Conselho Federal aprovou uma moção parlamentar pedindo uma redução drástica nas perdas de energia no setor da construção civil.

Além dos transportes, os edifícios estarão no centro dos futuros debates sobre o clima na Suíça, onde os limites de emissão serão discutidos como parte da nova lei de CO2, e também na Europa, onde a renovação de edifícios será uma das prioridades do próximo “Green Deal”.

A Suíça é o país europeu com a maior proporção de consumo de óleo de aquecimento em residências.
A Suíça é o país europeu com a maior proporção de consumo de óleo de aquecimento em residências. (Keystone / Alessandro Della Bella)

O setor imobiliário suíço em números:

  • Existem cerca de 1,7 milhões de edifícios residenciais na Suíça.
  • Quase 4 em cada 5 edifícios foram construídos antes de 1990 (correspondendo à média europeia).
  • Mais de 1 milhão de casas têm isolamento insuficiente ou incompleto.
  • Quase 2 a cada 3 edifícios são aquecidos com óleo combustível ou gás natural (metano).
  • Em 2018, 7.500 edifícios foram isolados termicamente e 3.000 sistemas de aquecimento foram substituídos.
  • A taxa de renovação dos edifícios é de cerca de 1% ao ano.

(Fontes: Programa Federal de Construção, Credit Suisse) via: swissinfo.ch

Adaptação: DvSperling

SmartCity Expo Curitiba 2020

O SmartCity Expo Curitiba chega a sua 3ª edição!

O maior e mais importante evento de Cidades Inteligentes do Brasil reúne empresas, investidores, startups, gestores públicos, membros da academia e entidades do terceiro setor para debater o futuro das cidades com foco na melhoria de vida dos cidadãos.

✔️Com o lema: “Cidades Inteligentes em Ação” a edição 2020 espera receber mais de 10.000 visitantes, contará com mais de 50 expositores e proporcionará novas experiências, mais networking e outras novidades!

As temáticas abordadas no congresso serão:

  • Sociedade inteligente e cultura;
  • Viabilizando tecnologias para conectividade;
  • Modelos de negócios inovadores;
  • Renovação do espaço urbano;
  • Governança e revisão de políticas públicas.

Ingressos para o congresso

O evento é chancelado pela FIRA Barcelona, um consórcio formado pelo Governo da Catalunha, Prefeitura de Barcelona e Câmara de Comércio de Barcelona.

Uma das instituições mais importantes da Europa. É referência global na organização de feiras, congressos e responsável pela organização do Congresso Mundial de Cidades Inteligentes: o SmartCity Expo World Congress – evento que reúne anualmente em Barcelona mais de 20 mil pessoas de países e cidades de todo o mundo para discutir o tema.

SmartCity Expo Curitiba 2020

Dias 26 e 27 de março de 2020

Local: Expo Barigui

Mais informações: www.smartcityexpocuritiba.com

Eco Park – o primeiro estádio de futebol em madeira do mundo

Após anos de atrasos, o Eco Park Stadium projeto de Zaha Hadid Architects, finalmente obteve a aprovação para construir. Será o primeiro estádio de futebol em madeira do mundo.

O estádio será construído em Gloucestershire, na Inglaterra, e servirá como a nova casa do clube de futebol Forest Green Rovers.

Eco Park - o primeiro estádio de futebol em madeira do mundo
Eco Park - o primeiro estádio de futebol em madeira do mundo

Com foco na sustentabilidade, a estrutura terá como objetivo ser neutro ou negativo em carbono e incluirá sistemas de energia renovável. Assim como métodos de construção, e processos operacionais com baixo teor de carbono .

 



Situado em um prado, o Eco Park Stadium minimiza seu impacto visual na paisagem circundante com uma paleta de materiais naturais e um perfil ondulado coberto com um telhado de membrana transparente, para reduzir o impacto volumétrico do edifício.

Eco Park - o primeiro estádio de futebol em madeira do mundo

O edifício será construído quase inteiramente de madeira de origem sustentável, desde a sua estrutura até os assentos e a laje – elementos que são tipicamente construídos em concreto e aço na maioria dos estádios.

O design do estádio também poderá se adequar a um crescimento futuro. A estrutura atenderá inicialmente 5.000 espectadores, mas se necessário, pode aumentar a capacidade para 10.000 assentos sem os custos de grandes obras de construção.

estádio de futebol projeto Zaha Hadid
estádio de futebol projeto Zaha Hadid

“O que realmente se destaca nesse estádio é que ele será quase inteiramente feito de madeira. A primeira vez que será feita em qualquer lugar do mundo”, disse Dale Vince, fundador da Ecotricity e presidente da Forest Green Rovers.

