Escritório da It’s Informov se destaca pelo Design Biofílico

Imagine trabalhar em meio a natureza em plena Faria Lima! Isso é possível com o design biofílico em ambientes corporativos, foi o que fez a empresa de engenharia e arquitetura It’s Informov na ampliação da sua sede em São Paulo.

O design biofílico está cada vez mais sendo utilizado. É comum ver esse tipo de conceito aplicado a projetos da área da saúde, mas ele vem ganhando cada vez mais espaço também em ambientes corporativos.

“A aplicação da Biofilia está aliada a nossa proposta de realizar projetos humanizados, com foco nas pessoas”

Explica o CEO da It’s Infomov Marcelo Breda. Um espaço onde o colaborador seja o foco do projeto foi o ponto de partida do projeto de ampliação da empresa.



Design biofílico e produtividade na It’s Informov

Um estudo sobre o tema encomendado pela Interface, revelou que pessoas que trabalham em locais com componentes da natureza registram um nível 15% maior de bem-estar, são 6% mais produtivas e 15% mais criativas. 

A biolifia na arquitetura oferece incontáveis benefícios as pessoas que vivenciam aquele espaço.

“Chegar em seu trabalho, no sexto andar de um prédio em plena Av. Brigadeiro Faria Lima, pólo comercial da capital, e se deparar com um ambiente que te leva para a ‘natureza’ é incrível”

Diz Erika Borges, membro da equipe de engenharia da empresa.

A colaboradora ainda completa dizendo que adentrar ao espaço colabora para “esquecer” um pouco que está em plena selva de pedras paulistana.

Elementos do design biofílico

A ampliação da nova sede está localizado no sétimo andar do edifício e conta com 350 m² de área de projeto.

Escritório da It's Informov se destaca pelo Design Biofílico

O projeto levou a sério o conceito de biofilia tanto nas estações de trabalho, bem como nas salas de reunião e áreas social.

Dos aspectos mais frequentemente usados pode-se destacar:

  • primeiramente o uso de espécies vegetais em todos os ambientes,
  • projeto luminotécnico diferenciado com jogo de luz e sombra e uso de iluminação indireta;
  • ventilação natural;
  • música ambiente;
  • texturas variadas que remetem as texturas da natureza;
  • cores verdes no mobiliário;
  • paredes com mural com motivos da natureza;
  • uso de materiais naturais como madeira e sisal;
  •  aroma suave por conta do uso da madeira.

O escritório responsável pelo projeto paisagístico Takeda Design não economizou no uso de jardins verticais para oferecer ainda mais a sensação de estar rodeado por natureza.

Ainda que o espaço seja delimitado por paredes regulares e perpendiculares, tanto o design do mobiliário quanto a disposição dos mesmos no espaço não obedece a uma regra rígida de perpendicularidade.

As estações de trabalho são dispostas diagonalmente e alguns móveis possuem forma orgânica, principalmente nas áreas sociais, mas também é possível observar esse padrão na sala de reuniões.

Por todos esses pontos o projeto da It’s Informov foi vencedor do prêmio GRI Awards na categoria Projeto Corporativo em 2019.

Não resta dúvidas que o design biofílico é aliado também nos espaços corporativos.

Projetos que valorizem as pessoas são um ganho para todos; e as empresas que saíram na frente optando por essa solução sentem os benefícios desses espaços diretamente em seus colaboradores.



Fotos: Alexandre Oliveira- Jafo Fotografia

Silver Oak se torna a vinícola mais sustentável do mundo

Depois de um incêndio devastador que ocorreu na vinícola Silver Oak no Napa Valley, Califórnia, há quase 15 anos, os proprietários transformaram a tragédia em oportunidade.

Fizeram uma reforma completa da instalação com o objetivo de atingir os mais rígidos padrões de construção sustentável do mundo. 

O projeto de reforma ficou a cargo do escritório Piechota Arquitetura e levaram tão a sério o conceito de construção sustentável que a edificação não obteve somente uma, mas duas certificações!

A vinícola Silver Oak assim como é conhecida por suas práticas agrícola sustentáveis, também é considerada a vinícola mais sustentável do mundo.

Conquistou a certificação LEED Platinum e em abril do ano passado a Certificação de Sustentabilidade do Living Building Challenge (LBC) do International Living Future Institute (ILFI).



Características principais de construção sustentável da Silver Oak

A vinícola Alexander Valley Silver Oak é certificada como Living Building em sete categorias, ou como a certificadora a chama, sete ‘pétalas’.

Os destaques da produtora da uva Cabernet Sauvignon incluem:

  •  a obtenção de energia positiva líquida, 
  • o uso de materiais sustentáveis ​​e, 
  • o gerenciamento eficiente da água. 
A utilização de iluminação natural e materiais de construção sustentáveis ​​são apenas dois dos conceitos integrados no design ecológico desta construção.

Energia incorporada e pegada de carbono

Para reduzir a pegada de carbono total incorporada, segui-se uma série de estratégias na fase de projeto como por exemplo:

  • O concreto utilizado deveria conter 40% de cinzas volantes na sua fabricação;
  • Na fachada do edifício utilizou-se um revestimento de sequóia que reduz o carbono total incorporado no projeto em 3%;
  • O projeto utilizou uma construção leve em aço, minimizando o tempo de construção, 

O aço também reduziu o desperdício de construção, e igualmente também proporcionou mais flexibilidade para futuras mudanças.

Assim uma análise de quantificação dos materiais de construção revelou que a estrutura do edifício contém 4.373 t de CO2e, mais 1.010 t de CO2e correspondentes à instalação dos 2.999 painéis fotovoltaicos monocristalinos instalados.

Silver Oak Alexander Valley Winery, construída na Califórnia.
O projeto cuidou da imagem exterior do edifício, integrando o edifício com parâmetros naturais como água e vegetação.

Madeira como material de construção

O projeto que tem um design minimalista contemplou os revestimentos internos e externos em madeira.

Mas  é claro que em um edifício que tem práticas sustentáveis em sua operação não iria aceitar madeira de qualquer procedência.

Primeiramente utilizou-se madeira recuperada, após esgotar essa possibilidade a nova madeira necessária para a construção de reforma da vinícola Silver Oak deveria ser certificada.

Da mesma forma velhos barris de carvalhos de uma antiga adega foram ressignificados e assim a madeira foi reutilizada na escadaria principal na ala da administração.

Vinícola Silver Oak - Piechota Arquietura

Já na entrada da vinícola tijolos de calcário que sobraram de construções das instalações da empresa foram recuperados e reutilizados.

Aproximadamente 42% (mais que o dobro do mínimo exigido) dos materiais de construção usados ​​para construir a vinícola e sala de degustação foram montados e / ou extraídos de locais localizados a menos de 500 km da vinícola.

Um dos espaços interiores do edifício, construído com madeira sustentável e grandes janelas que permitem a entrada de luz natural.
Um dos pátios exteriores concebido como ponto de encontro de visitantes e trabalhadores.

Gestão sustentável da água

A água gerada durante a produção do vinho é tratada por um biorreator de membrana (MBR), desinfetada com sistema ultravioleta e armazenada em um tanque de quase 380.000 litros. 

Essa água é reutilizada em descargas de vasos sanitários, irrigação de jardins e lavagem de equipamentos em toda a vinícola.

Instalação para tratamento de água

Energia solar e eficiência energética

A vinícola também alcançou a categoria de energia líquida positiva, com a instalação de 2.595 painéis solares que geram mais de 104% da necessidade total de energia.

Os painéis solares instalados na cobertura do edifício fornecem mais de 100% da energia necessária.
A energia da vinícola vem de instalações solares
O edifício também contém isolamento espesso para minimizar o uso de refrigeração e aquecimento.

Iluminação natural e design de espaço

O uso de luz natural no prédio facilita a baixa necessidade de iluminação artificial na maior parte do ano.

Vinícola Silver Oak - Piechota Arquietura

Aproveitamento de luz natural através do teto de madeira da vinícola.

O projeto da vinícola Silver Oak contempla espaços abertos e que estimula encontro e convívio entre seus colaboradores e visitantes apreciadores de um bom vinho.

Claro que um projeto como este não deixaria o pilar da economia de lado, uma porcentagem dos custos do projeto foi doada para instituições de caridade locais com foco em saúde, educação e artes.



Fotografia de Damion Hamilton | Site Piechota Arquitetura | Silver Oak

Conheça o Banana Ecolodge -uma linda Pousada Ecológica em Ubatuba

O projeto de reforma e ampliação de um hotel rural no sertão de Ubatumirim (Ubatuba – SP), dá lugar ao Banana Ecolodge, uma pousada Ecológica feita de bambu em Ubatuba.

O empreendimento hoteleiro é um verdadeiro modelo de construção sustentável, desde sua concepção até sua operação valorizando acima de tudo o turismo sustentável.



Com materiais e técnicas construtivas simples como a construção com bambu, o projeto priorizou o respeito ao meio ambiente e da mesma forma procurou beneficiar os morados e frequentadores do local.

A pousada ecológica Banana Ecologe tem como princípio o respeito entre as pessoas e o meio ambiente. Algumas das estratégias sustentáveis utilizadas são:

  • Todas as construções foram projetadas para integrarem a paisagem, provocando o mínimo impacto no meio ambiente.
  • O abastecimento de água conta com o aproveitamento da água da chuva.
  • O tratamento de esgoto é feito por sistemas biológicos.
  • A água do banho é aquecida por aquecedores solares.
  • A propriedade possui uma mini-usina de geração de energia fotovoltaica, com aproximadamente 50 placas em sistema on-grid (conectado à rede).
  • As tintas utilizadas nas estruturas possuem pigmentos naturais.
  • Plantio de frutas nativas e os cultivos agrícolas utilizam sistemas agroflorestais.
  • A equipe de colaboradores é composta, preferencialmente, de moradores locais.
  • A Culinária prioriza alimentos locais, orgânicos e nativos, contribuindo com a economia local.
  • A educação para a sustentabilidade é disseminada através de cursos e vivências.

Construção em palafitas de bambu em pousada ecológica

O projeto é do escritório OS3 Arquitetura que na agregou novas construções projetadas elevadas do solo e conectadas por um deck suspenso.

Essa opção de construção tem uma razão e a mais importante delas é permitir primeiramente a permeabilidade no solo, oferecendo conforto e proteção aos animais e insetos: que podem circular livremente
sob suas estruturas.

Além disso as pessoas também ficam mais protegidas e seguras com relação aos moradores nativos deste verdadeiro “pedacinho do céu” em plena mata atlântica.

A inspiração do projeto veio da arquitetura vernacular e asiática onde os espaços são isolados em forma de quiosques estruturados em bambu e com formato parabolóides.

Esses espaços foram cobertos com telhados verdes o que mimetiza a construção em meio a ao local onde está implantada, e oferece conforto térmico em dias mais quentes e da mesma forma retém a águas pluviais.

Grande parte dos materiais utilizados são recicláveis,portanto em caso de demolição, em poucos anos não haveria nenhum vestígio das novas construções.

Painéis de esteira trançada de bambu produzidas por mulheres da comunidade

O conceito de sustentabilidade ultrapassa a arquitetura e incide diretamente sobre a comunidade local valorizando o trabalho e mão de obra de mulheres artesãs da comunidade vizinha.

Os painéis trançados de bambu são utilizados nas paredes divisórias dos ambientes e da mesma forma exercem uma função decorativa dando beleza aos ambientes internos da pousada.

Forma construtiva dos painéis trançados

A técnica para produção dos painéis trançados foram adequadas para o uso das mesmas na pousada de bambu Banana Bamboo, o que foi chamado de bamboo frame.
Esta técnica consiste em ter uma subestrutura tipo wood frame vedada com
os painéis de esteira trançada de bambu.

Depois de produzidos os painéis podem receber diferentes acabamentos como por exemplo:

  • tela metálica ou plástica tipo galinheiro, chapisco, reboco, desempenadeira e pintura,
  • tela, chapisco, reboco, argamassa e revestimentos cerâmicos, ou
  • massa acrílica e deixadas aparente (pintada).

Manejo Integral de Água

Dois terços do consumo anual do empreendimento é provido por água de chuva captado na edificação principal, com capacidade de armazenamento total de 50.000 litros divididos em diferentes reservatórios.

Todas as águas servidas são tratadas, ora de forma específica, com a separação de águas e destinação de águas cinzas (sem fezes) para irrigação de frutíferas, e de águas pretas (dos vasos sanitários) para tanques sépticos e wetlands construídos.

As águas pretas também são utilizadas no conceito dos biossistemas integrados, composto por biodigestor, e tanques de wetlands construídos com plantas emergentes assentadas sobre estruturas flutuantes, além de tanques de plantas flutuantes que são retiradas para fins de produção de adubo e de cobertura de solo, reciclando nutrientes valiosos para o incremento da fertilidade do solo local.

Piscina biológica

Um paraíso tropical como a pousa ecológica Banana Bamboo não poderia ter uma piscina convencional de concreto e azulejos azuis.
Portanto a piscina existente também foi reformada e transformada em uma espécie de lago.


Para construir a piscina ela precisa primeiramente impermeabilizada com uma lona plástica de alta qualidade.

Neste caso a piscina da pousada é composta por uma zona destinada ao banho e outra destinada à depuração da água por processos biológicos e mecânicos.

A piscina tem um formato orgânico que se insere naturalmente ao local e assim está alinhada com seu entorno. Isso oferece um aspecto visual natural.

Espécies aquáticas nativas executam o processo de depuração da água.

Benefícios da piscina biológica:

  • Não contem água em composição diferente da encontrada na natureza;
  • não utiliza aditivos químicos venenosos ou tóxicos para os seres vivos;
  • portanto não contaminam solo e níveis freáticos;
  • cria um novo habitat para fauna e flora;
  • utilizam exclusivamente plantas de espécies autoctonas e existentes na região;
  • aumentam a biodiversidade local.

A pousada ecológica de bambu Banana Bamboo em Ubatuba é um exemplo de como um projeto pode aliar desenho, respeito ao meio ambiente, beneficiar tanto a comunidade local quanto os hóspedes, utilizando de materiais locais de forma inovadora e simples.



Ficha técnica:
Projeto de Arquitetura: OS3 Arquitetura
Projeto de Instalações Hidráulicas: Fluxus Design Ecológico
Projeto de Instalações Elétricas: David Cirino
Projeto de Paisagismo: Viveiro Caeté
Execução da obra: Roberto Zunn

Terraços em forma de ondas verdes são destaque em complexo na França

O projeto arquitetônico “Ecume des Ondes” transformará antigas ruínas romanas da cidade francesa de Aix-les-Bains (em Savoy) em um novo complexo multiuso de edifícios sustentáveis, com terraços em forma de ondas verdes.

O projeto foi vencedor do concurso concorrendo com mais 5 projetos e é de autoria do escritório francês Vincent Callebaut Architectures.

O objetivo do projeto é construir um edifício com energia positiva, que produza mais energia do que consome e reduz sua pegada de carbono. Para isso, o projeto integra 5 grandes inovações:

  • o edifício como absorvedor de carbono,
  • isolamento térmico,
  • design bioclimático,
  • integração de energias renováveis
  • ​​e materiais sustentáveis.



A localização é privilegiada, rodeado por uma paisagem de montanhas, lagos e edifícios históricos, o objetivo deste projeto é primeiramente recuperar a auto estima da região.

Além disso vai levar lazer, bem estar e cultura com uma linguagem arquitetônica atual e amiga do meio ambiente.

Terraços com ondas verdes, permacultura e aquaponia

Esses espaços ficarão localizados na parte leste do complexo juntamente com os telhados verdes e terraços em forma de ondas verdes, com plantas comestíveis cultivadas pelos próprios moradores.

O uso da vegetação ajudará a reduzir a pegada de CO2, serão utilizadas plantas nativas e a irrigação será feita com reaproveitamento da água da chuva.

O design garante que cada apartamento receba o máximo de luz natural.

Os espaços da fachada em ‘ondas verdes escalonadas‘ foram estudados ao pormenor para poderem plantar árvores de grande porte que crescerão ao longo de dois pisos, e com um sistema de plantação que garante uma variedade de cores e aromas em todas as estações.

A cobertura ao sul do edifício abrigará uma horta urbana dedicada à permacultura e aquaponia (sistema de produção sustentável de plantas e peixes) que, além disso, servirá como uma ‘fazenda educacional urbana’. 

Instalações de alta eficiência energética

Um projeto com esse programa de necessidades tão completo incluindo prédios históricos e restauro não deixaria de contemplar um projeto de alta eficiência energética.

As necessidades energéticas do edifício serão reduzidas otimizando a sua envolvente com isolamento externo para que o interior não reflita as variações sazonais da temperatura.

O isolamento, a estanqueidade e a inércia térmica do edifício são elementos chave na concepção deste projeto.

Os materiais de isolamento térmico e acústico virão de materiais ecológicos ou recicláveis ​​e irão garantir a segurança e durabilidade da construção.

Para garantir que o complexo produza mais energia do que consome, foram contemplados no projeto :

  • Um telhado solar fotovoltaico e térmico,
  • uma mini usina de biomassa,
  • energia geotérmica, que será alimentada diretamente das fontes termais das ruínas romanas.

Todos esses elementos estarão operando de maneira integrada e uma tecnologia de automação residencial fará o monitoramento do consumo.

Foam of Wave - Projeto de Vicent Callebaut em Aix-les-Bains (en Saboya) na França

Estrutura e design cradle-to-cradle

Para alcançar um design  cradle-to-cradle os arquitetos escolheram dois tipos de materiais para a estrutura:

  • lajes alveolares de concreto protendido
  • e madeira laminada.

A escolha será feita através de uma avaliação minuciosa do projeto, levando em conta o impacto da mesma ao longo de todo seu ciclo de vida.

Patrimônio histórico e restauro

As ruínas romanas presentes nos pisos inferiores datam da primeira metade do século II aC. C. e são tomabadas pelo patrimônio histórico.

As obras incluem a demolição dos pisos superiores que foram acrescentados na década de 70 e a restauração da cobertura original das ruínas romanas. 

Da mesma maneira as ampliações feitas no século 19 aos pátios também serão removidas.

Para a preservação das ruínas romanas, serão construídos pisos de vidro e um cúpula de onde será possível ver as ruínas e protege-las ao mesmo tempo.

terraços com ondas verdes com plantas ruinas

Distribuição dos espaços

O complexo está dividido em dois volumes principais com espaços comuns entre eles.

Cada um abrigando funções diversas que visam revitalizar a cidade, atraindo visitantes locais, turistas e residentes.

O complexo conta com os seguintes números:

  • área habitacional construída de 13.500 m²,
  • 185 apartamentos ecológicos,
  • 25% dos quais serão destinados à habitação social.

Além do centro de um spa termal, inclui espaços como:

  • uma galeria comercial,
  • um restaurante na cobertura com uma fazenda urbana aquapônica,
  • um centro de observação para as ruínas romanas do local,
  • uma série de vilas residenciais abertas e áreas compartilhadas. além de atender a diversas funções, os espaços públicos ao pé da estrutura também criam um espaço de encontro e encontro de pessoas.

Design bioclimático, biofilia na arquitetura, energias renováveis ​​e agricultura urbana são pilares importantes de uma abordagem urbana contemporânea e sustentável.

O complexo está alinhado com esses pilares e ainda agrega a preservação do patrimônio histórico cultural local, por valorizar as ruínas romanas de de águas termais no projeto.

É uma arquitetura resiliente, integrada com a natureza. Uma ode à biodiversidade, às energias renováveis ​​e à economia circular que preconiza a construção de cidades pós-carbono, pós-fósseis, pós-nucleares e até pós-inseticidas.

Desta forma, pode tornar-se um modelo exemplar em termos de construção orientada para o bem-estar.

Fotos: Site Vincent Callebaut Archiitectures



Nova sede do IWBI ganha certificação WELL Platinum por construção saudável

É chegada a vez da própria certificadora ser certificada. Nova sede do IWBI (Internacional WELL Building Institute) em Manhattan supera os próprios padrões de certificação e conquista o WELL Platinum.

O projeto da nova sede do IWBI é do estúdio COOKFOX ,que teve primeiramente o cuidado de valorizar e remontar um espaço histórico em um edifício de 1912, localizado no centro de Manhattan.



De certificadora a certificada

O IWBI é responsável pela certificação WELL Building de edifícios, espaços internos e comunidades que apoiem e promovam a saúde e o bem-estar humanos, ou seja, prioriza o individuo em primeiro lugar.

As diretrizes de certificação WELL estão sendo usadas atualmente em 60 países. São mais de 4.100 edifícios certificados ou em busca de certificação.

Com essa bagagem o escritório contratado não poderia ser outro senão um que já tivesse obtido a certificação da empresa.

O estúdio da COOKFOX, além de ser vizinho da nova sede da IWBI já havia obtido a certificação WELL Gold em 2017.

Falar de certificadora para certificada facilitou a comunicação, inteiração e os trabalhos entre as duas empresas.

O projeto da nova sede da IBWI

O projeto enfatizou antes de mais nada os ideais de saúde e bem-estar. Com isso veio o conceito de espaços flexíveis, abertos e comunitários.

O escritório pode ser adaptado conforme as demandas do momento, ou seja, os espaços e mobiliário foram configurados para poder ser mudados de lugar e ter novas conformações de layout.

O design biofílico teve o proposito principalmente de promover a conexão com a natureza que juntamente com a luz e materiais naturais proporcionam a sensação de um refúgio mais que um espaço de trabalho.

Um linda vista das copas das árvores da Madison Square Park deu a sala de estar uma atmosfera residencial e informal, assim como tem a função de fazer com que os colaboradores se sintam em sua própria casa.

O paisagismo exerce uma função importante nesse espaço.

As caixas de plantio alinham as janelas, atraindo o olhar para o parque do lado de fora, enquanto uma espécie de parede separa a área de trabalho dando mais privacidade ao espaço.

Elementos da construção saudável

Vale destacar alguns elementos que foram contemplados no projeto como por exemplo:

  • maximização da luz natural e do ar,
  • materiais de construção reciclados e de baixo impacto ambiental;
  • sistemas de ventilação de alta filtração
  • paleta de materiais quentes e de cores claras para refletir a luz do sol em todo o espaço;
  • mesas de trabalho simples e brancas feitas de materiais sustentáveis
  • materiais naturais leves e quentes para promover o bem-estar por meio de respostas biológicas inatas a padrões e texturas naturais; 
  • Os grãos de madeira e fibras naturais criam conexões táteis com a natureza em todo o escritório;
  • As mesas da sala de conferências são feitas de cedro recuperado;
  • o piso de carvalho branco foi acabado para destacar seu grão de madeira natural;
  • A padronização biomimética do tapete, inspirada no líquen, indica os caminhos e amortece o som; 
  • As paredes de tijolo originais expostas e as molduras das janelas em latão patinada ajudam a preservar o contexto histórico do edifício.

“Com acesso à luz natural, estações de trabalho dinâmicas e uma combinação de elementos de design e política que apoiam a resiliência mental, a equipe do IWBI realmente sentiu um sentimento de propriedade e orgulho em nosso espaço de escritório” Disse Rick Fedrizzi, CEO do IWBI. 

Espaços saudáveis em tempos de pandemia

No atual momento não é possível falar de edifícios saudáveis sem levar em consideração a pandemia que atravessa o ano de 2020.

Portanto com a atual crise de saúde do COVID-19, a nova sede do IWBI enfrentou a tarefa adicional de garantir um ambiente de trabalho que estivesse livre da propagação do coronavirus.

Assim também o estúdio responsável pelo projeto deu uma atenção especial ao sistentama de ventilação e filtragem de ar.

Além de ter espaços adicionais para lavagem das mãos e que assim pudesse cumprir os protocolos de higienize recomendados pela OMS, e garantir a limpeza e segurança de todos.

“O espaço é mais do que apenas uma sede para nossa equipe; é uma extensão dos nossos valores e uma vitrine do que WELL representa”, diz o CEO do IWBI.

Assim como espaços saudáveis proporcionam bem estar e saúde em espaços corporativos, proporcionam também respostas positivas na produtividade de seus trabalhadores.