“Quando você lembra que cerca de três quartos do impacto na vida útil de qualquer estádio provém de materiais de construção, você pode ver por que isso é tão importante. E é por isso que nosso novo estádio terá o menor carbono incorporado de qualquer estádio do mundo . ”

Eco Park Stadium Zaha Hadid
Eco Park Stadium

O Eco Park Stadium será a peça central do desenvolvimento de um parque ecológico de 100 milhões de libras, que inclui um parque esportivo ecológico e um parque tecnológico verde.

Metade do Eco Park incluirá instalações esportivas de última geração, incluindo o novo estádio. Enquanto a outra metade será dedicada a um parque empresarial de tecnologia verde, com escritórios comerciais construídos de maneira sustentável.

A proposta também incluirá uma reserva natural no local e um possível centro de transporte público.

 



Fonte: Inhabitat

Imagens: MIR and negativ.com via Zaha Hadid Architects

Casa Container suspensa construída com materiais reaproveitados

Nessa Casa Container localizada na área rural de Campos Novos Paulista, em São Paulo, cerca de 80% dos materiais utilizados na construção foram reaproveitados, incluindo os contêineres marítimos que compõem a maioria da estrutura.

O objetivo da construção, que é utilizada como casa de campo, é conectar os usuários à natureza, por isso a casa fica elevada do nível natural do solo do sítio onde foi implantada. Como a casa estar rodeada por árvores nativas, dessa forma as janelas ficam na altura da copa das árvores e as varandas se misturam com os galhos das mesmas.

Assim como, não há televisões ou Wi-Fi disponível na propriedade, para que todos possam se desconectar o máximo possível do mundo exterior.

casa container no Brasil
Duas varandas de deck de madeira proporcionam interação com as arvores nativas e vistas fantásticas da área rural.
Casa Container suspensa
Casa Container suspensa

A casa container tem dois quartos, dois banheiros e uma bela cozinha que se abre para os espaços de convivência. Os interiores decorados em madeira, criam um ambiente aconchegante e acolhedor.

 



 

Características sustentáveis da Casa Container:

– Implantação no terreno:

Primeiramente, a implantação da construção suspensa preserva a drenabilidade do solo e a dinâmica das raízes das árvores.

Além disso o sistema em “v” dos pilares metálicos que fazem a sustentação da casa container, diminui a área de fundações, pois gera uma única base para dois apoios. E também proporciona economia de concreto.

As fundações são do tipo rasas pois o peso da casa é relativamente leve e o solo é firme.

– Materiais reaproveitados:

No total 80% dos materiais são reaproveitados. Desde o sistema construtivo adotado de contêineres marítimos reciclados, até o revestimento interno, onde predomina a madeira de demolição nas paredes e teto.

interior com madeira de demolição
Interior da casa container com madeira de demolição

A madeira de demolição além de ser um material reaproveitado, evita a utilização de pintura interna, pois já que tem seu próprio acabamento.

As portas internas do primeiro andar da casa são feitas com chapas reaproveitadas dos recortes dos containers, minimizando a sobra de material. Dessa forma, o resíduo final da obra, basicamente em retalhos de madeira e aço, foi 70% reaproveitado.

Telhado verde tipo modular:

O sistema modular facilita a manutenção, também possui um sistema de armazenamento da água da chuva, para minimizar a necessidade de irrigação. As coberturas verdes proporcionam um maior conforto térmico no interior da casa, além disso integram mais ainda a casa com a natureza.

Ventilação Natural:

Os ambientes da casa container possuem ventilação cruzada e amplas aberturas para troca de ar e conforto térmico. Como resultado, a casa não possui sistema de ar condicionado e, segundo os arquitetos, se mantem agradável mesmo nos dias mais quentes.

– Isolamento térmico:

Uma das desvantagens das construções em contêiner é que deve-se dobra a atenção nesse quesito. Por isso, além da implantação sob as árvores que proporciona sombreamento à casa durante todo o dia, e da utilização das estratégias citadas acima de ventilação e telhado verde, todas as paredes da casa são isoladas com manta termo acústica para maior conforto.

residência em conteiner vista
Vistas da Casa Container
cortes casa container
Cortes

Enfim, e você, já pensou em viver num casa container? Deixe a sua opinião nos comentários.

Fotos: Celso Mellani – Projeto: Casa Container Marília