Tanto para a empresa quanto para seus colaboradores um ambiente de trabalho com essas características pode ser mais lucrativa que os ambientes mais tradicionais.



Decoração com sucata em uma boutique de moda na Índia

Uma boutique de moda feminina fina inaugurou uma loja com decoração com sucata em Vadodara, Gujara na Índia. O projeto é do escritório Manoj Patel Desgin Studio.

Resíduos de telha de cerâmica, garrafas de cerveja, pedaços de pisos danificados, venezianas danificadas, restos de tecidos e partes de mobiliário são só alguns exemplos de materiais reaproveitados para esse projeto.

 

A loja Shefalli’s Studio traz o conceito da moda indiana tradicional com uma roupagem e influencias do mundo ocidental e contemporâneo, assim como a arquitetura de Manoj.

O estúdio do arquiteto Manoj Patel já recebeu premiações por seu design e projetos feitos com decoração de sucata.

Ressignificar objetos e materiais, que teoricamente iriam para o lixo, também costuma ser um elemento constante nos projetos do estúdio.

O estúdio utiliza materiais mais tradições da arquitetura local, e por outro lado não perde a linguagem atual e o design arrojado.

Upcycling de materiais

A telha cerâmica que pode ter sido danificada ou quebrada, dá as paredes da loja uma textura que com efeito dramático.

Da mesma forma garrafas de vidro que um dia esteve circulando em rodas de amigos em alguma festa, agora se tornaram um imponente painel que faz alusão as colares típicos da cultura indiana.

As sobras de tecido de roupas da própria loja são agora novos revestimentos para os assentos.

Já os batentes e venezianas de janelas são agora expositores de roupas.

O mesmo acontece com os pés de mesas que já não exercem mais sua função. Na loja se transforam em decoração com sucata e se tornaram puxadores das portas do provadores.

Tradição local como inspiração para paletas de cores

As cores vibrantes do vestuário indiano, o Saree, não poderiam ficar de fora da decoração com sucata.

Utilizou-se das cores verde e amarelo em composição com elementos neutros como por exemplo a textura de cerâmica, que faz alusão a textura dos tecidos, e da mesma forma o piso de mosaico branco.

Decoração com sucata e arquitetura de varejo

Ainda que o projeto contenha elementos decorativos fortes, é importante lembrar que na arquitetura de interiores de varejo a grande estrela deve ser produto.

Portanto todo o o projeto direciona o olhar do cliente para os produtos.

O teto em preto e branco e o piso de mosaico conformam uma moldura para as paredes onde estão expostas as roupas.

Com mais de 100 m² de área a loja é dividia em duas salas:

  • a primeira onde está o provador e dois espelhos dispostos de maneira assimétrica, o que dá movimento a todo o espaço;
  • e outra sala que funciona como uma sala de espera.
Boutique de moda na Índia decoração com sucata - Manoj Patel Desgin studio

Mais do que simplesmente comprar roupas, o cliente da Shefalli’s Studio terá uma experiência ao entrar na loja.

A loja sai da monotonia e falta de autenticidade comum a marcas de varejo de moda, imprimindo originalidade através da decoração com sucata.

Um exemplo de como a decoração sustentável pode transmitir bom gosto, além de estar alinhada com a politica da marca, cumprindo sua função.

 

Fotos: Tejas Shah | site MPDS

Edifício desmontável do banco Triodos recebe o BREAAM Outstanding

O banco Holandês Triodos se auto denomina um dos bancos mais sustentáveis do mundo, por direcionar seus investimentos em projetos de impacto social.

Com essa política, não poderia deixar de ter um escritório que estivesse totalmente alinhado com o conceito de sustentabilidade e construção circular, por isso planejaram um edifício desmontável.

 

Apelidado de catedral de madeira pelo escritório responsável pelo projeto Rau Architcts, o edifício ganhou o selo de BREEAM Outstading.

Local de implantação do edifício desmontável

O novo escritório do Banco Triodos está localizado em Landgoed De Reehorst, uma área rual em Zeist e Driebergen na Holanda.

A sustentabilidade está em primeiro lugar já no local de implantação. O edifício foi construído em uma área onde existe uma grande de floresta.

Embora a área seja rural, ela tem fácil acesso a uma estação ferroviária.

O sítio também contempla, além de especies vegetais nativas, um pequeno lago que deixa o edifício ainda mais imerso e integrado a natureza.

A propriedade do Banco Triodos teve a função em primeiro lugar de trazer vida e modernidade ao ambiente.

O desafio foi fazer isso sem agredir física, econômica e culturalmente a área.

Por esse motivo o edifício com seus 12.693 m² de área construída 100% em madeira com torres que variam entre 2 e 5 andares, de forma a não ultrapassar a altura das árvores.

Biofilia e biomimética

O edifício tem um forma orgânica inspirada na natureza e nas trajetórias dos morcegos.

Muito embora não perca sua características de modernidade do século XXI.

O Banco Triodos queria acima de tudo proporcionar aos seus colaboradores uma bela vista do entorno.

Assim seria possível proporcionar bem estar e tranquilidade durante a jornada de trabalho.

Portanto o projeto contemplou o escalonamento das fachadas envidraçadas, assim essa interação edifício-natureza poderia ser proporcionada em todos os ambientes e andares.

Do mesmo modo que formas da natureza foram inspiração para composição arquitetônica externa, o mesmo acontece no seu interior.

interior biofilico

Forros e pilares de madeira aparente, mesa com pedras locais e forma orgânica da escada são alguns exemplos.

A paleta de cores também foi pensada de forma a harmonizar ambientes internos e externos.

Assim como o teto, o piso também é de madeira e a impressão é como se a natureza adentrasse ao espaço construído.

Elementos de sustentabilidade

Alguns pontos de destaque do projeto são por exemplo:

  • Edifício construído em madeira na estrutura, piso e forro;
  • manutenção do máximo de especies nativas possíveis e do lago existente;
  • captação de água pluvial para reúso, inclusive nos vasos sanitários;
  • estacionamento com pontos de abastecimento de recarga elétrica;
  • telhado verde;
  • cobertura do estacionamento com placas solares suficiente para deixar o edifício com energia positiva, ou seja que produz mais energia do que consome.
 banco Triodos telhado verde
 banco Triodos telhado verde

Edifício desmontável

Em uma economia circular, todas as edificações devem ser vistas como temporárias. Por isso a ideia do edifício desmontável do Banco Triodos, por ser considerada uma estrutura temporária, que pode durar 20, 50 ou 100 anos.

Além disso pode sofrer adaptações ao logo do tempo conforme as novas necessidades vão surgindo, por isso as paredes internas são construídas de maneira a ser facilmente deslocadas ou removidas.

Se por acaso ele deixar de fazer sentido neste local, é só desparafusar os 165.312 parafusos e transportá-lo para outro local, com outro uso e função.

Ao dar ao projeto o potencial circular máximo, um equilíbrio dinâmico é criado entre natureza, cultura e economia

Ele é um exemplo do ápice de uma construção circular por esse motivo é mais que merecida a certificação BREEAM com a pontuação máxima outstading.

 

Fotos: Ossip van Duivenbode |Rau ARchitects

Casas biofílicas inspiradas nas colmeias das abelhas

A biofilia está cada vez mais em alta. No caso do projeto do THE HIVE, a inspiração da natureza foi a vida das abelhas.

Como parte do concurso de design The Home of 2030 da RIBA , o escritório Gianluca Santosuosso Design de Londres criou o The HIVE Project (Human-Inclusive & Versatile Ecosystem), uma solução modular de casas biofílicas com baixo teor de carbono e energia. 

Com alto grau de flexibilidade na personalização das unidades para os diferentes estágios da vida o projeto incluiu, além das diretrizes do concurso, a vida em escala humana, conceitos de arquitetura sustentável e economia circular.



Premissas do concurso

Segundo o escritório de estatísticas nacionais de Londres em 2030, 21,8% da população do Reino Unido terá mais de 65 anos, portanto acessibilidade e inclusão foram itens de importante relevância no concurso.

A diretrizes principais para avaliação dos projetos foram:

  • vida amigável e inclusiva
  • baixo impacto ambiental
  • vida saudável
  • entregável e escalonável

Dessa forma o projeto tinha que oferecer soluções que atendessem às necessidades econômicas do mercado e ser produzido em larga escala.

Vida em colmeia – a inspiração das casas biofílicas:

“As abelhas são insetos sociais, vivem juntas em comunidades bem organizadas”. 

O forte sentimento de pertencimento e a vida em comunidade das abelhas também serviram de inspiração para o projeto.

Portanto a versatilidade da construção modular e o design biofílico foram fundamentais para que os habitantes de todas as idades se sintam confortáveis, seguros e úteis para a comunidade. 

A flexibilidade do sistema modular das casas biofílicas permite uma grande personalização para que as pessoas adaptem suas casas às necessidades específicas de circulação, acessibilidade e estilo de vida e também aos usos privados e públicos.

O Projeto HIVE” - Human-Inclusive & Versátil Ecossistema. - Gianluca Santosuosso Design

Exemplo de usos do sistema modular nas casa biofílicas:

  • Em casas de dois andares, o mesmo módulo pode ser projetado para acomodar uma escada ou um elevador. 
  • Rampas e caminhos suaves substituem degraus e obstáculos convencionais. 
  • Nos andares mais altos, os módulos hexagonais abertos permitem que os habitantes compartilhem jardins, pomares e parques infantis. 
  • Terraços privados espaçosos permitem que as pessoas interajam com os vizinhos
  • Uma mistura de espaços privados, semiprivados e compartilhados permite que os residentes mantenham a privacidade e socializem com outras pessoas. 
  • O isolamento acústico e o controle de ruído são facilmente gerenciados pelos módulos pré-fabricados bem isolados e estruturalmente independentes.

Autossuficiência energética

Sistemas fotovoltaicos instalados no telhado e suportados por energias renováveis ​​no local fornecem eletricidade para residências e áreas públicas.

O Projeto HIVE” - Casas biofílicas e autossuficientes do futuro - Gianluca Santosuosso Design

O projeto também contemplou um sistema de compartilhamento de veículos elétricos que é carregado por esse sistema de captação de energia.

Conforto térmico

Os sistemas de aquecimento, resfriamento e água quente contam com pilhas geotérmicas de circuito fechado e bombas de calor para controle de temperatura e conforto interno. 

Orientação solar

Os estudos de orientação solar sugerem que a melhor orientação das moradias é 60° / 75 ° N.

A fim de minimizar o superaquecimento durante o verão e economia de energia durante o inverno.

Qualidade do ar

Assim como o complexo conta com um forte sistema para o conforto térmico, o projeto também contempla um sistema inteligente de monitoramento da qualidade do ar.

Portanto instalou-se sensores de qualidade do ar, sistemas de ventilação mecânica e ventilação natural garantindo assim o mais altos padrões de qualidade do ar.

Um sistema de controle baseado em computador (BMS) permite um gerenciamento inteligente de todos os recursos.

Sistema de aproveitamento de água

O sistema de reaproveitamento de água se baseou em 5 princípios:

  • reduzir o consumo de água,
  • coletar e reutilizar a água da chuva em um ciclo cradle-to-cradle,
  • instalar redes dedicadas para água potável, água cinza e negra,
  • reciclar água cinza,
  • reciclar dejetos humanos e água preta.

Foram utilizados por exemplo acessórios que economizam água e banheiros compostáveis ​​bem como micro-descarga criam uma rede de dispositivos  que reduz a demanda de água. 

Uma cisterna coletada pela comunidade atende parte da demanda de água da residência. 

Economia Circular no projeto das Casas biofílicas

O Projeto HIVE contemplou em sua produção um esquema de economia circular que inclui residências, bem como instalações compartilhadas e sistemas de geração de energia e alimentos no local. 

Este “Sócio-Eco-Sistema” promove a coesão social e a regeneração da natureza ao incorporar as necessidades não só dos humanos, mas também do local existente e da flora e fauna locais. 

O Projeto HIVE sugere que o local de implantação seja por exemplo em um terreno brownfield.

O termo que significa “campo marrom” é designado para instalações industriais e comerciais abandonadas ou subutilizadas.

Outra característica dos brownfields é que sua regeneração é ainda mais desafiadora já que existe a possibilidade de contaminações ambientais, mas a vantagem é justamente estar recuperando uma área já degradada.

Casas biofílicas e autossuficientes do futuro

Passo a passo:

  1. O local “brownfield” é identificado.
  2. Divide-se o espaço em “Área de Regeneração da Natureza” (NRA) e a futura “Área de Desenvolvimento” (DA). 
  3. Etapa de produção das peças que formam os módulos
  4. Uma mistura de cânhamo industrial de origem local e ligante natural oferece uma alternativa às camadas de isolamento tradicionais com: Pegada de carbono negativo, excelente controle de umidade, permeabilidade ao vapor e fortes propriedades de isolamento acústico.
  5. O módulo está pronto para ser dirigido ao local de instalação.
  6. Alguns módulos são construídos no DA ao mesmo tempo que o NRA floresce.
  7. A comunidade cresce, muda e agrega novas funções graças à grande flexibilidade oferecida pelo sistema HIVE.
  8. A natureza se regenera ao redor e dentro do DA; 
  9. No final do seu ciclo de vida, os materiais biodegradáveis ​​utilizados na construção são facilmente eliminados.
O Projeto HIVE” - Casas biofílicas e autossuficientes do futuro
O Projeto HIVE” - Human-Inclusive & Versátil Ecossistema. - Gianluca Santosuosso Design

Como os materiais utilizados nas casa biofílicas são basicamente canhamo, madeira e calcário, ao final de sua vida útil, se não estiverem em condições de serem reutilizados, retornam como nutrientes para a natureza no próprio local. 

Como resultado o NRA é regenerado à medida que a comunidade cresce.

Um belo exemplo de projeto habitacional em que a comunidade e vegetação ao redor só tem a ganhar com a sua expansão.

O Projeto HIVE” - Human-Inclusive & Versátil Ecossistema. - Gianluca Santosuosso Design
casas biofílicas inspiradas nas colmeias



Fotos: site Gianlucca Santosuosso

Shibam, a cidade dos arranha céus de terra

A cidade de Shibam localizada na região de Hadramaute no centro-oeste do Iêmen, apelidada de ‘Manhattan do deserto’ por seus edifícios de terra, apresenta um dos primeiros exemplos de planejamento urbano baseado na construção verticalizada”, segundo o site da UNESCO.

O complexo urbanístico data do século XVI e conta majoritariamente com edifícios de 4 a 8 metros de altura feitos de argila composta por materiais encontrados no local.

Acima de tudo é um exemplo da adaptabilidade do homem a altas temperaturas e aos mais severos ambientes.

Localização estratégica da cidade de Shibam

Antes de mais nada é importante salientar os aspectos da implantação da cidade. Situada na rota de especiarias e incensos a cidade fica em uma colina rochosa em meio a um vale.

O planejamento da cidade teve que contar com a possibilidade de constantes inundações.

Portanto a princípio a seria lógico escolher um ponto mais alto para proteger seus moradores e plantações dessas inundações.

Desenho Urbano

O desenho urbano da cidade tem algo entre um padrão de grelha regular com traçado orgânico, e assim como muitas cidades da época tinha uma muralha que servia como estrutura de defesa.

Assim como os muros serviam de defesa, as pontes e portas que ligavam os edifícios também tinham a função de rota de fuga em caso de invasões de tribos inimigas.

Shibam, a cidade dos arranha céus de terra - Iemen viaLooklex

A cidade tem em torno 500 edificações entre moradias, mesquitas, shopping centers, supermercados, posto de gasolina. 

Aspectos arquitetônicos dos edifícios

De acordo com análises as torres foram construídas a partir de solo fértil existente em cidades próximas a região de Shibam.

Usa-se de uma mistura de:

  • feno
  • terra e
  • água

E modeladas em tijolos e secas ao sol. 

As paredes, piso e teto são rebocadas com palha de trigo e lama e levam duas demãos dessa mistura.

O reboco interno é feito artesanalmente a mão sem qualquer tipo de ferramenta ou acessório e alisado com uma espátula.

O reboco externo é feito com cal e areia.

As torres medem de 30 a 40 metros de altura e algumas podem chegar a 11 andares.

O térreo geralmente não possui janelas e era usado para armazenamento de gados e cereais se configurando um espaço de trabalho.

Em contrapartida os pisos superiores eram espaços de moradia e socialização.

As torres possuem estrutura de madeira, porém é importante lembrar que a região não favorece a durabilidade desse material.

Portanto do ponto de vista estrutural os edifícios precisam passar constantemente pelo processo de manutenção devido a fragilidade dessas estruturas.

A região sofre de constantes erosões provocadas por fortes ventos, chuva, calor e intempéries típicas de uma região desértica.

Shibam, a cidade dos arranha céus de terra

Patrimônio Histórico Cultural

A Manhattan do deserto que há mais de 300 anos abriga um grande número de arranha céus de terra não está suscetível somente as ameaças da natureza, ela está igualmente ameaçada pelo homem.

Em 1982 o Comitê do Patrimônio Mundial homologou a inscrição da Antiga Cidade Murada de Shibam, Iêmem na Lista do Patrimônio Mundial na Região Estados Árabes e posteriormente incluída na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo em 2015.

“Além do terrível sofrimento humano que causam, estes ataques estão também a destruir o patrimônio cultural único do Iêmen, repositório da identidade, da história e da memória das pessoas, e um testemunho de exceção dos feitos da Civilização Islâmica”. Afirmou Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, em um comunicado à imprensa.

Atualmente a cidade de Shibam possui cerca de 7 mil habitantes, e vem como toda cidade sofrendo influências e adaptações às novas necessidades do homem ao longo do tempo. 

Ainda assim as construções são até hoje feitas de forma artesanal e não muda muito do que faziam há 300 anos atrás, levando até 1 ano para serem construídas e sendo motivo para festas ao final da construção.

Amsterdã adota modelo de economia Donut e propõe novos soluções de moradias

Amsterdã que é conhecida como a cidade das bicicletas e referência em mobilidade urbana, quer apostar num desenvolvimento ainda mais inovador e sustentável, baseado no modelo de economia Donut, elaborado na Universidade de Oxford pela economista Kate Raworth.

O modelo servirá de guia para nortear as novas políticas necessárias para sair da recessão econômica causada pela pandemia do coronavírus.

Dentre outras políticas o modelo donut tem principalmente a preocupação em garantir que o consumo de novos materiais e recursos naturais seja reduzido em 50% na próxima década.

Assim como o modelo donut é uma alternativa para retomada da economia, a medida tem a função de solucionar os problemas de déficit habitacional da cidade de Amsterdã.

Como funciona o modelo de economia circular donut?

O modelo é baseado em anéis onde no centro estão primeiramente as necessidades básicas consideradas pelos objetivos do desenvolvimento sustentável para se ter qualidade de vida.

Imagem: Cartilha

Anel interno do Donut

No centro estão as necessidades básicas que seriam por exemplo:

  • alimentação
  • água potável
  • moradia
  • saneamento básico
  • energia
  • educação
  • saúde
  • igualdade de gênero
  • renda 
  • voz política. 

Anel externo do Donut

O anel externo representa o teto ecológico, ou seja, os limites que a humanidade não deve atravessar para evitar danos tais como:

  • mudanças no clima, aos solos
  • poluição dos oceanos
  • efeito estufa
  • danos à camada de ozônio
  • poluição de água doce
  • extinção de fauna, flora e à biodiversidade.

Entre os anéis do centro e externo

Entre os dois anéis estão as necessidades de todos e do planeta.

“Quando, de repente, temos que nos preocupar com o clima, a saúde, os empregos, a moradia, os cuidados e as comunidades, existe uma estrutura em torno que pode nos ajudar com tudo isso?” Raworth diz.

Economia Donut Amsterdã
Imagem: Cartilha

Como o modelo circular pode contribuir para solucionar o problemas de moradia de Amsterdã:

Atualmente as necessidades de moradia dos residentes de Amsterdã não estão sendo atendidas, quase 20% dos inquilinos da cidade não conseguem cobrir suas necessidades básicas depois de pagar o aluguel.

Uma solução poderia ser construir mais casas, mas as emissões de dióxido de carbono do setor estão 31% acima dos níveis de 1990. 

Desses 31%, 62% das emissões totais são provenientes importações de materiais de construção, alimentos e produtos de consumo.

A vice prefeita de Amsterdã, Van Doorninck, diz que a cidade planeja regulamentar, ou seja, garantir que os construtores usem materiais que são de preferencia, reciclados e de base biológica, como a madeira.

“O fato de as casas serem muito caras não tem a ver apenas com a falta de construção. Há muito capital fluindo ao redor do mundo tentando encontrar um investimento e, no momento, o imobiliário é visto como a melhor forma de investir, o que eleva os preços ”, afirma.

Economia Donut no combate na exploração de mão de obra

O porto de Amsterdã é o maior importador mundial de grãos de cacau, principalmente da África Ocidental, onde a mão-de-obra costuma ser altamente explorada.

A vice prefeita afirma primeiramente que esse modelo de economia “Dá espaço para falar se você quer ser o local onde estão armazenados os produtos produzidos com trabalho infantil ou com outras formas de exploração do trabalho”.

E complementa dizendo que é possível incluir a pauta de direitos trabalhistas na África Ocidental.

Organizações trabalhando no desenvolvimento do projeto

A cartilha do projeto trata das seguintes pautas:

  • Amsterdã se tornando uma cidade próspera
  • The Donut: uma bússola do século 21 
  • Criando um retrato de cidade próspera 
  • Retrato 6 da cidade de Amsterdã
  • Lente 1: Social Local – O que isso significaria para o pessoas de Amsterdã para prosperar?
  • Lente 2: Ecológica Local – O que significaria para Amsterdã prosperar em seu habitat natural?
  • Lente 3: Ecológico Global – O que significaria para Amsterdã respeitar a saúde de todo o planeta?
  • Lente 4: Social Global – O que significaria para Amsterdã respeitar o bem-estar das pessoas em todo o mundo?
  • O retrato da cidade como uma ferramenta para ação transformadora 1. Do retrato público à selfie da cidade 2. Novas perspectivas na análise de políticas
  • Princípios para colocar o Donut em prática

“O donut não nos traz as respostas, mas uma forma de olhar, para que não continuemos nas mesmas estruturas de antes.” diz Van Doorninck.

Em outras palavras o modelo é promissor e muitos estão otimista e apostam na retomada econômica através do modelo donut.

10 obras incríveis do arquiteto Lelé – João da Filgueiras Lima

João da Gama Filgueiras Lima (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1932 – Salvador, Bahia, 2014) ou Lelé como ficou internacionalmente conhecido, graduou-se em arquitetura e urbanismo em 1955 na Faculdade Nacional de Arquitetura no Rio de Janeiro.

Logo depois da graduação, em 1957 muda-se para Brasília, na época em construção e envolve-se nas pesquisa de componentes industriais para obras em grande escala.

O arquiteto Lelé é muito conhecido pelas obras da rede de hospitais Sarah mas seu portfólio é muito mais amplo.

Suas obras são conhecidas pelo desenvolvimento de sheds que proporcionam ventilação natural, e pela industrialização da construção civil com uso de peças pré fabricadas em argamassa armada em substituição ao concreto armado.

Veja 10 obras do arquiteto Lelé, que deixou uma importante contribuição para o conceito de arquitetura sustentável no Brasil e no mundo:

1 – Hospitais da Rede Sarah Kubitschek

Hospital Rede Sarah - Rio de Janeiro
Hospital Rede Sarah – Rio de Janeiro
hospital rede sarah salvador ventilação natural

Características destes projeto do Lelé:

  • Os hospitais Sarah Kubitschek são os projetos mais conhecidos do arquiteto
  • Uso de sheds para ventilação natural
  • Espaços que exigem privacidade posicionados na parte central dos edifícios, recebendo iluminação natural vinda apenas de cima.
  • Ambulatórios e unidades de terapia posicionados nas laterais de modo a proporcionar uma agradável visão do jardim.

2- Beijódromo, Sede da Fundação Darcy Ribeiro em Brasília em Brasília (2009)

Residência RP (2008) - Paranoá - Brasília, Distrito Federal - Lelé - Foto Joana França
Beijódromo, Sede da Fundação Darcy Ribeiro em Brasília em Brasília (2009) – Fotos: Joana França

Características deste projeto do Lelé:

  • sistema construtivo e de ventilação inspirado nas ocas indígenas com uso de sheds
  • A estrutura do primeiro piso, concebida em concreto, se resume a uma grande plataforma monolítica em caixão perdido, com um furo central de 12 m de diâmetro, e apoiada por meio de rótulas em oito pilares em tronco de cone
  • As vigas da cobertura se apoiam nos balanços dessa estrutura
  • A cobertura é composta de telhas especiais dobradas em chapa pré-pintadas de aço galvanizado branco, com proteção interna de bidim e forro obilongo metálico por baixo
  • Na parte correspondente à projeção do jardim interno do Memorial, uma grande clarabóia, garantindo a luminosidade natural, é formada por telhas de policarbonato transparente alveolado com 6 mm de espessura
  • cúpula feita em veneziana metálica com cobertura em fibra de vidro
  • A área construída 1.989,50 m² (térreo 706,62 m²; arquibancada e área externa 252,92 m², área de projeção da cobertura do edifício 1.085,19 m² e área de projeção da cobertura da arquibancada 467,53 m²
  • sala de leituras sem janelas com iluminação e ventilação zenital
  • jardim interno e espelho d’água interno como sistema de ventilação natural

3- Residência RP – Paranoá – Brasília, Distrito Federal (2008)

Características deste projeto do Lelé:

  • estrutura metálica
  • sistema construtivo modular
  • cobertura em telhas metálicas sanduíche calandrada
  • paredes em argamassa armada com 7 cm de espessura (argamassa, tela e reboco)
  • espelho d’água interno

4- Associação Portuguesa de Brasília (Brasília 1982)

Associação Portuguesa de Brasília - Lelé - Foto Joana França
Foto Joana França

Características deste projeto do Lelé:

  • Área de projeto 79 mil metro quadrados
  • construção modular 
  • estruturas metálicas
  • ventilação e iluminação natural através de sheds

5- Casa dos arcos – Brasília – Park Way (Brasília 1978)

Características deste projeto do Lelé:

  • Área do Terreno: 18.475,03m²
  • Área Edificada: 1.880,37m²
  • Taxa de Ocupação: 10,18%
  • Construção dividida em 2 blocos – área de lazer e íntima com o estacionamento no meio
  • sistema construtivo modular definido pelo vão de 3,50 m das abóbodas
  • iluminação natural por clarabóias pré fabricadas em argamassa armada
  • eixo central com pé direito de 8m
  • espelho d’água interno

6- Residência JSN – Residência José da Silva Netto (Brasília 1976)

Residência José da Silva Netto - Lelé -
Foto Edgard Cesar

Características deste projeto do Lelé:

  • localizada no setor de chácaras de Brasília
  • laje suspensa estruturadas por tirantes de aço atirantadas nas vigas da cobertura
  • construção sobre pilotis 
  • brise-soleil na fachada oeste
  • vão livre no térreo com 4,50 m de pé direito
  • porta de entrada pivotante em madeira maciça (base da torre de circulação vertical)
  • degraus da escada revestidos com mármore branco
  • piso de madeira e circulação externa em mármore
  • parede com painel de Athos Bulcão

7- Edifícios Morro Vermelho e Camargo Corrêa (1974)

Edifícios Morro Vermelho e Camargo Corrêa -  Foto Joana França

Características deste projeto do Lelé:

  • projeto nasceu de concurso fechado no qual Lelé foi contemplado
  • até os dias de hoje o edifício abriga escritórios da construtora
  • projeto se baseia em 3 linhas de apoio distribuídas em um pórtico central e caixas pré moldadas em concreto armado na fachada
  • lajes pré fabricadas com vãos entre 6,60 e 7,70 m
  • instalação de brise-soleil nas fachadas norte e sul

8 – Residencia Rogério Ulyssea (Brasília 1973)

Residencia Rogério Ulyssea - Foto Joana França
Foto Joana França

Características deste projeto do Lelé:

  • Terreno 20 x 40 (800 m²)
  • sistema construtivo misto em concreto e tijolo aparente
  • pilares de base quadrada de 40 cm revestidos com tijolo aparente
  • cobertura com lajes em abobadas
  • iluminação natural por clarabóias de tamanhos distintos na cobertura
  • pé direito duplo
  • espelho d’água interno
  • piscina original em formato de ameba (demolida e construída em forma de raia)

9- Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal (1968)

Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal - Lelé - Foto Joana França

Características deste projeto do Lelé:

  • Primeiro projeto hospitalar do arquiteto
  • Sistema modular de construção com concreto armado pré-fabricado
  • concreto aparente
  • Longitudinalmente é definido por uma seqüência de pórticos centrais cujas mísulas apoiam vigas. 
  • Caixas vazadas estruturais constituem as fachadas mais extensas e exercem a função de brise controlando a iluminação solar dentro dos ambientes. 
  • forma escalonada do edifício se deve a implantação em terreno de acentuada inclinação
  • As lajes instituídas pelo escalonamento dos pavimentos estabeleceram os solários da hospitalização nos terraços que foram ajardinados.
  • Cobertura em sheds pré fabricados em concreto armado na parte dos ambulatórios
  • Viga principal do bloco dos ambulatórios fundida in loco.

10- Residência César Prates – Atual da Embaixada da África do Sul (RB) Brasília (1961)

Embaixada da África do Sul - arquiteto João da Gama Filgueiras Lima
Foto Joana França

Características deste projeto do Lelé:

  • Setoriais sociais e de serviços no térreo
  • Quartos pavimento superior
  • Iluminação natural com jardim interno
  • Sistema construtivo modular
  • materiais aparentes (pedra bruta, madeira e concreto)
  • painéis treliçado em madeira 
  • permeabilidade e conexão entre os espaços internos e externos

Qual a sua obra preferida do Lelé?

Barbizon- proposta de residências para uma vida mais sustentável

O complexo residencial Barbizon, localizado na rua Barbizonlaan, em Capelle aan den IJssel na Holanda, veio para revolucionar o conceito de moradia, sustentabilidade e acessibilidade.

Primeiramente fazer uso de pré-fabricados e construção modular na construção civil não é novidade, mas o que diferencia o complexo residencial Barbizon é que além de modular ele pode ser reorganizado a qualquer tempo, em qualquer momento e em qualquer lugar do planeta.

Essa tecnologia simples tem um baixo impacto ambiental e igualmente faz com o valor das unidades tenham um preço acessível.

Idelizado pelo escritório de arquitetura AEMSEN, com sede em Roterdã, o projeto procurou primeiramente trabalhar com sustentabilidade em todos os níveis, desde o desenvolvimento do conceito, até o uso de materiais e tecnologias sustentáveis.

Em outras palavras o complexo Barbizon está alinhado ao conceito de cidades saudáveis, que se estende, entre ouras coisas a construção de edifícios saudáveis.

O material básico dos módulos são as placas pré fabricadas de CLT (Cross Laminated Timber ou Madeira Laminada Colada Cruzada), que integrado aos espaços verdes comunitários formam um ambiente com aspecto acolhedor e dá a sensação de proximidade com a natureza.

Além disso essa integração do CLT com espaços verdes tem a função de compensar o efeito de ilhas de calor já que a ideia é que o conjunto seja inserido em tecidos urbanos.

Características sustentáveis do Barbizon Holanda - AEMSEN Arquitetura

Sentimento de pertencimento

A disposição dos módulos é flexível mas o ideal é que elas sejam escalonadas para que se possa criar espaços de convívio comunitário entre os módulos.

Esse tipo de disposição proporciona maior interação de seus moradores assim como que estimula o sentimento de pertencer ao local.

“Com o projeto modular e a construção com módulos CLT pré – fabricados , o equilíbrio entre a cidade e a natureza pode ser recuperado” disse Jasper Jägers da AEMSEN.

– Características sustentáveis do Barbizon

  • Construção circular (desmontável)
  • Economicamente acessível
  • Construção modular – Com CLT pré fabricado
  • CLT – Material de baixo impacto ambiental, leve, à prova de fogo, facilmente adaptável e reutilizável. O clima interno das casas é confortável e saudável e possui boas propriedades isolantes.
  • Natureza Urbana – Uso de espécies vegetais nas fachadas e na cobertura com o uso de telhados verdes;
  • Captação da energia solar por células fotovoltaicas
  • Acessibilidade – As áreas externas comuns são acessíveis a todos. 
  • CO² Neutro
  • Agricultura UrbanaOs residentes podem cultivar frutas e vegetais na estufa.
  • Biodiversidade – Instalações para insetos e pássaros oferecem uma rica diversidade.
  • Conforto térmico e acústico – Conjunto do CLT e árvores e plantas
  • Captação de água da chuva
Características sustentáveis do Barbizon

Definitivamente o Barbizon veio para ressignificar o conceito de moradia. Com 12.000 m ², e com módulos que variam entre 45 m² e 120 m² proporciona mais que qualidade de vida ao seus moradores, promove o convívio e a interação entre diferentes conformações familiares.

Além, é claro, de trazer beleza e integração com a cidade.

Projeto verde de Stefano Boeri ganha concurso internacional para centro de reabilitação na China

O arquiteto Stefano Boeri, famoso pelo edifício Bosque Vertical em Milão e por introduzir muito verde na sua arquitetura, conquistou o primeiro lugar no concurso internacional pelo maior e mais inovador Centro de Reabilitação Chinês localizado no distrito de Longhua em Shenzhen. 

Concorrendo com importantes nomes da arquitetura internacional como Peter Cook e Sou Fujimoto o projeto cheio de verde de Stefano Boeri foi escolhido por trazer elementos da arquitetura sustentável na humanização dos ambientes.

Com uma volumetria escalonada e com o objetivo de trazer um pouco do mundo exterior para dentro do edifício o projeto é uma verdadeira floresta urbana.

Centro de Reabilitação distrito de Longhua em Shenzhen na China - Arquiteto Stefano Boeri.

Em primeiro lugar o conceito do projeto era trazer espaços verdes como elemento de saúde e bem estar e assim contribuir positivamente para o tratamento dos pacientes.

Com esse partido de projeto a ideia de que um centro de reabilitação é um espaço de sofrimento psíquico e físico fica deixada de lado.

“Nosso projeto abre uma nova perspectiva para a arquitetura dos grandes Centros de Reabilitação. Antes de tudo, porque concebe a deficiência – motora e / ou cognitiva – não como a fragilidade de uma minoria de cidadãos, mas como uma condição comum a todos nós, mesmo que apenas em uma fase de nossa vida. Segundo, porque oferece uma idéia de total acessibilidade a espaços e serviços de reabilitação. Terceiro, porque, reconhece a qualidade terapêutica extraordinária da vegetação e da natureza, oferecendo uma disponibilidade extraordinária de espaços verdes e abertos dedicados a todos os diferentes tipos de reabilitação “,  diz Stefano Boeri , fundador da SBA em entrevista a Design Boom 

O projeto verde do Centro de reabilitação de Stefano Boeri

Tornar os espaços de tratamento de saúde mais agradáveis já não é mais um diferencial, senão uma preocupação que vem modificando o cenário da arquitetura hospitalar.

Neste sentido a estrutura é projetada para colaborar no tratamento de quem precisa de tratamento psicológico e/ou congnitivo e motor.

O centro irá atender pacientes de 16 a 60 anos que poderá aproveitar os cursos e treinamentos dedicados ao desenvolvimento físico , sensorial, psíquico e intelectual. 

Um projeto único e ambicioso que deseja oferecer inclusão para aqueles que, com muita frequência, são deixados de lado.

Centro de Reabilitação distrito de Longhua em Shenzhen na China - Arquiteto Stefano Boeri.

O centro, além de oferecer espaços verdes, oferece áreas equipadas para terapias motoras. Entre eles:

  • academias
  • áreas de esportes individuais e em grupo
  • salas de aulas para atividades diversas
  • museus
Centro de Reabilitação distrito de Longhua em Shenzhen na China - arquitetura sustentável

O uso de plantas medicinais

Antes de mais nada vale avaliar a localização da implantação do edifício.

Localizado próximo a um parque urbano já presente, ele se encaixa perfeitamente no no tecido urbano existente, ainda que seja uma área altamente urbanizada.

O arquiteto Stefano Boeri priorizou espaços cercados por vegetação, com terraços verdes que serão usados ​​para fins terapêuticos, físicos e sensoriais.

Dessa forma foi feita uma cuidadosa curadoria na escolha das espécies vegetais para que também tivesse plantas medicinais e que pudessem ser usadas nos tratamentos com aromaterapia. 

Sistemas de energia renovável

Trazer vegetação para dentro do edifício não foi a única preocupação do arquiteto italiano, trabalhar com energia renovável foi outra premissa do projeto.

Dessa forma o arquiteto Stefano Boeri usou de sistemas modernos de produção de energia que alimentam o edifício.

Comprometido com a preservação do meio ambiente e com a arquitetura sustentável da mesma forma que utiliza em outros projetos, o centro contempla recursos como:

Sustentabilidade e inclusão

O edifício é acima de tudo a arquitetura que abre as portas para um futuro inclusivo.

Esse é o objetivo do arquiteto Stefano Boeri que, com o Centro de Reabilitação, expõe sua ideia de arquitetura como o benefício da comunidade. 

O próprio arquiteto ficou satisfeito com o resultado alcançado pelo projeto e expõe seu conceito de deficiência:

 “não como uma fragilidade de uma minoria de cidadãos, mas como uma condição comum a todos nós.”

O edifício é a tradução do que o grupo SBA (Stefano Boeri Architetti) já pratica em outros projetos.

Arquitetura que combina função e arte moderna, em uma combinação capaz de interpretar o sentimento de pertencimento.

 Xu Yibo , parceiro do grupo, disse que o Centro de Reabilitação expressa melhor a intenção de Stefano Boeri de ” fundir natureza e paisagem em busca do caráter maduro”.

Portanto, “abrir a estrutura para a cidade, um edifício acolhedor e não um gabinete” , afirmou Pietro Chiodi , diretor de design de arquitetura do estúdio localizado na China. 

Um projeto ousado, desafiador e um tanto ambicioso que chega com tudo para desconstruir o que já vem sendo feito com relação ao conceito de inclusão.

Imagens Stefano Boeri

Centro de cultura Max Feffer em SP tem certificação LEED

Aproveitamento da estrutura existente , tecnologia construtiva simples e uma cobertura de bambu imponente são destaque no centro de cultura Max Feffer.

Construído em 2008 em Pardinho interior de São Paulo recebeu a certificação LEED.

Localizado próximo a uma área rural da cidade, projetado pelo escritório Amima Arquitetura, a princípio o centro de cultura Max Feffer foi construído para abrigar atividades culturais do “Projeto Pardinho” do Instituto Jatobás.

O objetivo do projeto é abrigar diversos equipamentos e programas para disseminação e incentivo do desenvolvimento social local.

O bambu pode ser uma boa opção em projetos que tem como premissa estratégias de sustentabilidade sendo usado em projetos residenciais, comerciais, institucionais de pequeno ou grande porte.

Portanto a proposta principal, dentro dos itens de sustentabilidade, foi o uso do bambu dentre outros materiais de baixo impacto ambiental em uma construção de grande porte.

Centro de cultura Max Feffer em Pardinho-SP

Características construtivas de sustentabilidade do Centro de cultura Max Feffer

COBERTURA

  • Cobertura com estrutura de fibras vegetais bambu/eucalipto
  • Telhas de fibras vegetais
  • Telhado branco para reflitir luz solar e diminuir ilhas de calor
  • 42% de papelão reciclado
cobertura de bambu e sustentabilidade
Centro de Cultura Max Feffer - Pardinho-SP - Projeto Amima Arquitetura

PAREDES E ACABAMENTOS

  • Tijolos de solo-cimento
  • Tijolos de demolição
  • Parede trombe para aquecimento de ambientes
  • Tinta à base de água e baixos VOCs

ESQUADRIAS

  • Caixilhos de madeira de demolição
  • Gradil com reuso de resíduo industrial

ILUMINAÇÃO

  • Sensor de presença nos banheiros
  • Células fotoelétricas na iluminação externa
  • Células fotovoltaicas na iluminação com LEDs
  • Iluminação zenital
Centro de Cultura Max Feffer - Pardinho-SP - Projeto Amima Arquitetura

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

O consumo de energia no Centro Max Feffer é reduzido em 25,6% em coração a construções chamadas mais convencionais. 

A parede trombe localizada na fachada norte contribui para o conforto térmico.

As janelas operáveis possibilitam o ajuste necessário da ventilação natural, que é feito pelos usuários.

Da mesma optou-se pelo uso de lâmpadas LED na área externa e células fotovoltaicas para o seu acionamento.

GESTÃO DA ÁGUA

  • Pisos externos drenantes
  • aumento do índice de absorção do sítio com a criação de drenos
  • captação de águas pluviais
  • reuso de água cinza para descargas sanitárias
  • uso da água de descarte da zona de raízes para irrigação do jardim
  • aumento da retenção de água com o plantio de 37 árvores de médio porte
  • válvulas de descarga com acionamento duplo
  • torneiras com fechamento automático 

TRATAMENTO DE ESGOTO

  • Mictório seco
  • Tratamento de esgoto por zona de raízes

MOBILIÁRIO

  • Bancos e bebedouros com reuso de resíduos
  • corrimões de ônibus reformados
  • bicicletário

O Centro de Cultura Max Feffer fica aberto para visitação de segunda a sábado mas está temporariamente fechado devido a pandemia.

Fotos: Site Amima Arquitetura

Mc Donald’s inaugura restaurante energia zero na Disney

O McDonald’s Flagship inaugurado na Disney em Orlando Estados Unidos, pretende se tornar o primeiro restaurante fast food certificado com energia zero.

Inicialmente a meta da rede é diminuir em 36% as emissões de gases do efeito estufa até 2030 (em comparação com o ano de 2015), e então operar com 100% de energia renovável para então entrar com o processo de certificação.

A rede já vem investindo pesado em tecnologias sustentáveis em seus novos restaurantes, e esse novo empreendimento que tem 2.445 m² de área construída deverá servir de modelo e laboratório para novos projeto.

Para concepção do projeto foi levado se em conta em primeiro lugar o consumo energético dos equipamentos da cozinha já que é ali o coração do restaurante.

Considerando sua localização no maior parque de diversões do mundo em tempos normais o volume de pedidos é consideravelmente alto.

Nesse sentido além de placas solares por toda a cobertura inclinada, os vidros de fechamento nas fachadas laterais também exercem essa função. 

Composição da estrutura de captação de energia solar

  • 5708 m² de painéis fotovoltaicos na cobertura (1.066 painéis solares que produzem até 600.000 quilowatts de eletricidade por ano)
  • 1465 m²  painéis fotovoltaicos integrados (BiPV- Building Integrated PhotoVoltaics)
  • 457,2 m² de vidros solares (que podem gerar até 70.000 quilowatts de eletricidade por ano)
  • 25 luminárias solares no estacionamento

Com isso os painéis abastecem atualmente 60% da energia atualmente gerada na operação do restaurante.

O plano é chegar a 100% ou quem sabe até gerar mais energia do que consome e distribuir para outros edifícios do entorno.

Ventilação natural 65% do ano

Em relação a ventilação de antemão a própria localização da Flórida favorece a ventilação natural já que o clima é subtropical úmido.

O clima agradável ficou ainda mais eficiente com a instalação de janelas que possuem venezianas que operam através de sensores.

Primeiramente esses sensores captam a umidade e temperaturas externas e abrem e fecham conforme necessidades de conforto interno minimizando assim o uso de ar condicionado.

Além disso o espaço contempla uma área externa para mesas que conta com persianas móveis de madeira e ventiladores.

Esses equipamentos também tem acionamento automático e são ligados ou abertos quando a temperatura sobe.

Mc Donald’s inaugura restaurante energia zero na Disney

A preocupação do projeto vai além de levar o conceito de sustentabilidade a toda rede e ao maior parque de diversões do mundo.

Com a intenção de levar reflexão a toda comunidade, o restaurante conta com um espaço interativo com bicicletas que ao entrarem em movimento geram energia acendendo um painel luminoso com o M da marca.

O painel também é uma parede verde projetada com plantas nativas da Flórida.

A irrigação é feita por captação de água pluvial que também contribuem para a melhor sensação térmica nas áreas internas e minimizam possíveis encharcamentos, evitam erosão e inundações.

Mc Donald’s inaugura restaurante energia zero na Disney

Certificação Energia Zero

O restaurante planeja ser 100% movido a energia solar ainda no ano de 2020, embora esses planos possam mudar dependendo da quantidade de energia que o restaurante realmente consome em tempos normais.

Com isso a empresa planeja obter uma certificação de “energia zero” do International Living Future Institute no próximo ano.

O projeto do restaurante energia zero é do escritório  Ross Barney Architects, com sede em Chicago, em conjunto com a empresa de arquitetura e engenharia CPH com sede na Flórida.

Embora a Disney World ainda não tenha sido reaberta, qualquer pessoa pode visitar o restaurante da rede McDonald’s movido a energia solar.

Ainda que sabemos que esse tipo de restaurante não é sustentável, enquanto houver público para isso, melhor que a energia venha de fonte limpa. Concorda?

Fotos: Site Ross Barney Architects

10 Projetos Inspiradores de Diébédo Francis Kéré

Diébédo Francis Kéré, ou somente Kéré como é internacionalmente conhecido, é um arquiteto africano nascido em Gando, aldeia africana com 2.500 moradores localizada no centro-leste do jovem país Burkina Faso que conquistou sua independência em 1960.

Kéré era o filho mais velho do chefe da aldeia e por isso aos sete anos de idade foi morar com os tios na aldeia mais próxima para estudar já que Gando não tinha escola.

Assim que terminou os estudos tornou-se carpinteiro e ganhou uma bolsa para fazer um estágio na Alemanha. Após concluir o estágio ingressou no curso de arquitetura na Universidade Técnica de Berlim onde se formou em 2005, abriu seu próprio escritório e vive até hoje.

Ganhou seu primeiro prêmio internacional em 2004 quando ainda era estudante, o Prêmio Aga Khan de Arquitetura pela construção da escola primária de Gando.

Como forma de devolver a sua comunidade o incentivo pelos estudos, e praticar arquitetura solidária, em 1998 ainda como estudante universitário Francis Kéré cria a associação “Schulbausteine ​​für Gando eV”.

Francis Kéré

A associação foi renomeada em 2016 para “Fundação Kéré eV”. O objetivo da fundação é desenvolver a comunidade local com os conhecimentos adquiridos na Europa e unir construção e educação.

Foi com esse trabalho conjunto que Kéré angariou fundos para construir a primeira escola da comunidade.

Logo após de terminar a graduação Francis Kéré lecionou na Harvard Graduate School of Design.

Atualmente além de seus trabalhos como arquiteto leciona na Academia di Architectura di Mendrisio como professor convidado, e ocupa a cadeira de Design e Participação Arquitetônica na Universidade Técnica de Munique.

Conheça 10 obras desse arquiteto que vem conquistando espaço e respeito nos quatro cantos do mundo e influenciando grandes nomes da arquitetura com sua arquitetura de raízes africanas.

1- Escola Primária em Gando

Responsável pelo seu primeiro prêmio internacional o projeto contempla materiais locais, tecnologia simples e artesanal como a taipa de pilão e mão de obra local.

Concuída em 2001, premiada em 2004.

Características:

  • Construção híbrida de argila e lama
  • Técnica de construção em barro modernizada
  • Tijolo ecológico produzido no local
  • Telhado de zinco suspenso formando um bolsão de ar e protegendo de altas temperaturas. 

2- Habitação para Professores Gando

Habitação para Professores Gando - Diébédo Francis Kéré

As casas dos professores foram projetadas para atrair professores para a região e para promover o uso da terra como material de construção sustentável e durável. Concluída em 2004.

Características

  • construção modular;
  • design simples;
  •  layout curvilíneo tradicional de Burkinabé. 
  • telhados em abóbadas construídas a partir de blocos de terra estabilizados. 
  • O telhado é uma camada de concreto armado derramado in situ em uma cofragem permanente de blocos de terra estabilizados compactados (CSEBs). 
  • iluminação e ventilação natural por meio de alteuras alternadas do teto; 
  • piso de argila.

3- Biblioteca de uma escola em Gando

Após o grande sucesso da Escola Primária de Gando, foi iniciada a construção da Biblioteca e Extensão da Escola em Gando para ajudar a apoiar o crescente número de estudantes vindos das aldeias vizinhas.

O teto da Biblioteca da Escola é o grande destaque do projeto. Usa um artesanato amplamente reconhecido: panelas de barro produzidas localmente. Tradicionalmente construídas à mão pelas mulheres da vila, as panelas de barro foram serradas ao meio e depois colocadas na cobertura.

Características

  • Paredes de taipa;
  • Forma elíptica orgânica que lembra o alojamento vernacular tradicional da região; 
  • Cobertura feita com artesanato local de arro
  • Iluminação e ventilação natural através das aberturas feitas pelas “panelas de barro”

4- Opera Village Laongo – Burkina Faso

Opera Village Laongo - Burkina Faso - Diébédo Francis Kéré
francis kere opera

O objetivo inicial do projeto era fazer um centro de música, cinema e teatro em Burkina Faso, porém com as fortes inundações o projeto sofreu adaptações as necessidades locais tornando-se centro residenciais, educacionais e recreativos.

Características:

  • módulo estrutural adaptável;
  • ventilação passiva integrada;
  • uso de energia solar;
  • coleta e gerenciamento de água. 
  • argila local, madeira e pedra de laterita.

5- Parque Nacional do Mali

Parque Nacional do Mali - Diébédo Francis Kéré
kere Parque Nacional do Mali

O projeto conta com um restaurante, um centro esportivo e vários edifícios de entrada. Todos os edifícios são cobertos do lado de fora com uma pedra natural local, reforçando o patrimônio cultural local e economizando custos de construção. Concluído em 2010.

Características:

  • As paredes exteriores em pedra;
  • Grandes telhados salientes sombreiam as fachadas;
  • ventilação passiva com opção ventilação artificial por ar-condicionado; 
  • Os prédios estão posicionados para oferecer amplo sombreamento ao playground, bem como aos espaços de recreação internos.

6- Centro de arquitetura em Terra

Centro de arquitetura em Terra - Diébédo Francis Kéré

A construção do Center for Earth Architecture completa a série de atividades que o Aga Khan Trust for Culture (AKTC) realizou em Mopti, incluindo a restauração de uma mesquita e a construção de um novo sistema de esgoto. Concluído em 2010.

Características:

  • estrutura simples;
  • altura corresponde às alturas dos edifícios vizinhos valorizando a vista da mesquita;
  • paredes e abóbadas do Centro feitas de blocos de terra estabilizados compactados;
  • teto pendente mantém as paredes frescas e proporciona espaços ao ar livre sombreados. 
  • ventilação natural através de aberturas nas paredes e abóbadas

7- Escola Secundária Lycée Schorge

Escola Secundária Lycée Schorge - Diébédo Francis Kéré
Francis-kere-Escola-Secundária-Lycée-Schorge
Secundária-Lycée-Schorge

Localizada na terceira cidade mais populosa de Burkina Faso, a Escola Secundária Lycée Schorge não apenas estabelece um novo padrão de excelência educacional na região, mas também fornece uma fonte de inspiração, apresentando materiais de construção de fontes locais de maneira inovadora e moderna.

Carcterísticas:

  • layout modular –  9 módulos que acomodam uma série de salas de aula e salas de administração. Um desses módulos também abriga uma clínica odontológica que fornece uma nova fonte de atendimento odontológico para os alunos.
  • parede em pedra laterita;
  • teto maciço e ondulado com componentes de gesso e concreto é ligeiramente desviado um do outro, permitindo que o espaço interior respire e expulse o ar quente e estagnado. 
  • luz indireta atraves da cor branca no teto;
  • fachada secundária é feita de madeira de eucalipto e atua como elemento de sombreamento dos espaços imediatamente ao redor das salas de aula. 
  • telas de madeira que funcionam para proteger as salas de aula de terra da corrosão da poeira e dos ventos, como também ajudam a criar uma série de espaços informais secundários para os alunos, enquanto esperam para assistir às aulas.
  • o mobiliário escolar dentro das salas de aula é fabricado com madeira de lei local e sobras da construção como restos de aço do telhado. 

8- Pavilhão Serpentina – Francis Kéré

Pavilhão Serpentina - Diébédo Francis Kéré

Inspirando-se na grande árvore em sua cidade natal, Gando, Burkina Faso, onde os membros da comunidade costumam se reunir para refletir sobre o dia, o design do Pavilhão Serpentino 2017 de Francis Kéré foi baseado na criação desse senso de comunidade, ao conectar pessoas com a natureza.

Características

  • Um grande dossel suspenso em aço coberto com uma pele transparente
  • elementos de sombreamento de madeira
  • parede composta por blocos de madeira pré-fabricados montados em módulos triangulares
  • No centro do pavilhão há uma grande abertura criando uma conexão com o céu. Em épocas de chuva, o teto se torna um funil de captação de água pluvial

9- Pavilhão Beijing – Francis Kéré

Pavilhão Beijing - Diébédo Francis Kéré

Projeto feito para a Bienal Internacional de Arquitetura da China em 2013, a proposta de pavilhão foi regenerar a área formalmente ocupada pelas Olimpíadas. 

Características

  • o projeto consistem em caixas multicoloridas estruturadas por uma estrutura metálica leve;
  • cores vibrantes inspiradas em objetos e vestimentas muito abundantes na África. 
  • caixas brincam com luz, cor e movimento à medida que interagem umas com as outras.
  • No nível do solo, há pequenas piscinas de água que refletem as cores e a luz do dia.

10- Pavilhão Sarbalé Ke -Francis Kéré

Pavilhão Sarbalé Ke -Diébédo Francis Kéré
Site: Diébédo Francis Kéré

Sarbalé Ke, “a Casa da Celebração” em Moore, uma língua falada em partes de Burkina Faso, é uma instalação temporário criada para o Festival de Música e Artes Coachella Valley de 2019. 

Características

  • Inspirado pelo baobá Burkinabé, Sarbalé Ke explora o mundo interior da árvore. 
  • Essa espécie é profundamente valorizada como um marco comunitário e reverenciada por seus usos medicinais e nutricionais;
  • as cavidades internas vão se fechando conforme a estrutura vai ganhando altura;
  •  a instalação apresenta doze estruturas que remetem ao baobá, refletindo sobre o material, textura e disposição espacial da arquitetura em sua terra natal, Gando, Burkina Faso. 
  • No centro da instalação, o baobá mais alto atinge uma altura de 19 metros, seguido de um com 18 metros e depois com 17 metros. 
  • as camadas da torre criam uma espécie de floresta de tons quentes e frios.

Veja o vídeo com os incríveis projetos sustentáveis de Francis Kéré:

Conheça mais sobre os trabalhos de Francis Kéré no seu site oficial.

As fotos são todas Site: Diébédo Francis Kéré

Arquitetura biofílica traz bem estar a pacientes com câncer na Inglaterra

A instituição de caridade britânica Maggie’s localizada no campus do Hospital Universitário St. James em Leeds na Inglaterra, usou de elementos da arquitetura biofílica para proporcionar bem estar e acolhimento a pacientes com câncer e seus familiares.

O projeto foi concebido pelo estúdio Heatherwick sediado em Londres, e teve inicialmente o desafio de proporcionar em espaço de descanso acolhedor aos pacientes que estão em período de pausa no tratamentos de câncer, e que vêm de um grande período vivenciando o hostil ambiente hospitalar.

Já não é de agora que os projetos hospitalares vêm sendo repensados e redesenhados, usando inclusive de princípios da arquitetura sustentável com a intenção de proporcionar mais bem estar aos pacientes.

arquitetura biofílica Maggie's_Leeds_Heatherwick_Studio

Nesse sentido o projeto do centro Maggies fez uso de elementos do design biofílico para conceber os espaços de descanso, de convívio entre os pacientes e familiares, e também para atividades em grupo ou para socialização.

Antes de mais nada é importante observar que o edifício está situado em meio a edifícios médicos.

Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio - Arquitetura Biofílica

O espaço reservado para o centro de acolhimento Maggies era um dos poucos espaços verdes que ainda restava no local.

Portanto esse foi o partido do projeto, não somente preservar o espaço verde bem como ampliar ainda mais esse conceito no local.

Para isso foram contempladas no projeto espécies vegetais dentro e fora do edifício, além da cobertura em telhado jardim.

O terreno inclinado também foi considerado e aproveitado no projeto.

Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio Arquitetura Biofílica

O centro possui 462 metros quadrados, e é formado por três pavilhões em formato de vasos gigantes  de tamanhos variados com bordas arredondadas, que são as áreas privativas dos pacientes, e o entorno as áreas de convívio ou lazer.

Cada pavilhão abriga uma sala de aconselhamento.

Na cobertura de cada pavilhão foi concebido um terraço verde com plantas nativas.

telhado verde Maggie's_Leeds_Timber_Structure_Details_Heatherwick_Studio
Detalhe do telhado verde Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio

O projeto paisagístico é do escritório Balston Agius que contemplou espécies da floresta de Yorkshire. 

Os pavilhões cercam uma cozinha localizada no “coração” do espaço, e também espaços sociais adicionais para atividades em grupo.

Além dos espaços de descanso o centro inclui uma biblioteca e sala de ginástica. 

Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio - Arquitetura Biofílica

Características da arquitetura biofílica no projeto:

  • Conexão Visual com a Natureza: Uso e vegetação no interior e vistas para o jardim
  • Uso de luz e sombra para imitar as condições de iluminação da natureza.
  • Conexão dos Materiais com a Natureza: uso de materiais com processamento mínimo
  • Complexidade e ordem: uso de geometrias encontradas na natureza.
  • Formas biomórficas

Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio - Arquitetura Biofílica
Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio - Arquitetura Biofílica

Internamente as bordas arredondadas de cada pavilhão juntamente com barbatanas de madeiras usadas no acabamento trazem a sensação de estar debaixo de uma árvore.

Interior sustentável Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio
Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio - interior sustentável

Até nos pequenos detalhes é possível ver elementos da arquitetura biofílica como os corrimões das escadas que possuem formato orgânico e acabamentos curvos. 

formas orgânicas no Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio
Design Biofílico Maggies-Leeds-Heatherwick-Studio

Alguns dados do projeto:

  • 17.000 plantas
  • ventilação natural através de grandes janelas e orientação para ventos predominantes
  • materiais naturais e saudáveis
  • estrutura do edifício foi construída a partir de um sistema de madeira pré fabricada de origem sustentável
  • umidade interna é controlada a partir do uso de gesso e cal 

Como é possível observar o centro de caridade Maggies está atendendo ao seu objetivo inicial.

Inaugurado em 2012 o centro continua em pleno funcionamento e em tempos de pandemia está seguindo as medidas recomendadas pela OMS de distanciamento social, higiene e limpeza.

Fotos: Hufton + Crow via Heatherwick Studio

10 incríveis telhados verdes pelo mundo

Embora ainda encontre resistência por parte de algumas pessoas e até de profissionais os telhados verdes são uma alternativa para coberturas e ganham cada vez mais adeptos e espaços em projetos pelo mundo.

Optar por um cobertura em telhado verde tem vantagens e desvantagens, mas sua beleza e exuberância é inquestionável.

Selecionamos 10 projetos incríveis com telhados verdes pelo mundo para mostrar como essa tecnologia vai bem em todo tipo de projeto. Confira a lista:

1- Academia de Ciências de Califórnia

A reforma do edifício é um projeto do arquiteto italiano Renzo Piano. Inaugurado em 2008 e inserido em meio a quase uma floresta com espécies nativas da Califórnia o edifício praticamente pediu a cobertura em telhado verde.

O telhado jardim contou com espécies nativas, nesse caso não precisará de grandes manutenções.

2- Sede da prefeitura de Chicago, o edifício City Hall

telhados verdes pelo mundo -Sede da prefeitura de Chicago, o edifício City Hall
Imagem: Diane Cook And Len Jenshel

Chicago quer ser a cidade com maior número de telhados verdes do mundo.

Foi então que a sede da prefeitura da cidade surpreendeu com a inserção de um telhado verde na sua cobertura com 7.500 m² de área como parte do programa “Climate Change Action Plan”, que tem como objetivo diminuir as emissões de carbono da cidade.

Com mais de  20 mil espécies o projeto inclui mais de  150 variedades de plantas, incluindo 100 arbustos, 40 trepadeiras e 2 árvores.

Relacionado: Conheça 6 exemplos de coberturas verdes em Chicago

3- Escola de arte, design e mídia Nanyang Singapura

A Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU) é uma das principais universidades de ciência, tecnologia e pesquisa do mundo.

O projeto concebido pela CPG Consults, em parceria com NTU , conta com um telhado verde habitável inclinado.

A forração dos telhados verdes variam conforme projeto ou necessidade local, nesse caso consiste em uma combinação de duas gramíneas, Zoysia matrella e Ophiopogon.

Na camada abaixo da grama há quatro camadas de matéria que incluem rochas vulcânicas esmagadas, pedra-pomes e areia lavada, além de um tapete de retenção de umidade. 

O gramado permanece verde e saudável o ano todo, através de um sistema de aspersão automático que utiliza água de captação de pluvial.

4- Centro de Convenções em Vancouver

Certificação LEED Platinum no Centro de Convenções em Vancouver

Projetado pelos arquitetos da PWL Partnership o edifício foi inaugurado em 2009, e recebeu a  certificação Leed Platinum, além de diversos prêmios.  

A grande estrela é um telhado verde de 24 km² que é um habitat ecológico urbano composto por gramíneas nativas e plantas perenes que atrai insetos e pássaros, filtra e contém as águas pluviais

5- Museu do Holocausto de Los Angeles 

Telhado vivo Belzberg Architects
Foto: Site Belzberg Architects

Projeto do escritório Belzberg Architects inaugurado em 2010 trata-se de um edifício subterrâneo coberto pelo telhado verde que fica integrado ao terreno.

O telhado é uma extensão do terreno e conta com um paisagismo verde com espécies nativas e tolerantes à seca.

6- Museu Biesbosch em Werkendam  Holanda

Cobertura viva Museu Biesbosch em Werkendam  Holanda
Foto: Site do museu

Localizado no Parque Nacional Biesbosch o museu conta com uma área de 44,50 km² e uma cobertura verde habitável formado principalmente de grama e acúmulo de terra que proporciona temperaturas mais amenas no verão e no inverno.

7- Moesgaard Museum, Højbjerg, Dinamarca

Telhado verde Moesgaard Museum, Højbjerg, Dinamarca
Foto: Site do Museu

Inaugurado em 2014, o museu projetado por Henning Larsen, conta com um belo e imponente telhado verde inclinado e habitável formado por grama, musgo e flores silvestres de cores vivas.

Um belo ícone para um edifício que colabora com a Universidade de Aarhus em pesquisa e ensino nas áreas temáticas: Arqueologia Pré-Histórica, Arqueologia Medieval, Antropologia, Estudos Orientais e muito mais.

8- Waldspirale Darmstadt, Alemanha

Waldspirale é um complexo de edifícios residenciais populares localizados na cidade de Darmstadt na Alemanha.

Do arquiteto austríaco Friedensreich Hundertwasser o edifício foi concluído em 2000. Um dos telhados verdes mais próximos do que seria uma verdadeira floresta urbana e com planta em espiral o edifício ficou conhecido como floresta em espiral.

O telhado verde foi construído com concreto reciclado é tem espécies locais como tílias, faias e algumas árvores.

9- CopenHill  Copenhague Dinamarca

Usina com Estação de esqui - Telhado verde e projeto da empresa Big
Foto: Site da Usina

O projeto da usina idealizado pelo escritório Big há 10 anos atrás foi finalmente concretizado em 2019. A cobertura conta com um telhado verde de 10.000m² de área e se tornou uma área para uso urbano e prática de esportes.

A escolha das espécies além da grama contou com o desafio de abordar um microclima de um parque que está há 85 m de altura e de revitalizar a biodiversidade da paisagem.

10- Farming Kindergarten Vietnã

Projeto do Vo Trong Nghia Architects é um jardim de infância para 500 crianças em idade pré-escolar, projetado para os filhos de operários locais.

O escritório é conhecido por seus projeto sustentáveis  mas nesse projeto em especial o telhado verde agrega uma função ainda mais especial, além de todos as vantagens já conhecidas trata-se de um centro de agricultura e fornecimento de alimento e estudo para as crianças, além é claro de ser um grande playground a céu aberto. 

Sydney terá maior torre híbrida de madeira do mundo

Está sendo construído em Sydney na Austrália o edifício que será o epicentro de tecnologia , uma torre híbrida em madeira, aço e concreto onde ficará a sede da empresa Atlassian, uma das maiores empresas de software do mundo.

A torre será a maior construção híbrida de madeira do mundo, com 40 andares e uma fachada em aço e vidro.

A perspectiva é operar com 100% de energia renovável e alcançar emissões líquidas zero.

A construção em madeira está ganhando cada vez mais espaço no mundo em projetos que tem como premissa a sustentabilidade.

Já é possível ver esse tipo de estrutura em projetos residenciais, comerciais, institucionais inclusive um estádio de futebol já foi projeto com estrutura de madeira.

Maquete eletrônica - Vista aérea da maior torre de madeira em Sydney na Australia

A concepção do edifício veio a partir do desejo de se instalar em Sydney o epicentro de empresas de tecnologia.

Ainda que esse tipo de trabalho possa ser feito de maneira remota, promover o convívio e encontro dos trabalhadores foi o ponto principal do projeto. 

Contando com o apoio da gigante da tecnologia Atlassian como primeira inquilina da sede, o projeto foi elaborado colaborativamente entre o escritório Shop de Nova York e a empresa australiana BVN.

A participação de cada uma no projeto foi “fifth fifth” segundo disse o co-CEO da BVN, Ninotschka Titchkosky. 

Maior torre híbrida de madeira do mundo
Site: SHoP / BVN

Estrutura híbrida de madeira

O projeto estrutural ficou a cargo da empresa de engenharia Eckersley O’Callaghan.

A solução foi desenvolvida com alguns dos melhores engenheiros estruturais do mundo, segundo disse Titchkosky.

Para alcançar a redução de carbono incorporado, o edifício será construído com uma combinação de madeira maciça, concreto e aço. 

“Para um edifício de altura mais baixa, é possível construir totalmente em madeira, em 40 andares precisamos hibridar o sistema estrutural”, disse Titchkosky. 

 O edifício contará com um jardim ao ar livre escalonado, além de auto-sombreamento para controlar as temperaturas internas. 

Jardins internos - Torre híbrida de madeira

Eficiência energética

A torre híbrida de madeira terá como objetivo uma redução de 50% no carbono incorporado em comparação com a construção convencional

O edifício foi projetado em ‘habitats’ que são blocos a cada quatro andares, cada habitat tem um parque totalmente ventilado naturalmente.

A estratégia inovadora de ventilação do edifício também permeia as placas de piso.

O edifício promete operar com 100% de energia renovável com zero emissão, usando projetos com eficiência energética, como ventilação natural e terraços plantados em todo o edifício.

Além disso o edifício gerará energia renovável no local através de painéis solares integrados nas fachadas do edifício.

Esses painéis além da função de capação solar também fazer parte do da estrutura que será um exoesqueleto de aço e vidro amarrado à estrutura.

Além disso, a fachada incorpora um sistema de geração de eletricidade com auto- recursos de sombra para reduzir o ganho direto de calor internamente. 

Sydney terá maior edifício hibrido de madeira do mundo

“Combinada com o uso de madeira maciça, a fachada inovadora permite que o projeto aproveite o clima temperado de Sydney para ajudar a reduzir as emissões de carbono e gerar energia no local ”.

A área em que a sede da Atlassian será construída fica no extremo oeste da ferrovia em uma área central de Sydney que está passando por um processo de revitalização.

A obra está prevista para ser concluída em 2025, e acomodará até 4000 funcionários da Atlassian entre outras startups de tecnologia e um albergue da YHA nos pavimentos mais baixos.

Imagens: SHoP / BVN

Antigo sex shop se transforma em um edifício Energia zero

Reforma de um antigo sex shop no Arizona – EUA, transforma a nova sede da Construtora DPR em um edifício certificado como um Building Energy Net-Zero (NZEB), selo dado pelo International Living Future Institute (ILFI). Também recebeu a certificação LEED®-NC Platinum.

Com grande eficiência energética o edifício produz mais energia que consome, e vence temperaturas externas em torno de 40 graus, precisando ligar o ar condicionado somente algumas horas no dia.

Vale lembrar da importância de contemplar tecnologias de eficiência energética em reformas de edifícios históricos, isso além de possível é necessário.

O edifício no Arizona foi inaugurado em 2011 e é uma obra de retrofit onde a princípio existia um sex shop.

O projeto foi desenvolvido em parceria com o escritório de arquitetura Smith Group. Logo depois de sua conclusão, em 2013 recebeu a certificação de edifício energia zero.

Nessa ocasião era o segundo edifício a receber o selo no país, ou seja o maior edifício energia zero dos Estados Unidos.

A planta aberta contempla:

  • 58 estações de trabalho e espaços flutuantes;
  • 09 salas de conferências , treinamento, inovação, tecnologia;
  • espaços de apoio;
  • academia;
  • armários totalmente equipados
  • uma ampla cozinha aberta;
  • um bar de vinhos
  • e uma sala zen para os momentos de estresse.
Edifício Energia Zero no Arizona da empresa DPR
Foto: Site DPR

O sistema de ventilação conta com soluções de refrigeração passiva/ativa, ou seja, o sistema inclui:

  • 87 janelas operáveis;
  • 4 refrigeradores evaporativos tipo “torre de chuveiro”;
  • 01 chaminé solar que aspira o ar quente para cima e para fora do prédio;
  • 01 painel solar fotovoltaico com classificação de 79 kW, que produz energia para o sistema.

Com tudo isso o edifício proporciona grande eficiência energética e a sensação térmica interna pode ser de até 10 graus menos que a externa.

A iluminação natural entra no edifício através de 82 Solatubes estrategicamente posicionados.

Além disso outra característica importante é que os terminais elétricos se apagam automaticamente quando o edifício está vazio. Com essas soluções tecnológicas estimou-se recuperar o investimento da obra em 8 anos.

Este é um dos primeiros edifícios no Arizona que visa operar com eficiência energética líquida zero.

Em outras palavras, o edifício irá gerar mais energia do que usa e irá alimentar a rede.

Por esse motivo o edifício conta com um sistema Lucid Building Dashboard®, esse sistema permite que a empresa monitore e compartilhe o uso de água e gás, iluminação e consumo de energia.

Materiais utilizados

O projeto ainda contou com o uso de materiais renováveis e reutilizáveis como um balcão no banheiro feito de aparas de metal fixados em uma resina; e madeiras de renovação rápida.

Também faz uso de placas solares que calculou-se na época 08 anos para ter o retorno do investimento.

 Um laboratório vivo para a comunidade, o escritório de energia líquida e zero da DPR, LEED®-NC Platinum, é um exemplo único de revitalização e sustentabilidade

O escritório da DPR tornou-se uma vitrine e serve de exemplo de como o design sustentável pode ser eficiente, eficaz e ambientalmente responsável. 

O projeto teve tanta aceitação que depois desse edifício o grupo ainda inaugurou outra sede da DPR em Sacramento na Califórnia, em um projeto maior com dois pavimentos contendo os mesmos princípios e tecnologias de eficiência energética e sustentáveis utilizados no projeto da planta de Phoenix. 

O Net Zero Energy (NZE) se tornou um requisito para todos os edifícios comerciais na Califórnia e a meta é atingir a todos os edifícios até 2030.

Concluí-se que projetos como esse são uma vitrine e oportunidade para profissionais do Brasil e Exterior mais que isso, é uma responsabilidade e um compromisso com o meio ambiente.